[Season Finale] The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story 2x09 – Alone
“Andrew is
not hiding. He’s trying to be seen”
15 de Julho
de 1997, Miami – O DIA DO ASSASSINATO DE GIANNI VERSACE. A segunda temporada de
“American Crime Story” chega ao fim
com um episódio eletrizante que apresenta, mais uma vez, um roteiro impecável e
a atuação brilhante de Darren Criss no papel do notório assassino Andrew
Cunanan. Há quem reclame de “The
Assassination of Gianni Versace”, e a maioria das críticas, para mim,
parecem infundadas. Foi uma segunda temporada muito bem escrita e dirigida, e
também interpretada, com episódios interessantes que construíram uma história
poderosa em seus mínimos detalhes, de forma inteligente e competente. Amei,
também, “The People v. O. J. Simpson”,
mas acho que o segundo ano de “American
Crime Story” teve muito mais fôlego e ação, e cobriu um período longo de
tempo nos mostrando como tudo aconteceu.
Depois de
conhecermos a fundo o personagem e a psique perturbada de Andrew Cunanan,
retornamos ao dia do assassinato de Gianni Versace, e o revemos brevemente,
para a alegria de quem reclamava do título da temporada (não vou entrar em
detalhes, já fiz isso em outros textos ao longo da temporada!), e as horas
seguintes àquela perseguição alucinante que vimos no primeiro episódio. Naquela
noite, Andrew Cunanan invadiu uma casa e assistiu ao jornal e às notícias da
morte de Gianni Versace enquanto estourava champanhe e celebrava sua astúcia, mas sem saber que a polícia estava muito
mais perto dele do que imaginava. Foi com certa angústia que ele escutou
seu nome e viu sua foto na TV, listado como o principal suspeito da morte do
famoso estilista italiano. Mesmo assim, ele ainda livre e ironicamente pela
rua, com boné e óculos escuros.
A polícia,
enquanto isso, tenta averiguar o que pode e chegar até Andrew Cunanan, e eu
gosto de como as pessoas enfrentam a polícia e o FBI, enfatizando a sua incompetência e falta de vontade. Primeiro quando eles vão interrogar a Mrs.
Miglin, e ela se recusa a fugir e a se esconder, dizendo que a polícia teve
DOIS MESES, sabendo o nome e tendo uma foto de Andrew Cunanan, e mesmo assim eles não fizeram nada. “Quantas mais pessoas
precisam morrer?”, ela perguntou. Mas Ronnie foi quem enfrentou o FBI duramente,
dizendo a revoltante verdade sobre como, até então, eles não se importavam
porque Andrew só tinha matado “um bando de gays aleatórios”, mas agora que “ele
matou uma celebridade”, eles colocam
mais de 400 agentes na rua para encontrá-lo… a veracidade dessa afirmação e a
hipocrisia sem tamanho do FBI é desconcertante.
Revoltante.
Quando
realmente decide prendê-lo, e é doloroso como a polícia não se importava em
realmente pegar Andrew Cunanan com quatro (!) assassinatos, porque até então as
vítimas eram homens gays razoavelmente desconhecidos,
e a polícia só decidiu fazer algo
quando a repercussão foi grande pela morte de um estilista famoso. Há uma série
de críticas a serem feitas aqui. Agora, no entanto, as coisas mudaram, e o FBI
acaba na casa de Mary Anne Cunanan, a mãe de Andrew, sendo interrogada, e toda
a sequência angustiante é amplamente coberta pela imprensa, e Andrew Cunanan
assiste à operação na TV, com a mãe saindo de casa com o rosto coberto,
acompanhada por policiais, e sendo perseguida e atormentada por uma série de
jornalistas. Achei toda a sequência perturbadora e incrivelmente desumana,
ainda que Andrew fosse um assassino.
