Nosso Último Verão (The Last Summer, 2019)



QUE FILME LINDO! *-*
Imagine como é curtir um último verão antes que a sua vida mude para sempre – a “ida para a faculdade” no Brasil é diferente da que vemos em filmes e séries dos Estados Unidos, porque não necessariamente deixamos as casas dos pais, mudamos de cidade e vamos morar no dormitório, embora isso até possa acontecer… mas, de qualquer maneira, o fim da escola é o fechamento de um ciclo que durou por mais de 15 anos de nossas vidas, e existe mesmo essa sensação de que nada será como antes. Essa é a proposta de “Nosso Último Verão”, um filme da Netflix protagonizado não apenas por K.J. Apa e Maia Mitchell, mas por todo um elenco talentoso que conta a história de vários personagens diferentes… várias reações em relação ao último verão, ao amor e ao futuro – e é um filme maravilhoso, intenso e totalmente diferente do que eu esperava.
Eu estava esperando algo como um dos filmes protagonizados por Noah Centineo. Sabe, o maravilhoso “Para Todos os Garotos Que Já Amei”, ou o infinitamente inferior “O Date Perfeito”, mas “Nosso Último Verão” talvez nem pertença a esse gênero. Embora, sim, seja um filme teen, ele é bem menos chick flick do que os demais, principalmente por não estar focado em apenas um casal principal que conduz toda a história de maneira previsível… é um filme interessante narrado do ponto de vista de várias pessoas, e eu adoro a dinâmica que isso dá ao filme, e as perspectivas em relação ao mesmo assunto – afinal de contas, as pessoas não são todas iguais. Me apaixonei pelo filme, posso ter desenvolvido um crush no Wolfgang Novogratz, mas devo dizer que, de todas as histórias, eu me apaixonei pela história de Griffin e de Phoebe no verão.
“Nos dou 2 semanas”
“3, no máximo”
Griffin e Phoebe se aproximam durante as férias de verão, e eles são um casal adolescente movido pela fofura acima de tudo. Eu gosto de como conversam, da química que compartilham, e eu adoro como eles se aproximam com todas as coisas que têm em comum e as coisas que não têm – ela está fazendo um filme para um Festival, porque precisa dessa vitória para ir para NYU, a faculdade dos seus sonhos, enquanto ele está ensinando crianças de 12 anos de idade a tocar violão, enquanto coloca de lado o seu sonho de dedicar-se profissionalmente à música para seguir uma carreira que foi escolhida para ele por seu pai. E então eles se entendem, se apoiam, se desafiam em uma divertida competição de churrasco (!) e trocam mensagens absolutamente fofas… COMO EU AMEI a cena do Griffin mandando mensagens no transporte público, todo nervoso, achando que estragou tudo.
Quem nunca?
Em paralelo, acompanhamos outras histórias. Assim que o verão começa, por exemplo, Alec e Erin terminam o namoro, depois de dois anos juntos, porque eles “não querem ir para a faculdade namorando”, e acreditam que terminar no início do verão ao invés de prolongar esse tempo vai ser melhor… então, eu gosto de como o filme fala sobre essa crença que parece muito forte entre os jovens dos Estados Unidos de “não ir para a faculdade namorando”, e como ele aborda as duas diferentes reações depois de um término tão importante… Erin é quem teve a iniciativa, mas inicialmente parece mais mexida com isso, enquanto uma garota muito bonita começa a prestar atenção em Alec, e ele acaba começando a sair com ela, quase 15 minutos depois de ter terminado com Erin… mas, por mais bonita que a nova garota seja, o “namoro” é cada vez mais vazio.
Eles não têm nada em comum, não faz sentido…
Em contraste, Erin parece fazer o caminho inverso. Ela não gosta de como Alec parece ter “seguido em frente” tão rápido, mas tampouco é hipócrita e sabe que ela também quis terminar esse namoro… para ela, uma nova oportunidade cai literalmente do céu, quando um jogador de beisebol lindo e gostoso (interpretado por Tyler Posey) cai sobre o seu colo em um jogo, derruba bebida sobre ela e, ao pedir desculpas, a convida para sair… então, aos poucos ela vai se envolvendo, vai vivendo essa grande aventura com um jogador de beisebol razoavelmente famoso e incrivelmente bonito, mas eventualmente ela tem o coração partido porque as coisas entre ele e sua ex-namorada de longa data não estão realmente resolvidas. Talvez, como Erin eventualmente descobre, as coisas entre ela e Alec também não estejam assim tão finalizadas quanto pensara.
