Robin Hood: A Origem (Robin Hood, 2018)
The legend
you know. The story you don’t.
DE ROBIN DE
LOXLEY AO “THE HOOD”. Ganhamos uma nova versão empolgante da clássica história de “Robin Hood”, o cara que roubava da nobreza para dar aos pobres,
mas como o narrador avisa desde o início do filme, “essa não é apenas uma
história de ninar”, como ela se transformou ao longo dos tempos ao ser contada
de geração a geração… essa é a origem, de
como o Lorde de Loxley se tornou o “The Hood” e, eventualmente, Robin Hood.
Para mim, o filme está maravilhoso, e
minha vontade era de ficar no cinema assistindo a um pouco mais. Adorei o
visual do filme, cenários e figurinos perfeitos, efeitos muito bons, de modo
geral, e a atuação do elenco na medida certa, com destaque a Taron Egerton, que
faz um excelente trabalho dando vida
a Robin Hood. Infelizmente, o filme está sendo massacrado pela crítica e não vai
bem nas bilheterias.
Lamento, pois
queria MUITO uma sequência.
O filme
começa nos apresentando Robin de Loxley em uma sequência divertida na que ele
conhece Marian, uma mulher que está tentando roubar um cavalo do “almofadinha
que vive naquele solar” – no caso, ele
mesmo. O filme é bastante ágil na construção de seu roteiro, e então vemos
que aquele foi o primeiro encontro de um romance bonito que nasceu entre os
dois – um romance bonito, mas despreocupado. Robin ainda era um rapaz imaturo,
cheio do dinheiro, e que só queria “curtir a vida” ou qualquer coisa assim… então
as coisas mudam abruptamente para ele quando ele recebe uma convocação para “representar
a Inglaterra na guerra”, e precisa partir… ele deixa Marian cuidando do seu
solar, e ela promete que vai esperar por seu retorno e, nos QUATRO ANOS
seguintes, Robin de Loxley luta como arqueiro pela Inglaterra, contra a Arábia.
Aqui é a
primeira vez em que percebemos a sua nobreza,
e em caráter humano, e não seu título. As sequências de ação são muito interessantes, e Robin se recusa a
deixar um dos seus amigos para trás, ainda que seja a ordem, então ele acaba se
colocando desnecessariamente em risco para salvar um colega, e é assim que ele
conhece John, embora ainda não saiba seu nome… no fim da guerra para Robin, então,
ele vê prisioneiros da Arábia sendo brutalmente decapitados um após o outro, e
vê o desespero de um pai que tenta salvar a vida do filho a qualquer custo, sem
sucesso – ali, Robin de Loxley tenta
salvar o garoto, mas também não é capaz de fazê-lo… ao menos, ele ajuda os
prisioneiros a escaparem, o que lhe garante uma acusação de “traição”, enquanto
ele é mandado de volta para a Inglaterra… a
guerra acabou para ele.
Quando retorna
a Nottingham, ele encontra tudo diferente
do que esperava. O solar foi devastado, Marian foi expulsa de lá, e agora mora
e trabalha nas minas – mas, quando Robin vai atrás dela, indicado por Tuck, seu
amigo frei, ele a encontra com outro homem… a situação em Nottingham também
está um verdadeiro desastre. O Xerife
está aumentando cada vez mais os impostos “para o fundo de guerra”, e deixando
as pessoas sem nenhum centavo e nenhuma condição de vida, e é isso que fornece
toda a base para que Robin se torne THE HOOD. John, o pai do garoto da guerra
que veio escondido no navio de Robin, o encontra nas minas e lhe oferece uma
parceria: eles podem lutar contra a
nobreza que rouba desenfreadamente da população. Seria uma vingança para
Robin, que perdeu a esposa, e “justiça” para o filho de John, depois de tudo.
E Robin aceita.
Ele precisa distrair a sua mente.
Ali, temos
algumas DAS MELHORES CENAS do filme! Eu ADORO ver o John treinando o Robin,
adoro vê-lo se tornando cada vez mais ágil com o arco e flecha, vê-lo ganhando
um novo arco, ou uma nova jaqueta… adoro também a atitude dele mudando,
confiante e quase arrogante, mas
Taron Egerton o interpretou da forma mais
fofa possível! O seu sorriso me
conquistava a cada momento. Conforme ele vai ficando cada vez melhor e se aproximando do personagem que conhecemos, ele começa a realizar
pequenos roubos e a distribuir o dinheiro para os pobres, o que vai fazendo com
que ele chame a atenção… ele vai
ficando conhecido, e então recebe um misterioso apelido: “The Hood”. Enquanto isso,
ele continua fingindo ser o “Lorde de Loxley”, bajulando o xerife para que
possa estar por dentro dos planos e
para que as suspeitas jamais caiam sobre ele.
É preciso
muito sangue frio, mas ele dá o seu melhor!
