As Aventuras de Poliana (2018) – Começam as visitas!
O Sr. Pendleton e a Dona Branca.
Uma coisa que
sempre foi muito marcante para qualquer fã de “Pollyanna”, de Eleanor H. Porter, é a maneira como a personagem
principal VISITA AS PESSOAS e, lentamente, vai mudando a vida de cada uma
delas… é assim que ela conhece o Mr. Pendleton, por exemplo, e a Mrs. Snow, e “As Aventuras de Poliana” já deu início
a essas visitas em momentos que nos fazem pensar no livro de forma tão clara,
embora eu ainda ache que a Poliana precisa se tornar uma exímia jogadora do
Jogo do Contente e deixar de “racionalizá-lo”
tanto… ainda não é inerente a ela, ainda precisa ser pensado e, às vezes, soa
mais como uma maneira de se “conformar” do que como uma maneira de realmente ficar “contente” com alguma
coisa. Como quando a Dona Branca vai
embora depois do passeio, reclamando, e ela fica com aquela carinha tristinha.
Poliana
conheceu o misterioso Sr. Pendleton lá no primeiro capítulo, quando se perdeu
pela cidade em busca da Escola Ruth Goulart, e desde então, até conseguiu
arrancar palavras da boca dele, ainda que poucas e de um mau-humor tremendo.
Mas ela sempre mostrou um alto-astral bacana, e sempre foi carinhosa com o seu
cachorro… por isso, quando o Sr. Pendleton precisa de ajuda, o seu cachorro vem
atrás de Poliana e a leva até ele, e a garota o encontra desmaiado e com sangue
na cabeça – assim, chamando a ambulância para ele, Poliana SALVOU A SUA VIDA, e esse é um começo e tanto para a
amizade vindoura da dupla, não? Poliana, atrevida, ainda leva o seu cachorro
embora e aproveita para entrar na casa,
que é imensa e extremamente moderna, onde ela conhece a SARA, uma tecnologia
que deve funcionar como “governanta” da casa.
Naturalmente, Poliana fica admirada.
Mais tarde,
então, Poliana vai novamente até a casa do Sr. Pendleton para “ver como ele
está”, e o encontra sentado em uma cadeira de rodas, com a cara emburrada, e
ele responde secamente: “Estou aqui, o
que você quer?” O Sr. Pendleton é como a Tia Luísa nos primeiros capítulos
da novela: carrancudo e fechado, sem paciência, mas no fundo ele está se
forçando para manter essa pose de durão enquanto a Poliana fala sem parar. Porque ela fala de tudo, de absolutamente tudo, e sem parar… por nada. Até faz uma série
de perguntas inconvenientes que ele responde com incontáveis “Não”, todos taciturnos, e Poliana não
para de falar mesmo quando ele deixa de responder, ou quando revira os olhos para
aquela garota tagarela… ele é um pouquinho grosso, e bastante misterioso, mas
acaba comendo os docinhos que ela o oferece, por exemplo.
E também
permite que ela saia para passear com o Bob, seu cachorro.
O Sr.
Pendleton começa a amolecer, levemente, quando diz a Poliana que “ela o lembra
alguém”, sem mais explicações, mas a deixa sair com o Bob para se ver livre dela. É nesse passeio com o Bob que Poliana e
Lorena se conhecem (que FOFAS!), mas Poliana não pode ficar muito tempo parada,
porque Bob sai correndo atrás do Feijão, juntando novamente Poliana e João em
uma cena bonita – a alegria que eles sempre compartilham ao se encontrarem é
emocionante, e o abraço dos dois é fofo… ela ainda está toda preocupada com
ele, com onde ele está morando, e como na mente de Poliana tudo é muito simples, ela decide que o João pode ir
morar com o Sr. Pendleton… afinal de contas, ele tem uma casa grande, mora
sozinho e também gosta de cachorro! Como ela diz, “ele certamente vai aceitar
os dois”. E o pior é que o João tem um
pinguinho de esperança.
