Rise 1x02 – Most of All to Dream
“And all
shall know the wonder… of Purple Summer”
Tão poderoso
que o primeiro, se não mais. Eu me apaixonei por “Rise” desde o primeiro momento, e escrevi uma série de textos para
expressar o quanto eu estava fascinado
por tudo. Adorei, de imediato, toda a proposta da série, e como Lou Mazzou faz
toda a diferença na vida desses jovens, diferenças que, muitas vezes, eles não sabiam que ansiavam tanto por
conhecer. A força da série e dos poderosos dramas pessoas é intensificada
pela presença constante de “Spring
Awakening” e, nesse segundo episódio, músicas como “The Word of Your Body”, “Totally
Fucked” (com a letra levemente alterada, como esperado) e “Mama Who Bore Me” fazem sua aparição,
mas o grande destaque vai para “The Song
of Purple Summer”, brilhantemente interpretada por Gwen ao fim do episódio…
e só é tão brilhante porque tem todo um
caminho que nos leva à performance.
Como foi com “I Believe” no Piloto.
Os problemas
que Lou enfrentará na escola, como vimos no episódio passado, não serão poucos.
O diretor corta o seu orçamento a zero por causa dos figurinos queimados em uma
“mini-revolução” no fim do episódio anterior, e eu adoro o fato de que Tracey
já abraçou essa luta para si também… também temos o fato de que Gwen está
totalmente infeliz com o fato de não ter sido escolhida para ser a Wendla, e
Simon está um pouquinho preocupado com o fato de ter que “dizer palavrões” no
musical da escola, bem como beijar o Jeremy, e ainda há essa eterna batalha por
Robbie Thorne, que ameaça seguir adiante, como esse episódio mostrou. No caso
de Simon, o que eu achei mais legal foi que a família dele foi falar com o
Padre e o Padre soube entender e apreciar “Spring
Awakening”, apesar de toda a sua ousadia, e escolheu confiar em Simon.
Isso é o que
os pais deviam fazer…
“I have,
yes, and I appreciate its message of the perils of living in a repressed
society. But it is quite provocative. I suppose it comes down to trust. Do you
trust this director?”
Mas não é nem
perto do que recebemos dos pais…
Uma das
tramas de maior força no episódio é a da família de Lou e o fato de Gordy estar
tendo problemas com álcool. Em uma
noite, quando não devia estar saindo de casa, ele bate o carro, e isso só
intensifica a maneira como o clima está pesado na casa. Maashous, nesse
episódio, não teve lá tanta participação, mas Sadie faz uns comentários
inocentes perguntando se ele moraria ali para sempre, se seria como seu irmão
agora, e diz que “ele seria um irmão muito melhor do que Gordy”. Ela não disse
isso com maldade, mas isso serve para explicitar a maneira como Gordy também
está se sentindo desde que Lou trouxe Maashous para dentro de casa… ou melhor, desde muito antes disso.
Afinal de contas, Gordy acha que é uma grande decepção para o pai, que queria
que ele fosse um artista, e quando ele diz isso com toda a sinceridade que o
pai pede…
É um verdadeiro tapa na cara.
“I’m not like you. I’m not like anyone in this family”
Desesperado,
depois de tentar falar com o filho sem sucesso, Lou Mazzou vai até o diretor da
escola e pede ajuda… por seu filho.
Então, eles invadem o armário do garoto e descobrem uma garrafa de bebida ali
dentro, e o desespero do pai é palpável.
Muita revolta é envolvida, o diretor sugere mandar Gordy embora em um programa
contra alcoolismo, e Sam resolve se responsabilizar pelo garoto, colocando-o no
time de futebol, o que é algo que eu
realmente não esperava dele. Ainda o desprezo, mas talvez um pouquinho
menos. Desde a cena da casa, por exemplo, com Gwen, onde eu percebi que a mãe
dela é muito mais insuportável que o pai, e isso me ajudou a ver que Gwen é uma
personagem profunda e repleta de boas histórias para contar… a personagem
perfeita para interpretar Ilse em todas as suas qualidades e defeitos.
Em outra
parte da trama, Lilette está se apaixonando por Robbie, talvez confundindo as
coisas, e é Simon quem a incentiva a falar com ele, e eu realmente estou cada
vez mais feliz com a amizade dos dois! Infelizmente, no entanto, Robbie dá um
bolo em Lilette no dia de seu “encontro para treinar as falas”, porque fica
ajudando um amigo do futebol, e então parece que algo se rompe entre eles para
valer… mas talvez não. Afinal de contas, embora seu talento inegável, Robbie
precisa de muito esforço para se tornar um ótimo Melchior, e a Lilette é uma
fofa. Na verdade ela é uma garota forte, e eu adoro como ela ENFRENTA Robbie, e
diz que, se ele quiser, ela tem um intervalo às 8:15 e ele pode aparecer para
treinar as falas com ela… as cenas dos
dois são muito bonitas, e eles têm química, o que faz mais difícil acompanhar o
fim do episódio.
Quando ela o vê beijando outra garota.
