Sítio do Picapau Amarelo (2001) – Caçadas de Pedrinho
“Tudo o que falta aqui no Sítio é um rinoceronte!”
Uma das
melhores coisas de assistir ao “Sítio do
Picapau Amarelo” é presenciar momentos de pura inocência infantil, e “Caçadas de Pedrinho”, ao lado de toda
uma proposta de conscientização ecológica e em defesa dos animais, traz
momentos de pureza que são memoráveis. A história está dividida em duas partes,
a primeira trazendo “perigosos” caçadores para o Capoeirão dos Tucanos, e então
as crianças entram na mata prontas para a guerra e em defesa das onças
pintadas. A segunda, por sua vez, apresenta um rinoceronte (!) ao Sítio,
enquanto a Emília se pergunta: “Quando eu
encontrar o rinoceronte, vou vender para o Pedrinho! Quanto será que vale um
rinoceronte? Será que vale aquele carrinho de madeira que ele ganhou do tio
Barbané?” São esses pequenos comentários inocentes a que me refiro e que
nos fazem tão bem!
A história
começa com Pedrinho, Narizinho e Emília brincando com animaizinhos que fizeram
de comida, e é claro que o Rabicó tem um interesse especial nessa brincadeira toda, deixando a Emília furiosa: “Rabicó! Eu vou atrás dele! Esse meu marido…
só me faz passar vergonha!” Narizinho também não está muito contente com o
rumo da brincadeira, porque o Pedrinho fez uma onça e aparentemente ela está
comendo todos os outros bichos: “Eu sei
que a vida é um come-come danado, mas isso é só uma brincadeira! Não tem que
ser igual a realidade!” O tema do episódio é claramente apresentado através
do comentário de que “antigamente os bichos do capoeirão viviam por ali para
roubar comida, e agora parecem estar desaparecendo”, e quando o Rabicó anda
pela mata desarmando armadilhas para comer o que tem dentro delas…
Caçadores de
onças realmente rondam o Capoeirão, e a notícia chega até as crianças através
de duas informações. Primeiro, o próprio Rabicó medroso, que chega ao Sítio do
Picapau Amarelo assustado, falando dos caçadores, e depois os besouros da
Emília, que também viram os caçadores na floresta… então, Pedrinho toma uma
decisão: “Ninguém vai caçar onça nenhuma
no Capoeirão dos Tucanos!” Assim, Pedrinho, Narizinho, Emília, Visconde e
Rabicó andam pela mata desarmando todas as armadilhas que encontram pelo
caminho, e tudo estava indo muito bem… até
a Narizinho ser pega em uma armadilha. Felizmente, isso não dura muito, mas
apenas enerva a garota em busca de justiça: “Agora
que eu senti o que é ficar presa como um bicho é que eu quero me vingar!”
Por isso, as crianças se preparam para a GUERRA contra os caçadores.
E eles ficam adoráveis com aqueles
chapeuzinhos de jornal!
Com Pedrinho
na liderança, o plano é expulsar os caçadores, usando mais a astúcia do que a
força, porque os caçadores estão cheios de armas, mas não tem um pingo de
inteligência. E enquanto as crianças e o Rabicó distraem os caçadores para
trocar o sonífero para a onça por sal, a própria Cuca também acaba envolvida
nesse caso todo… inicialmente, ela está ali só para dar bronca no Saci (“Imagine eu, uma criatura maléfica, prima de
um amigo de neto de Dona Benta!”), mas a situação vira pessoal quando ela
cai numa armadilha e se revolta contra a audácia
dos caçadores de caçar em seu capoeirão! Enquanto as crianças ficam presas
pelos caçadores (com direito a comentários perfeitos como “Eu não tenho medo nenhum, onça não come macela!” “Ela pode não tá
dormindo bem, e macela é um santo remédio!”), a Cuca aparece para finalizar
essa história.
Dizendo que
“é a Cuca mais bela de toda essa mata”, ela transforma os dois caçadores em
sapos e o Saci solta as crianças, que conseguem voltar correndo para o Sítio a
tempo da festa que a Dona Benta está organizando para a Campanha do Agasalho… e
a cena é toda divertida, com o Pedrinho dançando com o Rabicó, a Narizinho
dançando com a Emília, mas as crianças não tem muito tempo sem novidades, porque um “perigoso”
rinoceronte africano escapa de um circo e, segundo informações, está no Arraial
dos Tucanos. Naturalmente, Emília fica empolgadíssima,
e já começa a chamá-lo de “seu” rinoceronte, enquanto o dono do circo o busca
fervorosamente, e Narizinho e Pedrinho estudam sobre rinocerontes para ter
alguma ideia de como encontrá-lo… mas acho que ninguém está mais interessada do
que a Emília nesse rinoceronte, fazendo o Visconde procurar por ele de
binóculo…
E ela se pergunta se ele não seria um
Príncipe, e então ela poderia se casar com ela!
