The Twilight Zone 1x03 – Replay
“Presenting
Nina Harrison. A woman who left her past behind to provide a better future for
her son. Today, however, she will have no choice but to revisit history again
and again, on a fateful drive through the perilous highways... of The Twilight Zone”
“Ooh, that
was the most intense déjà vu”
QUE EPISÓDIO
MAIS FORTE! Foram 45 minutos extremamente tensos e angustiantes, em que
presenciamos uma nojenta representação de racismo,
e acho que o que mais nos incomodou e o que mais nos perturbou foi pensar que “The
Twilight Zone” estava assustadoramente “brincando” com a realidade… a
“câmera mágica” que permitia que Nina Harrison voltasse no tempo era apenas um
detalhe, um device do roteiro para
contar sua história sobre o RACISMO, e a realidade de Nina e Dorian Harrison é
algo que se enfrenta todos os dias na
realidade. É um episódio inteligente, complexo, e que caminha perfeitamente
entre gêneros, contando uma história pertinente e interessante, que certamente
será um marco dessa primeira
temporada do reboot. E, a cada
episódio, estamos mais e mais apaixonados por essa versão da série!
Nina Harrison
só quer levar seu filho para a universidade, e ela gostaria de registrar esse momento com uma câmera de
modelo antigo. Enquanto ela e o filho estão em uma lanchonete, comendo, ele
acaba derrubando ketchup na roupa, e
pede que ela volte a fita nesse ponto, porque isso não precisa estar
“registrado para o futuro”, mas mais do que a fita volta quando ela aperta “rewind” – o tempo propriamente dito também volta. Na segunda vez, conhecemos
o desprezível Policial Lasky, um cara racista que os perseguiu desde a lanchonete, tentando encontrar um motivo para
pará-los: e ele consegue tanto no fato de Dorian estar dirigindo acima do limite de velocidade, quanto no de ele estar
usando uma câmera enquanto dirige. As coisas saem de controle muito
rapidamente, e ele se apavora de
pensar que está sendo filmado, e manda Nina lhe entregar a câmera.
Sem querer,
então, ela aperta “rewind” e volta no tempo pela segunda vez.
“Did we go backwards in time again?”
Dessa vez,
ela volta para um momento dentro do carro,
e o pavor a angustia e faz com que Dorian pare o carro porque a mãe está passando mal, e então ele
pede a ajuda do policial, que para logo em seguida, e o cara, a cada segundo mais asqueroso, ao invés
de ajudá-la e de ligar para um hospital ou qualquer coisa, causa encrenca com
Dorian, manda ele tirar o carro da rua, “porque o pneu está sobre a pista”, e
quando Dorian o confronta, com toda a
razão, porque não fez nada de errado e a
mãe está passando mal, o policial ameaça atacá-lo, e então, voluntariamente
pela primeira vez, Nina aperta o botão para retroceder e, dessa vez, volta até
um momento na lanchonete, quando ela falava sobre a futura neta, Trinity, e ela
resolve ela mesma dirigir daquela vez, e sair mais cedo da lanchonete, parando
em algum lugar para passar a noite.
Tudo para fugir do policial.
Ali, Dorian faz uma leitura
interessante do mundo, embora alheio
à tudo o que a mãe está vivendo: “Well,
since the big bang set everything in motion, everything that happens in this
universe has to be the way it is. It's all just particles unfolding the way
they're destined to”. Mas o policial os encontra de qualquer maneira, e essa é uma das cenas MAIS
REVOLTANTES de todo o episódio, quando ele bate na porta deles no hotel,
visivelmente tendo os perseguido e os
procurado, e então pede para ver os documentos dos dois, o que é a pior coisa do mundo, porque ele não
tinha motivo nenhum além de seu racismo para isso… quando as coisas voltam a
esquentar e parece que Dorian corre risco
de vida sendo atacado pelo policial, Nina mais uma vez recorre à câmera, e
volta para um momento em que eles ainda estavam na lanchonete, no início do
episódio.
