Desventuras em Série 2x02 – Inferno no Colégio Interno: Volume 2
“Remember you will die”
Depois de um
começo nada fácil na Escola
Preparatória Prufrock, agora é hora dos Órfãos Baudelaire lidarem novamente com
o Conde Olaf em mais um de seus disfarces ridículos: o de Instrutor Genghis. É
muito legal que os irmãos agora tenham a ajuda de amigos, pela primeira vez em muito tempo, mas também é desesperador
que isso não pareça o suficiente, enquanto ninguém parece acreditar neles (!) e
eles não conseguem entender exatamente qual é o plano do Conde Olaf. Tentar
desmascará-lo já durante a “assembleia obrigatória” não foi de muito sucesso,
porque “Genghis” usou-se de uma desculpa religiosa para não tirar o turbante e
revelar a sua sobrancelha única, e é claro que o tal “sistema super avançado”
do Vice-Diretor Nero não serve pra nada.
Apenas os Quagmire apoiam os Baudelaire, mas ninguém mais parece acreditar…
Então vem o
programa de D.O.R.
S.O.R.E., em
inglês.
“As anyone
who has been to junior college knows, orphans tend to have unsound bodies,
which leads to paranoia, delusion and untapped wealth. That's why I have
developed the Special Orphans Running Exercises, or S.O.R.E. for short, which I
will be offering to a few select students. Will the orphans in the house please
stand?”
Gostaria de
destacar, nesse momento, o caso da carismática bibliotecária que não pode fazer
muito na escola com suas regras ridículas, que também se levanta nesse momento
– e conhecendo-a, tudo me leva a crer que ela também perdeu seus pais em um terrível incêndio. Mesmo que tudo
pareça sem esperanças, eu adoro como Isadora chega com um dístico (“Don't worry, Baudelaires. Don't feel
disgrace. / The Quagmire triplets are on the case”), prometendo que vão
ajudar, enquanto eles se unem ao redor da foto dos pais dos Baudelaire,
pensando em todas as “coincidências” que provavelmente ignoraram… há tanta coisa a ser explorada, e tanta
coisa acontecendo sem que eles nem estejam sabendo, como Jacques Snicket
(AH!) aparecendo para salvar Larry do congelador e, de quebra, ele ainda tem a
oportunidade de chamar Carmelita Spats de “bisbórria”.
Amei.
O programa de
D.O.R. começa com os tênis, a tinta e o círculo pintado no chão sobre o qual os
órfãos precisam correr noite após noite, exaustivamente, até o sol raiar.
Sempre assim, até que não aguentem mais e durmam durante aulas chatíssimas no
dia seguinte. Então, o plano do Conde Olaf finalmente começa a se tornar mais
claro, quando Sunny dorme durante o trabalho e os Baudelaire mais velhos se
saem super mal em provas surpresas de perguntas ridículas, porque dormiram nas
últimas aulas… quando Carmelita Spats vai anunciar que o Nero os espera em sua
sala, durante o almoço, os Baudelaire estão exaustos, irritadiços e sem nenhuma
paciência para ela. Então Nero diz que está decepcionado com as notas e que o
Instrutor Genghis se voluntariou para “escola domiciliar”, e o plano é esse:
levar as crianças da escola e roubar sua fortuna.
Se eles não passarem nos próximos testes.
Por isso,
Violet e Klaus sabem que precisam urgentemente se dedicar a estudar para os
próximos testes, ainda que tenham que correr a noite inteira, e só há uma
maneira de “estar em dois lugares ao mesmo tempo”: SE DISFARÇANDO. Talvez eles tenham aprendido isso com o
Conde Olaf, vai saber. Eu adoro como os Baudelaire e os Quagmire invadem
juntos a cozinha e armam todo um plano que vai permitir que eles participem do
programa de D.O.R. do Conde Olaf, ao mesmo tempo em que os permite estudar para
os testes do dia seguinte, e isso é montando disfarces para que os Trigêmeos
Quagmire se passem por eles. Uma franjinha improvisada para Isadora, óculos
feitos por Sunny para Duncan, e um boneco feito de um saco de farinha para se
passar pela Baudelaire mais nova… é como diz o Duncan: “I bet they taught you the same thing our parents taught us. […] What friends
are for”.
