High School Musical 2 (2007)



“Everyday of our lives / Wanna find you there, wanna hold on tight”
OS WILDCATS ESTÃO DE VOLTA! Sempre que penso em “High School Musical 2” eu me lembro da minha versão adolescente louco para ver o filme, sem falar inglês direito, assistindo sem legenda nem nada no dia seguinte ao lançamento… perdendo uma coisinha aqui ou outra ali, mas amando poder estar de volta ao East High. Ou quase. O segundo filme da franquia de sucesso do Disney Channel tira os personagens de onde os conhecemos: agora, eles não estão mais na escola, não estão montando um musical e a Sra. Darbus mal aparece, infelizmente. Eles estão de férias e vão trabalhar no clube dos pais de Sharpay Evans, o que quer dizer que o cenário muda completamente. Cheio de cores, sol e água (e o Troy sem camisa, vale mencionar!), estamos ao lado dos personagens que já conhecemos, mas os vemos de um modo diferente.
Eu provavelmente sempre vou achar que o primeiro é melhor que o segundo, mas isso não quer dizer que eu também não AME o segundo, e eu gosto de como as coisas mudaram, mas não contrariando o que conhecemos no primeiro filme: os personagens são os mesmos, suas motivações fazem sentido, e eu acho que uma progressão natural que faz com que eles amadureçam. Apesar de toda a cor, das piadas e das loucuras da Sharpay, ele é um filme muito mais sério e muito mais intenso – especialmente porque a “briga” de Troy e Gabriella não chega nem a ser uma briga de verdade: é mais a Gabriella totalmente decepcionada com o Troy, e não é uma coisa pontual, que aconteceu em um momento e durou poucos minutos, mas algo que se estende e é bem desenvolvido ao longo de todo o filme. E isso tudo deixa a trama muito mais complexa.
“High School Musical 2” começa ainda no East High, NO ÚLTIMO DIA DE AULA. E eu gosto muito de como eles exploram brevemente o cenário da escola e tudo aquilo que foi tão significativo na fundação da série de filmes – vemos o refeitório vazio, onde as pessoas contaram seus “segredos” e começaram a ser quem queriam ser; vemos a quadra de basquete, onde Troy se perguntou sobre seus desejos; e o palco do auditório ainda com a lua e a escada do musical de inverno. Então, os alunos se despedem das aulas ao som de “What Time Is It?”, que é uma elaborada cena musical para iniciar o filme com tudo, cheio de coreografia e momentos que fizeram com que eu me apaixonasse novamente por esses personagens. ME ARREPIOU assistir a isso novamente! [Destaque para a Gabriella agradecendo a Sharpay por “tê-la ajudado com os exercícios vocais”]
Ao fim das aulas, então, os jovens decidem conseguir “empregos de verão”, para economizar para um carro, para a faculdade ou apenas para conseguir “créditos extras”, e Sharpay faz de tudo para garantir que Troy Bolton será contratado para trabalhar no clube da sua família – e eu gosto do fato de o filme ter MUITO MAIS DA SHARPAY. “Fabulous”, por exemplo, é uma cena dela e é totalmente divertida… mas ela atingirá seu ápice no próximo filme, na verdade. Troy aceita o emprego de verão, afinal de contas, ele estava procurando por um, mas apenas se Gabriella e todos os Wildcats também foram contratados. NÃO tem como ser um verão fácil, mas Troy insiste que eles podem “dar um jeito”, e aqui temos “Work This Out”, que é uma das minhas cenas favoritas em todo o filme, totalmente musical, e é quando, até o fim do filme, eles estiveram mais unidos.
Esse é o espírito deles!
“We can work this out… but only if we’re all in this together”
Inicialmente, o Troy tem tudo muito bem planejado em sua cabeça: eles estão ali para trabalharem, mas também podem encontrar um modo de se divertir, e ele pode compartilhar uns momentos especiais com Gabriella, o que realmente acontece! Quando eles fazem um piquenique no campo de golfe ou quando entram na piscina durante a noite, por exemplo… ou mesmo quando Kelsi conta para eles que compôs uma música para os dois, caso eles decidam se apresentar no show de talentos, como os funcionários fazem todo ano. Troy diz que “sua carreira de cantor de musical começou e acabou com o musical de inverno”, mas ele acaba cantando “You Are the Music in Me” com Gabriella, Kelsi e, eventualmente, seus colegas Wildcats, e é um momento lindo… Troy estava um gato, e todo o momento é bastante emocionante.
