Doctor Who 11x09 – It Takes You Away
The
Solitract Plane.
O MELHOR
EPISÓDIO DA TEMPORADA! Não dá nem para acreditar que já estamos no finalzinho
da primeira temporada de Jodie Whittaker como a Doctor, e todo o caminho até
aqui foi lindo, mas nada nas semanas
anteriores se compara com a intensidade
desse episódio. Aqui, em “It Takes You
Away”, temos o MELHOR de “Doctor Who”,
com toda a proposta de outros mundos,
nesse caso uma espécie de “universo paralelo” conhecido como “Solitract Plane”
(uma teoria bacana que torna a mitologia de “Doctor
Who” ainda maior e mais complexa!), enquanto toca profundamente em temas humanos – nesse caso, na dor da perda de
um ente querido. E é forte e doloroso
falar de “luto”, mas “Doctor Who” faz isso de forma lindíssima. Um episódio
preciso e memorável, daqueles para imediatamente se tornarem parte dos
clássicos amados pelos fãs!
A Doctor e os
companions chegam à Noruega, nos dias
atuais, e se deparam com um chalé aparentemente abandonado, e parece que há
algo de errado ali. Adoro a trilha sonora do episódio, adoro o cenário
escuro do chalé, um tanto quanto assustador, e todos os elementos que o tornam
ainda mais macabro – como as três fechaduras na porta. Ao adentrar o chalé, a
Doctor e os demais encontram Hanne, uma garota cega que parece estar sozinha na
casa, embora a chame de “nossa” casa. Aterrorizada, a garota fala sobre uma
“coisa” que ataca diariamente, enquanto pede ajuda deles para encontrar seu pai, que está
desaparecido. Pouco depois, ouvimos os sons animalescos do que quer que esteja
do lado de fora do chalé, caçando e aterrorizando Hanne, que acaba dentro de
casa, escondida embaixo da mesa, os demais próximos dela.
E é dentro de casa que o maior perigo se
encontra… Ryan e Graham descobrem um espelho que não os reflete (“We’d know if we were vampires, right?”), e imediatamente
percebemos que não é um espelho comum,
mas uma espécie de Portal, porque a mão de Graham passa para o lado de lá. Vendo o que está acontecendo, a Doctor usa sua
chave de fenda sônica para liberar Graham e selar o Portal, devolvendo o
espelho à sua forma comum de espelho,
refletindo-os. Não por muito tempo, no entanto – logo o “espelho” volta a
emitir um estranho som e deixa de refleti-los… então, a Doctor precisa investigar, naturalmente. “Now… when is a
mirror not a mirror?”, ela se pergunta. É claro que a Doctor nunca veria um mistério como esse e
ficaria sem investigá-lo. Por isso,
ela deixa Ryan para trás, com instruções para cuidar de Hanne…
…e atravessa
com os demais!
O lado de lá
do Portal, a princípio, é um lugar escuro, esfumaçado e cavernoso… ali,
conhecemos uma nova criatura, cujo nome é “Ribbons of the Seven Stomachs” (?),
e toda essa sequência me fez pensar um pouco em “Star Trek”. Ribbons é um carinha que adora negociar, e que cobra bastante
caro por qualquer tipo de informação – aparentemente, no entanto, ele viu
Erik, o pai de Hanne, e ele só vai levá-los até ele se puder ficar com a chave de fenda sônica da Doctor como pagamento.
Ribbons é um tanto quanto assustador (“Oh, you ask the clever questions… I bet your brain tastes so delicious”),
mas também um tanto quanto patético, e ele lidera o grupo através das cavernas
até sabe-se lá onde, enquanto, do
lado de fora, Ryan descobre um sistema de som do lado de fora do chalé, que indica que nunca existiu nenhuma
criatura.
Descobrimos
que o lugar onde a Doctor e os demais se encontram é uma “Antizone”, um lugar
criado pelo contínuo de espaço-tempo quando o “tecido da realidade” corre grandes perigos, mas a Doctor não sabe
por que ela foi criada naquele lugar.
E o lugar é assustador, justamente
para impedir que, como eles estão fazendo, as pessoas caminhem de um mundo a outro – as “mariposas da carne”
lá de dentro, por exemplo, devoram Ribbons em questão de segundos, enquanto os
demais correm… e Hanne está interessada
em passar pelo Portal também, para ir em busca do pai! Doctor, Yaz e
Graham, então, conseguem passar novamente pelo Portal e saem no quarto onde
entraram pelo espelho, mas, como a Alice, eles estão “do outro lado do espelho”. EM UM UNIVERSO PARALELO! O “Solitract
Plane”, como “Doctor Who” chama.
Mas podia ser
um “Mirror Universe”, como em “Star Trek”.
Eles percebem
que as coisas parecem diferentes
desse lado – é o mesmo chalé, mas também não é. Essa versão do chalé não parece
abandonada, não tem tábuas nas janelas – tudo é novo, limpo, lindo, a paisagem
do lado de fora é alegre e clara, os pássaros
cantam. E, ali, vemos Erik cozinhando! Passado o susto de receber “visitas”
daquele lado, Erik diz a eles que não tem
monstro nenhum do lado de fora e que Hanne está segura enquanto estiver dentro
de casa, e pede que eles vão embora… evidentemente, ele não quer que a
Doctor, Yaz e Graham vejam para quem ele
está preparando comida além dele, e é aí que vemos Trine, a esposa de Erik
e mãe de Hanne, que supostamente
estava morta! Então Yaz se pergunta se
esse é uma realidade alternativa na qual ela não morreu, mas toda a trama é
ainda muito mais complicada que isso.