<3
Isso é
AMIZADE DE VERDADE. Infelizmente tudo vem com uma sensação terrível de que os
Baudelaire não vão mais ver os Quagmire, mas ninguém está pensando em desistir.
Os Quagmire correm no lugar dos Baudelaire, enquanto os verdadeiros Baudelaire
estudam informações completamente inúteis para suas provas ridículas, e tudo
poderia ter dado certo se o fio que puxava o saco de farinha não tivesse
arrebentado e, assim, chamado a atenção de Olaf para “algo errado”. Ele chuta o
saco de farinha, e quando Isadora e Duncan continuam correndo, se refugiando na
Biblioteca, o Conde Olaf está logo atrás deles… mas se isso tudo foi bom por
algum motivo foi para levá-los até o livro “A
História Incompleta das Organizações Secretas”, onde eles podem descobrir
várias coisas, como os incêndios, as pessoas conhecidas, a luneta e a sigla…
C.S.C. PELA
PRIMEIRA VEZ! \o/
Sem contar
que eles já até citaram o AÇUCAREIRO.
Meu coração quase não aguentou em mim!
Por um
momento, nós ficamos tensos e não sabemos o que pode acontecer, e quando Poe
chega com sua tosse insuportável e vários sacos de doces, Carmelita Spats vai
até o Barraco dos Órfãos chamar os Baudelaire para a prova no auditório, na
frente de todo mundo, no melhor estilo “Matilda”.
Nero segue rindo e zombando das crianças, mas na verdade eles se saem muito bem
pergunta atrás de pergunta, mas nem por um momento pensamos que as coisas podem
acabar bem. Porque não podem. Lemony
Snicket acompanha a bibliotecária, que está prestes a encontrar a biblioteca
onde os Quagmire se esconderam totalmente destruída. Também vemos o carro preto
do Conde Olaf ligado lá fora, pronto para uma fuga,, e o narrador promete que
esse capítulo na vida dos Baudelaire está chegando ao fim, mas ainda há tempo
de “ficar muito pior”.
E vai ficar.
Os irmãos
passam nos testes, mas o Instrutor Genghis diz que ainda falta um teste de
Educação Física, que vale 51% da nota, e se falharem nesse teste, eles serão
expulsos. Então ele sugere uma ridícula queda de braços com Sunny, mas os
irmãos mais velhos o convencem a enfrentá-los juntos. E a cena é um máximo. Enquanto Violet e Klaus empreendem uma
determinada guerra de braços com o Conde Olaf, Sunny se esgueira por baixo da
mesa para desamarrar o cadarço do vilão, e depois ajuda os irmãos no último
momento, fazendo o Conde Olaf cair da cadeira e perder o sapato, que sai voando, revelando sua tatuagem
no tornozelo e sua real identidade. Então
ele escapa, com as crianças em seu encalço (Violet e Klaus, Sunny mais atrás,
uma gracinha como sempre!), conseguindo ainda tirar o seu ridículo turbante
antes que ele fuja.
Mas ele foge.
É uma
história muito triste, e um final bem desesperador, porque ali vemos o carro
indo embora não apenas com o Conde Olaf e sua trupe, mas com Isadora e Duncan
Quagmire no banco de trás, gritando desesperadamente para os Órfãos Baudelaire
sobre C.S.C. Então o mistério começa, e a
metade da luneta que Klaus encontrou nas cinzas de sua mansão fica para trás,
de volta para ele. É como Lemony Snicket diz: a história não termina com o
resgate de dois trigêmeos corajosos, mas com o lema da escola: “Memento Mori. Remember you will die”.
Foi de partir o coração ver os três Baudelaire para trás, ainda com os seus
uniformezinhos da Escola Preparatória Prufrock, de mãos dadas, sozinhos
novamente. Desolados. Muito bom ver
mais uma excelente adaptação de mais um capítulo nas “Desventuras em Série”. Mal posso esperar pelo resto!
\o/
Comentários
Postar um comentário