Especialmente quando chegaram a David
Madson…
Foi dolorosa
a matéria no jornal que recordou o brutal assassinato de Jeff Trail no
apartamento de David (e é irrisória a forma como só então o caso ganha os
noticiários com essa ênfase), e foi novamente revoltante como começaram a especular o motivo de David não ter
escapado de Andrew e ter “fugido com ele” depois da morte de Jeff. O pai de
David é levado para a televisão, e tudo é convertido em um espetáculo doentio
de profunda HUMILHAÇÃO, e esse sensacionalismo me enoja profundamente. Doeu
ouvir o Sr. Madson dizendo que o filho era inocente, que “era um bom homem”,
com uma urgência alarmante na voz, como se precisasse que as pessoas acreditassem nele. Enquanto isso, Andrew
decai e decai, passa a comer coisas do lixo, até que esteja cogitando comer uma
nojenta comida de cachorro, “sozinho”,
como sugere o título.
Sua última
esperança é o pai, Modesto. Completamente destruído, Andrew liga para ele
CHORANDO e diz “Dad, I’m in trouble! And
I need help”. O pai promete que em 24 horas estará ali para buscá-lo, e por
nem um segundo eu acreditei nele, mas
Andrew acreditou. Por alguns minutos, certa esperança e alívio cruzaram sua
expressão, enquanto ele arrumava as coisas, como uma criança, esperando a
chegada do pai que “resolveria tudo”. E foi uma TRAIÇÃO sem tamanho. Andrew
esperou pelo pai, que não apareceu, e tudo o que ele viu foi o pai na TV, dando
uma entrevista nojenta, dissimulada, opressora, traidora. A decepção estava no olhar de Andrew, e ali ele percebeu
que realmente estava sozinho,
enquanto o pai mentia sem limites na televisão, promovendo-se com esse escândalo
todo, fazendo sensacionalismo também. Então
ele atira na TV.
E meu nojo, nesse momento, era maior do pai
do que dele.
Uma semana se
passa, chegamos a 22 de Julho de 1997, o dia do FUNERAL de Gianni Versace, e
tudo aqui é profundamente doloroso. Temos um momento de Donatella versus Antonio que mostra como Antonio
perdeu tudo ao lado do homem que
amava. Ele não tem mais um emprego, não tem uma casa, não tem o que fazer. E ele nem é reconhecido como uma pessoa
próxima de Gianni, eu sofri quando ele não é citado pelo padre, e quando o
padre se recusa a deixá-lo beijar sua mãe – é tamanho preconceito descabido que
nos enoja! Enquanto o funeral acontece e é transmitido pela televisão, Andrew
Cunanan o assiste, agora com uma barba crescendo, comendo a colheradas a
nojenta comida de cachorro, brincando com baratas dentro de um copo, e você
percebe o quanto ele está destruído, o quanto é uma sombra do homem que poderia ter sido.
Com o cerco
se fechando ao seu redor, encurralado na casa em que se esconde, Andrew Cunanan
percebe que acabou. É forte a cena
dele adulto e criança sentados lado a lado na cama, enquanto veem na TV uma
matéria sobre ele, falando de seu passado, do anuário na Escola Bishop… o FBI
invade a casa, enquanto Cunanan se arruma na cama, tira os óculos e atira na
própria boca. O FBI o encontra morto.
O final de “The Assassination of Gianni
Versace” é inteligente e pungente – ele traz uma conversa de Andrew e
Gianni no teatro, quando o primeiro é “rejeitado”, e traz os momentos seguintes
ao funeral… a ligação de Gianni que Donatella ignorou, agora relembrada com
culpa e lágrimas, e o suicídio de Antonio, depois de tudo o que perdeu. É um
final pesado e MELANCÓLICO, e que termina com a plaquinha no cemitério com o
nome de Andrew…
Apenas mais uma entre tantas.
Indistinguível. Sem ninguém para
chorar por ele.
A temporada foi maravilhosa! As series são os meus passatempos preferidos já que existem produções de diferentes temas, eu também recomendo assistir a série Sr. Ávila, em especial é uma das melhores series de drama e quando fiquei sabendo que teria uma nova temporada, não pude esperar para investigar ao respeito. É das melhores que já vi, a história é levada de uma forma perfeita porque mantém o espectador sempre interessado, é uma excelente opção para ver.
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