Doctor Who 11x04 – Arachnids in the UK



“I eat danger for breakfast. […] I don't, I prefer cereal”
Antes de comentar qualquer outra coisa sobre o episódio, eu preciso dizer: O VÓRTICE TEMPORAL GANHOU UMA NOVA VERSÃO! O pessoal está sentindo falta do Vórtice na abertura de “Doctor Who”, porque há anos temos a TARDIS voando na abertura, mas o episódio dessa semana traz a cena no início do episódio, enquanto a Doctor tenta levar Yaz, Graham e Ryan de volta para casa, e é uma visão peculiar. O episódio é interessante, e ainda tem um tom de “introdução” – acredito que, a partir de agora, a série deve entrar em outro tipo de história, com viagens ao futuro e a outros planetas, enquanto Chris Chibnall conduz o que quer que esteja planejando para a temporada. No início do episódio, os quase companions estão querendo retornar para casa e, no fim, eles já são propriamente acolhidos como novos viajantes da TARDIS.
Estou ansioso pelas próximas aventuras!
O episódio me fez pensar um pouco lá na primeira temporada, ainda na época do Nono Doctor, quem sabe um pouco do Décimo também – a Doctor traz seus companions de volta para casa apenas uns 30 minutos depois de eles terem partido, e tem todo um clima triste de despedida, enquanto a Doctor diz “tchau”, mesmo que não queira se separar deles. Gostei dessa faceta carente da Doctor, de quem quer companhia, e da ALEGRIA dela quando Yaz a convida para “tomar um chá na sua casa”. Quando passeamos pelo prédio e pela cidade, no entanto, percebemos que existe alguma coisa sinistra acontecendo, uma vez que muita coisa está envolta em misteriosas teias de aranha, muito mais do que seria normalmente aceitável. Isso no prédio onde Yaz mora, ou na casa de Grace e Graham, quando ele volta para lá… e o misterioso hotel de onde a mãe de Yaz acaba de ser demitida.
Eu gosto muito desses episódios um pouco mais macabros de “Doctor Who”, e certamente foi um tormento para qualquer um que tenha medo de aranhas. O suspense começa a crescer quando a Doctor, Ryan e Jade entram na casa de Anna e a encontram totalmente coberta por teia, e ali eles encontram a primeira aranha do episódio: imensa e assustadora! Então, é claro que esse é um caso que a Doctor vai ter que resolver antes de poder seguir em frente: You’re not supposed to be this big, and you’re not supposed to attack humans. Gosto muito de como tudo vai se conectando, construindo uma boa trama para o episódio, enquanto o grupo da Doctor vai ficando cada vez maior. É Jade, a cientista, que talvez saiba de alguma coisa, e Najia, a mãe de Yaz, que está no centro disso tudo, no hotel de onde as aranhas estão vindo!
Outra aranha imensa e assustadora surge no hotel quando Robertson está no banheiro, e ela destrói todo o chão onde estava a banheira, atacando o cara, que entrega Kevin, seu guarda-costas, como isca, sem pensar duas vezes. É realmente DESPREZÍVEL – quando todo o grupo se reúne no hotel (num total de sete pessoas, pelas minhas contas), eles não conseguem escapar, porque as aranhas fecharam a saída, transformando aquilo tudo em sua “teia”, e eles em suas “moscas”. Eu gosto de como “Doctor Who” consegue trabalhar com algo assustador como aranhas, ter um tom de tensão crescente, e ainda todo o carisma da personagem principal, e Jodie segue arrasando no papel! Eu adorei aquela cena da cozinha, em que ela pergunta a Robertson “quem é ele”, e ele diz que todo o mundo o conhece… então, ela responde da melhor maneira possível:

“Are you Ed Sheeran? Is he Ed Sheeran? Everyone talks about Ed Sheeran round about now, don't they?”

Como não amá-la?
O episódio também é bem crítico, e tem muito a ver com a nossa situação atual – afinal de contas, uma pessoa desprezível como aquela está concorrendo à presidência, fugindo de qualquer tipo de responsabilidade, sendo um babaca tremendo o tempo inteiro, e recorrendo a armas e à morte como uma “pessoa civilizada”. Assustador que o mundo esteja passando por esse momento, não? E é tudo culpa dele e de sua ambição que essa confusão está acontecendo, como eles descobrem ao explorar o subterrâneo do hotel e descobrir que ele foi construído sobre áreas de mineração. Além disso, ainda existe o lixo tóxico jogado ali embaixo, que com os restos dos experimentos com aranhas no laboratório de Jade, culminaram nessas aranhas gigantes e assustadoras, e qual é a posição de Robertson em relação a isso? Ele nem se importa, claro.
Típico.
Real.
Assustador.
No fim do episódio, ao invés de matar as aranhas com armas de fogo, como Robertson planeja fazer, a Doctor pensa em outro plano (We’re not gonna shoot them!”), e elas são atraídas até uma espécie de cofre por uma música que Ryan coloca para tocar, e temos aquela cena tristíssima em que a maior das aranhas morre sufocada por ter crescido demais – na verdade, ela está morrendo sufocada, e a Doctor está sentindo por ela, quando Jack Robertson chega com uma arma para “acabar com seu sofrimento”. Eu acho que o episódio foi bastante útil para definir realmente a personalidade da Jodie Whittaker como a 13ª DOCTOR, porque ela tem uma vibe pacífica, como a maioria dos Doctors, totalmente contra armas e a morte, além de ser leve, divertida e, como o início e o final do episódio demonstraram perfeitamente, querer companhia.
Por isso, o fim do episódio é o momento da despedida. Ou eles acreditaram que seria… mas tanto Yaz como Graham e Ryan retornam para a TARDIS, eles não estão dispostos a se despedir ainda. Adorei quando a Doctor solta aquele “Proper goodbye this time?”, fingindo que não está triste, e eles respondem com um “About that… do we have to?” Então, eles fazem uma verdadeira declaração de amor à Doctor (“You're like the best person I've ever met”), e pedem se podem continuar ali com ela… eles ainda querem mais do universo! Então, a Doctor avisa de todos os riscos, os lembra de que não pode garantir sua segurança, e que mesmo que eles voltem para casa, eles não serão mais as pessoas que são nesse exato momento… mas tudo bem, é isso o que eles querem, é isso o que eles esperam. E quando ela vê que eles têm essa certeza, ela alegremente os acolhe na TARDIS.
“Welcome aboard. Properly”
<3

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