Eu AMO o
João… para mim, ele é o MELHOR PERSONAGEM dessa novela até aqui, e muito me
machuca vê-lo sofrer. Porque Poliana tem uma série de argumentos, diz ao Sr.
Pendleton que ele quebrou a perna e precisa de alguém para ajudá-lo, e tenta
dizer que “a presença de uma criança alegra a casa”, mas nada faz o homem
aceitar João em sua casa, e ela precisa dizer isso para o amigo, que reage
assim: “Tem que parar com essas ideias,
Poliana! Ficar me enchendo de esperança cansa!”, o que me partiu o coração.
Felizmente, esse momento passa depressa, e então Poliana vai se apresentar com
o João e o Feijão, com a voz fofa do Igor Jansen cantando “Esperando na Janela”. Eles conseguem um total de 30 reais, o que
ainda não é o suficiente, e então Poliana resolve ajudá-lo a incrementar a apresentação, iniciando um
cordel com a história do João…
É quando a Helô a vê, a filma e usa isso
para convencer Luísa a deixá-la estudar na Ruth Goulart!
Outra
personagem visitada por Poliana é a Dona Branca, que é vagamente baseada na
Mrs. Snow. A Dona Branca é uma velha difícil,
acima de tudo, como suas netas bem sabem: “Só
você mesmo pra gostar da Dona Branca, mas é que você ainda não conhece ela
direito”. No fundo, eu me divirto
com a Dona Branca, mas só porque eu não tenho que conviver com ela de verdade,
eu acho! Vide aquela cena dela descarada, fazendo os exercícios mais absurdos
possíveis, e depois fica tentando convencer a Mirela que está cheia de dores e
não consegue se mexer. Mas Mirela responde bem, e eu me divirto! “Hey, não muda de assunto, não! Para uma
senhora que tem os maiores problemas de saúde do mundo, você tá muito bem, né,
vó? […] Que bom saber que a senhora tá com essa disposição toda. Assim, quando
a senhora quiser um chá, a senhora levanta daí e vai lá pegar, preparar. A
mesma coisa com o controle da TV! E também pra afofar o travesseiro, Dona
Branca!”
HAHA
<3
Poliana
conheceu a Dona Branca um dia em que foi até lá com a Nancy e agora ela volta
quando Nancy esquece o celular na cozinha e é ela quem atende quando a Dona
Branca liga, em um daqueles seus dramas exagerados, dizendo que “está
morrendo”. Desesperada e inocente, Poliana corre
para lá, chegando exasperada, dizendo que “chegou ajuda”, e é HILÁRIO. “Mas a senhora já melhorou, né? Nem parece
que tá no bico do corvo!” Poliana tem uma cena fofíssima com Dona Branca,
conversando, ouvindo a senhora desabafar sobre as netas, e ensinando para ela o
Jogo do Contente! Ela até a convence a
sair, para fazer algo diferente, e é muito fofo como ela abraça a senhora
quando ela topa o convite para sair. Assim, lentamente, Poliana está
começando a fazer a diferença na vida
das pessoas ao seu redor, e isso é tão emocionante! Agora só falta ela ficar astuta como a Pollyanna do livro…
…afinal, ela
precisará ser se quiser dobrar a Dona
Branca!
