Chico Bento Moço, Edição #26 – Zona de Contágio, Parte 2



No fim, foi emocionante…
MUITO MELHOR DO QUE A PARTE 1! Eu estava bastante cético em relação à primeira parte de “Zona de Contágio”, justamente por sentir que faltava preparo para essas aventuras. É diferente de “Turma da Mônica Jovem”, que sempre teve um pezinho na fantasia e sabe o que está fazendo – o problema não é distanciar-se da realidade, mas fazê-la de forma crível e justificada dentro da própria obra. Para que nos convença. É o que a ficção científica chama de “novum”. De todo modo… a segunda parte de “Zona de Contágio”, no entanto, mudou totalmente o meu conceito em relação à história. Foi uma boa história de mistério e com uma reviravolta bonita que, no fim, ME EMOCIONOU! Não tinha parado muito para pensar em quem era a Sofia, além de alguém importante e envolvido com a SAVERT, mas a Sofia dessa edição nos leva de volta a um “Chico Bento Moço” mais espiritualizado.
Não é a primeira edição assim, eu devia ter notado.
A história segue da edição passada: o Z-Vírus, criado pela SAVERT, que planejava criar supersoldados, verdadeiras máquinas de guerra, e descobrimos que ele entrou em contato com o vírus da raiva através de um animal, e então sofreu mutações. Depois disso, o animal mordeu duas pessoas, uma das quais se transformou nessa espécie louca de “zumbi” que conhecemos na edição passada, E A EPIDEMIA COMEÇOU. As criaturas são assustadoras, extremamente fortes, sentem o cheiro do medo (“É o início do fim do mundo, nós criamos o maior predador do homem! E é tudo minha culpa!”), mas não enxergam muito bem, o que quer dizer que, no escuro, são atraídas pela luz. É assim que Chico e Sofia conseguem escapar da série de criaturas que cercam o carro em que estão se escondendo, com um sinalizador… e então, eles estão de novo sozinhos na estrada.
Enquanto Bombeta, Zé e Jácomo descobrem coisas no laboratório da SAVERT e com o cientista cujo erro começou essa confusão toda, percebemos que a Sofia deve ser a chave de tudo, A CHAVE DA CURA. Afinal de contas, é evidente que ela foi a segunda pessoa mordida, mas o vírus reagiu de forma diferente em seu organismo, e ela não foi infectada. Enquanto isso, o Chico acaba preso por ladrões, amarrado de ponta-cabeça, e é salvo, no último momento, por Sofia, que ao ver uma van da SAVERT começa a se lembrar de algumas coisas… como a mãe morreu há algum tempo, e sobre como precisa encontrar o pai! Assim, começa a jornada de Chico e Sofia em direção a SAVERT, de van enquanto eles têm gasolina, e a pé quando ela acaba, num momento lindo em que eles passam por uma plantação de flores, e girassóis fazem Sofia chorar ao lembrar da mãe…
E como sempre vinha ali aos domingos. Estão perto do complexo.
Vamos lentamente juntando as peças, e Sofia tem um momento revelador, quando diz:

“Aquele símbolo, o olhou mau, o clarão… […] Não foi o acaso que nos trouxe até aqui, Chico… ele veio até mim, e disse pra confiar em você! […] Alguém que te acompanha e que te protege de longe… […] Sinto muito, Chico. Não temos tempo! Você precisa me prometer uma coisa… quando encontrar meu pai, diga pra ele olhar pra você verdadeiramente! Prometa que vai encontrar meu pai, Chico. Que vai dizer pra ele olhar pra você, verdadeiramente. Isso tudo… pode acabar!”

Segundo o que podemos entender até agora, o seu sistema imunológico, ao entrar em contato com o vírus, o isolou, mas cobrou um preço muito alto por isso, e minha primeira reação foi: ELA MORREU?! E tudo fazia sentido… por isso ela demorou para se lembrar das coisas, por isso o velho do posto achou estranho ele dizer “nós”, e por isso os caras que o prenderam não a viram, ainda que tenha sido ela a gritar! Então ela diz ao Chico que “o girassol é a sua flor favorita”, pede que ele colha uma para ela, e desaparece. O Chico a vê sumir quando ele está sendo resgatado pelo Seu Florisvaldo e sua filha Pétala, e não entende o que está acontecendo… as respostas chegam quando ele é levado até a sede da SAVERT e descobre que há algo de errado com a Rosinha. Afinal de contas, ela seria a primeira a vir recebê-la, se tudo estivesse bem. Mas não foi.
Me emocionei MUITO ao ver que Sofia não estava morta. Ela estava ali, em uma cama de hospital, EM COMA desde que entrou em contato com o vírus, e de algum modo o seu espírito estava com o Chico, porque um precisava do outro. Ele precisava dela pra seguir em frente, e ela precisava que ele chegasse até o pai dela para resolver tudo. Me arrepiou vê-la deitada ali na cama, imóvel. Foi uma finalização bonita e TRISTE. Sofia e o Chico eram a resposta para tudo, era a combinação dos dois que curaria toda a população, e eles realmente o fazem… mas Sofia não sobrevive. Foi triste ver o Chico sofrer abraçado à Rosinha, mas também foi bonito vê-lo presenciar o reencontro de Sofia com a sua mãe, entre as flores naquele campo, antes de seguir viagem e voltar à sua vida normal. Porque ali, finalmente, ele sabe que ESTÁ TUDO BEM. Foi emocionante.
E me parece que “Zona de Contágio” começa uma TRAMA MAIOR em “Chico Bento Moço”.


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Foto de capa por TMJ Wallpapers.


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