Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, 2018)



“Oh, so we’re using our made up names?”
Possivelmente o filme mais esperado na história da Marvel, e ele é realmente um primor. Bastante intenso e com uma avalanche de personagens que já conhecemos e queremos ver novamente, o filme conta a primeira parte da chegada de Thanos à Terra, enquanto ele recolhe as Joias do Infinito, em seu plano maluco de acabar com metade da população do mundo para que a outra metade possa viver tranquilamente. Sempre é bom lembrar que o filme é a primeira parte de dois filmes dos “Vingadores”, com o próximo a ser lançado ano que vem, e isso tem muito a ver com as coisas que vemos, portanto. É bom juntar esse tanto de personagem em um só filme, e a Marvel faz um trabalho brilhante, tanto em questão de visuais e efeitos, como também na distribuição de tempo de cena a cada um dos personagens, expressando um equilíbrio difícil de alcançar…
Mas alcançado com maestria.
O filme começa em Asgard, quando Thanos consegue mais uma Joia do Infinito, a segunda de seis, até então. É uma cena em que ele luta contra os Filhos de Odin, Thor e Loki, e Hulk, e voltamos àquela trama antiga do Tesseract, presente desde o primeiro “Capitão América”, e que ainda é extremamente importante quando pensamos no Universo Cinematográfico da Marvel. A cena é intensa, até angustiante, e traz a morte de Loki de uma forma que, dessa vez, parece definitiva. Talvez ainda não o seja, tendo em vista que estamos falando do “Deus da Trapaça” e tudo o mais, mas, sinceramente, pareceu real. A morte de Loki, um personagem tão importante nos filmes, está ali na cena introdutória para mostrar que as coisas agora são muito mais sérias. Após essa batalha, Bruce Banner cai na Terra pedindo a ajuda do Doutor Estranho…
E então o filme começa para valer.
Uma coisa que me fascinou no filme foi perceber o quanto a linha que o guia é compreensível. É importante ver todos os filmes anteriores da Marvel para que ele realmente se sustente, mas ele tem um roteiro razoavelmente simples se você pensa sobre ele: é Thanos recolhendo Joia após Joia do Infinito, até que ele consiga todas e coloque seu plano em prática. O restante é presente aos fãs de super-heróis. Personagens que amamos, interações que ainda não tínhamos visto (como o Thor e o Star Lord, ou o Homem-Aranha e o Doutro Estranho), e as melhores sequências de batalha, com efeitos impressionantes e aparições muito bem vindas, como a entrada do Capitão América, que gerou aplausos no cinema, ou a Feiticeira Escarlate na Guerra de Wakanda… e tudo não dura mais do que um dia, expressando a intensidade do roteiro.
A terceira Joia do Infinito, a Joia da Realidade, está em posse de Thanos quando os Guardiões da Galáxia chegam até ele e o Star Lord falha em matar Gamora, como ela tinha lhe pedido, e Thanos vai embora com ela. É legal conhecermos mais do passado de Gamora e como Thanos é seu “pai”, bem como ver o amor que ela sente por Nebulosa sendo o que a faz revelar a localização da Joia da Alma… e uma vez lá, em uma sequência muito interessante que traz de volta até o Caveira Vermelha, Thanos precisa fazer um sacrifício para conseguir a Joia da Alma, e esse sacrifício é o de jogar à morte alguém que ele ama… uma alma por uma alma. Gamora ri da situação e diz que ele fracassou, pois não ama ninguém, mas relutantemente ele a joga para a morte e realmente consegue a Joia da Alma, o que deve querer dizer que ele a amava de verdade…
De alguma maneira.
Em posse dessas quatro Joias do Infinito, Thanos precisa de apenas mais duas, que estão em posse dos Vingadores, ainda divididos em dois grupos. De um lado, o Doutor Estranho tem a Joia do Tempo. De outro, Visão tem a Joia da Mente. Agora, trata-se de proteger a ambas e impedir que Thanos concretize seu plano… gosto muito do roteiro que gira em torno do Doutor Estranho, que traz o Homem de Ferro e o Homem-Aranha (Peter Parker do UCM apresentando o sentido aranha pela primeira vez, além da estreia do Aranha de Ferro!) presos em uma nave para salvar a vida do Doutor Estranho, e a Joia do Tempo, e deixando a Terra no meio de toda essa confusão… sinceramente, é sempre impressionante ver Benedict Cumberbatch interpretando, porque ele é maravilhoso, e Tom Holland dá vida a um Peter Parker jovem e admirável, concretizando a minha convicção de que ele é meu favorito.
O Homem de Ferro, Homem-Aranha e Doutor Estranho, eventualmente, se juntam ao Senhor das Estrelas, Drax e Mantis, em uma cena repleta de importância. Uma das coisas mais importantes da sequência é o Doutor Estranho vendo uma série de mais de 14 milhões de futuros possíveis (!), e só há um deles em que Thanos perde. Ali, o plano de retirar a Manopla do Infinito de Thanos é arruinado quando o Senhor das Estrelas se revolta contra a morte de Gamora, e embora eu tenha ficado morrendo de raiva no momento, eu não acho que qualquer pessoa com sentimentos reais teria agido diferente… a razão pode nos dizer para não fazê-lo, mas o ódio do momento nos forçaria a tomar a mesma atitude. Fiquei mesmo com raiva do Doutor Estranho entregando a Joia do Tempo de bom-grado ao Thanos para salvar a vida do Homem de Ferro.
