Reverie 1x02 – Bond. Jane Bond.
“I wanna
change. I need an adventure”
ENCANTADO COM
AS POSSIBILIDADES DE “REVERIE”. Depois
de um interessantíssimo Piloto, que me deixou ansioso por mais, estamos de
volta à série com um episódio bastante
diferente, mas que compartilha o mesmo universo e o mesmo programa, capaz
de “tornar o impossível, possível”. Rachel Kauffman acaba de entrar no programa
REVERIE, e ela pergunta se “pode ser tudo o que quiser”, e “Bond. Jane Bond.” faz um excelente trabalho ao construir esse seu
universo fantástico – se no primeiro episódio tínhamos um homem tentando refugiar-se
de uma dor na realidade através de uma “reconstrução” dentro do programa, aqui
temos a possibilidade de realmente FUGIR
DO REAL, em um “mundo alternativo” de ficção quase completa, inventada como uma
forma de ESCAPE mesmo. Aqui, Rachel Kauffman se torna uma agente secreta, com
uma missão importante…
Encontrar Vater.
Vater. Não “Vader”,
como o “Darth Vader”.
Inicialmente,
Rachel parece estar se divertindo com o quanto tudo parece real, até ver um cara sendo levado prisioneiro, e então
a brincadeira fica séria. Dessa maneira,
ela acaba presa no programa depressa, por causa da intensidade com que vive
tudo lá dentro, e isso pode significar problemas para o seu coração do lado de fora, batendo mais
rápido do que deveria, embora ela se sinta segura e vivendo lá dentro. Então, é hora de Mara Kint entrar no Reverie 2.0
e tentar falar com Rachel, trazê-la de volta para fora, mas nem tudo é tão
simples quando ela achou que seria, e Rachel não quer pensar em sair, porque
está envolvida demais no “jogo” que não aceita que não é real. Para ela, TUDO É MUITO IMPORTANTE. E eu adoro, logo
depois, ver Paul explicando o quanto esse
tipo de Reverie é comum, e naturalmente ele o seria! Podemos ser um Jedi,
um viajante do tempo como Marty McFly, um
aluno de Hogwarts.
Eu mesmo me
inscreveria!
Tentador.
Mas a noção
de INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL em “Reverie”
também é instigante, e temos dois temas se desenvolvendo nesse episódio… em
primeiro lugar, temos o DYLAN, a inteligência artificial que comanda todo o
prédio, e sua inusitada relação com Alex, e quando Mara o usa para conseguir
informações, ele faz comentários do tipo que “ele e Alexis costumavam brincar
de espiões quando eram pequenos”, algo que a intriga profundamente, e ela tenta
se aproximar de Alexis e tirar-lhe alguma informação a respeito de Dylan, sem
muito sucesso, mas conseguimos alguma informação ao fim do episódio, quando
Alexis larga tudo o que está fazendo para jogar um jogo de tabuleiro com Dylan,
e Mara observa de longe, quando Paul lhe explica: “He was her brother. They were twins”. Então parte de Dylan, o
irmão gêmeo de Alexis, ainda vive na I.A.
Outro fator é
a maneira como O PROGRAMA ESTÁ EVOLUINDO. No primeiro paciente, Mara não pôde
ser visto pelo programa, que a ignorou por completo. Agora, alguém do Reverie
de Rachel não só podia vê-la e ouvi-la, como ameaçá-la e tentar estrangulá-la. Isso
significa que o programa está aprendendo
ao observá-la, e isso é intenso – sem contar os efeitos colaterais que ela vem
experimentando, como ver Brynn, sua sobrinha, caminhando pelos corredores do
prédio, com o ursinho nas mãos, e é perturbadora a ideia de “perder a noção do
que é real e do que não é”. Assim, Paul dá instruções a Mara, para que ela
desfaça-se de tudo que traga as memórias de Brynn, pelo menos até que o efeito
passe, e tome remédios quando esses episódios começarem, mas, como Charlie bem
sabe, Mara nunca foi boa em seguir
instruções. E ela está curiosa.
O “Reverie” é
mesmo tentador.
Mas Mara não deixa
de fazer o seu trabalho… da próxima vez que entra no cérebro de Rachel, ela
está usando “um vestido chique” e carregando uma arma, como pede a Paul. Em um
cenário digno de um filme de espionagem, ela encontra Rachel em um barco com
quatro caras armados, e tenta falar com ela, tenta chegar até ela, descobrir o
que aconteceu quando ela limpou o apartamento da sua tia, após a morte,
tentando descobrir se o tal de “Vater” tem algo a ver com a sua mãe… Mara é
intensa, e Rachel é resistente, não quer falar disso. Por isso, Mara precisa entender tudo sozinha, a começar pelo
fato de que Vater não é sua mãe, mas SEU PAI. Okay, ela chega nisso pela
palavra em alemão, com a ajuda de Dylan, mas
ela poderia facilmente ter feito isso através de “Star Wars” mesmo. Afinal de
contas, “Luke, I’m your father”. Mas de
todo modo…
Com essa
informação em mãos, Mara descobre que Rachel encontrou uma foto com o seu
possível pai no apartamento da tia quando ela morreu, e o buscou
incessantemente, sem encontrar nada, e foi isso o que o programa reconheceu: A
SUA NECESSIDADE DE ENCONTRÁ-LO. Ela quer enfim ter essa conexão com alguém de verdade, e por isso não quer sair,
porque sente que, talvez, o programa possa levá-la até o seu pai e as respostas
que busca e não encontrou no mundo real. Ela estava fugindo da realidade apenas como uma maneira de encontrá-la, e
então tudo fica AINDA MAIS INTENSO. Quando Rachel enfim encontra o homem no fim
do “jogo”, tudo é muito artificial,
apenas um programa que não sabe nada daquele homem na vida real. “Are you saying that because it’s true or because it’s what I wanna
hear?” Não é
nada do que ela esperava… o programa não tem as respostas!
“I need to feel connected with something real”.
Quando Rachel
descobre que o Programa Reverie não é a resposta, Mara consegue levá-la para
fora, e eu acho linda a maneira como Mara consegue essa conexão real para Rachel, com a ajuda de Charlie, que localiza
alguém que quase não apareceu na foto – Elliott Harrison, o melhor amigo de
Alan, o homem da foto que é mesmo o
pai de Rachel, mas que tinha um acordo com sua mãe de nunca procurá-la, porque
ela queria que a filha fosse só sua.
Assim, quando Elliott passa a Rachel o telefone de seu pai, ela o abraça,
agradecida… porque enfim tem o seu “ALGO
REAL”. Não achei que o episódio fosse nos mostrar Rachel Kauffman chegando
a conhecer o pai, mas fico feliz que o tenha feito, porque foi brilhantemente
EMOCIONANTE. Uma cena singela, tocante, e repleta de uma entrega fascinante. “Will you stay? I’d like you to meet
them”.
Rachel enfim
tem uma família, pessoas ao seu redor, uma
conexão verdadeira.
Ela não precisa mais do REVERIE.
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