Escape Room (2019)



“You’re invited to play for your life”
QUE FILMAÇO MARAVILHOSO! O título do filme foi a primeira coisa que me chamou a atenção enquanto eu pesquisava sobre as estreias de 2019, e o trailer era realmente instigante. Fui ao cinema animado, mas não imaginava que o filme seria TÃO BOM quanto foi. Vou colocá-lo como um dos meus suspenses favoritos dos últimos anos, porque ele foi PERSPICAZ ao nos conduzir por vários momentos da trama e cenários diferentes, aumentando a tensão gradualmente, até que estivéssemos apreensivos e grudados à poltrona. O suspense é excelente, a trama dos personagens é interessante, mas a maneira como o filme é conduzido é o seu diferencial… afinal de contas, o filme incorpora a ideia de “ESCAPE ROOMS” perfeitamente à sua narrativa, usando uma série de elementos do “jogo” que, a cada segundo, nos surpreendia e nos empolgava!
Por algum motivo, só acompanhamos 3 dos 6 jogadores recebendo os seus “convites” para a MINOS ESCAPE ROOM: Jason por “sempre pensar fora da caixa”, Zoey para “abrir novas portas” e Ben, como “uma maneira de escapar”. Jason é um cara rico e despreocupado; Zoey é uma estudante tímida, e seu professor a aconselha a “fazer algo que lhe dê medo” nesse feriado; e Ben é um cara que trabalha nos fundos de uma loja e está cansado da vida que leva. Os três recebem um cubo e o resolvem à sua maneira, até que consigam tirar de dentro dele o convite para uma Escape Room, e uma proposta: o primeiro a sair de sua “sala mais imersiva” ganhará 10.000 dólares. A ideia de uma “Escape Room”, cada vez mais famosa atualmente, é uma sala temática repleta de pistas em que você é trancado, e então precisa encontrar uma maneira de escapar.
É bastante interessante, na sua versão “tradicional”.
Tipo um RPG na vida real.
Além de Zoey, Jason e Ben, também temos Mike, Amanda e Danny – esse último o único que já tem experiência com escape rooms (93, no total), e que não poderia estar mais animado. E eu gosto muito de como o filme se desenvolve dali… eles estão juntos na sala de espera, quando Ben diz que “vai fumar um cigarro enquanto o jogo não começa”, e então a maçaneta cai quando ele tenta abrir a porta: ELES JÁ ESTÃO NO JOGO. Como eu já comentei, o que mais me fascinou foi a maneira como o filme seguiu a sua premissa, imaginando que os personagens estavam mesmo em uma elaborada escape room cheia de pistas a serem desvendadas… como o nome de um médico nas revistas sobre a mesa, os descansos de copos, a chave no extintor ou o botão de um forno no lugar da maçaneta, que Zoey pensa que precisam colocar em Fahrenheit 451.
Como o livro.
Quando ela faz isso, no entanto, as coisas começam a tomar um caminho perturbador – o teto fica vermelho como se eles estivessem dentro de um forno gigante, e o calor crescente do lugar mostra que é como se fosse exatamente isso mesmo. Conforme eles tentam desvendar mais mistérios e encontrar uma maneira de deixar a passagem para a próxima sala aberta, o calor vai aumentando enquanto eles são cozinhados vivos. E existem elementos pensados exclusivamente para atormentar cada um dos jogadores… a primeira sala em si, o forno gigante, foi elaborado para atormentar Amanda, uma veterana de guerra que é a única sobrevivente de uma explosão que matou todos seus amigos, e da qual ela ainda guarda cicatrizes e um trauma. Quando ela estava naquele tubo de ventilação, ela se sentiu de volta na guerra, e foi Zoey quem a acalmou.
A segunda sala é bem mais breve do que a primeira. Aqui, os jogadores caem em uma cabana pequena, com uma lareira, e percebem que a primeira coisa que precisam fazer é encontrar uma forma de abrir a porta – para isso, eles precisam de um código de 7 LETRAS, e é Ben quem tem a resposta para esse enigma. Tudo ali foi pensado para atormentá-lo. Existem nove cabeças de renas na parede, cada uma com uma letra… as letras dos nomes de cada uma das pessoas que ele matou ao dirigir bêbado, enquanto eles cantavam a música do “Rudolph”. Por isso, ele sabe que essa é a resposta para sair, e a porta realmente se abre, jogando-os do calor do forno anterior para o frio exagerado de uma paisagem externa. Todo o cuidado com a preparação se preocupou com todos os detalhes, e seria um jogo de escape room interessante, se não os estivesse tentando matar.