Robin adora a
atenção que está ganhando, ainda que saiba que ninguém sabe que é ele sob o
capuz. Mas isso faz com que ele tente algo
maior, então ele planeja, com John, tentar roubar o próprio tesouro, e não apenas coisas
pequenas. A cena é ELETRIZANTE, e a minha cena de ação FAVORITA de todo o
filme! Adorei os closes no Robin, adorei o slow
motion enquanto as coisas explodiam atrás dele, e o roubo não foi um sucesso, na verdade – ele acabou
atingido e não levou nada, mas é como
John explica: ele não precisava levar
nada. Aquilo chamou a atenção novamente, e cada vez mais, The Hood estava
se tornando o SÍMBOLO de toda essa revolução. Ele estava dando esperanças aos pobres, e isso podia ser o suficiente
para uma revolução – e é lindo ver as pessoas pregando capuzes pelas ruas. The Hood se tornou a própria esperança.
Então, o
Xerife e a Igreja se desesperam, chamam o Cardeal, e Robin dá um jeito de ser
convidado para o evento, porque precisa “conversar com o Cardeal” e descobrir
quais são os próximos planos… a sequência é alarmante. Em particular, me marca
o fato de os ricos estarem em uma festa como aquela, esbanjando comida,
enquanto as pessoas nas ruas passam fome
– mais ou menos como quando Katniss e Peeta chegam à Capital, em “Jogos Vorazes”, e percebemos com horror
a realidade da Capital, onde as pessoas comem até passar mal e vomitam para comer mais, enquanto nos Distritos não existe
comida para matar a fome das pessoas.
É ridículo. E aqui estamos de novo, nessa
desigualdade revoltante contra a qual Robin está tentando lutar. E ele faz
descobertas intrigantes quando está
lá dentro, ganhando a confiança de todos.
“Sentando na
mesa grande”.
Aparentemente,
o Xerife e o Cardeal planejam dar um
golpe na própria Inglaterra, e usam o dinheiro do povo de Nottingham para
financiá-lo, pagando os seus inimigos na Arábia. E o próximo ataque será nas minas, onde eles pretendem tirar tudo o que eles tiverem. Então, Robin
parte para a mina, em uma sequência forte em que as casas estão sendo saqueadas,
as pessoas estão chorando nas ruas, a batalha explode em chamas… tudo é muito intenso. E é também nessa
sequência que Marian descobre que a pessoa por trás do Capuz é, na verdade, o
Robin, e essa é talvez a minha única
crítica ao filme: o romance. Nessa sequência final, achei que a ação e a
crítica social precisaram fazer pausas desnecessárias
para que o roteiro contasse a história do romance de Robin e Marian, e não era o momento. Não era aquilo que queríamos ver, mas era o
que motivava Robin.
John acaba
levado prisioneiro, mas não morto, nessa confusão – afinal de contas, ele pode contar
a identidade do cara do Capuz. Robin, então, assume a sua posição como ROBIN
HOOD, embora ainda não seja chamado assim, quando revela a sua identidade para
o pessoal das minas, liderando uma revolução definitiva. O dinheiro será todo transferido em breve, e eles
precisam fazer algo antes que isso
aconteça. Assim, com a ajuda de Tuck, Marian e o pessoal das minas, Robin
orquestra um plano elaborado e arriscado em que eles recuperariam todo o dinheiro roubado pelo Xerife. É uma
sequência MARAVILHOSA, com o plano elaborado sendo colocado em prática, o
dinheiro do povo sendo carregado em barcos, recuperado, e os vilões do filme
entrando em puro desespero. Mas aquilo
tudo se assemelha demais à destruição
da guerra para Robin…
E ele resolve detê-la, entregando-se.
A parte final
do filme deixa um gancho maravilhoso para um próximo filme que, infelizmente, não
deve acontecer – uma pena, pois adorei Taron no papel e queria vê-lo novamente. Mas mesmo se entregando, Robin de Loxley
acaba salvo com a ajuda de John, e eles se juntam aos demais nos bosques, o que É A CARA CLÁSSICA DE ROBIN
HOOD. Ali, poderíamos desenvolver toda uma nova história – afinal de contas, as
coisas não foram resolvidas ainda. O dinheiro foi reconquistado, e agora eles
são “foras-da-lei” escondidos na floresta, vivendo
melhor do que antes, mas os planos descobertos por Marian e Tuck ainda não foram
expostos, e Will, o ex-namorado de Marian, acabou se juntando à Igreja e se tornando o noivo Xerife de Nottingham… e Robin Hood não vai deixar isso barato,
vai? O final não podia ser MAIS CLÁSSICO, com o cartaz de “procurado”, meio
em desenho, e Robin Hood o acertando com uma flecha, pregando na parede.
SENSACIONAL.
Eu queria
mais… queria muito poder revisitar esse universo!
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