Desventuras em Série 3x06 – O Penúltimo Perigo: Volume 2
“You look
just like your mother”
A NOITE NA
ÓPERA E UM POUQUINHO MAIS DE BEATRICE! “O
Penúltimo Perigo” é o meu livro favorito em “Desventuras em Série”, e eu adorei como a Netflix conseguiu o
adaptar com perfeição nesses dois
episódios MARAVILHOSOS. E – e isso é algo que eu já comento e enalteço há tempos – eu gosto muito da amplitude
que a série tem, e a possibilidade de mostrar coisas que não aconteceram sob o ponto de vista dos Baudelaire. Assim, embora
tenhamos ouvido falar sobre a noite na
ópera no livro, nós não chegamos a vê-la,
e agora enfim temos essa possibilidade. Sem contar que tivemos aquele momento
incrível de Lemony Snicket com Beatrice, em um diálogo revelador que já deixa
tudo preparado para a grande
revelação que, no livro, o autor guardou consigo até a última página… e é MUITO BOM ver isso começando a aparecer.
MINHA DUPLA
DE EPISÓDIOS FAVORITOS NA SÉRIE! \o/
Começamos na ópera, e meu coração imediatamente
DISPAROU. Beatrice estava absolutamente linda, vestida como libélula, cantando
no palco, enquanto algumas pessoas específicas assistiam da plateia. Lemony Snicket
estava totalmente fissurado em
Beatrice, já que ele sempre foi apaixonado
por ela, enquanto as outras pessoas naquele camarote conversavam sobre outras coisas: como o açucareiro. E são muitas informações juntas, e é
interessante notar como o tempo muda as
pessoas. Naquela noite na ópera, Esmé estava ali e, ao lado dela, Kit
Snicket e o Conde Olaf, como um casal.
E é muito interessante ver todas essas relações,
e se perguntar o que aconteceu para
que chegássemos no que conhecemos hoje de cada um dos personagens. Ali,
descobrimos que a mãe do Conde Olaf morreu em um incêndio, e Beatrice diz que “é
muito bom vê-los todos juntos”.
Em algum
momento, eles já foram todos amigos.
Então,
retornamos ao “presente”, ao momento logo depois dos Órfãos Baudelaire verem o
corpo de Dewey Denouement cair no lago em frente ao Hotel Desenlace. O plano
entra em ação: Carmelita Spats atira no corvo, que cai no papel pega-pássaros e
derruba o açucareiro… então, as
pessoas nas janelas começam a apontar
dedos para os Baudelaire, e Lemony Snicket, dirigindo o taxi da irmã, tenta
convencê-los a ir embora com ele.
[Destaque para a cena em que Lemony Snicket diz a Violet que “ela parece sua
mãe”, e existe muita emoção nos olhos
dele] As crianças, decidindo que não podem
viver fugindo para sempre, resolvem continuar no hotel e voltar para a
Juíza Strauss, acreditando que, talvez, eles vão conseguir levar o Conde Olaf
para a justiça finalmente. Antes que eles possam virar e se despedir de Lemony
Snicket, então, ele já partiu.
Gosto muito
de como o Conde Olaf tenta colocar dúvidas
nas cabeças dos Baudelaire, se questionando se C.S.C. é mesmo nobre, o que tem
no açucareiro, e se eles sabem por que é
tão importante e como foi roubado. Mas os Baudelaire deviam ter desconfiado quando a “Corte Suprema” (que
sempre demonstrou muito interesse no caso dos Baudelaire, segundo a Juíza
Strauss!) insiste que eles usem vendas porque “a justiça é cega”. A cena ficou
bem inteligente e parecida com o livro, e a única alteração em relação à obra escrita foi a maneira como parte do
julgamento acontece, especialmente os
depoimentos, e eu posso dizer que GOSTEI MUITO MAIS DA SEQUÊNCIA DA SÉRIE. Porque
ela foi mais longa e elaborada, extremamente inteligente, e teve a oportunidade
de adicionar emoção às palavras das
crianças… realmente foi algo MUITO BEM FEITO!
