Rise 1x09 – Totally Hosed
“Why do the scene if we can't do the
scene?”
Antes de
começar a minha review sobre “Totally Hosed”, devo dizer que ESTOU
INCONFORMADO COM O CANCELAMENTO DESSA SÉRIE. Eu estava adorando “Rise”, e vou
sentir uma saudade imensa desses personagens, desse universo, dessa lindíssima
produção de “Spring Awakening”. Quer
dizer, sem as alterações exigidas por Evan graças àquela petição, claro. O
episódio é sobre isso, basicamente – em “Totally
Hosed”, o musical está sendo despedaçado, alterado, descaracterizado… arruinado completamente, graças a uma
petição preconceituosa e conservadora que impede Lou e os jovens de fazerem o “Spring Awakening” que amam e defendem.
Ao fim do episódio, depois de muita REVOLTA, o musical está praticamente irreconhecível, e isso é deprimente.
Temos cenas lindas e emocionantes nesse episódio, mas o grande enfoque dele é a
tristeza, a decepção.
Cai bem agora
que descobrimos do cancelamento.
Nos sentimos
como eles montando “Spring Awakening”
agora.
Tracey
aceitou fazer os ajustes exigidos na produção, mas diz que fará isso com Lou. O problema é que os “pequenos
ajustes” se apresentam EM UMA LISTA, e conforme assistimos ao episódio,
percebemos que não vai sobrar nada da
peça original, basicamente. Lou não quer fazer nada assim tão radical, afinal de contas, eles trabalharam duro nisso
nos últimos três meses, mas o diretor é irredutível: “Let's be very clear. No F word. No S word. No
masturbation, no sadism, no implications of sexual acts transpiring onstage. No
boys kissing other boys, no fathers raping their daughters”. Minha raiva foi crescente a
cada minute do episódio, e tudo o que eu pensava era mesmo que não ia sobrar mais NADA. E Lou conta
sobre as mudanças aos jovens, tentando amenizar, fingir que é menos do que realmente é, mas a
verdade é que é o que Simon diz: CENSURA.
Percebo o
quanto eles mesmos vão perdendo o ânimo de fazer essa versão da peça toda alterada e descaracterizada. Sem “Totally Fucked”, sem “The Dark I Know Well”. Os jovens ficam
inconformados mais a cada mudança anunciada. Mudanças no texto, que outrora fora sagrado, como Lilette chama a
atenção para Lou. Tentativas frustradas de substituir “Totally Fucked” por outra palavra, e a verdade é que uma é pior do que a outra, e “Totally Messed Up” foi vergonhoso.
Também me doeu ver Lou chorar enquanto escuta “The Dark I Know Well”, sabendo que a música vai precisar ser
cortada, e é o único solo de uma das garotas, e realmente isso é muito triste.
Também a cena em que Melchior bate em Wendla, mas que também já não faz mais
sentido se na história que Martha conta às amigas, ela não fala mais sobre como
o pai a batia.
“Spring Awakening” tá virando uma bagunça!
Enquanto
isso, outros dramas se desenvolvem. Gordy, por exemplo, se voluntaria para
ajudar o pai no teatro, como seu “trabalho comunitário” para o programa, e eu
acho que isso foi mais bonito do que eu esperava, porque ele pode ter feito
isso por Gwen, talvez, mas a proximidade que isso gerou entre ele e o pai é
surpreendente. Falando na família, temos a despedida de Maashous, que em breve
voltará a morar com a mãe, e a maneira como ninguém
quer isso é dolorosa. Até o Gordy solta um “Are you leaving?” sentido. Foi doloroso ver uma das filhas de Lou
e Gail falando sobre Maashous e como não queria que ele fosse embora (“We’re gonna miss him so much”), e Gail
concorda que “se sente exatamente assim, menos o crush”. Talvez os Mazzuchelli adotem o Maashous, pelo menos foi
isso que ficou sugerido, e eu espero que sim.
Nosso Maashous não pode sofrer!
