LIKE, La Leyenda (2018) – As audições do Pablo



Realizando um sonho e enfrentando o pai…
O SONHO DE PABLO SEMPRE FOI DANÇAR – mas ele tem um pai extremamente preconceituoso que acredita que “dançar não é coisa para homem”. Pablo é um dos meus personagens favoritos em “LIKE, La Leyenda”, e eu juro que detesto vê-lo sofrer, e torço para que ele possa ser FELIZ, e mais nada. Que ele possa assumir-se gay, que ele possa ter um namorado com quem tenha um relacionamento bonito, que ele possa dançar sem se preocupar com o que os outros vão pensar, e nem torço por uma “redenção” do seu pai nem nada assim, apenas para que ele o deixe em paz. Às vezes, de pessoas tóxicas como o pai de Pablo, não esperamos nem um milagre que vá fazê-lo subitamente mudar de atitude, apenas distância, porque é o que o Pablo precisa e merece nesse momento… e agora tudo está começando a acontecer na sua vida.
Uma competição de dança se anuncia, e Jéssica e Manuela fazem de TUDO para incentivar Pablo a se inscrever – ele tem problemas muito sérios de autoestima, graças a ficar se escondendo o tempo todo, mas é lindo vê-lo sorrir enquanto as duas, como boas amigas, tentam ajudá-lo. Ele se inscreve, eventualmente, totalmente inseguro, mas logo em seguida acredita que “foi um erro se inscrever”, e nem chega a conseguir ensaiar… Pablo até tenta se forçar a ensaiar, mas ele tem um pequeno surto, de puro nervoso (e não por não saber dançar, mas porque sabe o que isso tudo representa e o quanto o pai o desprezaria se soubesse disso), e quem se senta ao seu lado para “perguntar se ele está bem” é o Sebastián – atualmente, já não consigo mais vê-los funcionando como um casal, porque eles se afastaram por tempo demais, mas eu gosto da amizade dos dois.
Porque Sebastián se importa com ele de verdade.
Inicialmente, Pablo diz que “está bem”, mas Sebastián sabe que isso não é verdade – então, Pablo pede que ele lhe pergunte novamente, e dessa vez ele responde sinceramente, dizendo que era para ele estar realizando o seu sonho, mas agora “já não tem nenhum”, porque morre de medo do que a família diria… assim, desesperançoso, Pablo acaba não aparecendo para a sua audição no dia seguinte, e Jéssica, Manuela e Gabo (!) vão em seu lugar, dizendo que “ele teve um acidente e não pôde chegar”, implorando por uma segunda oportunidade que, relutantemente, eles dão. Dessa vez, no entanto, é sua última chance. Pablo fica bravo quando descobre o que eles fizeram, mas apenas porque agora vai ter que confrontar seus medos ao invés de se esconder, e às vezes precisamos de pessoas que façam isso pela gente, que nos coloque nessas situações “de risco”.
Porque Pablo PRECISA SER FELIZ.
E dançar é o meio de sê-lo…
Afinal de contas, “um bailarino que não dança, morre”. Várias pessoas acabam incentivando Pablo, porque é isso o que ele quer e abrir mão de algo que ama por medo é uma decisão terrível – mas é difícil forçá-lo a ir. Ele tem uma decisão muito enraizada de que “se passar não poderá se apresentar, e se não passar, só será humilhado, sendo que o ‘não’ ele já tem”, mas Manuela o faz levantar da cama, se arrumar e se preparar para a audição – E ELE VAI PARA A AUDIÇÃO, PARA FAZER O SEU MELHOR! No começo, ele se sai bem, mas então acaba caindo, e suplica por mais uma chance. Não achei que lhe dariam essa terceira chance, mas como ele já está lá… e dessa vez ele se sai bem. É BOM vê-lo dançar, porque ele se sente bem, é isso o que ama fazer, e ele se realiza ao fazê-lo – e podemos ver isso pelo seu corpo, o que deixa tudo bem emocionante.
Mas ele volta bravo.
Pablo está pronto para brigar com as amigas, para dizer que “elas não param de se meter na sua vida”, e que agora “além do ‘não’ ele tem uma humilhação” também, mas quando Manuela pergunta o que disseram, ele diz que ainda não sabe se entrou – ADORO como Manuela pede para ele parar de ser uma “diva histérica” e esperar o resultado antes de surtar. Mesmo sem acreditar em si mesmo e achando que não passou, Pablo recebe uma ligação para um call-back, e é um momento de FELICIDADE INOCENTE E PURA, quando ele abraça Manuela, feliz – mas justamente quando tudo estava perfeito, os pais de Pablo aparecem para acabar com toda a alegria do momento. Afinal de contas, ninguém pode descrever o pai de Pablo melhor do que a Manuela: “um neandertal do rancho homofóbico”. Afinal de contas, ela já esteve na casa de Pablo.
