The Rain 1x05 – Have Faith



“Aqui não há passado”
QUE EPISÓDIO PERTURBADO! Certamente o melhor episódio até aqui, com todo um clima de tensão, suspense e mistério, e certo enfoque em Lea que deixa tudo mais interessante, tendo em vista que ela é uma das melhores personagens de “The Rain”, embora adoraríamos protegê-la de todo o mal que já caiu sobre ela… com os nervos do grupo aflorados desde que Jean foi capturado e possivelmente morto pelos Forasteiros, Lea e Patrick encontram uma misteriosa mansão no meio do nada onde podem, talvez, se abrigar naquela noite e se proteger da CHUVA, mas eles só podem entrar se entregarem as suas armas. Tudo ali é teneborasamente macabro, com pessoas uniformizadas, aparentemente “boas”, falando sobre como nada lá de fora os afeta, e como ali dentro não existe passado. Eles entram ressabiados, determinados a sair assim que a chuva passar…
…mas talvez não seja assim tão fácil.
Na manhã seguinte, eles recebem café-da-manhã reforçado, e de certa maneira querem nos fazer acreditar que aquele é um lugar bom. Eles cultivam comida, como pequenos tomates, e embora tudo seja aparentemente bonito, é mais assustador que convidativo. Lea, no entanto, diz que “é bonito e pacífico”. Ainda assim, o lugar como é inicialmente apresentado poderia ser o que eles queriam e precisavam nesse contexto, vide a BELÍSSIMA cena do banho… eles estão com medo de tocar a água, até Karen provar que é seguro, e Martin quer ir embora imediatamente, mas Lea lidera uma resistência e mostra como todos querem tomar um banho. Então eles entram, se divertem, em uma cena leve, diferente do que estamos habituados a vê-los compartilhar, e tudo vira uma divertida guerra de sabão, cheia de risos. Um merecido momento de desconcentração.
Foi uma linda cena do grupo.
Mas a facada que Rasmus levou estava infectando… depois do banho, o grupo, com exceção de Martin, ganha “roupas novas”, e então tudo vai ficar mais assustador. E tudo é totalmente COMPLICADO. Eu entendo a noia toda do Martin, porque tudo é estranho e não é fácil sair acreditando em qualquer um, mas eu também entendo Lea e os demais, que sentem essa necessidade de ACREDITAR EM ALGO, ou, como o episódio diz, TER FÉ. Ali eles têm comida, ali eles vivem sem passado, sem nome e sem gênero, e Karen parece acolher Lea com sinceridade: “Algumas pessoas reagem com medo ao amor que há aqui”. Lea é quem se envolve mais intensamente com a SEITA, e Karen se aproxima dela enquanto a convida para ser um deles, e nessa proximidade das duas, Lea relembra o seu passado e a imensa culpa que carrega no peito.
Os flashbacks de Lea apresentam ela “discutindo” com a mãe sobre ir a uma festa, dizendo que ela precisa apoiá-la e não fazê-la se sentir como uma aberração, e então ela vai à festa. Lá, colocam droga em sua bebida, e ela acaba dopada. Descontrolada e muito diferente do que normalmente é, Lea “fica louca”, mostra o dedo, provoca os garotos babacas que a drogaram, e os convida para transarem, com eles filmando tudo o tempo todo e transmitindo ao vivo na internet… na manhã seguinte, quando ela acorda e vê o vídeo, ela liga desesperada para a mãe, pedindo para que ela venha buscá-la, e a mãe diz que viu o vídeo, e que não vai buscá-la. Chorando, ela olha pela janela e vê todos vendo seu vídeo, e então eles morrem logo em seguida, com a PRIMEIRA CHUVA. Logo em seguida, ela fala com a mãe por telefone, que resolve agora vir buscá-la…
Naturalmente, também morre na chuva!
Mas eu sinceramente não sinto que foi culpa dela, como ela acha que foi!
Enquanto isso, vemos uma cena repleta de TENSÃO quando um médico se voluntaria para cuidar de Rasmus, e Simone não deixa sedá-lo, porque a seringa é igual àquela da Apollon que a mulher que tentou matá-los estava usando. Enquanto Rasmus sofre com a dor latente e toma morfina demais, Simone vai confrontar o cara na frente de todo mundo, em uma cena bizarra em que pedem que “ela esqueça o passado”. Martin, por sua vez, caminha pela casa em busca de algo, chegando às portas da cozinha, lá embaixo, onde dizem que ele não pode entrar. Quando ele volta, mais tarde, com Simone, eles mudaram tudo, tudo está limpo e organizado, como uma cozinha normal. Então, ele convoca uma reunião com o grupo, diz que sente que o lugar os está afastando, e promove uma votação para saber se devem ficar ou se devem partir… e só ele vota em partir.
Martin, FELIZMENTE, não tem coragem de ir embora sozinho, e vemos desenvolver em paralelo a sua cena andando pela casa silenciosa, em busca de informações, enquanto o restante do grupo participa da tal “Celebração Mensal”, depois da qual se tornam membros efetivos da comunidade. O discurso de que “Somos um só. Estamos uns nos outros” é revelador, e a sequência culmina em Martin abrindo um freezer e encontrando parte de um corpo humano congelado, enquanto seus amigos, lá em cima, comem animadamente. É profundamente nojento e perturbador. Ao fim da refeição, começa a escolha doentia de quem será o próximo a “presenteá-los” com seu corpo, e o trauma e o horror deles ao se darem conta de que comeram carne humana é impagável. Mas eles partilharam da refeição, agora são parte da comunidade, e como parte da comunidade, podem ser a próxima oferenda.
Martin chega dando soco e tudo, mas não é o suficiente para impedir o sorteio – ele tem a própria arma apontada para ele para detê-lo. Então, durante o sorteio, em um momento apreensivo, descobrimos quem é o próximo corpo ofertado: LEA. Tudo fica ainda mais triste e traumatizante quando Karen não permite que Lea seja sacrificada e se entrega em seu lugar, com um discurso doentio para os demais – isso tudo torna o episódio IMPACTANTE e um pouco traumatizante, mas certamente é o melhor episódio até aqui! Para completar, na hora que eles finalmente podem partir, o cara da Apollon diz que “eles destruíram o mundo”, e acaba expulso da seita por estar “preso ao passado”, e ao invés de se juntar a eles, como eu pensei que aconteceria, ele os segue em busca da seringa que Simone carregou com ela, se injeta na frente de todos e se mata.
Martin agiliza o processo com um tiro na cabeça.
Episódio FORTE.

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