Sítio do Picapau Amarelo (2002) – Memórias do Picapau Amarelo
Encerrando a primeira temporada!
Lembram quando
a Emília resolveu escrever as suas memórias? Bem, quem realmente teve que
sentar e ter todo o trabalho foi o Visconde de Sabugosa, e é mais ou menos o
que acontece na “história final” da primeira temporada do “Sítio do Picapau Amarelo”. Antes de entrarmos em uma nova
temporada, com todas as histórias independentes dos livros de Monteiro Lobato,
a boneca de pano quer registrar tudo
o que passaram até então, e por isso temos 30 episódios que eu gosto de chamar
de “reprises comentadas” em que revisitamos as histórias, durante
aproximadamente um mês e meio, até que a segunda temporada estreie com “O Menino Bruxo”, em Setembro de 2002.
Aqui, ao longo desse texto, vamos revisitar brevemente as minhas histórias favoritas nesse primeiro ano,
começando, como não podia ser diferente, por…
“O Reino das Águas Claras”. Foi aqui
que TUDO COMEÇOU. É impossível não lembrarmos desse momento com pura nostalgia. Quando Narizinho foi
surpreendida pelo Príncipe Escamado e pelo Mestre Cascudo andando pelo seu
rosto e explorando a “toca de algum animal”, ela é convidada para conhecer o
Reino das Águas Claras, onde é até pedida em casamento pelo Príncipe Escamado! A
história, que é a primeira semana (+ 1 capítulo) do programa, também conta com
outros momentos icônicos, como a Emília tomando a pílula falante que ligou a
sua torneirinha de asneiras para sempre, o seu casamento com o Marquês de
Rabicó que, por sua vez, também é o motivo pelo qual o Visconde de Sabugosa é
criado: para ser o educado pai do Marquês,
e o casamento frustrado de Narizinho e o Príncipe, por causa do Rabicó e uma “coroa de rosquinha”.
Em seguida,
ganhamos “O Saci”, que é a história
em que vários personagens fazem a sua estreia, como o Saci do título e a Cuca. É
interessante notar que é uma história dedicada ao folclore brasileiro e que
serve de porta de entrada para muitas mais que veremos ao longo da temporada, e
ela é simplesmente apaixonante. Pedrinho aprende a “caçar um saci” com o Tio
Barnabé, mas acaba virando amigo do Saci na garrafa e conhecendo muitas coisas
na mata ao lado dele, inclusive a Mula-Sem-Cabeça e outras criaturas… essa
amizade durará POR ANOS, e sempre será muito útil para uma série de enrascadas
da qual o Saci pode ajudar Pedrinho e os demais a se livrarem… também vale
lembrar que é nessa história que a Cuca transforma a Narizinho em pedra, uma
das sequências mais clássicas nas
adaptações da obra de Monteiro Lobato!
Também gosto
muito de “Caçadas de Pedrinho”, e
adoro como os personagens se envolvem colocam mata adentro para impedir caçadores
de matarem uma onça pintada no Capoeirão – é, também, uma trama mais ou menos
ressuscitada em forma de referência em “As
Caçadas do Barão de Munchausen”, mais tarde. É interessante que, aqui, a
Cuca acaba trabalhando ao lado deles quando descobre a audácia dos caçadores caçando em sua área, e os transforma em
sapos… a história se divide em duas tramas e, na segunda delas, conhecemos um
rinoceronte que escapou de um circo onde era mantido em jaula, com pouca comida
e maltratado, e quando ele aparece no Sítio do Picapau Amarelo e se sente
protegido, ele é convidado para morar com eles. É assim, portanto, que o mais
novo integrante do Sítio chega: o Quindim.
Sempre gostei
muito de “Viagem ao Céu”, história
que explora o espaço e leva as crianças até lugares como a lua, Marte e
Saturno. Em suas andanças pelo espaço, com a Tia Nastácia (!), eles conhecem o
São Jorge na Lua, marcianos cheios de “crocotós” em Marte, e saturninos que
conseguem ver a uma distância absurda, notando
a tristeza de Dona Benta, que está com saudade de seus netos. Quando retornam
para a Terra, porque causaram uma confusão
na comunidade científica, eles trazem com eles o Flor das Alturas, um anjinho de asa quebrada que Emília
adota como se fosse o seu filho, mas que acaba tendo que ir embora em algum
momento… até porque quando Pedrinho, Narizinho e Emília falam sobre ele na
internet, parece que as crianças do mundo todo querem vê-lo e ele já não teria
mais paz ali no Sítio com eles.