Essa terceira sala, do lado de fora da cabana, é uma das mais DESESPERADORAS. Existem vários elementos a serem avaliados, como um único casaco vermelho que eles precisam compartilhar, uma mensagem sobre como “o norte verdadeiro é uma mentira”, uma bússola, um ímã e uma vara de pescar… esse é um importante ponto de mudança para o filme, porque Danny, o mais jovem e o mais animado dos jogadores, acaba caindo em um buraco no gelo e é levado pela correnteza sob a superfície, e os outros cinco assistem enquanto ele morre e não existe nada que eles possam fazer, ou morrerão também. Quando o primeiro deles morre, eles percebem que aquilo é, sim, muito REAL, e tudo fica incrivelmente mais tenso. A sala fora pensada para atormentar Jason, que ficou preso no meio do oceano com o amigo, apenas um casaco, e teve hipotermia.
Agora, eles precisam tirar uma chave do meio de um sólido cubo de gelo.
UMA DAS SEQUÊNCIAS MAIS ANGUSTIANTES DO FILME TODO!
Depois de conseguirem pegar a chave, partimos para a próxima sala, que é uma narrativa doentia, mas perfeitamente interessante, provavelmente a mais inovadora de todas. Aqui, eles estão em um bar de sinuca, de cabeça para baixo, e sentem enquanto a sala é levada para as alturas. Então, de tempos em tempos, uma das placas que compõem o chão despenca lá de cima. Então, eles precisam se equilibrar em objetos que estejam nas paredes, e não no chão, enquanto resolvem os mistérios, como um quebra-cabeças gigante e um cofre, em busca da bola oito que falta na mesa. No fim, Amanda se sacrifica para salvar os amigos, sendo a segunda a morrer… a sala fora pensada contra Zoey, cujo trauma é um acidente de avião que levou a sua mãe, então todos os elementos foram cuidadosamente pensados para a angustiar ali.
Sofri com a maneira como ela sentiu a morte de Amanda!
Enquanto isso, Jason não permite que ninguém “lamente a morte das outras pessoas”, e ele se configura como um personagem desprezível, de fato. Ele fala sobre a morte de Danny em termos de “o isqueiro de Ben foi embora”, e tenta fazer Zoey “não se importar” com Amanda, dizendo que “ela morreu, mas eles estão vivos”. E então eles chegam na próxima, a quinta sala, que é uma sala com a história de cada um deles – a essa altura, eles já perceberam que não estão em um jogo de escape room comum e que quem quer que tenha criado isso tudo sabia muito bem o que estava fazendo… eles sabiam detalhes da vida de cada um, como a aparência do casaco que Jason teve que dividir quando foi um náufrago. Cada um reconhece a sua própria cama de hospital nessa quinta sala, onde estiveram quando foram resgatados de alguma tragédia…
Como “últimos sobreviventes”.
Esse é o tema dessa ESCAPE ROOM. Eles são últimos sobreviventes, e alguém quer saber quem deles sobreviveria de novo. Cada um deles então, brevemente, compartilham suas histórias. Zoey fala do acidente de avião que matou sua mãe; Jason sobre como o amigo dele teve uma miragem, efeito da hipotermia, e saiu nadando em busca de nada; Mike sobre como foi o único sobrevivente de um acidente nas minas; Ben conta sobre o acidente de carro com os amigos; eles também veem os arquivos de Amanda e de Danny. Agora, essa sala vai sufocá-los com um gás tóxico, mais ou menos como Mike quase morreu soterrado, se eles não encontrarem logo uma maneira de escapar, e cada um tem um método diferente. Jason não se importa de matar Mike em busca da saída “tradicional”, enquanto Zoey se rebela e quebra todas as câmeras da sala.
Um sistema não se altera enquanto está sendo observado.
Zoey acaba sucumbindo ao gás tóxico, e os únicos a passarem para a próxima sala são Jason e Ben, e é uma sala simples e pequena, mas que os deixa doidões. Aqui entendemos por fim quem é Jason, porque ele não se importara com a morte de nenhum dos outros, não hesitou em matar Mike, e estaria disposto a matar Ben pelo antídoto contra a droga daquela sala, enquanto eles estavam em uma viagem quase psicodélica… Ben entende que a história que ele acabou de contar na outra sala não era bem verdade, e que ele MATARA o amigo para ficar com o casaco vermelho e não morrer de hipotermia, e foi isso mesmo que aconteceu. Poderíamos ter ficado mais tensos a respeito de quem conseguiria o antídoto, mas felizmente o início do filme era com o Ben sozinho na última sala, então sabíamos que, dos dois, ele seria o que passaria adiante.
Ufa.

