O Diário de Daniela – Daniela se refugia no sótão do teatro!



“Eleonor… su mamá… murió”
Toda a sequência da MORTE DE LEONOR é um evento traumático em “O Diário de Daniela”. O que era para ser uma segunda lua de mel e um momento de Enrique e Leonor se reaproximarem como casal, depois de ele ter faltado à celebração do seu aniversário de casamento, acaba se tornando uma dor incontestável… retornando para a capital, Enrique liga para Pepe para que o encontre no aeroporto, e a cena é DOLOROSA, como suspeitamos que seria, quando ele conta ao amigo o que aconteceu e o abraça. Enrique está tendo um justificável colapso, enquanto também lida com a culpa por não ter podido salvar a esposa e, além de tudo isso, ainda tem a incerteza de como fazer para contar aos filhos sobre a morte da mãe… ainda mais tendo em vista a filha carinhosa que têm, Daniela, que está preparando uma festa de boas-vindas aos pais.
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Enrique retorna à casa no meio da noite, e encontra Adela e Daniela na sala, e então, quando elas perguntam por Leonor, ele precisa lhes contar… chorando, destruído, ele fala sobre a morte da mãe, e as reações são OPOSTAS. Adela se entrega aos gritos, à revolta, se recusando a aceitar um abraço do pai, culpando-o por não ter salvo a mãe. Daniela, por sua vez, entra em um perigoso estado de choque em que não consegue expressar sua dor, e essa dicotomia torna as cenas muito mais impactantes. Presenciamos os gritos histéricos de Adela em contraste ao silêncio triste de Daniela. A garota está distante, silenciosa… e nem chega a chorar. Em uma das cenas mais FORTES da sequência, Enrique segura os seus ombros e praticamente implora para que ela fale, grite, chore… mas que faça ALGO. Mas Daniela ainda está tentando processar toda essa informação.
Pepe, por sua vez, ainda que seja tarde, vai à casa da ex-esposa para contar o que aconteceu e pedir para levar Martín para ver Daniela, porque sente que ela precisa da companhia dos amigos nesse momento, mas Gustavo, o padrasto monstruoso de Martín que já protagonizou cenas revoltantes com o garoto até então, impede que ele ou a esposa vão. Sem esperanças de conseguir uma autorização formal, Martín, em nenhum momento, pensa em abandonar a amiga: arruma a cama e escapa. MAS ELE ESTARÁ LÁ! Durante o velório, Daniela continua em choque, mas é muito bonito como ele tem pessoas que a AMAM TANTO e que estão ali por ela… é o caso de Natalia, que está ao seu lado, que cuida dela, que a abraça, e do próprio Martín, que chega em seguida. Martín, antes de dizer qualquer coisa, abraça a amiga. Porque é disso que ela precisa.
Do carinho sincero.
A cena de Daniela com Martín e Natalia é muito bonita, e a atuação de Daniela Luján está perfeita em sua dor silenciosa. Tudo é triste, horrível e, de algum modo controverso, belo. As mãos dos três se unem, e Martín também sofre, com a dor da morte e com a dor de saber como Daniela está sofrendo – adorei o momento em que ele pergunta a Natalia se ela acha que existe céu, “porque algumas pessoas dizem que não existe”, e Natalia diz coisas lindas… o que é um paralelo à conversa de Enrique com Juancho, o filho mais novo, que diz: “No quiero que estés en el cielo, quero que estés aquí. Yo quiero mi mami”.  E eu acho GENIAL como a novela trabalha bem com o sofrimento de cada uma das crianças… Juancho como uma criança mesmo; Daniela em completo estado de choque, chegando à culpa; e Adela revoltada, culpando o pai e, infelizmente, se aproximando de Helena.
O enterro é uma das cenas MAIS TRISTES de toda a novela, E EU CHOREI BASTANTE. Enquanto Adela segue chorando, gritando pela mãe, detestando o pai com o olhar, Daniela está em completo silêncio, incapaz de chorar, e os amigos se perguntam o porquê de ela não ter chorado. Como diz a Natalia: isso não é bom, porque a tristeza que não sai dos olhos fica no coração. A cena mais forte é quando Daniela está sozinha ao lado do túmulo da mãe e, ainda sem abrir a boca, se pergunta o porquê de a mãe ter morrido… ela estava tão feliz que ela ia voltar. Logo em seguida, DANIELA COMEÇA A SE SENTIR CULPADA, achando que os pais viajaram por sua culpa, e isso só a faz mal, só a faz sofrer, e ela ainda cobra Yuls por não ter avisado sobre a morte da mãe, apenas que “eles iam se separar”. Ela não a teria deixado viajar se soubesse desse risco.
“Minha mãe está morta. Nunca vou voltar a vê-la”
Enquanto isso, Adela diz ao pai que NUNCA vai perdoá-lo por ter deixado a mãe morrer, e é visível como ela não tem amigos para apoiá-la como é o caso de Daniela. Tanya é uma insensível (a convidando para uma boate na noite em que ela soube da morte da mãe, por exemplo) e, assim, ela acaba se refugiando em Helena, a única pessoa que “lhe dá atenção”, embora por puro interesse, e seja uma “atenção” bastante questionável. E Helena ainda comete atrocidades como atormentar Daniela e fazê-la pensar em como é culpada pela morte de Leonor, e contar a Juancho, sem sensibilidade alguma (gritando coisas como “SUA MÃE ESTÁ MORTA! MORREU AFOGADA!”), como a mãe dele morreu, e isso acaba cobrando consequências como crises emocionais no garoto, que acaba com medo de entrar na banheira e, por fim, até NO HOSPITAL por causa dela!
Daniela desaparece, se isola, se esconde no sótão do teatro e se recusa a aparecer até para os amigos. Quando o pai vai atrás dela, ela diz que “não quer voltar para casa”, porque é a casa de sua mãe, e é culpa dela que ela esteja morta… Natalia intervém como pode, diz que Enrique pode ir embora tranquilo e que ela cuidará de Daniela ali no teatro, e é bonito como ela consegue se aproximar de Daniela, porque ela a entende e a ama. Ela fala sobre como também é órfã, responde às curiosidades de Daniela, e a aconselha a confiar em Deus e seguir em frente. Natalia também acaba cuidando de Juancho e o levando ao hospital quando ele passa mal, e é ela quem manda chamar Enrique, é ela quem o acompanha, e é assim que, talvez, ela vá se aproximando dele… porque é visível como ela AMA ESSAS CRIANÇAS, e como suas atitudes não têm outras intenções.
Também devo comentar como foi LINDA a cena de ENRIQUE E MARTÍN. Martín está muito preocupado com Daniela, mas respeita seu espaço, e é tão lindo quando conversa com Enrique e o homem diz que “a amizade deles é um tesouro para sua filha, assim como é a amizade do seu pai para ele”. Então os dois se abraçam, e é um momento breve, mas lindíssimo. Gosto muito, também, em como as crianças tentam se aproximar de Daniela, se preocupam com ela e, nem por isso, deixam de ser crianças de verdade – e isso torna tudo muito mais CRÍVEL. Elas brigam, por exemplo, sobre quererem comprar o chocolate favorito da Dani para animá-la, mas não terem o dinheiro suficiente porque nem todo mundo ajudou como poderia e tudo o mais… sem fome e sem sono, no entanto, Daniela pede que eles a deixem sozinha, e só fala com Yuls e com Natalia.
Nem escrever no diário ela consegue…
Isso mostra como ela está ARRASADA, não?

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