Mas então o Troy começa a se transformar…
Eu devo dizer que sofro por Gabriella e por Chad, e eu me envergonho da pessoa em que Troy se transforma, mas eu admiro o roteiro por tornar isso real. Não é algo rápido, como no primeiro filme, mas algo construído ao longo de várias cenas e, infelizmente, bastante sério. Mas eu também não posso dizer que eu não entenda o Troy, de algum modo. Ele está preocupado com o seu futuro e com a faculdade, e ele ganha a oportunidade de uma bolsa de estudos – mas Sharpay astutamente o manipula para que ele abandone Gabriella e os amigos, e ele o faz mesmo sem perceber como está fazendo mal às pessoas ao seu redor. Lentamente, Sharpay tenta transformá-lo em uma pessoa que ele não é… ou que ele não queria ser. E ele meio que se deixa levar, deslumbrado, com a possibilidade de estudar na Universidade de Albuquerque e jogar com os Redhawks.
No começo, Troy acha estranho ser servido por Chad ou Jason, mas aos poucos isso lhe sobe à cabeça. Ele é promovido, passa a ganhar 500 dólares por semana (!), tem privilégios de sócio, e não demora muito para que ele se torne um babaca que ignora os amigos completamente na frente do pessoal da Universidade, como se nem os conhecesse. Ele esquece compromissos, promessas que fez aos amigos (como o jogo de beisebol dos funcionários ou o de basquete com os amigos), e isso vai pesando na relação dele com todos. “It doesn’t seem like new stuff. It looks like a new Troy”. Particularmente, acho que Gabriella sofreu, mas lidou muito bem com tudo – sofri demais com a briga de Troy com Chad, porque ele e Chad sempre foram melhores amigos, desde a infância, e é como ele diz: “Se eu não sei mais quem você é, então quem sabe?”
Ouch.
Assim, enquanto Sharpay usa Troy (devo dizer que a reprise de “You Are the Music in Me” é divertida, e o Troy estava lindo!), Ryan acaba ficando de lado, e é a melhor coisa que poderia ter lhe acontecido. Porque ele também aprende a desafiar o status quo. Ryan deixa de ser “o capacho da Sharpay”, e aceita a proposta de amizade dos demais, como quando Gabriella e Taylor o convidam para o jogo de beisebol dos funcionários, e pensam que ele pode ajudá-los na apresentação no show de talentos! Apenas o Chad é um pouco resistente. Mas “I Don’t Dance” é uma cena interessantíssima, quase um paralelo a “Stick to the Status Quo”, porque além de eles não estarem fazendo o que a música diz (Chad ESTÁ dançando!), Ryan já desafiou o seu status quo, e agora está convidando Chad a fazer o mesmo… e ele ganha o seu respeito durante o jogo.
Adoro ver o Ryan se tornando um “Wildcat”.
E eu ADORO vê-lo ensaiando os funcionários para o show, porque eles se divertem tanto. E também adoro ver a amizade dele e de Gabriella. É só aí que Troy começa a perceber que está sendo um babaca. Ao ver os amigos ensaiando e se divertindo, ele percebe que não é uma parte disso, e isso o entristece. O que o ajuda mais a perceber que não está fazendo as coisas direito é o fato de que Gabriella VAI EMBORA. Ela toma a decisão depois que Sharpay mexe seus pauzinhos para proibir os funcionários de se apresentarem, e para Troy ela diz umas verdades dolorosas, mas necessárias… sobre como “se ele finge ser outra pessoa para conseguir algo, eventualmente vai acabar se tornando essa pessoa”, e sobre como “queria se lembrar desse verão, mas não dessa maneira”. Assim, ela vai embora cantando “Gotta Go My Own Way”, que é um dos meus “solos” preferidos da Gabriella, com uma participação INCRÍVEL do Troy no final…
E é doloroso.
“What about us?”
Então, o Troy percebe que precisa REPENSAR suas atitudes. Gabriella se demitiu, Chad não fala mais com eles, os Wildcats não vão mais na sua casa. A bolsa é importante, mas não a esse custo. “I don’t even know who I am anymore”. Se o primeiro filme era sobre “desafiar o status quo”, o segundo filme é um questionamento: vale a pena não ser você mesmo para conseguir algo, como uma bolsa de estudos? Porque Troy estava prestes a “garantir seu futuro”, mas, no caminho, ele tinha perdido pessoas que eram realmente importantes para ele. Ele perdeu a namorada, o melhor amigo, e todo mundo que ele magoou por estar agindo da forma como estava. Por isso, ele desabafa em “Bet On It”, que é um solo muito melhor que o solo do primeiro filme, no qual ele se pergunta: “Am I the type of guy who means what I say?” E então ele percebe que TEM QUE FAZER ALGUMA COISA.
