Desventuras em Série 2x06 – A Cidade Sinistra dos Corvos: Volume 2
“What friends are for”
O episódio
começa e termina profundamente MELANCÓLICO, e talvez “A Cidade Sinistra dos Corvos” seja um dos episódios mais tristes na vida das três Crianças
Baudelaire. Acontece que aqui temos aquela deprimente cena da cadeia (e não por
eles estarem presos, porque é o tipo de desventura que esperamos de crianças
tão sem sorte quanto Violet, Klaus e Sunny, mas porque era o aniversário de
Klaus!), e aquela partida da casa móvel autossustentável a ar quente, que parte
meu coração de assistir… o episódio começa
melancólico porque Lemony Snicket está falando sobre o pesar daquele manhã
quando Jacques Snicket foi encontrado morto, e o “Detetive Dupin” e a “Oficial
Luciana” anunciam a morte como um mistério,
e a multidão reage alarmada e de forma ridícula sem acreditar em nada do que os
Órfãos Baudelaire tentam dizer.
Como sempre.
Talvez as
crianças não esperassem que o Conde Olaf fosse tão longe a ponto não apenas de matar um homem (afinal ele já matou
outros personagens como o Tio Monty e a Tia Josephine), mas colocar a culpa nas próprias crianças.
Com as plantas da cadeia e o aparelho mecânico que o “Detetive Dupin” traz como
evidência, ele acusa os Baudelaire de serem os culpados pelo crime. Pior do que
isso, ele diz que Violet e Klaus foram apenas seus cúmplices, da brutal e cruel
assassina Sunny Baudelaire! A carinha
dela e a mãozinha no peito do tipo “Eu?” foi impagável e hilário, bem como os
dentinhos batendo. Sunny é acusada de ser a assassina, e como eles não têm
um bom álibi (fico feliz por Hector conseguir se manifestar, mas o Conselho dos
Anciãos não lhe dá ouvidos, por prover às crianças com materiais proibidos),
eles acabam presos.
As coisas
ficam sérias rapidamente quando a multidão não apenas clama pela prisão dos
cruéis assassinos, mas também para que eles sejam QUEIMADOS NA FOGUEIRA. E tudo
é tão surreal e revoltante, como aqueles momentos de pausa dramática em que
parece que haverá uma mudança de acontecimentos, que não vem. Como a velha do Conselho dos Anciãos dizendo que “eles
são pessoas civilizadas e não podem queimar pessoas na fogueira quando bem
entenderem”, pouco antes de ser sugerido que as queimem depois da ceia. Também
DETESTAMOS Poe cada vez mais, que vem à cadeia para “dizer tchau”, como o
completo inútil que é, dizendo que a fortuna deles não pode ser usado para o
caso de crimes e que eles devem assumir responsabilidade pelo que fizeram,
sendo totalmente cético quando eles tentam dizer que são inocentes.
Como o Poe é desprezível.
Enquanto
isso, Larry e Jacquelyn recebem um jornal que anuncia a morte do “Conde Olaf”,
mas com uma foto de Jacques Snicket como a vítima, e as três crianças em fotos
de presidiárias. Uma vez em sua cela, o Conde Olaf lhe leva sua “última
refeição”, que é um pão duro e água, e Hector faz uma breve visita entregando
os dois últimos dísticos de Isadora e dizendo que, se eles fugirem até o
pôr-do-sol, podem ir com ele na casa móvel autossustentável a ar quente. Então
a tristíssima cena do ANIVERSÁRIO DE KLAUS. É exatamente como Klaus conta às
irmãs no livro, mas talvez um pouquinho mais rápido, e foi a primeira vez (eu
acho) que chorei com “Desventuras em
Série”. Ele fala sobre ser seu aniversário, e sobre como no ano passado,
quando os pais fizeram aquele pudim terrível, lhe prometeram que no próximo
aniversário ele teria “a melhor refeição do mundo”.
E agora tudo o que ele tem é um pão duro e
um copo de água.
Mas ao menos
Violet vai lhe dar O MELHOR PRESENTE DO MUNDO: deus ex machina. É um pouco diferente do plano do livro, mas
perfeitamente inteligente, como as invenções de Violet precisam ser, e enquanto
Klaus tenta desvendar o mistério dos dísticos de Isadora (com sucesso, chegando
à conclusão de que os Trigêmeos Quagmire estão escondidos no Chafariz
Corvídeo!), Violet improvisa um aríete com o qual bate na parede com a ajuda
dos irmãos, enquanto eles cantam “Feliz Aniversário” como uma forma de encobrir
o barulho do aríete continuamente batendo na parede. Então, enquanto Hector
liga sua casa móvel autossustentável a ar quente e se despede da cidade (com
vários “goodbyes” que culminam em um doloroso “Goodbye Baudelaires”), os irmãos finalmente conseguem abrir um buraco na parede da prisão.
