REBELDE – Segunda Temporada (Parte 1)


“Era só o que me faltava! Um disfarce de Júnior!”
Essa divisão está baseada nos DVDs da novela que foram lançados em 2006. A Parte 1 equivale ao Disco 1, Lado A. A minha parte favorita no começo da segunda temporada é conhecer os personagens novos e perceber que eles têm muito material bom para adicionar à novela que já era excelente – não é que eu não goste dos mesmos showzinhos de provocação entre Diego e Roberta, ou da eterna lua-de-mel de Mia e Miguel em Cancún com uma pegada de A Lagoa Azul (mas sem o sexo), mas eu gosto de ver personagens novos e suas possibilidades, como o Rocco. Que eu adoro. Ou ainda o crescimento de personagens que já conhecíamos – o desenvolvimento dos personagens principais se limitam, a princípio, a Diego (com toda a questão da mãe dele), a Lupita (com o retorno de seu pai e a sua nova irmã mala, a Lola) e o Giovanni (cuja família perdeu todo o dinheiro que tinha nessas férias e agora eles são “pobres” de novo, o que quer dizer que ele vai ter que trabalhar no açougue da família). Assim, é um bom começo de temporada.
Lola é brevemente apresentada aqui numa continuação direta da primeira temporada, na qual ela começa com um “Então você é a santa da Lupita?” e depois discorre dizendo coisas horríveis para ela, sobre como ela nunca deve se aproximar dela na escola e essas coisas… é meio revoltante, e no geral eu amo a Lupita, mas eu entendo a Lola quando a Roberta tenta organizar uma manifestação e a Lupita é a primeira a dizer que não concorda e deixar a sala… ai esses certinhos chatos! Rocco, em contrapartida, tem uma apresentação intensa. Seus comentários ao chegar à escola são um máximo. Sobre a decoração do quarto: “Isso é um show de esnobismo total!” Sobre o uniforme: “Era só o que me faltava! Um disfarce de Júnior!” E essas coisas me fazem gostar demais do Rocco, de sua intensidade, sua determinação sua posição de não-conformismo.
Assim, eu diria que ele já chega impactando. Com a câmera e tal.
Outro que chega causando uma impressão é o Leonardo (que Tomás apresentou no primeiro capítulo como Francisco), e é uma “apresentação” fascinante. Porque ele conhece Roberta lá na festa para a qual ela não foi convidada, e ela, dissimulada que só, conta uma historinha hilariante (porque é mentira, senão não seria hilariante) e ele comenta: “Então você e seus 10 irmãozinhos vão catar papelão todas as noites?” e eu me divirto. Quando ele vê a Roberta no Elite Way School, e descobre que ela não é bolsista, ele diz um “Então gosta de brincadeira pesada?” e manda um monte de lixo para a cama dela! Aquele “Não tinha me dito que juntava papelões e garrafas para sobreviver? Bom, eu tive uma grande atitude solidária de ajudar você e seus 10 irmãozinhos!” É UM MÁXIMO, e me faz instantaneamente amar o Leonardo. Depois, mais ainda, quando ele está no quarto com o Téo e o Téo está sendo atormentado por ser “capacho da namorada” por outro cara e ele o defende.
Fofura de Leonardo me vence.
Diego e Roberta estão, basicamente, na mesma coisa. Provocações como “Olha, fofolete, foi você quem pediu! Por que não me chamou pra essa festa?”, e mesmo quando ela diz que não está mais namorando, nada resolve de fato. Até porque Diego tem outra história forte a desenvolver nessa temporada. Ao encontrar León com outra mulher e ficar horrorizado, León começa a mentira descarada de que Mabel os abandonou. “Ela foi embora para sempre. Diego, sua mãe nos deixou!” Então, Diego chora, sofre… e isso o molda de uma forma perigosa para a segunda temporada. Quando Roberta aparece só para saber o que está acontecendo, tentar ajudar, ele age como um babaca e grita coisas como “POR QUE SEMPRE, SEMPRE, SE METE ONDE NÃO É CHAMADA?” que, mesmo que seja seguido por uma realização do que fez e um pedido de desculpas, não deve ser o suficiente. “Não, não, não, Roberta, perdão, me desculpa. É que eu só quero ficar sozinho. Perdão”. Porque ele começa a afastar as pessoas que o amam.