Por mim, que morresse.
Mas então me lembrei que Dr. Estranho viu 14 milhões de possibilidades de futuro…
…ele deve saber o que está fazendo.
Agora com cinco das seis Joias do Infinito, Thanos ruma à Terra. O roteiro da última Joia do Infinito é muito bacana e desenvolvido desde o início do filme com Wanda tentando proteger e salvar a vida de Visão o quanto seja possível, mas talvez a única maneira de impedir Thanos seja destruindo a Joia da Mente e, consequentemente, Visão com ela… a não ser que eles tenham outra coisa para fazer. Assim, heróis como a Feiticeira Escarlate, o Capitão América e o Hulk (que se recusa a aparecer) levam Visão até Wakanda, porque se há um lugar no mundo que possa separar a Joia da Mente dele, esse lugar certamente será Wakanda. Enquanto isso, Rocket e Groot vão com Thor até Nidavellir, onde Thor quer o Stormbreaker, um machado que poderá ajudar na batalha contra Thanos, e só com o qual eles poderão vencer… foi linda a cena do Groot doando o braço para servir de cabo do machado.
Por sinal, o Groot estava adorável como SEMPRE nesse filme! <3
Adolescente dessa vez.
O grande clímax de “Vingadores: Guerra Infinita” acontece em Wakanda, E QUE CENA MARAVILHOSA! Enquanto eles tentam tirar a Pedra da Mente de Visão, para que possa ser destruída sem matá-lo, Vingadores e Wakandianos (?) lutam contra um exército de Thanos, em uma das melhores cenas de todo o filme. É brilhante ver tantos heróis em batalha, ver uma guerra de verdade explodindo, e a chegada de Thor com o Stormbreaker foi MARAVILHOSA, sem contar que ainda contou com uma pausa para que ele comentasse a barba do Capitão América, que, por sinal, estava absolutamente lindo nesse filme, mais que em qualquer outro. A batalha se intensifica e tem momentos de Groot e da Feiticeira Escarlate que são memoráveis, além do Bruce Banner lutando no Hulkbuster, já que o Hulk se recusa a aparecer. Um marco na história dos filmes de super-heróis!
Então Thanos chega… com a chegada de Thanos, a Feiticeira Escarlate e Visão sabem que não há outra alternativa que não destruir a Joia da Mente, mesmo que ainda não tenha sido separada dele, e em uma cena dolorosa, ela mata o homem que ama… no entanto, Thanos está em posse da Joia do Tempo, e volta alguns segundos no passado, retirando a Joia da Mente de Visão e completando a Manopla do Infinito… agora, ele pode colocar o seu plano em prática, estalando os dedos para que metade da população de todo o mundo, de forma aleatória, seja morta, entre eles personagens que amamos, como o Groot, o Homem-Aranha (com uma cena emocionante e direito à referência à despedida de David Tennant em "Doctor Who"), o Doutor Estranho, a Mantis, a Feiticeira Escarlate… vemos cada um deles se desintegrar no ar, em uma cena que me fez pensar um pouco em “The Leftovers”, embora não os tenhamos visto desaparecer lá.
O final é controverso, portanto. Há quem AMOU e quem DETESTOU. Eu estou num meio-termo que me faz dizer que eu GOSTEI MUITO. Eu gostei do fato de os heróis terem perdido, porque isso é algo que raramente vemos em filmes de super-heróis, e isso é até esperado quando se trata de um filme dividido em duas partes. Portanto, eu achei legal. O que eu não gostei muito foi dos nomes escolhidos para desaparecerem. Com novos filmes solos confirmados para o “Homem-Aranha” e para o “Doutor Estranho”, por exemplo, eu não consegui realmente acreditar nessa “morte” do final causada por Thanos, e sei que, de alguma maneira, isso será revertido no próximo filme dos “Vingadores” no ano que vem. Por isso, não lamentei, não chorei, não fiquei inconformado… só balancei os ombros e estou esperando para saber como eles vão reverter isso.
Mas tenho certeza de que vão.
O próximo filme, o quarto “Vingadores”, ainda sem título, deve trazer uma finalização mais séria para essa trama de “Guerra Infinita”. Presumo que todas as pessoas “desaparecidas” devem retornar, mas o próximo filme certamente terminará com outras mortes significativas, de um modo que não possam, então, ser questionadas… como foi a morte de Loki, no início do filme. E bem, o Doutor Estranho deve saber o que está fazendo, como eu disse. Ele viu mais de 14 milhões de possibilidades de futuro, e apenas UMA delas acabava com a derrota de Thanos, e ele deixara bem claro, no início do filme, que não hesitaria em deixar Tony Stark ou Peter Parker morrer para defender a Joia do Tempo… por isso, o fato de ele tê-la entregado de bom-grado é tudo parte de um plano maior, ele não a entregaria apenas para salvar a vida de Tony Stark. “Não há outra maneira”, ele diz. Infelizmente, teremos que esperar até o ano que vem para saber o que ele quis dizer…
Enquanto isso, aguardamos “Homem-Formiga e Vespa” e “Capitã Marvel”.


