Os Incríveis 2 (Incredibles 2, 2018)



Zezé e Mulher-Elástico… QUE FILMÃO! <3
Desde “Toy Story” que eu não vejo uma SEQUÊNCIA TÃO BOA da Pixar. Eles nos trouxeram filmes maravilhosos nos últimos anos, como “Divertida Mente” ou o recente “Viva”, mas as sequências não têm realmente sido seu forte. Não foi com “Universidade Monstros”, que foi uma grande decepção, nem com “Procurando Dory”, que era bom, mas não tanto quanto o seu original. Aqui, “Os Incríveis 2” consegue fazer tudo o que o primeiro filme, lançado em 2004, fez E MUITO MAIS. Tem ação, personagens mais carismáticos do que nunca, e todos brilharam de uma maneira ou outra em diferentes momentos do filme, enquanto a Mulher-Elástico ganha o seu lugar de destaque e sai para combater o crime e salvar a imagem dos heróis, e Beto precisa ficar em casa cuidando das crianças… isso enquanto o fofo do Zezé descobre todos os seus 87459684712563 poderes.
O filme começa no ponto onde os deixamos, há 14 anos: quando o Escavador ataca a cidade. Sabe, logo depois da corrida hilária do Flecha e de o Toninho ter chamado a Violeta para sair, mas a confusão é tremenda: quer dizer, o Toninho acaba vendo a Violeta, e então é submetido a um negócio meio MIB, e os Incríveis, ao lado do Gelado, fazem uma tremenda confusão na cidade para salvá-la. Lembrando que, nesse ponto, OS HERÓIS AINDA SÃO ILEGAIS! Portanto, a Família Pêra acaba brevemente na cadeia e, depois, condenados a duas semanas em um hotel furreca antes de ficarem sem teto. Por isso, eles precisam abraçar a oportunidade quando Winston e Evelyn Deavor marcam uma reunião com eles (Sr. Incrível, Mulher-Elástico e Gelado) para conversar sobre um plano para devolver a legalidade aos super-heróis. É a sua única esperança!
A escolhida para representá-los nesse primeiro trabalho, para começar a conquistar a confiança das pessoas novamente, é Helena, A MULHER-ELÁSTICO. Com um uniforme novo (que não foi feito pela Edna!), ela acaba se aventurando nisso sozinha, com uma moto incrível e uma primeira missão eletrizante: salvar um trem recentemente inaugurado. Como um filme de super-heróis EXIGE, é uma brilhante sequência de ação que explora muito bem os poderes da Mulher-Elástico, além de colocá-la em evidência no primeiro ato do filme, funcionando como o inverso paralelo (?) do primeiro filme, em que o Sr. Incrível vai para a ilha sozinho… e é como aquela menina grita no carro ao seu lado: “Empoderada!” Porque a Mulher-Elástico arrasa com todas as possibilidades de seu trabalho, e não podia estar MAIS FELIZ em salvar aquele trem e todas aquelas pessoas!
Enquanto isso, Beto está em casa com as crianças…
Eles estão em uma casa IMENSA emprestada por Winston Deavor, repleta de possibilidades, mas a Família Pêra, por si só, já é repleta delas. E eu adoro ver essa inversão dos papéis, ver o Sr. Incrível morrendo de inveja porque ele adora estar na rua combatendo o crime, mas fazendo o possível para não dizer isso a Helena, no telefone, por exemplo, e para provar para ela que tudo está bem. Não que tudo esteja realmente assim tão bem… afinal de contas, ele está cuidando de um bebê que aparentemente não pode dormir, de uma adolescente revoltada que parece ter perdido o possível namorado, e o fato de “alguém ter mudado a matemática”. É bastante para ele! Mas o Beto cresce muito como PAI durante o filme, e eu acho que isso era algo que precisávamos ver, e me pergunto como passamos 14 anos sem essa sequência, de fato!
O Flecha estava uma peste divertidíssima nesse filme. Além de termos novamente a cena do Flecha e da Violeta sobre “lavar as mãos”, nós o temos todo curioso com tudo ao seu redor – bem uma criança mesma, que não pode ver um botão que já quer apertá-lo. É assim na casa, apertando e revelando todas as possibilidades dela, boas e ruins, ou com o Incrímóvel que eles veem na TV! Mas o mais legal é vê-lo lutando com a tarefa de casa e pedindo a ajuda do pai, que reclama que “desse jeito ele não sabe”. O Flecha foi um dos que mais fizeram o Beto crescer, porque o Beto, embora exausto, não conseguiu dormir durante a noite pensando em como ele tinha dito que “ia esperar a mamãe voltar”, e passou a noite toda estudando a matéria do filho até que pudesse entendê-la e, assim, pudesse ajudá-lo… sério, aquilo não foi uma coisa fofa?
A Violeta está em uma fase importante. É a primeira vez que a vemos de volta à “vida normal” depois dos eventos na ilha do primeiro filme, agora que ela é muito mais confiante e coloca o cabelo para trás. Ela até tem um encontro com o Toninho! O problema é que ela não tem um encontro com o Toninho… quando ele lhe dá um bolo, ela fica invisível, come sorvete e, mais tarde, se volta contra o pai ao descobrir que A CULPA É DELE. Afinal de contas, ele que falou demais sobre o Toninho tê-la visto sem a máscara, e quando sua memória foi apagada, eles não apagaram apenas o fato de Toninho ter visto Violeta em seu uniforme, mas toda e qualquer lembrança que ele tinha dela. Foi muito tristinho vê-la falando com ele na escola e ele sem ter noção de quem ele é… e o Beto tentando resolver tudo das maneiras mais erradas possível!
