Sítio do Picapau Amarelo (2002) – O Picapau Amarelo, Parte I
“Eu não lutei contra moinhos de vento, eu lutei contra
terríveis gigantes!”
Ainda como
parte da PRIMEIRA TEMPORADA do “Sítio do
Picapau Amarelo”, mas já em 2002, “O
Picapau Amarelo” é uma história em 10 episódios, a primeira depois da reprise dos episódios que voltou ao “Reino das Águas Claras” até “Reforma da Natureza”. Adaptando o livro
homônimo de Monteiro Lobato, nessa história, o Sítio de Dona Benta é “invadido”
por criaturas do Reino Encantado, que decidem vir morar nas redondezas, já que
estão cansados de seus livros “bolorados”… o Pequeno Polegar tenta escapar da
Dona Carochinha desde o começo do programa, e talvez, dessa vez, ele tenha
realmente conseguido, quando a bondosa Dona Benta resolve atender ao pedido das
crianças e acolher esses personagens fantásticos em suas terras, agora
expandidas… mesmo que isso, naturalmente, signifique MUITA CONFUSÃO. E é tudo muito mágico e divertido!
Tudo começa
com a trágica morte do Visconde de
Sabugosa. Emília está tentando pegar um livro da estante, sem sucesso (“Parece que esses livros criaram raízes.
Raízes se tira com enxada! Visconde, vai buscar uma enxada!”), e ele a
ensina a lógica da alavanca. A
Marquesa de Rabicó, acidentalmente, derruba um livro imenso sobre o pobre sabugo de milho: DOM QUIXOTE DE LA MANCHA.
Aparentemente destruído, o “caldo da ciência” escorre e é guardado por Emília,
para o caso de alguma emergência, mas a Tia Nastácia consegue consertá-lo
depressa… com a queda do livro, as crianças pedem para Dona Benta ler para eles
a história do Dom Quixote, e ela conta toda a história, sobre Sancho Pança,
sobre os Moinhos de Vento que Dom Quixote acreditava ser perversos gigantes, e não tarda muito para que o próprio Quixote apareça
por ali!
Enquanto
isso, o Pequeno Polegar manda uma cartinha a Dona Benta, dizendo que ele e os
demais personagens gostariam de morar ali.
As crianças, naturalmente, ficam empolgadas, começam a pensar em como seria
“ser vizinhos da Branca de Neve”, ou “pedir açúcar para a Cinderela”, e começam
a fazer planos, de comprar as terras dos arredores, isolar o Sítio do Picapau
Amarelo com uma cerca, deixar o Quindim responsável por ela e o Visconde pelas
chaves, e quando Dona Benta também se convence da viabilidade do plano (?),
Emília envia a resposta ao Pequeno Polegar, porque aparentemente a vovó não
sabe fazer isso: “Ai meu Deus, que bicho
bobo é gente grande! Demora tanto pra aprender uma coisa tão fácil que é o
Faz-de-Conta!” Mas comprar as terras dos arredores não é tão simples, porque os safados proprietários, ao ver o
interesse de Dona Benta, SOBEM OS PREÇOS.
Mas as crianças dão um jeito nisso.
Eu ri, mas
elas foram meio pilantras, não foram? Enfim…
O
ilustríssimo Dom Quixote não era exatamente um dos convidados, mas ele aparece
coincidentemente, e já chega causando
confusão. Acredita que o Quindim é o perverso Mago Frestón, e tenta
capturá-lo. Depois, colhe flores para sua amada “Dulcineia”, cantando, bem
louquinho, mas nada melhor do que sua
chegada ao Sítio. Encantado pela beleza daquele “castelo”, ele faz de tudo
para protegê-lo dos “fantasmas que o atacam”, que são na verdade apenas lençóis
que Tia Nastácia pendurou no varal… por falar nisso, quando ele vê Nastácia,
fica encantadíssimo, e exclama: “Dulcineia!”
E para convencê-lo de que o nome dela não é Dulcineia? Ela corre pedir auxílio
de Dona Benta, naturalmente: “Dona Benta,
acude! Tem um homem doido lá fora! Tá montado no cavalo e tá, assim, lutando
com os lençóis!” As crianças e Dona Benta, fascinadas, saem correndo para
conhecer o Dom Quixote e Sancho Pança.
