Primeiro Capítulo de “La Usurpadora” (02 de Setembro de 2019)
“Viva a Independência!”
COMO ESSE
PRIMEIRO EPISÓDIO FOI BOM, AINDA ESTOU TREMENDO! O projeto “Fábrica de Sonhos”, que gerou controvérsia entre alguns “fãs” mais
puristas (e que não entendem que a Televisa é, basicamente, feita de remakes), faz a sua estreia recontando a
história de “La Usurpadora”, um
clássico amado por gerações – e o primeiro capítulo não poderia ser mais
perfeito. Eu esperava gostar, eu tinha adorado o trailer e o conceito todo do “remake”
de 2019, mas eu simplesmente ADOREI o que fizeram com a história. Não é qualquer remake, mas uma repaginada
total na trama, usando apenas a sua base, a sua essência… assim, ganhamos uma “La Usurpadora” de 25 capítulos que
contam uma história parcialmente inédita, aliada à base de Inês Rodena, e é
impressionante como podemos sentir
que é, sim, “La Usurpadora”.
Muito mais do
que eu esperava, na verdade…
Podemos reconhecer
cenas, podemos sorrir ao ver uma nova maneira de contar a história já conhecida
por todos. A sinopse oficial da novela é um pouco diferente: Carlos (não mais
Carlos Daniel) é o presidente do
México, e Paola é a sua infeliz esposa, que não consegue o divórcio por toda
uma questão de imagem e protocolo. Assim, quando ela conhece,
através de um vídeo na internet (!), uma ativista social na Colômbia que é a sua cara, ela vê ali a oportunidade
de conquistar a sua independência. Gostei
muito do que fizeram com os personagens nessa nova versão, especialmente com as
gêmeas – que, por sinal, são muito bem interpretadas por Sandra Echeverría. Paulina
é forte e ganha um lado social, revolucionário, que eu adoro; Paola, por sua
vez, tem um lado mais humano que quase
a justifica, mas um lado ainda mais
selvagem evidente desde o início.
São personagens
fortíssimas.
Ansioso para
ver o que elas nos mostrarão nos próximos capítulos…
Gostei de
toda a construção do primeiro capítulo… história e atuação estão impecáveis. Amei
os cenários e os figurinos (o visual está um máximo!), e a direção do episódio
que, por ser em formato série, é bastante ágil e extremamente profissional,
quase cinematográfico – vide as cenas em que Paola e Paulina contracenam: que efeitos perfeitos! O episódio começa
nos apresentando Paola com pessoas em busca de Paulina para ela, enquanto
Carlos, cuja assessora tem um crush
enorme nele (correspondido ou não?), se organiza para um evento, na sua vida
corrida como presidente do México… embora,
segundo Emílio, ele seja o presidente menos popular da história. A família
infeliz e desunida é claramente apresentada quando precisam se reunir para
tirar uma “foto de família”. São brigas e
mais brigas, provocações, xingamentos, e sorrisos na foto que vai para a capa
da revista… e tudo é tão irônico, tão sarcástico. Um de cara virada para o
outro, Carlos no celular, e quando começam os flashes, é sorriso, beijo, mão no
ombro, carinho… chega a ser cômico!
Paola tem uma
cena EXCELENTE, pouco depois desse evento, em que mais uma vez diz a Carlos
Bernal Mejía que quer o divórcio –
ela não aguenta mais nada disso, ela quer a sua liberdade, mas ele se recusa a
dar-lhe o divórcio, tudo por causa de sua imagem.
Revoltada, Paola tem um surto interessante em que começa a quebrar tudo o que vê pela frente e, naquele momento, eu não
posso dizer que a culpava: ela tem uma vida chata, não tem o amor do marido, não
se diverte, e tampouco consegue o divórcio porque o marido se recusa a dá-lo. Não é estranho que, nessas condições,
Paola escolha ter um amante com quem se diverte, com quem faz o que quiser, ou
que faça de tudo para conseguir uma liberdade mais definitiva. É para isso que ela quer Paulina, e ela só precisa
dar um jeito de trazê-la da Colômbia para assumir o seu lugar.