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Comentários

  1. Excelente resenha! Como sempre, né (risos).
    Na minha opinião é um dos melhores filmes da Marvel.
    Não gostei do final, mas não faria sentido se os Vingadores ganhassem.
    Thanos conseguiu virar um deus, contrariando o que Loki disse em sua morte.
    Amei as cenas 'comédia', a interação de Stark, com Peter e o Doutor Estranho; assim como a interação de Thor com os Guardiões da Galáxia.
    Visão não foi muito útil na guerra, já que foi um dos alvos, e é compreensível.
    Steve é um dos meus heróis favoritos, também gostei da barba, ficou mais... homem.
    Muito legal ver o anão gigante Tyrion de GOT s2
    Stark sobreviveu neste filme, mas acho que ele morre na outra parte. :(

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    1. Nossa, há quanto tempo! Que bom te ter aqui novamente! \o/
      Muito obrigado pelo comentário (e elogio haha), e concordo com você: é um dos melhores filmes da Marvel. Sobre a teoria de que Tony Stark pode morrer no próximo filme, eu acho bem possível... assim como também, infelizmente, o Capitão América, e eu não sei se estou pronto para ver isso! Mas como eles já tiveram seus três filmes solos e como a Marvel está passando o bastão para "a nova geração", é bem possível que isso venha a acontecer... nos preparemos! :(

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  2. Sabemos que muito do que aconteceu no final da trama será desfeito futuramente, o que alivia a dor de algumas perdas e, consequentemente, a emoção por elas. Dave Bautista me surpreendeu no elenco, é de admirar o profissionalismo deste ator, trabalha muito para se entregar em cada atuação o melhor, sempre supera seus papeis anteriores, o demonstrou em blade runner 2017, é um dos grandes filmes de Hollywood e o melhor filme de ficção cientifica! Se vocês são amantes do género, este é um que não devem deixar de ver.

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