Um tema forte
na primeira temporada do “Sítio” é a
Grécia Mitológica, que é visitada pela primeira vez em “O Minotauro”, tudo porque a Tia Nastácia acaba de ser sequestrada
pelo monstro e levada para o seu Labirinto, onde é feita prisioneira. É, sem
dúvida, uma das histórias mais clássicas do Sítio (a versão de 1978 chegou,
inclusive, a ser lançada em DVD pela Globo!), e eu adoro todo o tom de mistério
e a maneira como as crianças se envolvem não apenas com o resgate da Tia
Nastácia, mas com toda a história do lugar… Dona Benta e Narizinho ficam no
Século de Péricles, fascinadas por tudo, enquanto Emília, Visconde e Pedrinho
acabam no Olimpo durante os Trabalhos de Hércules para tentar conseguir alguma
pista de onde a Tia Nastácia possa estar… no fim, eles a resgatam em uma cena
muito fofa, lá no meio do Labirinto de Creta.
E falando em
Mitologia Grega, “Os XII Trabalhos de
Hércules” é um grande marco na primeira temporada do “Sítio do Picapau Amarelo”. História exibida em 20 capítulos, foi a
primeira vez que passamos mais tempo em uma única história, enquanto cada um
dos importantes doze trabalhos era resolvido, não apenas por Hércules, ou “Lelé”,
como a Emília o chamava, mas por toda a comissão do Sítio: Emília, a Dadeira de
Ideias, Visconde, o Fiel Escudeiro, Pedrinho, o Oficial de Gabinete, e
Narizinho, a Escriba. Enquanto acompanhamos Hércules em suas ações heroicas,
também acompanhamos outras histórias da Mitologia Grega, como a de Ícaro, que desafiou
os deuses e morreu ao tentar voar perto demais do sol, e Prometeu, que está
sendo punido a séculos por ter roubado o fogo do Olimpo e dado aos humanos.
Outra história
que eu AMO é “Memórias de Emília”, o
momento em que Emília resolve contar suas
memórias, e as suas convicções a respeito disso são FASCINANTES! Adoro como
ela define as suas memórias e diz que só contará a verdade (“Verdade é só uma mentira bem contada que
ninguém desconfia!”), e embora realmente comece sendo sincera (ou fazendo o
Visconde ser sincero, porque é ele quem as escreve), ela acaba desviando do
tema e inventando coisas. O grande destaque da história é o fato de Emília e
Visconde brigarem talvez mais do que nunca, e aquela finalização tão fofa que a
boneca faz, dessa vez ela mesma, falando sobre cada uma das pessoas e animais
do Sítio, e o porquê os ama… é um final fofo que mostra o imenso coração dessa
boneca, apesar de às vezes ela ser tão maldosa que não temos certeza se há
mesmo um coração no meio de tanta macela.
Mas há!
Também me
divirto muito com “O Poço do Visconde”,
que é a história em que o Visconde fica fascinado por geologia, e as crianças
ficam interessadas em petróleo. A história
é bastante educativa, de uma forma divertida que realmente nos ensina, e Dona Benta fala sobre a história do
petróleo no Brasil, e as crianças colocam tudo em prática cavando o Caraminguá
#1, o primeiro poço da “Companhia Donabentense de Petróleo”, mas que acaba
sendo só uma brincadeira maldosa da Cuca, já que eles começaram a cavar justamente em cima da sua gruta. De todo
modo, as crianças se divertem, aprendem um bocado e causam uma verdadeira
confusão pelo Arraial dos Tucanos, atraindo a atenção de pessoas muito ambiciosas
que aparecem para enganar os moradores inocentes do lugar… quase todos, menos a Dona Benta, é claro.
Por fim,
gostaria de comentar “Volta ao Reino das
Águas Claras”, que é a primeira história que não está nos livros de
Monteiro Lobato, e que mostra, em 5 capítulos, que o Sítio está preparado para
escrever coisas independentes ainda com o mesmo estilo doce e inocente que fez
com que nos encantássemos pelo programa em primeiro lugar! É uma história
independente e bem escrita, mas que traz ótimos elementos de “Reino das Águas Claras”, a história que
iniciou isso tudo… temos mais uma tentativa de casamento de Narizinho e o
Príncipe Escamado (novamente interrompido), por exemplo. Ah, também é no início
dessa história que vemos acontecer algo pelo qual ansiamos a temporada inteira:
O CRESCIMENTO DO VISCONDE DEPOIS DE UM BANHO DE FERMENTO! De agora em diante,
só veremos o sabugo desse tamanho!
Uma primeira
temporada mágica, com um fechamento MARAVILHOSO! <3
#Nostalgia
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de Luz
Na verdade, não... não consegui assistir aos 30 episódios completos para ver as histórias que foram de fato reprisadas... sinto muito :(
ResponderExcluirEu assisti a versão do episódio Memórias do Picapau Amarelo com 15 episódios
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