Não vemos o Ben sozinho na última sala longamente, porque já o vimos na introdução do filme, mas eu gosto de como o filme tinha uma surpresa para nós. Zoey não morrera realmente no hospital. Seu plano de “não ser observada” realmente fazia sentido, e então ela pôde “alterar o sistema”. Quando os responsáveis pelo jogo entram para retirar os corpos, ela os ataca e escapa, mas não sai do prédio antes de ir atrás de Ben, o último sobrevivente, e os dois lutam contra o Mestre dos Jogos, enquanto entendemos todo o restante da trama: quem está por trás desse jogo doentio de último sobrevivente, e por quê. Acontece que as pessoas sempre gostaram de ver outras pessoas lutando por suas vidas (como os gladiadores), e os magnatas por trás da empresa exigem cada vez algo mais elaborado, enquanto apostam por quem será o “vencedor”, assistindo às pessoas se matando de camarote, provavelmente com um sorriso arrogante e doente no rosto. O tema desse ano? Únicos sobreviventes.
Uma mistura de “Jogos Vorazes”, “Jogos Mortais” e “Altered Carbon”.
Ben e Zoey escapam com vida, o que não quer dizer que eles estão em segurança. Enquanto Ben ainda está no hospital, Zoey conta para a polícia tudo o que aconteceu, mas não existem PROVAS do que ela está dizendo. A Minos Escape Room e os seus clientes ricos por trás de todas as atrocidades são rápidos para encobrir provas. Tudo no prédio foi cuidadosamente desfeito, e não existe nenhuma evidência de que o que Zoey está contando aos policiais seja verdade, por isso ninguém acredita nela… uma última mensagem debochada é deixada para Zoey: “NO WAY OUT”. Ela não tem para onde fugir. Aquilo foi tão angustiante de se ver, mas eu também ADOREI que não foi um final apressurado, além doo fato de que isso deixa o fim aberto para uma provável sequência. Além de acabar com as provas no prédio, a empresa ainda publicou manchetes falsas que encobrem as outras 4 mortes. Seis meses depois, Zoey ainda não pensa em descansar enquanto não tiver respostas e não acabar com esse jogo, mas mal sabe ela que eles estão prestes a cair no jogo de novo. Porque, afinal de contas, “não há saída”, e as pessoas por trás disso têm um plano elaborado contra eles.
Os 2 sobrevivem, por ora, mas devem morrer no próximo filme?
Meio tipo “Premonição”.
EU AMEI MUITO ESSE FILME! *-*

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Comentários

  1. Ótima resenha, espero ansiosamente pela sequência, com uma cena a lá Premonição logo de cara.

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    1. Muito obrigado!
      Também aguardando a sequência! (Vou reassistir antes de ver o próximo, né?)

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