Destaque para
o Dom Quixote conhecendo o seu livro e ficando horrorizado, reclamando que “o
tal do Cervantes” não sabia de nada: “Eu
não lutei contra moinhos de vento, eu lutei contra terríveis gigantes! A
história está errada!” Enquanto isso, os outros novos moradores também
começam a chegar, marchando ao Sítio, entre eles a Branca de Neve, a Cinderela,
a Alice, o Peter Pan, o Lobo Mau, a Chapeuzinho Vermelho, o Aladim, o pessoal
das Mil e Uma Noites… e Pedrinho conduz divertidíssimas entrevistas com eles,
que parecem chegar a um consenso sobre terem vindo “por causa dos bolinhos da
Tia Nastácia”. E então as terras se transformam. Castelos são construídos em
segundos, o Capitão Gancho coloca um mar no sítio, e o Pequeno Polegar,
atrevido, tenta ir morar numa casinha de João-de-Barro, mas só causa mais
confusão.
E causa quase uma nova morte do Visconde.
Dessa vez, no
entanto, o Visconde de Sabugosa não morre, embora caia da árvore em que subiu
para salvar o Pequeno Polegar… ou tentar.
Ali, sozinho no chão, ele conhece a Quimera, e fica fascinado por ela, e uma
amizade começa a nascer. Enquanto isso, as crianças conhecem o Belerofonte, da
Mitologia Grega, montado em seu Pégaso e buscando a Quimera. Emília, esperta,
diz que só vai contar-lhe onde ela está se ele
contar sua história, e isso é muito de “O
Picapau Amarelo”, uma contagem de histórias enquanto os personagens visitam
o Sítio do Picapau Amarelo. Ele conta da Quimera, de como domou o Pégaso, e as
crianças ficam empolgadas ouvindo a história heroica. Ele também conta que
cortou as três cabeças do monstro, retirou a “glândula da maldade”, e então
costurou as cabeças de novo… por isso,
agora a Quimera é um animal bom.
Uma das
tramas de “O Picapau Amarelo”, que
eventualmente também envolve o Belerofonte, é de uma sereia que o Capitão
Gancho sequestra e amarra, e Peter Pan pede a ajuda de Pedrinho para salvá-la.
Assim, as crianças planejam distrair o verdadeiro Capitão Gancho com bolinhos
da Tia Nastácia, convidando-o para “um café”, enquanto Sancho Pança se passa
pelo Capitão Gancho e ordena a soltura de Serena, a sereia. Sancho Pança,
Pedrinho e Peter Pan salvam a sereia,
mas ela fica infeliz no minúsculo laguinho que lhe dão para viver em segurança
no sítio… ali, o verdadeiro Capitão Gancho a encontra novamente, e Belerofonte
é quem a defende, heroicamente (e ele estava todo lindão mesmo lutando, não estava?). Assim, a sereia fica toda encantada, e Belerofonte também,
carregando-a em seus braços de volta ao mar, onde eles precisam se separar… ela
diz que não dariam certo, afinal são personagens de histórias diferentes, e seu
lugar é no mar, enquanto o dele é no céu.
Belerofonte vai embora triste, tadinho.
Antes de
terminar essa review, no entanto, EU
PRECISO FALAR DA CUCA! O que foi a Cuca querendo um Príncipe só para ela? EU RI
MUITO! Irritada com os novos vizinhos, ela planeja fazer alguma coisa, mas fica
toda encantada quando o Príncipe da Branca de Neve diz que “não resiste a uma
princesa adormecida”, por isso fica lá, esperando um beijo seu, mas ele sai
assustado chamando-a de “monstro” quando vê seu rosto, e ela fica revoltada: “Ah, eu vou me vingar desse bofe!”
Assim, ela o transforma em SAPO e faz um acordo com a Dona Carochinha, que está
desesperada para pegar seus personagens e levá-los de volta para dentro de seu
livro embolorado. Assim, a Carochinha pega de volta personagem por personagem,
começando pela Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau, e depois a Cinderela, e as
pessoas que estavam lá dançando com o Quindim…
O erro da
Dona Carochinha, no entanto, foi desafiar
a Cuca. A Branca de Neve encontra o seu Príncipe transformado em sapo, a
beija para que ele volte ao normal, e independente de qualquer acordo que tenha
feito com a jacaroa (que era de deixar o “seu” príncipe para trás), a barata
desaforada leva a Branca de Neve e o
Príncipe também para dentro do livro. Claro que a Cuca fica COM RAIVA, e
faz o feitiço virar contra a feiticeira:
os personagens são todos liberados do livro, de volta ao Sítio do Picapau
Amarelo, e dessa vez a Carochinha fica presa lá dentro. Portanto, esses
personagens continuam morando no Sítio por enquanto. Belerofonte vai embora,
depois da decepção com a sereia, que são
traiçoeiras, e Dom Quixote e Sancho Pança também se despedem, por enquanto…
mas ainda há muita confusão que pode
acontecer com todos esses outros personagens!
Por isso, aguarde os comentários da Parte II!
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