[Season Finale] The Magicians 4x13 – The Seam

“You didn't want to leave all that, did you?”

EU AINDA NÃO ESTOU SABENDO LIDAR COM A DOR DESSE EPISÓDIO. Por favor, se você ainda não assistiu a “The Seam”, o fim da quarta temporada de “The Magicians”, e não quer saber spoilers, deixe o texto por aqui… eu amei a temporada, como um todo. Eu estava empolgado, feliz porque já tinha sido renovada para a quinta temporada, ansioso para saber aonde ela nos levaria, mas agora tudo parece ter “perdido um pouco a cor”, com a morte de um dos personagens principais da série, e certamente um dos meus favoritos. Quentin Coldwater cresceu TANTO nessas quatro temporadas, e nós nunca tivemos a chance de ver uma relação dele com Eliot se concretizar de fato… seus últimos momentos em “The Magicians” foram forçando um relacionamento com Alice, algo que já deveria ter acabado, e agora tenho a sensação de que tudo ficou incompleto.

Embora seja assim na vida real…

Quando as pessoas morrem, sempre fica uma sensação de “incompletude”.

Infelizmente, a resolução de um problema que durou 13 episódios acaba sendo mais simples do que esperávamos, ainda que só tenha sido possível por causa da jornada de todos os personagens ao longo dos últimos episódios. Alice e Quentin salvam Julia da irmã do monstro quando o distraem, permitindo que Penny apareça com o machado que “tira possessões” e ataque Julia… Julia está livre, mas fraca, e por isso a levam até o reservatório de magia em Fillory, que descobrem que secou e, portanto, não lhes serve de nada – “Always gotta be a fucking twist”. Julia, agora, está em um processo ininterrupto em que não importa quantas vezes seus machucados sejam fechados ou curados (porque ela é basicamente imortal), eles votarão a se abrir, causando-lhe dor e agonia por milênios ininterruptos… por isso, alguém precisa decidir por Julia, se é isso o que ela quer.

Assim, Penny decide privá-la do seu poder de quase-deusa, que lhe garantia essa invulnerabilidade, que era a única coisa que ainda a mantinha viva, apesar dos machucados. Isso salva a sua vida, mas também significa que ela já não tem poder nenhum, porque é “perfeitamente normal”. Brava, ela discute com Penny-23 (“Thank you for deciding that without me!”), e diz que além de nunca mais poder fazer magia, ela vai ficar velha, e morrer por causa de um corte de papel ou qualquer coisa assim… ela está furiosa, mas não quer dizer que também na queira a companhia de 23 ali, e a verdade é que eles são um casal pelo qual eu não consigo torcer, de modo algum. Me irrita como ele admite que foi egoísta, mas diz que faria tudo de novo, porque não suportaria vê-la sofrer e sofrer e sofrer… é muito meloso para ser o Penny e a Julia.

E eu não tenho paciência.

Com a Julia salva, ainda resta salvar Eliot do monstro que os atormentou durante toda a temporada, e eles têm uma ajudinha de Josh, que acabou de voltar ao normal, mas o fato de ter tocado o reservatório de magia em Fillory o deixou com poderes extras que podem ser muito úteis. “The Magicians” abusa da sua capacidade de ser bizarra e divertida, então quando Josh e Quentin tentam escapar do Darth-Eliot usando um pergaminho antigo, eles caem através de um portal, com os gritos e expressões mais divertidas, e um cartaz de “CONGRATULATIONS” no fim do caminho, onde encontram um deus antigo que não está lá muito empolgado em ajudá-los, o que eu acho bem sem-noção, se você me perguntar. Afinal de contas, os monstros estão planejando MATÁ-LOS, e eles não estão fazendo nada para impedir que eles atinjam seus objetivos.

Vai entender?

Mas ele acaba dando uma pequena ajuda a Quentin e Josh, dando a ideia de aprisionar o espírito dos monstros e jogá-los através do “seam”, uma ruptura que está escondida em um lugar como um “antiverso” – “Like the Mirror World?” Quando eles contam sobre o novo plano para os demais, Alice sabe exatamente onde a ruptura está, atrás de uma porta no Mirror World onde ela sentiu que não podia entrar, mesmo quando era uma niffin… e agora, todo mundo está indo para lá, com a ajuda de quem puder canalizar energia para ajudá-los a manter os monstros nos frascos por tempo o suficiente até que possam jogá-los na ruptura no Mirror World. Então, primeiro, Quentin e Penny-23 distraem o Darth-Eliot, enquanto Margo o ataca com o machado… o monstro foi capturado, mas Eliot vai sobreviver? Infelizmente, Margo é a única que o acompanha até o médico, e eu senti falta de uma atenção maior de Quentin ao homem que ama!

Ou que deveria amar.

Mas o roteiro deixou isso para trás.

