Manifest 1x05 – Connecting Flights



“It’s all connected!”
O episódio nos leva de volta ao dia 7 de Abril de 2013, mas dessa vez não no Voo 828, mas no Voo que chegou normalmente em Nova York, e essa é uma das melhores ideias de “Manifest” até aqui, porque embora sempre imaginemos o que aconteceu nesses 5 anos, e tentemos entender que o tempo foi diferente para pessoas diferentes, ver as coisas acontecerem as tornam mais reais e mais compreensíveis – passei até a entender o Danny, o que eu achei que nunca ia acontecer! O episódio faz um belo trabalho conectando as informações do passado, em flashbacks, com o que está acontecendo no presente, além de nos mostrar que Cal é um pouco diferente de todos eles, e seus “chamados” se manifestam de alguma outra maneira, através de sensações que ele não pode explicar, e não através de vozes e visões propriamente ditas.
7 DE ABRIL DE 2013. A data do pouso em Nova York, e Olive estava ali, disposta a esperar pelo pai e pelo irmão, e quando Grace foi mostrar no painel que faltavam muitas horas para o voo deles chegar, a mensagem do Voo 828 muda para “Ver Agente”, e então o desespero começa. Foi um EXCELENTE ponto de partida para a proposta do episódio, quando Jared está no bar com Lourdes, preocupado com ter pedido Michaela em casamento, porque agora está nervoso, sentindo que ela vai descer do avião e lhe dizer que não e tudo o mais, enquanto Lou o encoraja e o acalma dizendo que Michaela vai dizer que sim. Então, Grace liga para Jared para avisar que o voo desapareceu, e o desespero de Grace é sincero naquele ponto, sem o marido e sem o filho, enquanto Olive chora dizendo que “quer o pai”. Tudo é tão emotivo e tão profundamente triste.
SEIS MESES DEPOIS, as coisas começaram a mudar. Jared e Lourdes vão à casa dos pais de Michaela para levar para eles as fotos da filha, e algumas delas caem, eles a veem juntos e riem ao se lembrar de Michaela, e é uma cena MUITO LINDA quando a mulher pede que eles fiquem com as fotos: “Remember her and laugh. That way, she’ll live forever”. Os dois amavam Michaela demais e sofreram por sua morte, mas nós sabemos que é possível que o luto aproxime as pessoas… enquanto isso, Grace está na cama, devastada, quando Olive chega com um café-da-manhã preparado para ela e a mão cortada quando tentou preparar um pão com queijo e presunto, e ali ela se demonstra, provavelmente, a melhor filha do mundo. E por causa disso e do que ela disse, Grace percebeu que precisava se levantar, POR CAUSA DA FILHA. E foi procurar ajuda.
DOIS ANOS DEPOIS, Grace está pronta para namorar novamente quando conhece Danny, que parece uma boa pessoa, e Olive não está nada contente com essa possibilidade. E eu adoro como ela se impõe e, principalmente, como ela está convicta de que Cal não está morto, e como diz que ele só está desaparecido e, quando crescer, ela vai encontrá-lo. Enquanto isso, quando Jared ganha uma promoção no trabalho, ele e Lourdes se aproximam pela amizade verdadeira que compartilham, e então eles se beijam pela primeira vez. E eu devo dizer que TORCI PELOS DOIS. Os dois não fizeram nada errado e se aproximaram naturalmente, porque um fazia bem ao outro, e eu acho que a mãe de Michaela é quem melhor entendeu isso, quando descobre sobre os dois juntos e aprova. “I’m gonna be with her soon. I wanna tell her he’s okay”, ela diz ao marido.
Forte.
4 DE NOVEMBRO DE 2018. O dia em que o Voo 828 pousa em Nova York, e as vidas, que lutaram para se reconstruir, são abaladas novamente. Para Jared, isso é uma confusão tremenda (“It’s back, the plane. Michaela is back”), e nós sabemos que, de alguma maneira, ele ainda gosta de Michaela, capaz até de arriscar sua carreira por ela, mas eu acho que ela não tem o direito de estragar a vida dele agora. Do outro lado, temos o Danny, que não entende o que está acontecendo e conversa com Grace, dizendo que há 10 dias era como se ele morasse naquela casa, e eles eram uma família, sem contar que quando a mulher da loja pediu que Olive “ligasse pro pai”, ela ligou para ele. E isso é DOLOROSO DEMAIS. Olive expressa o que sente muito bem, dizendo que ama o pai e está feliz que ele esteja de volta, mas que isso não quer dizer que, de alguma maneira, Danny também não seja seu pai.
No presente, Ben resolve se afastar de tudo. Ele não quer ser “cúmplice” de Bethany e Thomas, e abandona Michaela com eles, dizendo que “as vozes são más”, ainda que ele esteja ouvindo sua voz dizer que “tudo está conectado”. Ele desistiu de dar atenção para elas. E, assim, ele resolve passar o dia com o Cal, e ele resolve fazer tudo “aleatoriamente”, deixar que uma moeda decida o seu futuro, para onde eles vão, o que vão comer… e é tão bizarro, porque ele está agindo como uma criança birrenta que coloca os dedos no ouvido e cantarola para não ouvir a bronca dos pais. É exatamente o que ele está fazendo. E, no ápice da IRONIA, Cal age “impulsivamente”, como ele sugere, mas o leva exatamente para o caminho do qual Ben está fazendo de tudo para escapar… e eu sabia disso quando Cal desce na estação errada e tranquiliza o pai:
“It’s part of the game, dad”
Então, Cal corre por estações abandonadas, passando por lugares inimagináveis, seguindo alguma força que não sabe explicar, enquanto Ben o segue e pede que ele pare, mas ele não para: “Don’t worry, dad. It’s all connected”. Confesso que foi um pouquinho assustador, mas eu adorei do início ao fim! E essa jornada de Cal os leva até Thomas (“Hi, I’m Cal. You’re Thomas?”), embora ele não saiba explicar o que aconteceu, e embora ele garanta que não tenha ouvido vozes em sua cabeça. Assim, Ben e Cal estão com Thomas enquanto Bethany é presa como uma suspeita e Georgia, sua esposa, aparece no esconderijo para ajudar Thomas – e Cal tranquiliza o pai e Thomas dizendo que “ela é uma amiga”, porque ele pode sentir isso. Não sei exatamente como funciona o “chamado” do Cal, mas é uma proposta diferente e bastante interessante.
E deve ter algo a ver com a sua experiência no Voo 828.
Ele VIU o que aconteceu, enquanto todos os outros dormiam…
“It’s all connected”

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