Star Trek: Discovery 2x04 – An Obol for Charon



“Bem-vindo à Torre de Babel”
QUE EPISODIOZÃO MARAVILHOSO! Mas a ameaça constante de perdermos Saru e/ou Tilly foi desesperadora. Eu estou cada vez mais fascinado com o que a segunda temporada de “Star Trek: Discovery” está apresentando, e satisfeito com a maneira como cada vez mais parece realmente que estamos assistindo “Star Trek”. Ainda precisamos descobrir o que é o “Anjo Vermelho” sobre o qual viemos ouvindo falar, mas que não pode ser encontrado na base de dados da Federação, aparentemente, assim como precisamos chegar a Spock, que pode ter respostas para a trama da temporada, mas no meio do caminho a USS Discovery encontra algo que precisa parar para ver… não que eles tenham “escolha”, na verdade, porque eles são capturados por uma ESFERA GIGANTE que consegue tirá-los da velocidade de dobra, e agora os “aprisiona”.
O objeto desconhecido é lindíssimo, apesar de aparentemente perigoso – mas tudo o que é desconhecido gera fascínio, e esse sempre foi o princípio de “Star Trek”. Assim, estamos em frente a uma esfera IMENSA e com massa igualmente grande, e ela é uma mistura interessante de matéria não-viva com organismo orgânico… o que quer dizer que, de algum modo, esse “objeto” de 100 mil anos de idade é vivo. Interferindo nos circuitos e, especialmente, no mecanismo de tradução da USS Discovery, a esfera causa uma verdadeira TORRE DE BABEL dentro da nave, em uma das minhas sequências favoritas na série até hoje! Aqui, Michael começa a falar klingon fluentemente, e cada um começa a falar uma língua diferente. Devo dizer que, para alguém formado em Letras, como eu, esse foi um momento ÉPICO, e eu amei cada segundo.
Saru falando espanhol <3
Como ele é fluente em 94 línguas, Saru é trazido para ajudar na crise, mas ele, infelizmente, está doente demais. Achávamos que poderia ser algo como um “resfriado”, mas logo se percebe que Saru está debilitado demais, e ele sabe o que está acontecendo com ele: Vahar’ai. É comum em kelpianos, e é uma condição terminal. E eu NÃO PUDE acreditar que o Saru estava mesmo prestes a morrer, porque não estamos preparados para perdê-lo, como Michael diz! “We are not gonna let you die. There has to be something we can do!” E a sua condição, por algum motivo, foi desencadeada pela esfera que os capturou no início do episódio, e quando Michael diz que “ele é a alma mais empática que ela conhece”, percebemos que o que está acontecendo com Saru pode significar muito mais do que um simples “ataque” da esfera ou algo assim.
Enquanto isso, Jett Reno e Stamets acompanham uma Tilly que acaba capturada novamente pela gosma quando a nave é “atacada” pela esfera. Tilly está totalmente chapada, como que para não “lutar”, e é desesperador vê-la nessa condição. Muito mais desesperador é o momento em que Stamets pede que ela cante sua música favorita, para distraí-la, enquanto abre um canal em sua cabeça para que possam conversar com a gosma, “May”, dentro dela, através de sua boca… quase chorei nessa cena emocionante da Tilly cantando. E depois quase morri de angústia com a voz do jahSepp falando através dela, mas entendemos qual é o problema – eles são uma espécie que vivia em harmonia dentro da rede, até que visitas inesperadas aparecessem… e essas visitas são de Stamets, nos saltos que faz com a USS Discovery.
Então isso tem que acabar agora.
Mas tudo o que eu penso é: SALVEM A TILLY.
Sério.
Michael e Saru descobrem que talvez a esfera não esteja atacando a USS Discovery, como inicialmente pensaram, mas talvez esteja tentando se comunicar. Afinal de contas, ela mexeu justamente com o sistema de comunicação da nave, e talvez Saru esteja prestes a morrer justamente por ser uma alma empática, como Michael o chamou. O Vahar’ai pode ter sido desencadeado justamente porque a esfera também está prestes a morrer. Assim, Saru “lê” os sinais ultravioletas que apenas ele pode ver e que a esfera está mandando, entendendo que não é um primeiro contato, mas último: a esfera veio até eles para morrer. A esfera está tentando usar a USS Discovery para preservar a sua história, e não os está atacando… não mais do que ESTÁ PEDINDO AJUDA. São 100 mil anos de história e de memória, imagine o que a esfera já viu e já viveu…
Conhecimento inimaginável.
Assim, a esfera quer saber que ela, sua história e seu conhecimento não serão esquecidos depois de sua morte… ela quer a ajuda da USS Discovery para que saiba que vai viver para sempre. Assim, Saru e Michael tentam convencer o Capitão Pike de que podem “confiar” na esfera, e que precisam ouvir o que ela tem a dizer… por isso, o Capitão Pike sacrifica ir atrás de Spock para que possam ficar um pouco mais e atender ao pedido de ajuda da esfera. Afinal de contas, eles são da Federação e ESSA é a missão deles. É lindíssimo quando a esfera transmite toda a sua memória para a USS Discovery e, logo em seguida, morre em uma explosão de luz que é quase como música. O seu ato final é salvá-los para que possam contar a sua história… mas Saru continua prestes a morrer, e eu realmente SOFRI com a despedida dele e de Michael naquela cena emocionante!
Tudo acontece no quarto de Saru, cheio de plantas que trouxe de seu planeta natal, e Saru se despede de Michael, pedindo que ela o ajude a não sofrer – pede que ela corte os gânglios dele para que ele morra antes da dor, mas Michael segura a faca, chorando, e não consegue fazer isso. “Do we have to do this?” Saru realmente acredita que a sua morte é inevitável, e então ele intensifica a despedida no MOMENTO MAIS EMOCIONANTE DO EPISÓDIO. Ele diz a Michael que sabe o quanto é difícil para ela, com todas as pessoas que ela já perdeu, e então ela diz que, depois de tudo o que passaram juntos, ela enfim percebe que ele é sua família. “You are my family, Saru!” Lindamente, Saru responde que sente o mesmo em relação a ela, e que ela é a única pessoa que realmente o conhece. Aquele foi um momento tão triste.
Mas tão lindo.
Então, como um pai, Saru aconselha Michael a reatar sua relação com Spock, e se prepara para partir. “Goodbye, Michael” “I love you, Saru”. Mas ela não tem a oportunidade de cortar os gânglios. Eles caem, Saru sobrevive e, mais do que isso: ELE SE SENTE DIFERENTE. Porque os kelpianos sempre viveram com base no medo, e sempre acreditaram que o Vahar’ai era o momento de sua morte, mas e se eles estiveram errado esse tempo todo? Se o Vahar’ai for apenas um processo de passagem pelo qual os kelpianos perdem os gânglios, se livram do medo que dita todas as ações de suas vidas, e então se tornam livres e “poderosos”, como ele se sente agora? Mas mais do que poderoso, talvez ele se sinta angustiado – tudo no que sua espécie sempre se acreditou é uma mentira, e talvez ele não possa mais cumprir a promessa que fez a Georgiou de respeitar a Primeira Diretriz.
Talvez ele precise LIBERTAR o seu povo!

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