Paulina é
apaixonante desde a primeiríssima cena em que a vemos – a vemos gravando um
vídeo para chamar a atenção da população para as condições de um orfanato de
que cuida, um lugar destruído e com o qual o governo não está nem aí. Ela quer ser ouvida, ela quer mudança e, enquanto
isso, ela leva as crianças que não têm onde ficar para a própria casa… é lá que
conhecemos o marido/namorado de
Paulina, um relacionamento também acabado
porque Paulina, aparentemente, não pode ter filhos… e também conhecemos a mãe
de Paulina, uma senhora doente que é muito resistente em ir ao médico… então,
quando Paulina recebe uma ligação de um cara que diz querer doar para a sua fundação, graças ao vídeo que gravou, ela não pode
recusar. A mãe a alerta sobre o quanto parece suspeito e pode ser perigoso,
mas o dinheiro pode salvar muitas
crianças.
E Paulina fará o que puder.
Então, quando
é convidada para uma reunião com ele no México, Paulina acaba sendo sequestrada, e só percebe que algo está
errado quando já é tarde demais. Quando
ela desperta, amarrada a uma cadeira, Paola está ao seu lado, esperando para
falar com ela – A CENA MAIS ESPERADA DO EPISÓDIO! “Alguma vez já ouviu falar que em algum lugar do mundo existe uma
pessoa exatamente igual a você? Você está nesse lugar do mundo”. Paola se
apresenta como “Paola Miranda Rivas de Bernal”, a primeira-dama do México, e
conta a Paulina que ela assumirá o seu
lugar pelas próximas duas semanas… e não é um pedido, Paulina não tem
escolha: ou ela faz isso, ou a vida de
sua mãe está em perigo. Gostei de como isso foi tratado, de como ficou
assustador e crível. Paulina jamais aceitaria algo assim em outras condições, e
ela só “topou” porque Paola tinha uma câmera na sua casa, com um cara se passando por médico para “cuidar” de
sua mãe.
Ela não tinha escolha.
Assim,
Paulina é mantida prisioneira ao lado de Paola enquanto aprende a ser como ela.
E AS CENAS SÃO MUITO BOAS! Paola lhe ensina como falar, como deixar de lado o
sotaque colombiano, lhe mostra fotos das pessoas com quem ela dividirá a casa,
para que ela saiba quem é quem e como tratar cada uma das pessoas e, por fim, a
ensina a andar de salto alto, a ser elegante como Paola deve ser… e, assim, vemos Paulina lentamente se “transformando”
em Paola. A roupa mudada, o cabelo, mas o olhar continua sendo muito diferente. Seu olhar é mais
sofrido, mais culpado… no olhar de Paola só existe a FRIEZA. Pronta ou não,
Paulina é obrigada a assumir o lugar de Paola, e é um máximo vê-la entrando na casa pela primeira vez, insegura, com
medo… e adorei a cena em que ela sai andar pela casa, durante a noite, e
encontra Carlos pela primeira vez, quando ele chega de viagem, e ele comenta e
agradece o fato de “poderem trocar um par de palavras assim, sem brigas, pela
primeira vez em muito tempo”.
O primeiro
episódio é sobre a Paola e sobre a troca, sobre a chegada de Paulina, mas ela
ainda não começa a fazer transformações, não começa a se aproximar das pessoas…
enquanto isso, Paola se diverte na Polinésia Francesa com Gonzalo, tomando
banhos de piscina, se sentindo amada, se sentindo livre… mas já um pouco incomodada com o fato de haver outra pessoa vivendo a
sua vida no México – um plano que foi arquitetado por ela mesma. Mas existe
ainda uma última parte do plano que Paola não comentou com ninguém… durante a
noite da Independência do México (que é um evento imenso, o primeiro evento ao
qual Paulina tem que comparecer como primeira-dama), Paola pede Gonzalo em
casamento (!), e quando ele ri e diz que ela
já é casada, ela explica que sim, ela já é casada, mas “isso não precisa
ser assim”. Ela pode ser livre.
Livre.