Enquanto isso, León desvia os e-mails que ele tenta mandar para Mabel e horrorosamente responde como se fosse ela e é terrível. Porque o e-mail que ele manda para o Diego o faz sentir como se tivesse sido abandonado de fato. Roberta tenta novamente ajudar, ganhando apenas um “Pra me ajudar? As mulheres não servem pra nada! Não preciso da sua ajuda!” e ao mesmo tempo em que sua grosseria e babaquice nos incomodam, as cenas seguintes o mostram com León, difamando a Mabel para o Diego, e aquilo é pura CRUELDADE. Ele diz que ela quer todo o dinheiro deles, que para se defender eles têm que acusá-la de instabilidade mental, Diego tem que testemunhar contra ela… enfim. E mesmo que, quando a carta TERRÍVEL é escrita, Diego insista “Papai, me perdoa, mas eu nunca vi isso. […] Está pedindo que eu minta. Eu não posso fazer isso”, ele acaba assinando só porque está com raiva da Roberta.
Outra família é a de Giovanni – quando ele deixa a festa de Diego e vai com Vicky no endereço que lhe foi mandado, ele descobre algo que não gosta nem um pouco: seu pai trabalhando em um pequeno açougue. Acontece que eles perderam todo o dinheiro (“Meu filho, é que passaram a perna no burro do se pai. O contador passou a perna e fugiu com todo o dinheiro”), ou quase, e o que sobrou permitiu que eles mantivessem todo o otimismo simples, pagassem todo o colégio do Giovanni e comprasse aquele açougue… hora de começar tudo de novo. Para um ex-membro da Seita, as coisas mudaram, agora Giovanni terá que sair todas as tardes para trabalhar no açougue da família. “É, papai, mas eu não tenho nenhum orgulho de ser pobre!” Além de coisas terríveis como essas, Giovanni também diz uma coisa que, mesmo embasada em amargura, tem algum tipo de fundamento: “Tô pouco me lixando para a formação, mamãe. É uma escola de ricos e agora eu sou pobre!”
Mas não vamos entrar nisso.
Fora da escola, Mia e Miguel fugiram mesmo para a viagem que ganharam para Cancún. O problema é quando eles vão para a Ilha Amor Eterno. Parecia perfeito, sozinhos em uma ilha, curtindo o amor deles, bem A Lagoa Azul, mas então o barco vai embora e eles ficam presos na Ilha. “Miguel, como vamos voltar? Como vamos sair daqui?” Até teria sido uma boa história se fosse um pouquinho menos exagerada – o drama forçado me divertiu mais que me preocupou. Mia, exausta, desconta em Miguel com gritos como “Será que você não entende? ME DEIXA EM PAZ!” e as férias perfeitas começam a se desfazer… depois, Miguel encontra Mia caída nas pedras e desmaiada, fraca, e as coisas começam a ficar sérias. Mia arde em febres, eles se alimentam de banana, Miguel fala sobre construir uma balsa… me senti vendo O Náufrago. No entanto, Miguel encontra uma prancha de surfe e escolhe usá-la para procurar por ajuda…
Mas o drama ali é EXCESSIVO. Os dois se despedem, o tempo passa, Miguel dorme sobre a prancha, Mia escreve cartas de despedida: uma para o Franco, dizendo que não é a filha que ele esperava, mas que está recebendo o castigo que merece, e que o adora; uma para Miguel, dizendo que vai amá-lo pra sempre, e agradecendo por aceitá-la como ela é… e quando Miguel efetivamente volta com ajuda, ele mesmo bem acabado já, ele não a encontra, vê a carta, e quando a vê acha que ela está morta: “Mia, meu amor. Não morre, meu amor, não morre”. Sinceramente, EU RI. Porque alguém achou mesmo que o telespectador ia cair nesse negócio de “será que a Mia morreu?” NÃO, NÉ?! Sinceramente, é um verdadeiro alívio quando o casal volta para a escola e nós podemos trabalhar novamente com algumas tramas mais plausíveis e tudo o mais.
É na escola que as coisas acontecem de fato. Além de Rocco chegar causando, Sol de la Riva também não passa despercebida. A nova divisão dos quartos é meio estranha. Sol toma a cama de Mia. Josy, Lupita e Roberta ganham Raquel, uma “princesinha” que não tem nenhuma chance contra o sarcasmo daquelas garotas. Mia, quando retorna, tem umas brigas com Sol que são divertidíssimas – começam com um “Podem me dizer quem é essa loira de farmácia?”, e a folgada da Sol fica na cama de Mia, independente de qualquer coisa, e ainda tem uma atitude ridícula de superioridade! Enquanto ela diz coisas como “Você ainda não entendeu, linda? Essa é minha cama agora!”, com um ar de esnobismo total, Mia a chama de “loira oxigenada da roça” e “vaca paraguaia”. É uma cena divertida, e apenas uma introdução para o que ainda está por vir no restante da temporada.
