A Usurpadora – A vida de Paulina na cadeia


Sempre com seu jeitinho “Pollyanna”.
Paulina Martínez é uma personagem peculiar, que foi escrita para fazer a diferença na vida das pessoas. Tanto que ela o faz até quando vai para a cadeia! De certo modo, ela se afasta de várias protagonistas da época, sendo uma mulher forte e determinada, embora ela esteja prestes a entrar em sua fase mais “irritante”, de algum modo – acontece que ela deixa que a ingenuidade tome conta de suas ações, e então ela toma algumas decisões bem equivocadas. De todo modo, Paulina é uma mulher que faz todos os homens ao redor dela se apaixonarem (um elemento comum nas tramas de Inés Rodena, vide as “Marias”) e, infelizmente, nem todos são respeitosos. O seu advogado, Edmundo Serrano, é sim um cara cuidadoso, apaixonado e paciente. Mas o desonesto e nojento diretor do presídio se “apaixona” (não acredito que seja o termo correto) por Paulina…
E isso não é nada bom.
Quer dizer, ao menos ela ganhou a oportunidade de trabalhar na enfermaria, graças a esse “encanto” desprezível, e isso é algo que nos deixa contentes… afinal de contas, assim Paulina pode se distrair do tédio da prisão, e ainda melhorar a vida das pessoas. Uma vez trabalhando lá, ela percebe como a situação é precária, como o médico falha em diagnosticar a anemia da paciente, e como a escassez de remédios é vergonhosa. Assim, ela consegue mais remédios para a enfermaria, começa a falar sobre repintar as paredes, de um verde claro, porque as cores influenciam muito na melhora do paciente e tudo o mais… é uma espécie de realização para Paulina, e ela realmente se envolve com tudo a que se propõe fazer. Foi assim com a Vovó Piedad, na Casa dos Bracho, foi assim na empresa das Cerâmicas Bracho, e assim com a mãe de Lourdes.
Nessas condições de certas “liberdades”, que expressam a maneira corrupta como o diretor administra o presídio graças a “interesses pessoais”, Paola tem liberdade, inclusive, para ir visitar sua irmã, Paola Bracho. E eu devo dizer que essa fase de Paola, dissimulada, fingindo-se de inválida, muito me diverte. A maneira como ela “reage”, como ela fala pausadamente, como ela faz todo um drama exagerado no qual Paulina cai direitinho. Mas se ela tem essas vantagens, é NOJENTO ver o velho diretor do presídio tentar agarrá-la à força, e é com muito orgulho que eu assisto Paulina lhe dar DOIS tapas que ele mereceu. Ainda o chama de covarde. O problema é que a atitude lhe custa um tempo na solitária, pelo menos até que os seus amigos feitos na enfermaria intercedam por ela, sabendo do motivo real pelo qual ela está lá, e então o diretor se vê obrigado a soltá-la.
Afinal de contas, do contrário ele será denunciado.
Ha! Deveria ser denunciado de todo modo!


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Comentários

  1. Paola falando pausadamente é o melhor, já me vem logo à mente aquela risada espalhafatosa de satisfação por enganar a todos.

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