Afinal, tudo é melhor que o “Marquês de
Rabicó”.
O caso do
“rinoceronte desaparecido” movimenta o país inteiro. O rádio só fala nisso
(adoro a Tia Nastácia morrendo de medo e fechando portas e janelas), e tem até
um “Departamento de Caça ao Rinoceronte” atrás do pobre rinoceronte que só
fugiu do circo em que morava porque não davam comida para ele, o mantinham
preso e ele ainda era maltratado! Depois de muito tentar negociar seu “rinoceronte
à venda” com o Pedrinho, ela realmente o encontra, ela e o Rabicó, e ela fica
em um estado de choque e felicidade mesclados que a deixa com medo, escondida
observando o rinoceronte que olha um mapa e se pergunta: “Ai meu Deus, pra onde será que fica a África?” Quando Emília e o
rinoceronte conversam, ele diz que vivia mesmo trancado e passando fome, então
a Emília o chama para morar no Sítio do Picapau Amarelo com a turma, mas ele se
recusa…
…ele quer
conhecer a terra de sua mãe.
Miguelito, o
dono do circo, encontra as crianças, e então o rinoceronte chega ao sítio, para
o choque de Tia Nastácia, que desmaia, e o choque encantado de Narizinho e
Pedrinho, que estão empolgados e felizes, mas também receosos, observando de
longe, sempre com muita curiosidade… Emília, corajosa, conversa com ele
animadamente, e as crianças às poucos também criam coragem para se aproximar…
então os besouros de Emília avisam que “o pessoal do circo” está vindo, e as
crianças decidem ajudar e esconder o rinoceronte, e o deixam lá na casa do Tio
Barnabé, onde ele começa a lhe contar lendas como “o porquê do leopardo ter
pitinhas”. Com o rinoceronte escondido com o Tio Barnabé, as crianças contam
para Tia Nastácia e Dona Benta que “o rinoceronte não é perigoso”, e que só fugiu
porque era maltratado, mas Dona Benta diz que, dessa vez, eles passaram dos limites.
Pelo menos é
o que ela diz até conhecê-lo. O
rinoceronte é extremamente educado e querido, e Dona Benta gosta dele imediatamente ao falar com ele pela
primeira vez, e a Emília já tem liberdade o suficiente para abraçá-lo, o que é
absolutamente fofo, porque ela é tão
pequenininha, e ele tão grandão. Quando as crianças insistem para ficar com o rinoceronte, o dono do circo aparece
querendo levá-lo embora, e Miguelito tem um documento que, supostamente, prova
que ele é o verdadeiro dono do rinoceronte… por isso, temos uma despedida
triste cheia de presentes, como comida, um livro e um boné… Emília lhe dá um
presente ainda melhor: UM NOME, QUINDIM. Antes de partir, no entanto, o Quindim
dá entrevista para a imprensa, que está presente, e diz que era maltratado, e
que apenas no Sítio do Picapau Amarelo o trataram bem…
Então, os
agentes do “Departamento de Caça ao Rinoceronte”, BX2 e BX3, desmascaram a
farsa do circo e o documento falso que Miguelito está tentando usar para provar
que Quindim é, na verdade, dele, e que deve voltar ao circo, onde certamente
seria maltratado novamente. Com essa revelação feita na presença da imprensa e
tudo, Quindim é liberado para voltar à África, a terra de sua mãe, e a Tia
Nastácia e o Visconde trazem um último presente: uma roupa com números e
símbolos matemáticos costurados. A roupa feita pela Tia Nastácia, depois
incrementada pelo Visconde de Sabugosa… com esse último presente, que é como
veremos o Quindim daqui para a frente, ele decide ficar no Sítio do Picapau
Amarelo mesmo, e todos celebram, enquanto Quindim é nomeado “o tomador de
contas oficial do Sítio”. A turminha
acabou de crescer!
Bem-vindo,
Quindim!
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