No passeio,
Dona Branca está inconformada com como a Poliana fica feliz com tão pouco, e a garota lhe explica que “a felicidade
está nas pequenas coisas”, mas Dona Branca ainda tem um longo caminho a
percorrer para chegar a entender isso
de fato. Talvez a Poliana até estivesse conseguindo, a tirando de casa,
fazendo-a passear, entregando uma florzinha “pra ela lembrar do passeio”, mas
as coisas desandam quando Poliana vê Luigi gravando um filme com Mário, Gael e
Benício como atores, e fica encantada… quando ela se aproxima, o João também
vem, de bicicleta (uma longa história, chego lá em outra postagem!), fazendo
entregas da padaria, e atropela todo
mundo. A única pessoa contente com a confusão é o Luigi, que diz que a cena
ficou PERFEITA, mas isso acaba com o passeio de Dona Branca e Poliana, porque a velha fica nervosa…
Toda suja de
ketchup e cheia de reclamações, ela volta para casa, de onde, como ela diz,
“nunca devia ter saído”. Claro que a Dona Branca reagiria assim a uma queda
como aquela, mas o mau-humor pega Poliana desprevenida, porque tudo estava indo tão bem até ali. Reclamona, Dona Branca diz
que “não devia ter dado ouvido a uma criança”, e a pouca conquista que Poliana
conseguiu até então é anulada… também não
podia ser assim tão simples para aliviar o coração de uma senhora como a Dona
Branca, né? Mas me entristece ver a Poliana tristinha do lado de fora,
lamentando isso tudo, porque esse seria exatamente o momento em que a Pollyanna
estaria jogando o Jogo do Contente sem nem perceber, e iria para casa contente…
afinal de contas, isso não a abalaria.
Ainda assim, ela decididamente está começando a fazer a diferença nessa cidade…
…e isso é
muito bonito!
Eu até não liguei quando a Poliana ficou triste por causa do passeio,soou mais realista na minha opinião,a minha maior preocupação foi quando ela voltou do primeiro dia de aula e ficou triste por que não pôde ter as mesmas aulas que a mãe, a Íris querer que a personagem seja mais humana,aí vai, mas tornar-lá num bebê mimado que chora pra entrar pra uma escola já é demais. P.S: amei as cenas do João.
ResponderExcluirAdorei as cenas do João fazendo as entregas da padaria, mas detestei o Jeferson chamando ele de "ladrãozinho" e expulsando o garoto da padaria. Mesmo que o Gui tenha ajudado eles a se reconciliarem.
ResponderExcluirAssim como o outro comentário, acho natural que a Poliana fique triste as vezes. Sei que você é um verdadeiro fã do livro original e quer que tudo esteja como está lá, mas a novela está exatamente como eu imaginava (provavelmente porque eu li o livro depois de saber o elenco completo da novela e imaginei as cenas com os atores).
Encontrei uma pequena lista de equivalentes aos personagens do livro original. Eu a fiz depois de saber do elenco completo:
"Poliana equivale a Pollyanna
Luísa ou Ruth equivale a Tia Polly
Otto equivale ao Sr. Pendlenton
João Feijão equivale a Jimmy Bean
Branca deve equivaler a Mrs. Snow
Dr. Chilton equivale ao Afonso"
Tem alguns errinhos como "Luísa ou Ruth é Tia Polly", "João Feijão" e "Afonso é Dr. Chilton", mas achei interessante postá-la aqui.
Sou mesmo um fã do livro, mas de algum modo ele está lá, intocado. Inevitável fazer comparações quando é uma adaptação, ainda mais para mim, que leio esse livro há sei lá, uns 20 anos, mas para mim é bem distante. E o que está me incomodando, como você vai ver no meu texto do primeiro dia de aula, é essa atitude da Poliana. Já relevei a época e vários detalhes, mas de certa maneira o ESPÍRITO da Pollyanna não está presente em várias cenas, e isso me entristece... e me preocupa o desenrolar da trama. E é paradoxal... às vezes sinto muito a essência da obra escrita, às vezes está absurdamente distante. Enfim. Só vendo mais capítulos para saber de fato.
ExcluirQuando você vai postar o post do primeiro dia de aula.
ExcluirSó segunda-feira, dia 04/06
ExcluirAcho que está bem diferente do livro porque incluiram coisas novas, como uma escola e amigos e inimigos para a Poliana, coisa que não tinha no original, só estavam a Pollyanna e os adultos
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