Mas e o Zezé?
OWN, O ZEZÉ! <3
Ao lado da Mulher-Elástico, Zezé é a grande estrela do filme. EM TANTOS MOMENTOS! Ele é um desafio diferente para o Beto, e se bebês sempre são desafios para seus pais, o Zezé é um caso à parte… quer dizer, ele tem muitos poderes. O Beto já começa sofrendo com o cocô na fralda, ou dormindo enquanto conta história para ele dormir (ri muito dessa parte!), ou com o fato de o Zezé sempre aparecer desperto assistindo televisão, mesmo depois de o pai tê-lo colocado pra dormir… mas as coisas se complicam naquela HILÁRIA LUTA CONTRA O GUAXINIM! Bem, em algum momento eu desisti de contar os poderes do Zezé, mas reza a lenda que são 17, até o Beto disse isso para a Helena no fim do filme… de todo modo, ele tem raio laser, pode ficar gigante, atravessar coisas sólidas, mover-se para uma dimensão paralela, virar um “bebê-demônio”, como vimos no fim do filme passado, se multiplicar… bem, e mais um monte de coisas!
“Você pode se multiplicar como coelho e atravessar coisas sólidas! Ih, agora ferrou!”
Mas o Zezé rouba a cena em vários momentos. Seja com o guaxinim, seja apenas com o Beto, seja no meio das reuniões de família, rindo ou pedindo biscoitos, mas um dos melhores momentos do filme É O ZEZÉ COM A EDNA. Bem, a Edna sempre foi minha personagem favorita no primeiro filme, e agora a colocam ao lado do Zezé! Beto vai até ela para pedir ajuda, e inicialmente ela não quer ficar perto do bebê, até vê-lo assumir a aparência igual a dela e se ENCANTAR. Então, dispensa o Beto e diz que, naquela noite, o Zezé vai ficar com “a Tia Edna”. FOI BRILHANTE. Dessa vez, na cadeirinha ao lado de Edna para as demonstrações, temos o Sr. Incrível, que assiste enquanto ela mostra o MARAVILHOSO uniforme e afins criado para o Zezé, em uma noite. Ela é mesmo um máximo! Mas como NÃO AMAR o Zezé andando pelo corredor SENDO UMA MINI-EDNA?!
Mesma mãozinha, mesmo caminhar, mesmo tudo!
Perfeito!
<3
Os trabalhos de Helena, eventualmente, ficam estranhos… conseguimos perceber, desde sempre, que há algo errado, e então ela passa a enfrentar o Hipnotizador, que é um vilão incrível e que tem uns efeitos bacanas! Uma das cenas que mais me intrigou foi quando Helena prende o “entregador de pizza” como se fosse o Hipnotizador, porque tudo parece muito conveniente. Afinal de contas, Helena tinha reclamado mais cedo que não era o suficiente, porque o Hipnotizador ainda estava livre por aí. Então, quem quer que fosse o vilão, colocou um bode expiatório qualquer para tirá-la da pista! Mas quando a Mulher-Elástica seguiu percebendo coisas e chegando perto demais da verdade, ela acabou em perigo pela própria Evelyn Deavor, a mente por trás do Hipnotizador. E então a tensão ESCALA para o grande clímax do filme, impressionante.
Pra não dizer “incrível”.
Evelyn liga para o Sr. Incrível dizendo que “a Mulher-Elástico está em perigo”, e ele liga para o Gelado vir cuidar das crianças, mas eles são atacados por uma leva de super-heróis, a Equipe B ou algo assim, todos com óculos hipnotizadores que os fazem atuar como vilões. E a Mulher-Elástico, também manipulada, já conseguiu pegar o Sr. Incrível. Quando os vilões na mansão pegam o Gelado, a única esperança das crianças é o Zezé, com seus poderes incontáveis, e o Incrimóvel, que o Flecha consegue convocar a tempo de salvá-los… assim, eles partem em uma missão divertida e corajosa seguindo um navio repleto de heróis e uma vilã perigosa! E se não fosse as crianças, de novo, eles não teriam conseguido nada. Porque é o Zezé quem primeiro tira o óculos da Mulher-Elástico, e dali em diante parece um efeito dominó, com óculos atrás de óculos caindo.
Com os heróis à salvo, eles precisam enfrentar Evelyn Deavor, a grande vilã que quer se vingar dos super-heróis pela morte dos pais, além de salvar uma cidade que está ameaçada quando o navio cheio de heróis assume uma vibe meio “Velocidade Máxima”. Num clímax perfeito, QUE AÇÃO FENOMENAL! Os poderes da Família Pêra se unem aos poderes de Gelado e, também, ao novo grupo de super-heróis, dentro os quais Voyd sem dúvida é a mais interessante! E nós ficamos tensos do começo ao fim, até que tudo esteja bem… e, então, A LEGALIDADE DOS HERÓIS É RESTAURADA! Agora, sim, a história se fecha, e Violeta enfim pode ter seu encontro com Toninho, começando tudo de novo. Ou não. O final, divertido, é quase um easter egg, porque termina com a família indo enfrentar um novo desafio, como no fim do primeiro filme…
E os créditos são muito parecidos com os do filme original!
Nostalgia brilhantemente misturada com novidade. FILME INCRÍVEL! <3


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