[Season Finale] Altered Carbon 1x10 – The Killers
“And all
who heard the story cried for the death of love”
Eu amei todo
o caminho de “Altered Carbon”, e acho
que chegamos a um final muito interessante. Teve toda a eletrizante ação que
chamou a atenção de tanta gente, a resolução dos mistérios que iniciaram isso
tudo, lá atrás, e um tom de melancolia quase apaixonante que encerrou a trama de Takeshi Kovacs. Eu voltaria
para uma segunda temporada, sem dúvida, mas eu não vejo a necessidade – essa eterna
busca por Quell, como o próprio episódio sugeriu, não é algo palpável e
concreto para que seja serializado, não é
um “final aberto”, como algumas pessoas acreditam. É o final perfeito para
a história de Takeshi, e eu gosto de como o restante fica para que nós
entendamos… eventualmente, ao que tudo
indica, ele encontrará sua princesa. Um dia. Não sei quando, não preciso saber
para que a história faça sentido. Mas vamos comentar o último episódio…
Foi angustiante
ver Kristin chegar ao apartamento e encontrar sua família brutalmente
assassinada, com sangue espalhado por toda casa e sua mãe moribunda, para então
ser atacada por um homem que ela não pode ver, tampouco tocar, mas está ali para ser ouvido e atormentá-la.
Isso indica que ela está em um constructo, mas isso só intensifica o horror do momento. Sua família está morta de verdade, e por inúmeras vezes ela
teve que reviver esse momento em que chega à casa banhada de sangue, e isso a
priva de uma sanidade… enquanto Kristin passa por essa eterna tortura, temos o
RESSURGIMENTO de Lizzie, e eu não poderia estar mais feliz por todo o papel que
ela ganha nesse Season Finale. Uma pena,
no entanto, foi termos que nos despedir de Poe, e tudo o que eu conseguia
pensar era no quanto ele era bom e no quanto eu queria que ele sobrevivesse…
“Whatever it means to be human, Eddie… you are”
QUEREMOS O
POE DE VOLTA!
Antes de
morrer, Poe bravamente faz o upload de Elizabeth no Head in the Clouds, então é o momento de ela subir e ARRASAR, e a
tensão tomou conta de mim enquanto a série nos mantinho em suspense sobre o que
aconteceria em seguida… Lizzie consegue uma capa sintética, que molda à sua
maneira, e já começa matando quem merece.
E ISSO É TÃO IMPACTANTE e ELETRIZANTE! Enquanto Lizzie caminha pelo Head in the
Clouds, aquele desprezível lugar de morte,
tortura e horror naturalizado (!), Kovacs desperta Kristin, e Rei coloca
seus amigos na frente dele: Kristin, Elliot e Ava, para que ele escolha qual
deles merece morrer. Takeshi não
se curva perante a irmã (“Let them go. Or you lose everything”), e prefere se
sacrificar ao invés de matar um de seus amigos, mas a arma nunca estivera carregada, e isso apenas amplia a FÚRIA de
Rei.
Toda a ação
do episódio acontece em paralelo, e é extremamente impactante. Temos Lizzie
fazendo o seu caminho de morte contra os desprezíveis Matusas, enquanto chega
até os pais e luta ao lado deles, cada vez mais f*da e parecendo estar em Matrix. Kristin, por sua vez, entra
novamente para salvar Takeshi de Rei, e as cenas são poderosas e
assustadoramente gráficas. Primeiro a vingança de Kristin (wow!), e depois a
luta entre Tak e Rei, enquanto os Elliots se unem para destruir a nave inteira e acabar com essas ações criminosas. Os irmãos
lutam com espadas, e a luta é banhada em paixão intensa, raiva e esperança. “I’ll kill you before I let you put me in a
cage”, ela garante, e num fim dramático, os dois se acertam ao mesmo tempo
e came ao chão, derrotados, em câmera lenta… então, Rei decide jogar bastante baixo novamente.