Agora uma
personagem que AMAMOS incondicionalmente é Tracey. Quando ela e Lou se colocam
perante o Conselho como os responsáveis pelo teatro, Lou faz um discurso inspirado,
mas no fundo vazio. É Tracey quem se
levanta e diz tudo o que estava engasgado em nossas gargantas. Enfatiza o quão
ridículo é esses gastos exorbitantes e não-questionados para frivolidades do
futebol enquanto eles olham para o teatro sem nenhum tipo de atenção ou, pior, respeito. Ela se impõe, e isso faz com
que eu a ame cada vez mais. Ela está certíssima em fazer o que faz, em
evidenciar o tratamento absurdo que é dispensado às artes, e quando achamos que
ela terminou, ela se levanta, diz que precisa de 20 mil dólares para montar o
espetáculo, mas que eles montarão com 14 mil. Enquanto o futebol pede 117 mil dólares e ninguém parece achar nada
demais.
Isso é
revoltante!
“This is
our theater. Our theater. And you treat us like complete crap. […] The arts.
The arts is what separate us from the apes. It makes us understand life and
death and love and everything that's important to us”
Isso causa umas desavenças entre Lou e
Tracey.
No entanto,
eventualmente as coisas entre eles acabam chegando nisso:
“It's not
enough to produce our show, but it is a start. And I'm pretty sure bringing in
actual money makes me an asset, not a liability. We may have different styles,
but don't take me for granted. You're gonna need me, Mr. Mazzu. Good night”
E é uma das MELHORES
falas do episódio!
Mas vamos
falar de possíveis futuros casais, e de SIMON e JEREMY! Eu estou cada vez mais apaixonado por esses dois, e torcendo muito por
eles. Adorei o ensaio de “The Word of
Your Body (Reprise)”, cantada por Simon, e a complexidade de sua
interpretação é palpável. Há muitas emoções conflituosas rondando Simon. Ele
talvez seja muito mais um Ernst que um Hänschen, no fim das contas, porque isso
tudo é algo que ele quer muito, mas
ele tem medo. O momento do ensaio é belíssimo, com a luz, o nervosismo, os dois
se olhando e inclinando-se para o beijo que ainda não vai acontecer, não durante esses ensaios. Mesmo assim,
a conexão entre os dois é tão mais real e profunda que qualquer beijo. A maneira como eles se OLHAM, e aqueles olhares são
tão significativos… é um momento deles, e
a voz de Lou é apenas um ruído ao fundo.
Isso é o
Simon despertando.
E ele está
confuso, está em conflito.
Adorei a cena
de Simon e Jeremy nos corredores, quando Jeremy diz:
“Rehearsal
yesterday was terrifying. I thought Mazzu was gonna make us kiss right there. I
mean, I admire you as an actor. I feel lucky we got cast together. […] You want
to study together?”
Meu coração
quase parou no peito. O mais legal, mas também o mais doloroso, é ver que Simon
está se envolvendo com Jeremy, ele está
gostando dele, mas ele não quer reconhecer isso, então ele não sabe o que
fazer, não sabe o que falar, e é triste o quanto ele se priva de viver. É uma fase muito difícil da vida se você
tiver que passar por ela, na verdade! Jeremy está ali, pra frente, entregue e
disposto, e Simon está escondendo e enterrando dentro de si tudo o que possa
estar sentindo, porque acha que não pode
fazê-lo, e isso o faz sofrer de maneira constante. Dá para ver em seu
nervosismo enquanto Wendla e Melchior ensaiam “The Word of Your Body”, e então ele comete um de seus principais
erros: no impulso, tentando livrar-se dessas novas sensações (desse “despertar
da primavera”), ele convida Annabelle para sair com ele no sábado.
No dia em que tinha marcado de estudar com
Jeremy.
Outra
personagem que ganha força nesse segundo episódio é Gwen, inicialmente apenas
uma garota tentando chamar atenção, mas a verdade é que ela está quebrada também. Amei a pequena cena com
Lilette, quando ela fala de sua mãe e afirma: “I just wanted you to know that I’m not my mom”, que foi
sensacional, e a cena com Lou, quando ela lhe pergunta, com sinceridade, o
motivo de ele não tê-la escalado para ser Wendla, e ele defende o personagem de
Ilse: “Playing Ilse, it's about pain, and
betrayal, and longing. You need to find that pain within
yourself, that place in you that you're most afraid to go. That's where
you'll find Ilse”. Aquilo é tão profundamente real que, talvez, tenha
tocado Gwen de alguma maneira… está na
dor com que ela interpreta uma versão de “The Song of Purple Summer” que é
mesmo de arrepiar…
Como eu amo
essa música!
Assim como o
primeiro episódio termina com “I Believe”,
o fim do primeiro ato, o segundo episódio termina com “The Song of Purple Summer”, o encerramento belíssimo de “Spring Awakening”. Ali, enquanto Gwen
coloca toda sua dor para fora no palco, Lilette vê Robbie com outra garota,
Simon percebe que está se enganando ao sair com Annabelle, e os pais de Gwen
nem se olham ou se cumprimentam dentro de casa. É uma interpretação pungente e
marcante… exatamente o que Lou queria e o
que espera de uma Ilse. Para fechar o episódio com um quê de injustiça, os
pais de Simon anunciam que “conseguiram uma vaga em outra escola para ele”,
tentando fingir que isso não tem nada a ver com o musical que a escola está
montando… e é tão revoltante que não sei
como Simon vai lutar contra isso, mas talvez ele tenha ajuda dos novos amigos.
Espero que sim.
“The Song of Purple Summer” termina sem
instrumentos, só com lágrimas.
E é maravilhosamente perfeito.
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