Os Baudelaire
são levados como as primeiras testemunhas
– que amor a Sunny Baudelaire dizendo seu nome! A Juíza Strauss anuncia as
pessoas que estão ali na “plateia”, e como eles observaram os Baudelaire ao
longo de todo esse tempo e como podem ajudar,
mas eles querem ouvi-los primeiro. Então, ELES CONTAM TODA A HISTÓRIA. É resumida,
mas eles enfatizam todas as vilanias
do Conde Olaf, e eu gostei muito de como eles puderam colocar sentimento nas
palavras, e como tudo transpareceu emoção
e dor… ao fim do depoimento tocante
deles, as pessoas APLAUDEM – pessoas como Frank Denouement, Jerome Squalor e a
Juíza Strauss, e é muito bonito! Mas as crianças, inteligentes, percebem que “o
Conde Olaf está calmo demais”, o que quer dizer que deve haver alguma coisa errada… por isso, eles chamam outra
testemunha: o próprio Conde Olaf.
Eu ADOREI ver
as crianças o confrontando, fazendo-o falar sobre suas maldades, mas ele
consegue virar o jogo bem, e é um tanto quanto desesperador. Ele vira o “depoimento”
e começa a fazer perguntas aos próprios Baudelaire, fazendo-os falar sobre como
“mantiveram Esmé como refém” para salvar Sunny nas Montanhas de Mão-Morta, ou
como ajudaram a queimar o Parque Caligari… depois, o Conde Olaf faz as pessoas
falarem que foi Klaus quem causou os acidentes na Serraria Alto-Astral, e
Violet quem roubou as chaves de Hal no Hospital Heimlich, mas embora existam “mas”
em todos esses depoimentos, o Conde Olaf não os deixa falar… por fim, ele fala
do arpão e da morte de Dewey, e Klaus não pode negar que o que ele diz é verdade. MAS NÃO É A VERDADE COMPLETA. “It’s not the whole truth. You’re
manipulating the facts”.
O Conde Olaf
termina dizendo que eles não são tão
inocentes quanto querem que as pessoas acreditem que eles são, porque
também mentiram e também abandonaram
pessoas. A próxima a depor é Esmé Squalor… E ENTÃO PODEMOS VOLTAR À NOITE
NA ÓPERA. Por que Esmé é tão obcecada
pelo Açucareiro? Ainda não descobrimos o
que tem dentro do açucareiro, mas vemos Esmé e Beatrice discutir a seu
respeito, e Beatrice diz que o açucareiro
pode salvar vidas, mas Esmé não quer abrir mão dele. Então, Beatrice e
Lemony Snicket roubam o açucareiro, mas quando Esmé vem em busca dele, eles
começam uma intensa troca de dardos envenenados que culmina na morte do pai do Conde Olaf. E, então, foi assim que ele ficou órfão. Por culpa de
Lemony Snicket. Ou de Beatrice. E foi assim que todos os problemas de
C.S.C. começaram de verdade.
Ou quase.
No fim do
julgamento, a Juíza Strauss, seguindo as ordens da Corte Suprema, pergunta aos
Baudelaire “como eles se declaram”, e eles se declaram inocentes. Ou melhor: “Inocentes…
o suficiente”. Para o grande veredito, então, todos colocam de volta suas
vendas, e dali em diante tudo foi
realmente IDÊNTICO ao livro. Enquanto todos estão vendados, o Conde Olaf
sequestra a Juíza Strauss, e embora as crianças acabem tirando as vendas e
vendo o que está acontecendo, eles não conseguem convencer ninguém mais a fazer
o mesmo, porque o homem com barba mas sem cabelo e a mulher com cabelo mas sem
barba estão tentando convencer as pessoas de que os Baudelaire estão mentindo. Assim, eles precisam agir sozinhos… como sempre. Sem a ajuda de ninguém,
eles seguem o Conde Olaf, que leva a Juíza Strauss como refém até o elevador.
