Chico Bento Moço, Edição #24 – Câmera na Mão
Quando os
experimentos da ciência vão longe demais…
Eu estava morrendo de saudade do pessoal da
faculdade, mas confesso que a edição me deixou bem dividido – não é das minhas
favoritas, não. Passamos dos limites, novamente, distanciando o “Chico Bento Moço” daquelas histórias
com um pezinho na realidade que começaram a revista, uns dois anos antes dessa
edição. Os roteiristas começam a perder o jeito, começam a criar as coisas mais
mirabolantes, com justificativas que, de um modo ou de outro, acabam por
convencer-nos, mas apenas por tempo o suficiente para nos lembrarmos de como as
edições costumavam ser… aqui, temos uma história digna de FILME DE TERROR,
daqueles pseudo-amadores, filmados com uma câmera na mão em forma de
documentário que deu errado. O gênero já chegou até a viagem no tempo, com o
recente “Projeto Almanaque”, que é um
filme que eu gosto muito, por sinal.
Aqui, Chico e seus amigos vão filmar um
documentário no Antigo Laboratório de Zootecnia da UFA, o infame Prédio do Mal,
para um trabalho da faculdade. A edição toda se passa com uma câmera na mão do
Bombeta, registrando tudo, dos medos e angústias dos personagens, inicialmente
infundados, até o pânico que toma conta de todos quando as coisas ficam sérias de verdade. Eu gosto do clima que isso
gera, eu gosto da exploração e tudo o mais, mas faltou alguma coisa para que eu curtisse a edição realmente. Yo é a
primeira a desaparecer. A segunda é a Ferrugem, levada por criaturas gigantes e
bizarras. Entre um e outro desaparecimento, Vespa é mordido e se transforma em
um mutante ácaro digno de um vilão do Homem-Aranha! Sério, tem tudo a ver com
as conversões e os temas do Homem-Aranha!
E lembra um
pouco o Dr. Octopus.
No Laboratório de Zootecnia da UFA, abandonado, em
que se encontram, eles descobrem criaturas ameaçadoras que parecem um pouco com
aranhas gigantes, mas que descorem, mais tarde, que são ácaros. Por um vídeo
encontrado em um pen-drive, eles descobrem que esses ácaros são resultados de
uma experiência que queria alterar ácaros para comerem detritos da Terra e
tornar melhor a vida no planeta, mas eles
passaram dos limites e perderam o controle. Os ácaros se tornaram cada vez
maiores e mais agressivos. É um alerta, na verdade, para como a ciência
“brinca” com a natureza, e como o homem acha que pode brincar de Deus sem se
preocupar com as consequências. “Chico
Bento Moço”, como muito filme de ficção científica, vem nos alertar para
como não podemos simplesmente fazer o que
queremos.
Eles conseguiram se salvar, com uma ideia da Fran,
e tudo ficou devidamente gravado.
Mas e se
fosse diferente?
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