Turma da Mônica Jovem (2ª Fase, Edição Nº 18) – Entre a Luz e a Escuridão
“Muito pior que estar perdido no espaço é estar perdido dentro de si
mesmo!”
Depois dos
mistérios do MUNDO SUBMARINO, somos levados de volta ao ESPAÇO, o que me faz
pensar em quantas vezes a “Turma da Mônica Jovem” já se aventurou
por esse tema. Tudo começou lá em “O
Brilho de um Pulsar”, história dividida em três edições e que nos
apresentou como estavam o Astronauta e a Xabéu depois desses anos todos que separam
a turminha de sua versão jovem. Aqui,
em “Entre a Luz e a Escuridão”,
infelizmente não temos algo assim tão
memorável. Não é uma edição ruim, mas ela é fraca em relação ao roteiro –
tudo parece muito superficial, e
ainda que tenhamos uma história bastante centrada no Franja, que é um dos meus
personagens favoritos (tá, principalmente porque eu tenho uma quedinha séria
por ele e ele está lindo jovem!), eu fico me perguntando se isso tudo aconteceu
de forma convincente ao final.
Franja é,
agora, um estagiária na BRASA, a agência espacial brasileira, mas em muitos
sentidos ele não é mais o Franja que
conhecemos. No dia de seu primeiro voo solo, por exemplo, ele chega de
volta à Terra cheio de reclamações, mesmo que seus supervisores de estágio
digam que ele se saiu muito bem e que
não devia cobrar tanto de si mesmo. Marina
e os amigos estão lá na BRASA para celebrar esse feito com ele, mas ele os
trata mal. Cansado, sem muita paciência, com um mau-humor terrível, ele acaba
indo para casa sozinho, e nem dá atenção para os amigos. [Pausa: será que um
dia vamos saber o que era o tal “X-Marte”? Sério, TAMBÉM QUERO SABER, MAGALI!]
O problema é que o Franja está mesmo ficando meio obcecado, e preocupado demais com “impressionar” os seus
supervisores e conseguir um lugar na BRASA depois do fim de seu estágio…
Mas isso está comprometendo sua saúde mental.
Ele recorre
ao B.O.R.E.A.S. (lembra, lá da edição 11?) por ajuda em um projeto para a BRASA,
e enquanto trabalha e Marina diz que “ele não tem mais tempo para ela”, Franja
acaba “pedindo um tempo”, o que é um
absurdo sem tamanho! Ele perdeu tudo aquilo que o tornava mais fascinante,
infelizmente. Difícil pensar no Franja desse modo… então as coisas pioram
quando ele cria um “Detector de Tempestades Solares” e garante que a Terra está em perigo iminente. Ele fica
paranoico e perde a sua racionalidade… surta, ainda que o B.O.R.E.A.S. o
instrua a refazer os cálculos, chame a atenção para como ele está baseando tudo
em uma “sensação”, e Franja está vendo a luz piscar quando ninguém mais está…
nem mesmo o B.O.R.E.A.S., que veria tudo com seu sistema incrível. Quando ele
vai até a BRASA com a informação, o mandam para casa descansar…
E seria o
ideal…
…mas Franja não
consegue descansar!
Corre à única
pessoa que acredita que vai ajudá-lo: A MÔNICA. Segundo ele explica para a
Mônica, uma tempestade solar pode acabar com todos os aparelhos eletrônicos e
mandar a Terra de volta à era das trevas, ou ainda acabar com a própria vida no
planeta – é o “Praimfaya” da “Turma da
Mônica Jovem”, e Franja quer construir bunkers para a população poder
sobreviver. Mônica acaba entrando no jogo, pelo bem do amigo, e motiva os
amigos a se juntarem a ela, nem que seja para “mostrar apoio ao Franja”, que
evidentemente precisa dele nesse momento. Mas, depois do primeiro bunker
construído, Cebola prova para o Franja que A TERRA NÃO ESTÁ CORRENDO PERIGO, ao
entrar em contato com Xabéu na nave do Astronauta, o Cruzador Espacial Hoshi. Xabéu
diz que “não há nenhum perigo iminente”, mas Franja não acredita em nada.
E ainda é estúpido com ela.
Para piorar,
agora ele acha que o Astronauta está em perigo porque está em uma missão em
Mercúrio, e será o primeiro atingido pela tempestade solar. Por isso, ele
engana a Mônica para autorizar uma decolagem e vai até um satélite de onde
possa mandar uma mensagem ao Astronauta, colocando a própria vida em um risco
sério. Afinal de contas, ele é pego em uma leva de LIXO ESPACIAL, seu cabo com
a nave é rompido, ele perde comunicação com a Mônica e desmaia, longe demais da
nave para retornar… felizmente, ele é salvo pelo Astronauta, que vem ao receber
a sua mensagem, sabendo que ele devia
estar correndo perigo. Assim, o Franja é salvo, mas ele precisa
URGENTEMENTE tratar desse problema de ESTRESSE que o está fazendo tão mal,
fazendo-o ver perigo onde não tem, fazendo-o ter apagões que ninguém mais
consegue ver…
Finalmente, a
edição define o seu tema: ELA QUER FALAR DE CRISE DE ANSIEDADE. O que Franja
teve pode ter sido até um Ataque de
Pânico, e é muito comum e perigoso quando se está em um nível de estresse
tão grande quanto o Franja estava, imposto sobre ele exteriormente, mas,
principalmente, por ele mesmo. Assim, ele aceita o apoio dos amigos e o conselho
de Marina para que vá a uma psicóloga, e a descrição de como ele se sentiu é
bem dolorosa: “No fim, não havia perigo
algum! Nenhuma tormenta geomagnética iminente. As leituras do satélite estavam
corretas, todos tinham razão. Mas eu não conseguia admitir que tudo estava bem!
Não conseguia acreditar em meus amigos… minha namorada… era como se todos
estivessem contra mim! Como se eu estivesse totalmente sozinho! Eu me sentia
sem saída! Perdido! Tomado por um vácuo de desespero. Engolido por um buraco
negro!”
Síndrome do
Pânico é um problema SÉRIO!
Mas às vezes
as pessoas não entendem isso…
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