“I died. I remember it”
Além de
Trine, encontramos mais uma pessoa conhecida viva do lado de lá: GRACE. Quando vimos Grace, mais do que emoção, sentimos um pouco de pavor e
bastante curiosidade – assim como a
Doctor, eu queria entender o que estava acontecendo, queria saber por que,
nesse lugar, as pessoas que deviam estar
mortas não estavam. Graham é bastante cético, a princípio, ao conversar com
Grace, ao duvidar que ela seja real, que ela
seja ela mesma, mas ela consegue provar que é ela, através de memórias que
tem… mas a Doctor está convencida de que
elas não são reais. E então, se elas não são quem aparentam ser, QUEM SÃO ELAS?! E a Doctor elabora teorias… a
Antizone está ali para impedir que ambos os mundos se encontrem (Antizones só
aparecem quando o risco é muito grande
para a realidade), mas o que seria forte o suficiente para criar uma cópia do nosso mundo daquele jeito?
Então ela
entende!
De uma história que ouvia para dormir…
“Unless...
Oh, no actual way! I've told you about the Solitract, right? […] Solitract,
it's a theory, a myth, a bedtime story my gran used to tell me. […] 'Cause in
the beginning, pre time, pre everything, all the laws and elements and nuts and
bolts of the universe were there, light, matter, maths and so on, but they
couldn't fit together properly because the Solitract was there”
“So what is
the Solitract?”
“A
consciousness. An energy. Our reality cannot work with Solitract energy
present. The most basic ideas of the universe just get ruined. Think of it like
a kid with chickenpox, nuclear chickenpox, who wants to join in but always ends
up infecting everyone else. Our universe cannot work with the Solitract in it.
So, what did our universe do? It managed to exile the Solitract to a separate,
unreachable existence, the Solitract
Plane. And suddenly, everything makes sense! The universe could finally
work because the Solitract had been removed”
Basicamente,
então, onde eles estão agora é o SOLITRACT PLANE, um “mundo fora de alcance”
onde o Solitract pode existir sem atrapalhar a existência do nosso universo – trata-se de um complexo
universo CONSCIENTE e exilado do nosso mundo por não permitir que
“existíssemos”, mas que quer fazer parte
de todo modo. Notando o PERIGO que correm, a Doctor chama Graham para
partir imediatamente, mas ele se recusa a ir sem Grace – e é difícil se despedir novamente das pessoas que amam e que
acreditaram estar mortas. A Doctor SABE que não são Grace e Trine de
verdade, mas Graham e Erik não sabem,
então ela precisa encontrar uma maneira de salvá-los, de algum modo. Ela
sustenta o portal aberto por pouco tempo, mas ninguém passa por ele… pelo menos
não na direção correta, apenas de lá para cá… Hanne é a nova visitante do Solitract Plane.
Foi útil ter
Hanne do lado de lá, porque quando ela é abraçada por Trine, ela diz que “não
sabe quem ela é, mas ela não é sua mãe”. Ela
sente, porque ela não é enganada pelas aparências. Enquanto isso, o
Solitract Plane começa a entrar em COLAPSO, porque não pode sustentar a
permanência de cinco pessoas ali –
mas o Solitract vai tentar enquanto pode, e a Doctor enfim entende o motivo: “Oh! I'm dumb. Of course. You want the
same thing you've always wanted, to be with us. So you built a world you
thought we'd like, and taken forms we won't reject”. Cada vez fica mais evidente que as “pessoas” do lado de lá não são reais, e é ao confrontá-las que
eles são mandados de volta para a Antizone. Yaz é a primeira delas, e Hanne a
segunda. Para trás ainda ficam a Doctor, Graham e Erik… ela precisa convencer os dois mais difíceis de serem convencidos.
Primeiro, a
Doctor fala com Graham, e embora ele não queira abrir mão de Grace e ainda se
culpe pela morte dela, ele percebe que ela
não pode ser real quando ela permite que Graham fique ali com ela e Ryan
fique na Antizone, correndo perigo – a
Grace de verdade jamais sugeriria algo assim. “You’re a fake. I
wish you weren’t, but you are”. Então, a Doctor fica apenas com Erik, e não
parece que ele vai abrir mão da esposa… até que ela seja MARAVILHOSA, se
oferecendo no lugar de Erik para o Solitract, dizendo que já viveu muito mais que ele e já viu muito mais que ele, e que pode
então contar-lhe tudo sobre o universo. Quando Erik vê no rosto de “Trine” a
tentação, ele FINALMENTE percebe que não é realmente
a sua esposa, e ele também é liberado. A
Doctor, então, precisa ficar para trás, presa com o Solitract em forma de sapo.
Não, não é
Clara Oswald. Nem River Song. Ou Rose Tyler.
É apenas um sapo.
E a Doctor
conversa com o Solitract, fala sobre o universo, que é tudo o que ela quer
saber, mas a Doctor percebe que o mundo
ainda está instável, e se ela ficar ali, ambas vão acabar morrendo. Por isso, o Solitract acaba liberando a Doctor também, sob a promessa
de que “ela será sua amiga para sempre” – E EU SINCERAMENTE ESPERO VER MAIS DO
SOLITRACT NO FUTURO! Com a Antizone se fechando, todos conseguem passar de
volta pelo espelho ao mundo real, e a
Doctor lamenta que tenha feito “um novo amigo, um universo consciente inteiro”,
e tenha tido que se despedir. O final do episódio é forte e melancólico,
com o sofrimento de Graham e de Erik, e eu senti a dor profundamente, enquanto
eles caminhavam de volta para a TARDIS, rumo à aventura final da temporada.
Antes de partirem, no entanto, Graham e Ryan compartilham o momento mais lindo
que já tiveram na temporada!
“I miss her
too. All the time. But at least we've got each other, eh? Grandad”
E, ali, eu finalmente chorei.
QUE EPISÓDIO
MARAVILHOSO!
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