Humans 3x04 – Episode 4



Humanos são mesmo DESPREZÍVEIS!
MÃES SÃO MÃES! Karen sempre foi um dos personagens mais interessantes de “Humans”, e eu estava adorando, desde o fim da temporada passada, essa interação dela com Sam, o synth criança que acaba de ganhar consciência. Nesse episódio, ela protagoniza algumas das cenas mais tristes e mais revoltantes de “Humans”, mas ela também se imortaliza na história dessa série. O episódio é excelente em todos os sentidos, contendo a visita da Comissão Dryden aos synths sob a liderança de Max, um pouco do passado de Agnes que nos ajuda a entender quem ela é agora, Mattie se sentindo obrigada a revelar que foi ela quem deu consciência aos sintéticos, há um ano, para salvar a vida de outra pessoa, e um aspecto inesperado no plano todo de Mia de morar entre humanos hostis para provar que humanos e synths podem conviver em paz.
No passado, Agnes trabalhou como palhaça para Jez, e sempre foi guardada em uma caixa pequena – era lá que ela estava quando “acordou”, e embora tenha esperado por 7 horas dentro da caixa, gritando para que Jez a deixasse sair, ele nunca voltou por ela. Acho que foi ali que começou o seu ódio por humanos! Felizmente, com todos os defeitos que Max apresenta como líder, ele foi esperto o suficiente para não cair no jogo de Agnes para a visita da Comissão Dryden. Ele a prende em uma sala e diz que ela ficará ali até a comissão ir embora, porque sua raiva não os representa e ele não pode arriscar a chance de paz que eles finalmente têm. Agnes diz que “ele não é um líder, é um covarde” (“How many more of us have to die before you fight back?”), mas eu sinceramente acredito que, dessa vez, Max tomou a decisão mais acertada… ele não podia correr esse risco.
A visitação começa já provando que a interação é difícil. Os humanos chegam resistentes, se negando a apertar a mão dos sintéticos, e embora Max aja com diplomacia, ele é contundente ao proibir a entrada dos Orange Eyes. Ele diz que prefere os guardas e suas armas lá dentro, do que “seus irmãos e irmãs escravizados”. Tudo, lá dentro, É TENSO, segundo após segundo, mas os humanos começam a perceber as possibilidades inventivas dos synths, com um painel solar muito poderoso, criado através do mais básico do básico, presente ali… imagina o que poderiam fazer com investimento? Achei que tudo iria por água abaixo quando Agnes se solta, mas felizmente eles a detêm a tempo. No fim, o humano responsável até aperta a mão de Max, muito contente com a visita e com o que viu… talvez Laura tenha conseguido mesmo fazer a diferença!
Mas eu ainda não confio em Neil.
A dolorosa história de Mia segue, aparecendo no jornal sob a manchete “OLHOS VERDES ASSASSINA MORA AO LADO”, e os humanos dão mais uma leva de demonstração de intolerância, com gritos de “FLESH AND BLOOD!”, e mostram a sua natureza selvagem, muito menos “humana” que ela, ao a empurrarem e a agredirem de verdade. E, do meio da multidão, alguém lhe oferece a mão. Ninguém menos que ED, o ex-namorado de Mia que tanto nos decepcionou… eu ADOREI como ela o recebe, dentro de casa, com um soco incrível. Depois do soco, ela aceita conversar. Ele tenta pedir perdão (“I don’t know if I can ever trust you again!”) e parece sincero ao dizer que ela não pode continuar ali, com aquelas pessoas do lado de fora, quer uma chance para que eles vivam outra vida, longe dali, perto do mar… eles nem precisam estar juntos.
Mia dorme com ele uma última vez… mas ela não vai embora.
Por fim, o TRAUMATIZANTE final desse episódio… desde o episódio passado, eu estava tão feliz com o súbito envolvimento de Joe com Karen e Sam, ensinando Sam a “desenhar como uma criança humana”, ou a jogar bola, e foi emocionante como ele salvou Sam de ser atropelado quando Karen não pôde fazer nada… nesse episódio, o trio vai jogar mini-golfe e se despedem com direito a beijo no rosto e um “We should do this again!” que me pareceu cheio de um clima interessante… estava até feliz em ver Joe se unir a essa família, ironicamente – afinal, era ele que queria viver sem synths. Mas essa é uma trama que não poderá ser levada para a frente… no caminho de casa, Sam cai, machuca a mão e, claro, o seu sangue é azul… Karen faz de tudo para tentar esconder, mas um homem já viu e está gritando “That boy is a synth! That boy is a synth!”
Então o pandemônio é armado.
Chorei com a situação e com a bela atitude de Karen. Contrariando lindamente o fim do episódio passado, em que ela nos explica que sua programação não permite que ela se coloque em risco deliberadamente para proteger ou salvar outra pessoa, ela o faz agora. Corta a própria mão e grita: “Look! Look! I’m the synth! Me!” Então ela manda Sam correr, enquanto se entrega à morte pelas mãos daqueles humanos intolerantes. Eles a pegam, a espancam, em uma cena violenta horrível de se assistir. É triste, é nojento, é revoltante. Enquanto isso, Sam corre para pedir a ajuda de Joe, e quando Joe vai atrás de Karen, ele encontra uma poça azul de seu sangue e, mais à frente, o corpo de Karen, morto a pancadas por humanos que se dizem “tão superiores”. Quando Joe se ajoelha e chora ao lado do corpo destruído de Karen, nós choramos junto, infelizes e horrorizados.
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