Falando em
sofrimento, Lilette agora está sozinha, porque Vanessa desapareceu, e ela não
tem dinheiro para pagar o aluguel, tampouco quer aceitar a ajuda de Robbie. De
Lilette, um dos momentos mais lindos foi dela com a mãe de Gwen, que estava
ajustando seu vestido para “Mama Who Bore
Me”, e ela pede desculpas pela mãe, e a mulher responde: “Honey… you are not your mom”. Foi
lindo. Também foi DE PARTIR O CORAÇÃO ver a condição da mãe de Robbie piorar, e eu me emocionei quando ele
convida a mãe para ir assistir à estreia de “Spring
Awakening”, mas ele não quer mostrar para ela qualquer coisa, quer mostrar a peça de verdade, a peça que tem significado. E esses sofrimentos de
Lilette e Robbie os aproximam (“I know
you said you didn't want to need me... but I need you”), e a cena deles
dormindo (e apenas dormindo!) juntos É LINDA.
<3
Forte,
também, é os problemas em que a família de Simon se encontram, depois da
intensa briga do episódio passado, em que verdades foram ditas, e verdades que
o pai de Simon jamais vai aceitar. Emma chorando e perguntando ao Simon se “os
pais iam se divorciar” foi de partir o coração, e ele a abraçando e dizendo que
“tudo ia ficar bem” e que ele ia cuidar
dela. Wow. Pela irmã,
porque não aguenta vê-la sofrer, Simon vai confrontar o pai: “You know, how can we all just go on and eat
breakfast and play cards and pretend to be this real family when it's all based
on a lie?”, e a verdade é que SIMON ESTÁ NO LIMITE. Com tudo o que
está acontecendo. O problema com a família, o fato de ser gay e não conseguir
se assumir, a peça sendo mutilada… e eu adorei a cena em que o pai diz umas
babaquices e ele não responde, com raiva no olhar e o instrumental de “The Bitch of Living” ao fundo.
A cena quase
completa de “The Bitch of Living”,
por sua vez, ESTÁ PERFEITA. Perfeita demais, e depois de uma apresentação impecável, Lou anuncia mudanças. Mudanças na letra, corte de um
verso inteiro, que era o momento de Francis brilhar no espetáculo, e então
Simon dá voz àquilo que todos estão sentindo e ninguém está dizendo: ISSO É
INJUSTO, ISSO É ERRADO. Eu adoro o Simon no limite, porque ele se impõe, porque
ele se revolta, e ele diz coisas que realmente fazem muito sentido:
“Make
compromises? Huh? Yeah, I know. We believed in what you were trying to do. We
showed up, stayed late. We gave it our all. We trusted you. I trusted you. And
my family is falling apart right now because of this show, because of
my part. But I did it because I thought it meant something. I thought it was important. But now you're like, ‘Nah, never mind, let's not do it’. And it's like,
why do the scene if we can't do the scene? Just cut it. JUST CUT THE WHOLE
STUPID THING!”
PALMAS A
SIMON! <3
Mesmo com
essa explosão necessária de Simon, as mudanças em “Spring Awakening”, por ora, se mantêm. E é vergonhoso. A
apresentação para o Evan é RIDÍCULA, no mínimo. “Mama Who Bore Me” não tem emoção nenhuma, a fala de Martha sobre o
pai não tem força, não tem sentido, Melchior batendo no chão ao invés de bater
em Wendla não soa real, e “Totally Hosed”
é o cúmulo do absurdo. Eu fiquei com RAIVA, com muita RAIVA de ver essa versão
de “Spring Awakening”, essa versão
que não faz sentido, que não significa nada. E para piorar, como
se a peça já não estivesse ruim o suficiente agora, Evan ainda diz que “o
aborto é um assunto delicado e precisa ser tirado”. Basicamente, tiraram “Spring Akakening” de “Spring Awakening”. A
tornaram uma paródia estúpida, sem sentido e estranha. Fraca. Tudo está terrível e eu não sei o que farão no último
episódio.
Mas eu quero “Spring Awakening” VIVO.
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