Dessa vez,
Nina tenta fazer as coisas diferentes. Por mais DESPREZÍVEL e NOJENTO que o
Policial Lasky seja, ela tenta se aproximar dele, ser gentil, e “ganhar sua
confiança”. Se apresenta na lanchonete, se oferece para pagar uma torta de
maçã, mas naturalmente nada funciona contra uma mente doente como a dele…
quando ela está saindo, achando que conseguiu,
ele lhe pergunta como ela conseguiu
aquele carro, e algo começa a crescer dentro dela. Tudo se intensifica do
lado de fora, quando Nina e Dorian estão tentando ir embora, e Lasky lhes pede
documentos de identificação e certificado de posse do carro, algo que ninguém carrega consigo. Dessa
vez, quem surta é Nina, e é uma sequência fortíssima, culminando no momento em
que Dorian sai de dentro do carro com o celular na mão, para mostrar a foto do
documento que prova que eles são donos do carro, e então o Policial Lasky simplesmente atira nele.
E ELE MORRE.
Foi
angustiante ver a morte de Dorian, as lágrimas de Nina, e vê-la reconhecer o
corpo do filho antes de recuperar a câmera e poder voltar no tempo uma última vez. “Please, take me back”.
A emoção e o alívio tomando conta dela ao rever o filho, tentando sair
apressada da lanchonete antes mesmo que
Lasky chegue, mas eles infelizmente o encontram na saída, então ela sabe
que ele não vai deixá-los em paz.
Então, Nina conta toda a verdade a Dorian, por mais que tenha a consciência de
que é difícil acreditar nela, mas ele
dá uma ideia interessante: a única maneira de chegar à universidade, então, é
tomando o caminho que até agora eles têm evitado: a casa de Neil, seu tio, o passado de que Nina tanto tenta escapar.
E então ela também pede a ajuda de Neil e, pela primeira vez, os dois não
estarão sozinhos contra o policial quando ele chegar… porque, infelizmente, ela
sabe que ele virá.
Então, Neil
mostra um caminho secreto para a
universidade, a pé, pelo subsolo, e é HORRÍVEL pensar que ele tenha tido que ir
para a universidade escondido,
esquivando-se do mundo, e ainda assim não
adianta – porque Lasky chega até eles do mesmo modo! Dessa vez, pelo menos,
Dorian e Nina NÃO ESTÃO SOZINHOS, porque além de Neil, eles também têm ao seu
lado todo o corpo estudantil negro
daquela universidade, e não apenas Nina está apontando uma câmera para o
racista, mas também todos que têm um celular no bolso. Quando Dorian pede que a
mãe rebobine (“Rewind it, mom. Let’s try
again”), ela diz que dessa vez não
farão isso… eles não estão sozinhos, e todos ali são testemunhas. Com um
discurso corajoso e fortíssimo, Nina defende o direito do seu filho de estudar,
e Lasky precisa, enfim, recuar pela
primeira vez.
A força de
todos juntos faz a diferença.
Mas eu queria uma punição para o Lasky!
Até porque o
final do episódio acabou sendo bastante DEPRIMENTE. Sim, Dorian consegue ir
para a faculdade, e 10 anos se passam, tanto que vemos Dorian provavelmente
muito bem de vida, com uma filha, mas Nina passou
esses 10 anos filmando tudo o que podia, para o caso de precisar voltar no
tempo e escapar de Lasky, se ele reaparecesse. Dorian tenta convencê-la de
que já se passou muito tempo e ela pode “deixar a câmera para trás”, e embora
Nina não queira fazer isso, ela é obrigada a fazê-lo, porque a Trinity pega a
câmera para brincar com ela e acaba a
derrubando, acabando com qualquer chance que eles tinham de voltar no tempo… e
assim que Dorian sai de casa naquele dia, sem câmera para salvá-lo, ouvimos
apenas a sirene de polícia do lado de fora. Não
gosto de pensar que Lasky conseguiu chegar a ele eventualmente.
Mas parece que sim.
E esse é um
final terrível de aceitar!
“Nina
Harrison found that only by embracing her past could she protect her son's
future. And it was love, not magic, that kept evil at bay. But for some evils, there are no magical,
permanent solutions, and the future remains uncertain... even here... in The Twilight Zone”
FORTÍSSIMA a
ideia dessa narração final.
Chega a dar calafrios.
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