O homem lhe dá uma bronca por vê-lo dançar, e a mãe não faz nada, não o defende. É HORRÍVEL ver o Pablo chorando depois, mas quem não choraria com um pai estúpido como aquele? Ele é preconceituoso em vários sentidos – primeiro, que não tem problema algum em ser gay e, segundo, que um homem não precisa ser gay para que goste de dançar. Pablo percebe, então, que não faz sentido voltar para as próximas audições, porque ele não poderá dançar, de todo modo, mas Manuela diz que mais cedo ou mais tarde ele terá que enfrentá-lo. Pablo, no entanto, ainda não está preparado para enfrentar o pai, e prefere esconder-se atrás de mentiras, como quando diz que “não estava dançando por gosto”, e dizendo que se interessa por boxe… o pai diz que “isso sim é coisa de homem”, e é REVOLTANTE assistir a toda essa intolerância e pensar no sofrimento de Pablo.
Sofrimento que tanta gente passa na vida real.
E se Manuela é MARAVILHOSA, ela tem um motivo, claro: PORQUE O SEU AVÔ É IGUALMENTE MARAVILHOSO! Lembro-me de quando ele se vestiu de mulher para ir conversar com Humberto, então diretor de L.I.K.E., sobre Manuela estar “usando uniforme masculino” na escola, e agora o que ele faz? O pai de Pablo quer discutir com ele dizendo que “Manuela está dizendo por aí que é bissexual e que ele não sabe como o avô permite que ela faça isso”, mas o avô arrasa, como sempre – ele diz que não seria justo que por preconceitos seus sua neta não fosse feliz. O pai de Pablo, por sua vez, não aceita ser chamado de “preconceituoso” e diz que “é uma pessoa perfeitamente normal”, de forma pejorativa, o que o avô rebate, furioso, dizendo que o “normal” é que respeitemos as pessoas que amamos e seu direito de amar quem elas quiserem.
Esse senhor MERECE UM PRÊMIO!
Assim, enquanto vemos Pablo sofrer, o vemos dançar dolorosamente, porque é seu sonho e o pai o priva de realizá-lo, e a próxima pessoa que aparece ao seu lado é a Keiko, que resolve com pouquíssimas palavras que ela sabe em espanhol: ele não devia machucar a si mesmo por causa do que outras pessoas pensam. Então, Pablo resolve voltar para o call-back, e ensaia para isso, infelizmente se cobrando demais e acabando se machucando. Mesmo assim, ele conversa consigo mesmo dizendo que “consegue”, e decide ir para a audição, onde conhece o Flávio, um outro rapaz gay que está ali para fazer as audições – e talvez o Sebastián tenha acabado de ganhar uma competição séria? Afinal de contas, Flávio é todo educado e querido com o Pablo, e o ajuda a ficar menos nervoso para a audição… e, por isso, PABLO SE SAI MUITO BEM.
Ele é escolhido, junto com Flávio.
E posso dizer? JÁ ESTOU SHIPPANDO OS DOIS!
Até Manuela e Jéssica já sentiram que pode existir algo pela maneira como ele diz “o Flávio” e tudo o mais… eventualmente, então, Pablo manda um vídeo, no impulso, para o pai, no qual diz que gosta de dançar, que fez um teste para uma apresentação e tudo o mais – o pai chega à escola FURIOSO, fazendo um escândalo digno de sua imensa estupidez e intolerância, e nem Victoria tem muita paciência para ele, deixa que Pablo converse sozinho com o pai… Pablo diz que lamenta ter lhe contado assim, mas também diz que está cansado de mentir e fingir. O pai, frio, diz que “ele pode fazer o que quiser”, e que “anseia por vê-lo”, e essa é A PARTE MAIS CRUEL. Porque um sorriso se abre no rosto de Pablo, ele sonha com deixar o pai orgulhoso fazendo o que ama, e ele diz que ele será o pai mais orgulhoso assistindo-o, da primeira fila, mas o pai completa a frase: “Mal pode esperar para vê-lo fracassar”.
Ele não precisava ter dito isso. E eu tenho medo do que ele fará em seguida.
Acho que vou ter que ir ali cuidar do Pablo…

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