Supernatural 14x18 – Absence



“I need you. I need magic”
Eu achei o episódio bem fraquinho, mas provavelmente é apenas porque eu nunca consegui me importar mesmo com Mary Winchester, e todo episódio que foi “sobre” ela, depois de seu retorno em 2016, me pareceu forçado ou sem a conexão emocional que eles esperavam que houvesse. Mary era alheia à trama, parecia deslocada, por isso eu não acho que ela vá fazer falta. A dor do episódio, e o final é emotivo, se deve apenas ao fato de Sam e Dean Winchesters terem perdido, novamente, a sua mãe, e isso é algo doloroso, mas Mary nunca foi uma personagem que me agradou, a não ser na sua concepção original das primeiras temporadas, aquela que morreu em 1983. A morte de Mary Winchester, conforme sugerida na última fala do episódio anterior, vem para concretizar uma mudança no personagem de Jack, e nos perguntamos quem ele é, nesse ponto da trama.
De todo modo, continuo amando o Jack!
Quando o episódio começa, Sam e Dean retornam da caçada e encontram o bunker vazio. Inicialmente, eles não acham que isso signifique nada, até que percebam que Mary deixou o celular e suas outras coisas para trás, e Jack está fugindo, voando para o Peru, para a França, para Madagascar… mas ele retorna, por fim, para o lugar em que a fatalidade aconteceu: o lugar onde ele matou Mary Winchester, por acidente. E, para representar sua consciência, reencontramos Lucifer, no corpo de Nick, e no fundo ele sabe o que isso significa: ele cruzou uma linha e nunca mais poderá retornar… Sam e Dean jamais o perdoarão ou voltarão a confiar nele depois disso. Mesmo que, conforme ele diz a si mesmo várias vezes, tenha sido um acidente e ele nunca tenha tido a intenção de matar Mary. Tudo aconteceu tão rápido, por causa de um pensamento.
Sam e Dean percebem depressa que algo muito errado está acontecendo, especialmente quando encontram o corpo de Nick destroçado, como Jack o deixou no episódio, e então o chato do Dean começa a surtar – eu não o julgo por surtar, de modo algum. Ele sente que perdeu a mãe novamente, e é natural que ele se exalte, mas é que eu realmente detesto o personagem de Dean em quase todos os momentos, e eu não suporto quando ele começa com os chiliques dele, por mais justificados que às vezes (e só às vezes!) possam ser. E cada um dos Winchesters e o Castiel reagem à informação de um modo diferente, e eu gosto muito das coisas que Castiel diz, em toda sua “sabedoria angelical” ou qualquer coisa assim… quando ele diz que sua fé em Jack nunca balançou, mesmo quando ele viu o que Jack fez com a cobra, Felix, há alguns dias.
Acontece que Jack não sabe o que está acontecendo… ele usou a sua alma apenas para coisas boas, tentando ajudar como podia, e então ele se transformou em algo que nunca quis ser, mas em toda sua juventude e inocência, ele nunca se converteu em uma pessoa má. Como Castiel diz, quando ele viu Jack com a cobra, ele não viu o “mal”, apenas a “ausência de bem”, e são duas coisas bem diferentes… Jack viu um problema e o solucionou como achava melhor. Enquanto Castiel diz essas coisas, Sam, por ora, sofre calado, mas de forma mais sensata, e Dean adora gritar com todo mundo, numa atuação que não é necessariamente das melhores, e isso sempre pesou no meu “não gostar” de Dean – quando Rowena liga para eles para dizer se encontrou Jack e Mary, ela confirma o que eles temiam: “Mary Winchester is no longer in this Earth”.
O que eu achei estranhamente específico, mas enfim…
Rowena tem uma participação interessante no episódio quando Jack vai em busca dela em busca de ajuda: ele confessa que matou Mary Winchester, mas diz que quer trazê-la de volta, para “consertar” as coisas. “You need to help me undo it”. Eu não consigo sentir raiva do Jack, e tudo o que senti foi pena, porque a culpa o corrói, ou a sombra da lembrança da culpa, já que “ele não sente mais as coisas”, e ele quer consertar as coisas como puder… por mais perigoso e arriscado que seja. Quando os Winchester chegam à casa de Rowena, Jack foge com ela para o bunker, e eles começam um ritual, um ritual que tem grandes chances de dar errado, porque Jack matou Mary Winchester e o seu imenso poder de nephilim + Graça de Arcanjo dizimou o seu corpo por completo… sem um corpo, Rowena não tem nem como tentar trazer Mary de volta dos mortos.
E ela está oficialmente morta. Castiel vai até o Céu atrás dela, e descobre que ela está lá, em um lugar onde ela está “completa”, e embora os Winchesters não estejam, ela está… e essa é uma ideia que “Supernatural” já perdeu há muito tempo, a de que talvez Mary esteja melhor do lado de lá do que estaria se eles tentassem trazê-la de volta a qualquer custo. Sobre Jack, eu adoro como Sam fala dele e como ele é mais sensato e mais humano ao falar que “não adianta apenas odiar Jack” ou qualquer coisa assim. Ambos sabiam dos riscos, eles sabiam que ele era um nephilim filho de Lúcifer e que isso implicava perigo, mas eles confiaram em seu bom coração, e Jack se tornou parte da família… então não adianta jogar a culpa toda para cima dele como dois hipócritas, e esse foi o ÁPICE da sensatez de Sam, algo que Dean jamais experimentou na vida.
Temporadas passadas explicitaram isso mais de uma vez…
Doeu-me ver o olhinho de Jack cheio de lágrimas quando ele conta a Sam e Dean que “o ritual não funcionou”, e então ele foge, deixando para trás apenas um corpo vazio de Mary, que não é o que os irmãos queriam de volta, mas talvez seja o que precisam nesse momento para encerrar essa história: a possibilidade de pensar nela, de homenageá-la e de dar-lhe um “funeral de caçadora” digno. E Castiel tenta acalmá-los dizendo que esteve no Céu onde viu Mary, e ela está em paz onde está. A última cena do episódio, então, é o funeral de caçadora para Mary Winchester, em um momento sem grandes discursos, felizmente, porque eles só pareceriam “too much”. Terminamos em um momento íntimo e emocionante, sem o Jack, que talvez tenha perdido o seu lugar na família… porque ele acredita que os Winchesters jamais o perdoarão, muito menos voltarão a confiar nele.
Eu espero que isso não signifique a ausência de Jack na próxima temporada!
Jack segue sendo a melhor coisa de “Supernatural”.

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