Ela fala de Quell.
Kovacs quer
garantir um julgamento a Rei, e tudo o que ela quer é fugir, e ela pede que ele
a ajude a sair da nave que está despencando à destruição – em troca, ela
promete trazer Quell de volta, com um backup
que ela supostamente fez antes da explosão. Em um primeiro momento, eu achei que ela estivesse blefando. Agora,
eu já não sei mais de nada, talvez nunca saberemos. De todo modo, embora
tentado, Takeshi Kovacs não sucumbe aos desejos da irmã, e segue opondo-se a
ela, porque ele não pode trair a si mesmo e a Quell por egoísmo. Então, ele
realmente a mata, mas a acolhe em seus braços, canta para ela como cantava
quando eram crianças, e diz a Kristin que ela pode ir embora, e ele ficará ali para morrer com a irmã.
Enquanto ele está ali, prestes a morrer, o “fantasma” de Quell aparece para
fazer-lhe companhia e contar-lhe uma história…
Melancólica e bela.
Depois dessa
poderosa e conclusiva sequência de ação, Takeshi é acordado novamente no
virtual, tendo seu cartucho salvo após a queda e destruição do Head in the
Clouds, embora sua capa não tenha
sobrevivido. Não aquela, ao menos – afinal de contas, havia um clone em uma
ilha erótica, não havia? Assim, embora o Protetorado seja grato aos Kovacs pelo
que fizeram ao expor e terminar esse crime, é ilegal permitir o duplo encapamento, e os dois Takeshis
precisam decidir qual deles continuará vivendo… “que memória eles planejam
guardar”. A decisão é tomada, enfim, no “pedra, papel e tesoura”, e isso torna
a cena ainda mais bizarra e ainda mais desesperadora. Por fim, uma capa e um
cartucho de Kovacs sobrevive, e ele volta para Kristin, em uma cena repleta de
emoção, para que juntos eles possam terminar o que começaram:
DERRUBAR OS
BANCROFTS.
Ainda existe
uma série de Matusas desprezíveis no mundo, muitas pessoas ricas e poderosas
que acham que estão acima das leis, mas Laurens e Miriam Bancroft foram
arruinados, enfim. Eu gostei muito de como eles fizeram isso, de como Laurens
foi exposto pela morte real de uma
garota, e de como é patética a forma
como ele se acha inocente apenas porque “não se lembra disso”. E é como Kovacs
diz: “Você apagou a memória, não o ato”.
Humilhado, derrotado e exposto, Laurens Bancroft se entrega no meio de uma
festa em sua mansão, e para derrubar Miriam, é novamente hora de Lizzie. Sua história é brutal, sobre como
engravidou e foi espancada e chutada por Miriam até perder o seu bebê (“You took my baby from me!”), antes de
ser mandada à Clínica Wei para enlouquecer e não poder testemunhar contra eles.
Toda aquela
trama do trauma de Lizzie era essencial para a história geral de “Altered Carbon”, e eu gostaria de
exaltar, portanto, a importância de Poe para que chegássemos a esse final
desejado. Toda a complexa trama chega ao fim, os dois Bancrofts são presos, e o
alívio melancólico toma conta de tudo. Os Elliots, enfim, podem voltar a ser
felizes como uma família, e a Resolução 653, liberada, dá voz aos mortos contra
os seus assassinos. O mundo muda para todos, e Takeshi Kovacs precisa se
despedir disso tudo enquanto devolve a sua capa a Ryker, por quem Kristin
espera ansiosamente, enquanto ele mesmo, Kovacs, sai pelo mundo atrás de Quell,
em uma busca eterna. “And someday, without fail, he will find her”. Não sei se quero ver
Takeshi realmente reencontrando
Quell. O fim foi lindamente poético da
maneira como foi apresentado. Eu estou satisfeito.
Uma ótima
finalização para a série!
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