Desventuras em Série 2x05 – A Cidade Sinistra dos Corvos: Volume 1
“It takes a
village to raise a child”
Eu SEMPRE
AMEI “A Cidade Sinistra dos Corvos”,
e cheguei a ficar arrepiado quando o quinto episódio da segunda temporada de “Desventuras em Série” já começa lá na
cidade de C.S.C., com os principais elementos já muito bem colocados ali. São
os corvos quase tomando conta da paisagem (embora pudesse ter um pouquinho
mais), o Chafariz Corvídeo em lugar de destaque, e as penas espalhadas por
todos os lugares… a história é adaptada em um estilo de Velho-Oeste que
combinou MUITO para o sétimo livro da saga, e como resultado nós tivemos
cenários incríveis, trilha sonora e momentos clássicos do gênero, e o figurino
dos protagonistas estava PERFEITO, com a Sunny como Jessie, de “Toy Story”, e Klaus e Violet lindamente
incríveis. Eu já fiquei pensando que eu
queria vê-los assim até o fim da série se fosse possível, o que evidentemente
não é.
For Beatrice –
When we were together I felt
breathless.
Now, you are.
O livro é
baseado em uma interpretação ridícula do aforismo “It takes a village to raise a child”, e então toda a cidade de
C.S.C. (Cultores Solidários de Corvídeos) será os tutores dos Órfãos Baudelaire
dessa vez, e o que eu mais gostei em assistir
“A Cidade Sinistra dos Corvos” foi perceber o quanto os últimos
acontecimentos mudaram as crianças, e
isso é algo importante. Agora elas parecem mais lindas, inteligentes e
impacientes com adultos inúteis como o Sr. Poe do que nunca! Enquanto as
crianças chegam à cidade com Poe e são levados ao Conselho dos Anciãos, a trupe
do Conde Olaf se esconde no Saloon e pensa nos disfarces que usará enquanto em
C.S.C., sem que haja um mistério, portanto, na figura de batom vermelho por
baixo do capacete da Oficial Luciana. Esmé Squalor está oficialmente junto à
trupe, mas só pensa no açucareiro.
Afinal, o dinheiro ela tem.
O Conselho
dos Anciãos é tão ridículo, absurdo e revoltante quanto quando li o livro pela
primeira vez. Aquela infinidade de regras idiotas e extremas e, pior, que parecem totalmente aleatórias. Tipo
a Regra 902, que diz que ninguém pode falar enquanto estiver no tablado, e isso
é o de menos comparado com o tratamento que as crianças recebem, como suas
funções de limpar toda a cidade (!) todos os dias, enquanto moram com o Hector…
destaque para o Hector, que apesar de ser fraco por não conseguir se opor ao
Conselho dos Anciãos, é um fofo e gosta de verdade das crianças… gostei do fato
de ele desmaiar e não só ficar de cabeça baixa e em silêncio, e o susto das
crianças toda vez que ele vinha ao chão era engraçado… quando ainda achávamos que, talvez, essa história podia ter um quê de
cômica, porque esse não vem a ser o caso.
“A Cidade Sinistra dos Corvos” é CRUEL.
Em uma das
cenas mais emocionantes do episódio, depois que os irmãos caminham com Hector
até a sua casa e a Árvore do Nunca Mais, Hector revela os “segredos” que
esconde em sua garagem, que vai contra uma infinidade de regras absurdas da
Cidade de C.S.C. Gosto de ver pequenos momentos de fascínio de Klaus, como
quando os corvos fazem seu voo vespertino e ele comenta, com brilho nos olhos: “Awesome!” Isso que ele ainda nem tinha
entrado na garagem de Hector e se deparado com aquilo tudo. A casa móvel
autossustentável a ar quente, que é uma invenção incrível que enche os olhos de
Violet, ou uma biblioteca, que tem até livros de “Desventuras” (!) e enche os
olhos de Klaus, e as frutas e verduras que Sunny poderia morder com seus
dentinhos afiados… além daquele sonho de fugir dali e estar em algum lugar lá
em cima, no ar, livre e em paz enfim.
É triste ver
as crianças criando esperanças.
Mas é tão emocionante também.