Também acompanhamos Reece e Chad, uma dupla de garotos que se passam por empresários e investidores, mas que acabam não enganando ninguém e se dando bem no final, porque descobrem o amor verdadeiro, e Audrey, uma garota que precisa aprender a não se conformar com qualquer coisa… e ela aprende isso com uma criança. E temos o Foster, que é um cara gostosão (o típico bonitão da escola, que quer azarar geral, mas que é mesmo muito lindo) que só pensa em curtir o verão e “pegar o máximo de meninas possível” – ele até faz uma lista das garotas com quem quer ficar. Mas ele acaba se metendo em confusões estranhas, bizarras e desconfortáveis, a sua lista acaba se tornando viral, e basicamente ele não consegue ficar com ninguém… por fim, descobrimos inclusive que ele ainda é virgem (algo que não posso entender), mas ele se dá bem no final… e, apesar de ele parecer um babaca nessa descrição, a verdade é que ele não é tão ruim assim – e merecia alguém.
A sua “Gisele”.
A história que é mais explorada no filme, no entanto, é mesmo a de Griffin e Phoebe, e eu gosto de como eles se conectam, e de como são um apoio importante um para o outro. As cenas do feriado de 4 de Julho são lindas, amei os dois na praia, amei as cenas sem diálogo, em que vimos momentos importantes dos dois, e a cena de sexo deles também foi muito bonita, quase poética. Mas existe um empecilho descomunal e inesperado: Griffin flagra o seu pai com outra mulher, e fica completamente incomodado com isso, e acaba desabafando com Phoebe, sobre como o pai está traindo a mãe… o grande problema, no entanto, é quando Griffin vai até a casa de Phoebe e acaba conhecendo a sua mãe, e a reconhece como a mulher que entrou no carro do pai – a mulher com quem o pai está tendo um caso. E então ele entra em um dilema: contar ou não a Phoebe?
Ele poderia contar, porque a mãe de Phoebe está feliz com o relacionamento, e Phoebe está contente que ela tenha encontrado um cara que “não é um assassino, casado ou os dois”, e ele não pode deixar que ela se empolgue demais com um relacionamento como esse, se seu pai está mentindo para a mulher… no entanto, ele tampouco sabe como dizer a verdade, e embora ele pense nisso, e embora ele chegue a tentar contar, ele acaba não conseguindo. Assim, o namoro dos dois acaba dando errado quando tudo vem à tona, e é inusitado como o problema não foi, de fato, com eles dois – eventualmente, a mãe de Phoebe descobre que o cara com quem estava saindo era casado, e fica morrendo de raiva, e Phoebe também vai à casa de Griffin para desabafar, mas então ela vê o pai dele, o reconhece, e ele precisa confessar que já sabia disso.
Há alguns dias.
Phoebe fica brava que ele não tenha contado, e então o namoro dos dois acaba chegando ao fim, por causa do idiota do pai dele. Mas o Griffin, diferente do pai, é um bom garoto, e eu adoro como ele se posiciona depois disso, como ele luta por seu amor – nem que seja um amor de verão, nem que seja algo que não vai durar mais de 3 semanas quando eles forem para faculdades diferentes, em cidades diferentes daqui a pouco… mas foi importante demais para que ele deixe acabar dessa maneira. Existem várias cenas em que a forma como Griffin olha para Phoebe quando ela não está vendo é de perfeito encanto e entrega… por isso, ele continua sendo um fofo, enviando o churrasco do desafio para ela enquanto ela trabalha no término de seu filme, e indo conversar pessoalmente com a mãe dela, porque ele não é o seu pai.
E isso fica bem claro.
Então, quando o filme de Phoebe finalmente fica pronto para o Festival, ela manda um convite para que Griffin vá à apresentação, e ele vai – e ainda leva um presente, que descobrimos, mais tarde, ser uma boina, daquelas de diretora… o filme de Phoebe é um sucesso, e termina com a entrevista que ela gravou com Griffin, lá no início do filme, e é um toque bastante importante e singelo. Tudo no filme é singelo, delicado, emocionante… gostei muito do tom, da direção, da fotografia. É um filme belo, e me fascinou. E, no fim, as coisas acabam dando certo. Phoebe é um sucesso e provavelmente irá para NYU, e Griffin, que já teve que enfrentar o pai para contar a verdade à mãe, de todo modo, aproveitou para tomar atitude e fazer o que queria: inscrever-se para a faculdade de música. Assim, Griffin e Phoebe conversam depois da apresentação de seu filme, com boina na cabeça e patins nos pés, e esses dois patinando juntos, citando aquele “3, no máximo”, que fora importante em outra parte do filme, e caindo juntos na pista…
Um final fofo e perfeito, que me fez sorrir.
Simplesmente AMEI esse filme <3

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