Marimar – Um amigo e um irmão

Vamos falar de CHUY.

Chuy apareceu em Marimar como mais uma maldade de Angelica para atormentar a vida da pobre garota… ela queria que a “mugrosa” se envolvesse com o novo empregado da Fazenda Santibañez, ou pelo menos que Sérgio pensasse isso, mas a verdade é que os dois acabaram se conectando de uma boa maneira. Viraram AMIGOS, e quase mais que amigos: IRMÃOS. É bem bonitinho… porque Marimar se aproxima de Chuy quando vai aprender a cavalgar, e a verdade é que ela só está fazendo isso porque quer sair e andar a cavalo com o Sérgio, já que ele gosta tanto disso… e o plano de Angelica realmente quase dá certo, porque Marimar GOSTA de Chuy de verdade: ela diz aos avós que ele é uma pessoa muito boa, que eles se divertem muito juntos, que riem de tudo, e ele é jovem e muito bonito… mas tudo bem, é só isso.

Até que Sérgio Santibañez surga com o CIÚME.

Ela está animadíssima com as aulas, feliz de verdade, e Sérgio começa a duvidar que ela ainda o ame… inicialmente é quase fofa a sua insegurança, dizendo que se um dia os seus sentimentos por ele mudarem, que ela o conte, mas então ele fica nervoso, grita com ela, pergunta se ela não tem decência e a lembra de que ela é uma mulher casada… dói como ele pega, grosseiro e violento, o braço dela. Dali em diante as coisas entre eles começam a mudar, pouco a pouco, até que seja intenso… até que Sérgio deixe Marimar para morar novamente com os avós, o que é visto como covardia, e é mesmo uma coisa bem complicada. Porque Marimar está de volta ao início da novela, indo escondida à Fazenda para pedir comida a Corazón, a empregada que tanto a adora, e Sérgio briga com Angelica dizendo que Marimar tem direito à comida!

Parece toda a introdução de Marimar novamente!

Sérgio é um personagem complicado. Eu gosto dele às vezes, eu desgosto dele às vezes, não consigo chegar a uma conclusão. Com Corazón, por exemplo, ele chora e se lamenta pela “pobre Marimar” e por toda a mesquinharia que o cerca… ele também fala sobre ter se casado com ela para defendê-la de Nicandro, bem como para provocar o pai e a madrasta, mas ela não merecia, e ele estragou a sua vida. Ele parece deveras arrependido. Mas embora não estejam morando juntos, eles não estão brigados. Ela vai atrás dele, ele pede que ela não o persiga, mas não é mais grosseiro, e ela é sorridente e feliz, como a inocente Marimar que conhecemos, e que está prestes a desaparecer. O combinado é que ela vá ficar com os avós até ele ter condições de ter uma casinha para os dois. Essa relação “leve”, entretanto, está fadada ao fracasso.

Chuy aparece fortemente nesse período todo, como um bom amigo. Ele a chama de tonta por acreditar em Sérgio e amá-lo, porque “ele a mandou embora”, enquanto Marimar, ingênua, o defende ainda… as coisas vão ficando bizarras quando Sérgio pergunta à esposa sobre o que ela acha de Chuy, e pergunta: “Se algum dia acontecesse algo comigo, se casaria com Chuy?” É uma pergunta bem estranha a se fazer para a sua esposa, convenhamos… e Sérgio incentiva, agora, passado o ciúme, a aproximação dos dois. Diz que quer que ela continue vendo-o, que seja sua amiga, porque ele é muito bom e merece sua amizade… ele faz quase o mesmo com Chuy, conversa com ele sobre Marimar e lhe pergunta: “Se eu morresse, ou fosse para longe, você se casaria com Marimar e a faria feliz?” Parece que Sérgio está tentando “se livrar” de Marimar…

E é mais ou menos o que está acontecendo.

Em um dia triste, em que a casinha de Marimar com os avós enche de água por causa de uma forte chuva, e Chuy aparece para visitá-los, ela exige que ele a leve com ele, com chuva e tudo, porque quer ver Sérgio. E nesse momento, na Fazenda Santibañez, Sérgio e Renato têm uma séria discussão NA FRENTE DE MARIMAR, e é uma verdadeira humilhação para ela. Me parte o coração! Renato diz ao filho que ele se casou por vingança, que nem a ama, e o mais horrível de tudo é que Sérgio não o desmente, não diz que ama Marimar, só diz que “é problema dele”. Aquilo foi um golpe tremendo… chorando, Marimar diz que Sérgio não a ama, e não quer mais viver ali… por isso vai ao mar. Da beira de um penhasco, ameaçando se matar, de camisola branca e enrolada em um lençol, Marimar pensa em se jogar e acabar com a própria vida.

Felizmente Pulgoso está ali, em primeiro lugar.

Porque como um cachorrinho inteligente e amoroso, ele não permite que Marimar pule. Segura seu lençol, e quase cai ele mesmo para salvá-la, o que ela não deixa acontecer – o segura e pede perdão. Ela até tentaria novamente se o Padre e Chuy não tivessem aparecido para salvá-la e levá-la embora… chega a me arrepiar ver como Chuy a abraça e a protege, como a leva para casa carregando-a nos braços, desmaiada. Não tem como não gostar dele! Quase chego a desejar que Marimar ficasse com Chuy, porque ele a salvou e, mais, SE IMPORTA com ela, de uma maneira que Sérgio nunca se importou… não assim, não tão sinceramente. Mas Marimar está meio desequilibrada, se recusa a falar com Sérgio quando ele aparece na casinha, e diz, chorando, que é um peso para ele, e que ele tem vergonha dela… que não a ama e nunca a amou.

Então ela o manda embora.

E confesso: ele mereceu…

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