Chiquititas (2015) – A humilhação da Carolina



“Nós vamos fazer da vida dela um inferno, ela não vai aguentar muito tempo”
Enquanto um monte de outras tramas se desenvolvem em “Chiquititas”, como a Maria voltando a morar com a mãe e o padrasto, o grêmio estudantil dos vizinhos sendo desmantelado por causa de uma matéria reveladora no jornalzinho da escola, o Junior descobrindo a mentira da Andreia, que não está doente coisa nenhuma e o Armando sequestrando a Gabriela em busca de dinheiro, ainda temos um roteiro bem sério para a Carol, que consegue um mandato do juiz que permite que ela volte a trabalhar no Orfanato Raio de Luz. É muito bom ver o seu pequeno momento de vitória contra a Carmem, que não sabe como reagir a essa informação, mas esse momento de vitória não dura mais que poucos segundos, porque Carmem pensa depressa e oferece um único emprego para a Carol no orfanato: o de faxineira. E então você sabe que vem muita humilhação pela frente.
Tudo, naturalmente, é uma maldade tremenda da Carmem que espera que, em primeiro lugar, Carol nem aceite o emprego e, caso aceite, que ela possa humilhá-la no melhor estilo Gata Borralheira. Uhm, isso me faz pensar em “Floribella”, e me bate uma saudadezinha tremenda! De todo modo, embora a Carol tivesse um bom emprego no hospital, trabalhando com o Fernando, ela resolve aceitar o cargo, por alguns motivos que até são bem pertinentes: ela não gosta da ideia de deixar as crianças sob os cuidados da Cíntia, e quer protegê-las como puder, além de desconfiar que foram elas, com a Matilde, que armaram contra ela para acusá-la de roubo, e ela precisa provar sua inocência. Naturalmente, Carol podia assumir o cargo de cuidadora enquanto a Helena ficava responsável pela limpeza, mas a Carmem jamais faria essa sua vontade.
Então Carol resolve aceitar o cargo.
Como esperávamos, o sofrimento está no pacote do emprego. A determinação de Carmem e Cíntia é bem clara: “Nós vamos fazer da vida dela um inferno, ela não vai aguentar muito tempo”. Mas pelas crianças, a Carol é capaz de qualquer coisa. Então ela coloca o seu uniformezinho, diz que o trabalho é digno, e mesmo com os mandos e desmandos mais absurdos e abusivos de Carmem, Carol recebe muito carinho ao seu redor. Dos meninos que a abraçam em uma cena muito bonita, e da Mili, por exemplo, que também tem uma cena com a Carol no pátio, conversando com ela sobre o Júnior, sobre se casar e ter um monte de filhos “para compensar os que ela tem no orfanato”. São momentos tão ternos e verdadeiros que fazem qualquer sofrimento valer a pena… ou quase, porque às vezes eles todos passam dos limites.
Como a Andreia levando o Diego pra encher a casa de lama!
Lama?!
As coisas se tornam substancialmente mais problemáticas quando a Carol acaba escutando uma conversa da Cíntia com o Armando no telefone, e a ouve falar sobre “um tesouro”. Carmem, que nota que Carol está sabendo demais, planeja prendê-la em um “calabouço”, que na verdade é um sótão inutilizado na casa, onde ela a leva para “limpar”. Depois de um tempo, Carmem a deixa lá sozinha e tranca a porta. De seu celular, que ficou para fora, Carmem manda mensagens suspeitas aos seus principais contatos, como o Júnior e o Beto, para que eles não desconfiem de nada. Na verdade foi algo muito bem planejado e extremamente perigoso, e passamos por alguns momentos de muita angústia com a Carol sendo mantida prisioneira em um sótão poeirento, enquanto bate desesperada na porta e chama pelas crianças e pelo Chico, sem que ninguém a escute.
As cenas da Carol lá em cima são tristíssimas. Nós sabemos que, mais cedo ou mais tarde, Carol tem que sair de lá e ela eventualmente ficará bem, mas ainda assim é com muita angústia que assistimos às cenas. Má bastante choro e sofrimento, e a cena em que ela reza e pede um sinal é extremamente bonita. E então o sinal aparece: o pombo-correio da Teca. Quero chamar a atenção, nesse momento, para a construção incrível e nostálgica do cenário do sótão, porque é um cenário muito similar àquele que foi usada na segunda casa que foi o Raio de Luz, em 1998. Também é similar ao “Cantinho de Luz” que era a casa das Chiquititas na Argentina, como na incrível temporada 2000, que foi exibida pelo SBT em 2006. Assim, eu assisti a essas cenas com um aperto no coração pela Carol, mas com um reconhecimento tão incrível que era apaixonante.
Dito isso, o pombo-correio da Teca é de grande ajuda, o que a ajuda a se redimir com as crianças depois de ter contado uma série de segredos delas para que Marian publicasse no jornalzinho da escola. Carol deixa um bilhete com o pombo-correio e, ao amanhecer do dia, não aguenta mais e desmaia. Felizmente, o resgate está à caminho. É Cíntia quem vê a pomba, e é Chico quem a pega e a leva para visitar a Teca, e então o bilhete é finalmente lido: “Socorro. Estou presa no sótão. Carol”. Depois de muito buscar pela entrada para o tal sótão, as crianças encontram a passagem e é o Júnior quem sobe as escadas e abre a porta para resgatá-la, desmaiada, e mesmo quando ela acorda, ela ainda está muito fraquinha e desidratada. Por isso, o Júnior a pega nos braços e a leva para o hospital, e é um desespero vê-lo descer as escadas com a Carol desacordada nos braços.
Felizmente, a Carol fica bem, e o mais legal é que as máscaras estão caindo enfim. Ela diz que foi a Carmem quem a mandou limpar o sótão e depois sumiu também diz que não estava com o seu celular, e ao invés de apenas confrontar a Carmem, Júnior leva a Carol para a delegacia para que eles prestem uma denúncia por tentativa de homicídio. É algo fortíssimo, e pode, no fim, não levar a nada, mas é bom ver alguma coisa acontecendo, ver que as coisas não estão simplesmente saindo impunes mais. Eles não têm nenhuma prova concreta, mas Carmem era a única que sabia que ela estava lá em cima, e é estranho que ela a tenha deixado lá simplesmente, sem nem ver se o trabalho que pediu estava sendo feito… por isso, pode ainda não ser muito, mas eu já estou satisfeito com o fato de a Carmem receber uma ligação da polícia e ser chamada a depor!
Quando o primeiro dominó cai, é apenas uma questão de tempo até o show.

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Comentários

  1. Nesse ponto a novela está a mais ou menos 70 capítulos do fim da trama infinita. Também estou com medo de Poliana e seus 500-700 capítulos. Está sendo um fenômeno, mas vai acabar caindo quando passar do 150.

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    1. Sim, muito medo. Eles deviam aproveitar esse "fenômeno" (e está sendo mesmo!) para fechar uma novela em tamanho normal, ou no máximo 200 capítulos. Com o clima de "novidade", eles manteriam o público extasiado para a próxima novela, prolongando o "fenômeno", desse modo. Mas enfim, aguardemos HAHA

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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