Falando em
esperança, para brincar cruelmente com os nossos sentimentos, o episódio ainda
traz uma coisa inovadora: a prisão REAL do Conde Olaf, depois de uma cena muito velho-oeste em que Jacques Snicket
e Olivia o prendem… então temos aquele drama dele, hilário: “Trapped. Caught like a trap in
a rat. I can't sleep. These dark, dank walls are closing in. I call to you,
spirits of the jail cell, save me! Save me! How long
has it been? The days turn to months”, ao que Jacques Snicket responde: “It's been eight minutes. Do you want some tea?” Gostei muito de
ver um pouco mais dessa interação de Conde Olaf e Jacques Snicket, e eu devo
dizer que AMEI aquilo de Olivia “lendo as folhas de chá” de Jacques, porque me
faz pensar que no livro Olivia só nos foi apresentada em “O Espetáculo Carnívoro”, como a Madame Lulu… embora o nome tenha enfim sido citado pela primeira vez.
Vemos muito
pouco da vida dos Baudelaire na Cidade de C.S.C., na verdade, e as coisas
parecem acontecer depressa. Dois dísticos de Isadora caem da Árvore do Nunca
Mais de uma vez, e sabendo do que se tratava, percebi como as letras iniciais
dos versos já estavam destacadas.
Então os irmãos se trocam, vestem o figurino mais bonito da temporada, e
começam os seus trabalhos, enquanto usam isso como uma desculpa para vasculhar
a cidade inteira em busca de Duncan e
Isadora Quagmire que, a julgar pela mensagem nos dísticos, não estão muito longe. Destaque para o arenque vermelho que os
Baudelaire encontram no Saloon, que tem uma inscrição de Duncan que diz “DQ + VB”, e é um momento muito breve,
mas EXTREMAMENTE FOFO, e o sorrisinho contido de Violet é mesmo merecido, felicidades que os irmãos não conhecem mais.
Nessa série de desventuras que vivem.
Então vem a falsa esperança. A multidão da cidade
começa a anunciar aos quatro ventos que “o Conde Olaf foi capturado”, e mesmo
que não queiram acreditar em algo tão bom acontecendo milagrosamente, é
impossível que as crianças não criem um pouco de expectativa, só para vê-la
frustrada quando percebem que o Conde
Olaf não foi capturado, porque ele entra com mais um de seus disfarces
ridículos: DETETIVE DUPIN. Então temos uma variedade de momentos revoltantes em
que as crianças são as únicas inteligentes enquanto um bando de adulto idiota
não acredita em nada do que elas falam. Dizem que “as crianças estão confusas”,
e elogiam o “Detetive Dupin” por ter capturado o “Conde Olaf”, enquanto Jacques
Snicket é preso em seu lugar, por causa da tatuagem que também tem no tornozelo
e uma sobrancelha ersatz colada na
testa.
Poe diz que ele é “inegavelmente” o Conde
Olaf. Vide a tatuagem e a sobrancelha!
L
O destino de
Jacques Snicket fica mais triste na série por conhecermos ele há mais tempo. Há
uma mini-conversa com os Baudelaire que nos mostra que as famílias Snicket e
Baudelaire eram próximas, e ele explica que a tatuagem não é de um olho, mas
das letras V.F.D. (C.S.C., em português), e então Jacques Snicket é condenado a
morrer queimado na fogueira. “Eticamente
duvidoso, mas emocionante”. Como isso acontecerá no dia seguinte, é o prazo
que os inteligentes Baudelaire têm para salvá-lo da fogueira, e para isso eles
podem precisar da ajuda de Hector, que só aceita ajudá-los quando Violet o
ajuda com a casa móvel autossustentável a ar quente, cujo motor ainda não
estava perfeito. Enquanto as crianças
fazem alguns planos, e conseguem as plantas da cadeia, o que pode ajudá-los,
Jacques e Olaf conversam na cadeia, enquanto Olivia conversa com Esmé.
E graças a
Olivia, eles conseguem escapar. Ou quase.
Ela diz a Esmé Squalor que é uma bibliotecária, por isso pode localizar qualquer coisa, e diz que pode lhe dizer
onde está o açucareiro se ela os
deixar sair. E eles quase fogem, mas Jacques fica para trás. Ele manda Olivia
encontrar o açucareiro antes dos vilões, e a manda falar “com a voluntária mais
competente, Madame Lulu”, e eles se beijam antes que Olivia consiga escapar
sozinha, deixando Jacques Snicket para trás nas mãos perversas do Conde Olaf. E
perturbadoramente frio e irônico como Olaf mata o “velho amigo”, e então os
Baudelaire sabem que seus planos também nunca deem certo. Como no dia anterior
a multidão anunciou que “o Conde Olaf tinha sido capturado”, agora anuncia que
“o Conde Olaf foi assassinado”. E a
última voz que eles escutam dizer isso é a do próprio Conde Olaf.
E isso só pode querer dizer uma coisa:
JACQUES SNICKET ESTÁ MORTO.
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