Paulina está
nervosa em aparecer ao lado de Carlos naquela sacada, porque ela não se lembra
dos protocolos, mas está lá, com o nervosismo e a insegurança estampados no
rosto, mas um sorriso que Paola nunca tivera, e todo o clima do episódio se
torna tenso para uma finalização
impactante – é um excelente suspense, uma excelente finalização. São milhares
de pessoas assistindo ao discurso de Carlos, o presidente do México, enquanto
ele fala e balança a bandeira do país, e sabemos que um atentado está para acontecer porque vemos a maneira como Paola
assiste à TV, ansiosa, e como alguém se
prepara para atirar em Paulina. A cena é extremamente bem-feita, o suspense
é incrível, e então O TIRO ACERTA PAULINA, e Paola celebra a sua independência…
esse era o seu plano o tempo todo, forjar
a “própria” morte, de alguma maneira. A qualidade dessa cena e das atuações
me fez vibrar: já estou apaixonado por “La
Usurpadora” de 2019!
Mais intensa,
mais descontrolada que nunca… vos apresento: Paola Miranda.
“México perdeu a primeira-dama. Viva a
Independência!”
Mais postagens de La Usurpadora (2019) EM BREVE!
P.S.: Logo depois que Paola começa a ficar paranoica a respeito de
Paulina “ocupando o seu lugar” (como se não fosse algo que ela mesma
planejara!) e ordena o seu assassinato, temos um momento rápido que eu preciso
comentar: quando vemos umas lojinhas de rua e uma exposição de revistas. Em uma
delas podemos ver o Ruggero Pasquarelli e na outra o Michael Ronda nas capas, e
eu meio que surtei, então precisava registrar! Também tem o Henry Cavill e eu
tive que pausar para ver se eu reconhecia mais alguém… de todo modo, o print
aqui ao lado para quem quiser listar todos os famosos que apareceram em
revistas de “La Usurpadora” HAHA
Que surpresa boa acessar o blog depois de tanto tempo e ver que você continua produzindo tanto conteúdo. Fico sempre impressionado com essa sua capacidade.
ResponderExcluirFiquei super empolgado com o projeto Fábrica de Sueños, e frustrado que foi cancelado depois de Rubí. De qualquer forma, que ótimos que nós brasileiros conseguiremos acompanhar as produções no Brasil (de forma legal rs) pela Amazon Prime Video.
Assisti à La Usurpadora em 2019, assim que chegou na plataforma. Tenho as minhas críticas (final, por exemplo, rs), mas gostei MUITO no geral. Vai ser uma delícia reviver essa série a partir dos seus textos -- até porque você é tão intenso, haha. Seguirei acompanhando aqui.
Sobre Cuna de Lobos, meu sonho é assistir à novela, então talvez por isso eu não tive motivação para iniciar a série. Já Rubí, consulto o catálogo diariamente. Estanho que não tenha chegado -- mas aguardando. Infelizmente não teremos Quinceañera e La Madrasta:(
Aliás, fico pensando que o SBT está perdendo tempo: acho que ia ser sucesso essa versão no horário noturno da TV aberta. A novela tem um apelo ENORME, e a versão consegue te fisgar e te livrar de qualquer comparação já no primeiro capítulo -- inclusive, que delícia fazer os paralelos entre os personagens de uma e de outra -- até porque se trata de OUTRO produto. Outra coisa bem legal é pegar as referências (tipo: "os mortos não falam").
Ai que felicidade ler seu comentário! Obrigado por estar de volta! E aguardo os comentários que você queira compartilhar nos textos futuros...
ExcluirOlha, eu critiquei bastante algo no final de "La Usurpadora" (talvez seja a mesma coisa haha) Sobre "Cuna de Lobos", embora eu tenha gostado bastante no geral, também tive problemas com o final... espero não ter com "Rubí". Estou assistindo agora e estou gostando bastante, em breve começarei a postar.
Será que seria sucesso no SBT? Eu gostei bastante, mas eu vejo o público brasileiro tão focado na "original" (que nem é a original, mas enfim), e o povo é bem resistente... eu não tenho tanta certeza que daria certo...
Sobre o cancelamento, eu tenho esperanças. Ainda não encontrei nada definitivo de que realmente não haverá mais nenhuma das produções... Quinceañera a princípio cancelada, mas quem sabe? Até porque Rubí acabou agora de ser exibida na TV aberta do México e o público reagiu bem! Crísticas aqui e acolá, algumas comparações com a "original", mas, de modo geral, vi muita gente que gostou... e a audiência foi muito boa, especialmente do último capítulo. Será que isso não seria uma motivação para eles continuarem com o projeto? Espero que sim, ainda tem muitas novelas que eu quero ver em série!