À parte da ceninha no restaurante, em que Diego e Roberta estão em encontros diferentes e ficam se provocando (além do barraco de Alma) apenas para depois ficarem, cada um em seu quarto, ele conversando com Tomás, ela com Josy, e se lamentando pelo outro, sofrendo pelo outro, quando se amam e não admitem, quando podiam ser felizes juntos ao invés de viverem se provocando, Roberta também assume uma posição de líder revolucionária. Ou tenta. Primeiro ela tenta organizar uma rebelião, indignada com a injustiça da divisão dos quartos daquele ano, mas o Pascoal, que ridiculamente observa tudo a partir de câmeras, consegue que Gastão tire todos os demais alunos da escola e ela fica sozinha, o que quer dizer que o movimento fracassa. Além disso, Pascoal ainda dá de castigo umas punições severas, de deixá-los sem intervalo, de obrigá-los a limpar a escola e tudo o mais… e é claro que eles não aceitam.
Assim, vem o plano da EXPLOSÃO.
Alguns alunos do 5º Ano preparam um busto do professor e colocam um explosivo meio inofensivo dentro (com a grande ajuda de Téo, que está particularmente LINDO nessa temporada!), mas fica avisado: “Uma maior proporção provocaria um desastre”. Assim, um grupinho dissimulado do 5º Ano vai presentear o diretor com um busto dele que “fizeram como um pedido de desculpas”. E é a maior comédia! Porque Pascoal balança o busto para cá e para lá, os alunos, assustados, fogem, mas o elenco está se matando de rir… tudo fica uma comédia! Mas como ele sabe o plano, ele tem seu próprio plano: “Isso é praticamente um atestado de óbito para Roberta Pardo… para toda a banda, não é? Não sabem com quem se meteram”. Porque Pascoal MEXE COM AS PROPORÇÕES, tornando aquilo em uma bomba altamente perigosa.
E ele faz um auê.
Chama todos os pais, uma confusão que só.
UMA DAS MELHORES CENAS. Sinceramente, é um máximo. Porque do jeito irritante do Pascoal, ele fica enrolando para dizer as coisas, e ainda ameaça Roberta com uns “Quero dizer que pode ir se despedindo da escola para sempre, entendeu?”, mas depois que ele fala sobre toda a questão da bomba, o esquadrão anti-bomba sai com o busto na mão e diz que NÃO TEM NADA ALI. A expressão da Roberta é IMPAGÁVEL. Pascoal é envergonhado, humilhado e passa por louco – enquanto Roberta, que tirou o explosivo durante a noite porque desconfiou de como ele aceitou bem o “presente”, se faz de vítima, fala para todos os pais sobre os castigos abusivos a que estão sendo submetidos e um monte de coisa… assim, Pascoal acaba EXONERADO de seu cargo. “Você não merece ficar à frente do Elite Way School. Você está despedido, Pascoal”. E independente dos horrores a vir, foi uma maravilha ver o Pascoal saindo daquele jeito!
Mas sim, os horrores virão…
Somos apresentados ao Sr. Camilo Fonte, o novo diretor do colégio, e ele, terrível, é um assustador ditador. Olhar para ele já causa calafrios. “A partir de hoje, vamos nos chamar pelo sobrenome, entendido?” Sua introdução é fortíssima e acontece num momento em que ele HUMILHA Santos pela sua aparência e pelo seu estilo, e é um horror! Quando ele diz que não gosta de sua cara, tira a navalha do bolso… e mesmo que Miguel e mais alguns defendam o Santos, ele promete retornar no intervalo. “Vão se dar conta do que eu sou capaz de fazer com os alunos rebeldes”. É HORRÍVEL de assistir a cena do intervalo, porque o Sr. Fonte é um verdadeiro MONSTRO, e a sua introdução é baseada em tortura e humilhação em cenas potencialmente ilegais. É horrível vê-lo cortando, com a navalha, o cabelo diferente de Santos, ver a expressão de choque no rosto de cada um, ver o Santos chorando… HORROR. ÓDIO. Eu queria uma denúncia, apenas isso… aquilo é traumatizante para TODA UMA VIDA. Lupita tentando falar com Santos…
Sendo Lupita.
Mas Santos não vai deixar por isso mesmo!
QUE VENHA AQUELE “DOCUMENTÁRIO” \o/

Para mais postagens de Rebelde, clique aqui.
Ou visite nossa página: Cantinho de Luz

P.S.: No primeiro ensaio da banda que vemos na segunda temporada, Mia traz uma “música” nova que nem Diego nem Roberta gostam e não querem cantar… Miguel insiste que a letra é boa e tudo o mais, Lupita concorda, e os OBRIGADA a “cantar”. E É HILÁRIO. Porque é uma mensagem para Diego e Roberta, falando de suas brigas, como isso não faz sentido, como pode haver sentimento envolvido… “Foi a melhor maneira que achamos para ajudar vocês”. Mas não é o suficiente. Porque eles riem e negam tudo, como sempre… e saem. Como diz o Giovanni: “E isso é todos os dias…”


Comentários