Eu adoro a cena de Troy com Sharpay. Nós passamos o filme todo nos desapontando com o Troy, mas isso ainda não muda o fato de que o amamos – ele é o nosso crush de adolescência. E eu ME ORGULHO MUITO da pessoa que ele volta a ser quando diz a Sharpay que não vai cantar com ela: ele pediu seu antigo emprego na cozinha de volta, e não vai se apresentar, porque “os funcionários não podem se apresentar”. Ele reconhece que não gosta da maneira como ela tratou seus amigos, mas, mais importante, não gosta da maneira como ele mesmo os tratou, e agora ele vai consertar isso. Por isso, as coisas mudam no show de talentos. Kelsi escuta a conversa e conta para os Wildcats, permitindo que eles façam as pazes (o abraço de Troy e Chad é fofo!), e ela e Ryan têm um plano para a apresentação… do qual Troy nem tem ideia.
E é isso o que torna “Everyday”, a música do show de talentos, TÃO EMOCIONANTE! Porque além da letra da canção ser linda, e do cenário também, Troy começa a cantar sozinho e, então, Gabriella sai do meio dos funcionários para cantar com ele… e toda vez que eu vejo isso, eu me arrepio inteiro. Eles compartilham um momento LINDO, eles cantam perto de Kelsi no piano, como em “Breaking Free”, e no último refrão todos os funcionários se juntam a eles, e esse momento SEMPRE ME FAZ CHORAR. Porque é o que caracteriza esse grupo de amigos: A UNIÃO! Assim como no primeiro filme eles se uniram para que Troy e Gabriella pudessem fazer as audições do musical, agora eles se unem para que a apresentação do show de talentos aconteça… e, merecidamente, Ryan leva o prêmio, porque foi ele quem coreografou e dirigiu isso tudo!
O filme ainda traz outro momento lindo, que é O BEIJO DO CASAL PROTAGONISTA. No primeiro filme, Troy e Gabriella não puderam se beijar. Nesse filme, eles passaram o tempo todo tentando, sem sucesso. Ao fim do filme, ao som de “You Are the Music in Me”, isso finalmente acontece. E é legal como o filme nos preparou para esse momento tão lindo! Troy e Gabriella tiveram momentos LINDOS e ESPECIAIS nesse filme, apesar de tudo… um piquenique no campo de golfe, que acabou com eles molhados pelos regadores, por exemplo (“May I have this dance?”, ele pergunta), e agora eles podem enfim se beijar sem que ninguém os interrompa. E é um beijo simples, mas apaixonado e romântico… um beijo que me já me fez sorrir muito nessa vida! E quando os regadores do campo de golfe são ligados mais uma vez, dessa vez eles não se importam.
E TUDO FICA TÃO BONITO!
Também sempre gosto de comentar como a franquia de “High School Musical” se construiu com auto referências muito bacanas! É algo que notamos na trilogia “De Volta Para o Futuro”, por exemplo, com cenas como “Mom… is that you?”, e “High School Musical” faz o mesmo, “repetindo” cenas ou falas. Gosto de como títulos de músicas do próprio filme ou do anterior são usados como falas, e gosto de reconhecer pequenos momentos, como Troy defendendo Gabriella e dizendo que “não foi culpa dela”, seja na quadra de basquete, no primeiro filme, ou no campo de golfe e na piscina, no segundo. Durante “Everyday”, por exemplo, Troy gira a Gabriella exatamente como em “Breaking Free”, no filme anterior. Também gosto de como as músicas têm seus “equivalentes” e, mesmo assim, elas fazem sentido para o filme em que estão. É uma história bonita, relevante, com clima teen (+piscina e verão, dessa vez), e que é diferente do primeiro, a seu modo.
Por fim, o filme termina com a apresentação de “All For One”, que foi um lema que dito ao menos uma vez ao longo do filme, e é uma apresentação muito INCRÍVEL, na verdade. É diferente de “We’re All in This Together”, e eu gosto do fato de eles não terem tentado recriar aquele momento icônico – aqui, o cenário é outro, TUDO É MUITO COLORIDO, o que deixa o momento bastante bonito… e eu gosto de como não é apenas um momento de Troy, Gabriella, Sharpay e Ryan, mas Chad e Taylor também foram incluídos com destaque dessa vez, e a apresentação é um máximo… sem contar que, como vocês sabem (eu acho que eu digo isso bastante aqui, não?), EU AMO COREOGRAFIAS. E a coreografia de “All For One” é, definitivamente, uma das minhas favoritas nos três filmes… ah, e eu praticamente sei ela de cor…
Não danço com a mesma destreza…
Mas o que importa é dançar. E SER FELIZ! <3


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