O seu plano é
descer, pegar o Açucareiro, depois subir até a cobertura e pegar o Mycelium
Medusoide no capacete de mergulho e, por fim, liberá-lo no saguão, matando a todos. Mas as coisas não saem
como o planejado. Quando estão na porta da lavanderia, fechada por Sunny no
episódio passado, Klaus surpreendentemente ajuda
o Conde Olaf a abrir, dizendo que “todas as pessoas ‘nobres’ os falharam
até então, então não tem sentido proteger o açucareiro”, mas, na verdade, ele
só o ajudou a abrir a porta porque sabia
que o açucareiro não estava ali dentro. Depois, Violet faz sua parte “ajudando
o Conde Olaf”, dizendo que o ajudará a tirar o Carmelita II da cobertura em
segurança, porque esse é o único modo de
deixar o Hotel para trás. E, por fim, Sunny Baudelaire faz o que tinha que
ser feito: “Burn down the hotel”. ELA
SUGERE QUE ELES QUEIMEM O HOTEL DESENLACE.
Eles precisavam
fazê-lo, infelizmente… era a chance que tinham de ajudar as pessoas a escaparem
sem serem todas contaminadas pelo Mycelium Medusoide e, além disso, eles
precisavam enviar a C.S.C. um sinal, dizendo que o Último Lugar Seguro não é mais seguro. Então, o Conde Olaf começa
o fogo na lavanderia e sobe com as crianças até a cobertura, mas elas param em todos os andares para avisar as
pessoas sobre o incêndio e pedir que elas fujam… uma vez lá em cima e com a
estrutura do Hotel comprometida,
Violet inventa algo que vai ajudá-los a descer de lá com um barco: um drag chute. A Juíza Strauss tenta
convencê-los a ficar, mas eles aprenderam, da pior maneira possível, que não podem confiar na justiça. Então,
Sunny morde a mão da Juíza Strauss, para que ela solte o barco, e eles caem de lá de cima, em um cenário
lindíssimo, até chegarem ao mar.
Em segurança.
Os Baudelaire e o Conde Olaf estão no mesmo
barco.
O episódio,
MARAVILHOSO EM TODOS OS SENTIDOS, ainda guarda algumas surpresas para o final,
coisas extras que não vimos no livro. Vemos o acidente de Kit Snicket,
provocado pelo “Grande Desconhecido”, e que a deixará à deriva, e vemos Lemony
Snicket voltar ao hotel e pedir à Juíza Strauss se pode ficar com a foto dos
Baudelaire. Então, a narração nos conta que essa
não é a história de Lemony Snicket, mas ele diz algumas coisas que poderia contar se fosse. E vemos o que aconteceu
depois da ópera naquele dia, como
Lemony assumiu a culpa por um dardo que foi a própria Beatrice quem jogou, e então
eles se despedem, em um diálogo
MARAVILHOSO que entrega perfeitamente toda a revelação de “O Fim”, se você parar e pensar no diálogo… sobre como ele a amará
mesmo que ela se case com outro homem e tenha um filho, ou 2 ou 3, “que parece
um bom número”.
Enfim.
E foi depois
daquilo tudo que aconteceu no Hotel Desenlace, e com aquela primeira foto, que
LEMONY SNICKET DECIDIU PESQUISAR E ESCREVER SOBRE OS ÓRFÃOS BAUDELAIRE. E ele
tem um motivo muito bom para isso. Então, o final extremamente emotivo do episódio nos conduz, com uma música
melancólica, por memórias dessas três temporadas, memórias de todas as desventuras pelas quais os Baudelaire
passaram, dessa vez representadas em fotos
envelhecidas que quase nos levam às lágrimas. Tem muito cara de despedida, de final de série, mas ainda não é o
final. Aquilo foi tudo o que Lemony Snicket averiguou até então, todas as
informações que encontrou dos Baudelaire, mas ainda existe uma última “história”
a ser contada, aquela que encerra tudo… e
nós estamos preparando os nossos corações para esse momento.
“It's now
been many years, months, and sleepless nights since I began to investigate the
Baudelaire orphans, but despite all my research, I have been unable to determine
their whereabouts. I cannot find them. I cannot help them. I can only hope that
they're alive and safe... wherever they are now”
Agora, o
barquinho com os Baudelaire e o Conde Olaf vai
em direção ao horizonte.
Preparamos o
coração, e vamos para o final de “Desventuras
em Série”.
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