Então, a magia flui pelo mundo todo, com a ajuda de todos que podem ajudá-los a manter os monstros em frascos, e eu achei AQUELA SEQUÊNCIA LINDA, de magicians do mundo todo colaborando – hedge witches, a Biblioteca, Fillory, India, Japão, Brakebills… foi de arrepiar. Então, Quentin, Alice e Penny-23 vão até o Mirror World e encontram a “ruptura” através de um espelho, tipo o véu em “Ordem da Fênix”, e Quentin joga o primeiro dos frascos… antes de jogar o segundo, no entanto, Everett aparece querendo impedi-lo, para usar o poder do monstro no frasco para se tornar um deus, prometendo que “não será como os outros”. Para impedir Q de completar o plano, Everett quebra o espelho, MAS ENTÃO GANHAMOS UMA DAS MELHORES CENAS DA TEMPORADA! Aqui, em um momento dramático, em câmera lenta, com trilha forte, Quentin conserta o espelho.

Mending minor objects.

Essa é sua DISCIPLINA, não?

Então, a temporada fecha um ciclo importante, mostrando a importância de Quentin ter descoberto, com Mayakovsky, qual era sua “disciplina”, e a câmera lenta deixou a cena ainda mais impactante e emocionante… acompanhamos o espelho se reconstituindo, enquanto o frasco que Quentin acabou de jogar voa em sua direção, só o atingindo quando o espelho está totalmente consertado, e então o monstro cai pela ruptura… assim, eles vencem os monstros, impedem Everett de se tornar um deus, mas, infelizmente, perdemos um personagem importante na sequência. Acontece que ELES NÃO PODIAM USAR MAGIA no Mirror World, Alice avisara-os sobre isso, mas foi a única maneira que Q encontrou de manter seus amigos em segurança… então, a energia da magia de Quentin toma conta de Everett e do próprio Q, e os dois morrem.

E eu não quero ver a série sem o Quentin.

Nunca será a mesma coisa.

Então, retornamos para uma cena apresentada há alguns episódios, quando Penny-40 recebe algum conhecido no Submundo: “Hey. Been awhile. Welcome to the Underworld”, e aquele foi o momento em que percebi que o Quentin tinha mesmo morrido, e eu fiquei tristíssimo. Toda a sequência é caprichada, respeitosa e cheia de melancolia, dor e emoção… amei a interpretação de Jason Ralph, mostrando toda a dor e o choque do personagem, enquanto tenta processar toda a informação do que acabou de acontecer, e é EXTREMAMENTE FORTE e TRISTE quando ele fala sobre ter passado sua vida em hospitais, sobre as tentativas de suicídio e os bilhetes que deixou para trás, e então ele se pergunta: “Did I do something brave to save my friends or did I finally find a way to kill myself?” Possivelmente, a frase mais FORTE do episódio.

Aquilo me destruiu.

Mas Penny tem a resposta para ele, E ESSA É A CENA MAIS LINDA DO EPISÓDIO, QUE ME FEZ CHORAR MUITO! Penny leva o espírito de Quentin para visitar os amigos uma última vez, e eles os encontram em volta de uma fogueira, em luto, pensando em Quentin, e a expressão dele ao se deparar com toda a cena é o que mais nos entristece. Tudo é melancólico e sofrido, uma despedida linda, mas dolorosa – e o fato de os personagens cantarem enquanto queimam coisas que representam algo para eles e Quentin fez com que a cena ficasse muito mais pessoal e muito mais emotiva. Foi isso que, enfim, me fez chorar de verdade. Isso e cada momento, cada expressão de Quentin, conforme ele vai entendendo o tamanho de sua importância e o amor dos amigos, enquanto ele, no meio das lágrimas, se emociona e também sorri.

Eliot também chega, ainda fraco, acompanhado de Margo, para estar ali nesse momento. Ela queima a coroa que colocou na cabeça de Quentin na coroação em Fillory, e Eliot queima um pêssego, a última expressão do amor dos dois, que nunca chegou realmente a ser oficial. A cena é MUITO LINDA, e Penny-40 faz Quentin ver que ele não apenas salvou a vida dos amigos, mas mudou a vida deles para sempre. “The story for them, it's just starting but it won't be the same story because of you. You didn't just save their lives, you changed their lives as much as they changed yours. You didn't want to leave all that, did you? It's time to say good-bye”. Chorando, sentindo cada momento e cada carinho, Quentin se vira para ir embora com Penny, mas ele vai embora olhando para trás, e então ali ele deixa seus amigos… e essa é sua despedida.

E VAMOS SENTIR SUA FALTA.

A música intensificou tudo. Acabei de rever a cena. E chorei de novo. LINDA DEMAIS.

Por fim, antes de partir para “além do Submundo”, Quentin pergunta um pouco a Penny sobre o futuro de seus amigos. Parece que Alice vai ser a nova responsável pela Biblioteca, depois da queda de Everett; Margo e Eliot retornaram para Fillory (“The fuck did they do tom y castle?”), para descobrir que as coisas por lá não estão exatamente como eles esperavam, porque, aparentemente, Fen e Josh foram destronados há 300 anos, e ainda temos muito a entender a respeito disso. E, por fim, vemos Julia, e esse é outro momento lindíssimo do episódio. Sofrendo por causa de Quentin, sozinha ao lado da fogueira, pronta para queimar as cartas que eram a cara de Quentin na primeira temporada, Julia chora desesperadamente, expressando toda sua dor e seu sofrimento, mas a magia vem da dor, e então ela recupera os seus poderes.

É a última coisa que Quentin faz por Julia.

E NÃO PODERIA SER UMA DESPEDIDA MAIS EMOCIONANTE.

“Take on me (Take on me)

Take me on (Take on me)”

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