E escapar, na mais linda nuvem de fumaça
vista.
A cena é
MARAVILHOSA. Da prisão, os irmãos correm para o Chafariz Corvídeo, ali em
frente, e Sunny puxa o bico que abre a estátua do Chafariz, e a cena é
visualmente incrível, com as portas se
abrindo e os irmãos saindo dali de dentro, ainda com os uniformes da Escola
Preparatória Prufrock. As carinhas felizes dos cinco, os sorrisos, e Duncan
perguntando se Violet viu o que estava escrito no arenque vermelho,
envergonhado. Mas eles não têm tempo de conversar direito, os Quagmire não
podem contar tudo o que descobriram sobre C.S.C., porque a multidão se aproxima
com forcados, ansiosos para queimar umas crianças, e embora tenhamos descoberto
que o corpo dos bombeiros que ficava sobre o saloon fora uma sede de C.S.C., o
verdadeiro, não temos tempo para sabermos nada mais do que isso… eles precisam se salvar.
Larry e
Jacquelyn aparecem em C.S.C. como um deus
ex machina nada eficiente, e então as crianças precisam encontrar uma
maneira de se salvar elas mesmas, e não podia ser mais perfeito: Sunny
Baudelaire dirige o caminhão de bombeiros e é UMA FOFINHA! Então ela dirige até
a casa móvel autossustentável a ar quente de Hector, onde a sua escada de
bombeiros quase se junta à escada de cordas de Hector, e eles estão em um momento
de tensão onde quase podem se salvar. Os Baudelaire mandam os Quagmire na
frente, enquanto Hector toma coragem para dizer no alto-falante tudo o que
nunca disse ao pessoal do Conselho dos Anciãos (!), e Violet e Klaus enfrentam
a multidão com uma mangueira dos bombeiros sem água. Então começa o ataque. Com um arpão, Esmé Squalor estoura o
primeiro balão da casa móvel autossustentável a ar quente de Hector, deixando
Isadora pendurada…
Eventualmente, no entanto, tanto Isadora
quanto Duncan chegam à segurança.
Com os amigos
salvos, os Baudelaire percebem que não terão tempo para escapar, e que se
continuarem tentando, os arpões de Esmé prejudicarão a tal ponto a invenção de
Hector que logo ninguém mais estará à salvo. Por isso, os irmãos descem da
escada de cordas e manda Hector levar a casa móvel autossustentável a ar quente
para cima, dizendo aos amigos pela última vez: “What friends are for”. Foi uma cena LINDA, mas profundamente
TRISTE. Os Quagmire tentam entregar aos irmãos seus cadernos com as anotações
sobre C.S.C. e tudo o mais que eles precisarem saber, mas a cena é exatamente
como o livro: um novo arpão de Esmé Squalor acerta os dois cadernos, espalhando
as folhas pela paisagem, e ainda atinge um corvo, o que faz com que Esmé e
Conde Olaf sejam perseguidos pelos moradores da cidade por quebrarem a Regra 1.
Eu chorei
nesse encerramento de episódio… foi MUITO TRISTE a despedida dos Baudelaire e
dos Quagmire, e eu vou sentir saudade dos irmãos, embora eles tenham aparecido
tão pouco em “O Elevador Ersatz” e “A Cidade Sinistra dos Corvos”. Mas
agora os Baudelaire não estarão mais atrás deles e de salvá-los, e isso é
triste. Felizmente eles estão em segurança, e é como o Lemony Snicket diz: os
Baudelaire estavam tristes porque talvez nunca mais vissem os amigos, mas
também estavam felizes porque eles estavam a salvo finalmente. Os prolongados
“goodbyes”, ditos por todos, me partiu o coração, e as crianças todas arrasaram
na interpretação, mostrando o pesar daquele momento, os olhos dos Quagmire
brilhando ao deixar os amigos para trás, ainda com tantos perigos a enfrentarem
pela frente… agora eles estão sozinhos, e é hora de os Baudelaire se tornarem,
eles mesmos, “autossustentáveis”.
“When you drive away in secret
You’ll be a volunteer
So don’t scream when we take you
The world is quiet here”
Eu amei essa parte da série, a Sunny estava maravilhosa! O cenário sinistro da cidade, a despedida dos amigos, além da crueldade de Olaf: tudo estava incrível. Eu acabei o episódio com aquela sensação; o que será dos Baudelaire?
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