Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs, 1937)


“Heigh-Ho! Heigh-Ho!”
CERTAMENTE, UM EVENTO HISTÓRICO. “Branca de Neve e os Sete Anões”, lançado em 1937, é o primeiro filme de animação da Disney – foi aqui que toda a jornada começou. Baseado na história original dos Irmãos Grimm (com mudanças, naturalmente, porque agora é destinado a crianças), o filme é apaixonante, com visual bonito, colorido e divertido, uma das músicas mais icônicas da história do cinema (“Eu vou… eu vou… pra casa, agora eu vou!”) e um gostinho de conto de fadas… uma coisa que me chamou muito a atenção é a maneira como o filme foi propositalmente pensado como um livro de contos de fadas – a primeira cena nos mostra o livro sendo aberto, no famoso “Era uma vez…” e a última cena nos mostra o livro sendo fechado, com o famoso “E viveram felizes para sempre”. No meio, temos até pedaços de narração usando as letras características do gênero.
É uma sensação gostosa.
O filme é curto, e as coisas acontecem depressa… após a narração introdutória, de como a Rainha vaidosa sempre foi a mais bela, o seu memorável espelho mágico muda a resposta à famosa pergunta “Espelho, espelho meu… existe alguém mais bonita do que eu?”, falando sobre a jovem Branca de Neve, mais bela que a Rainha. Por pura vaidade, então, a Rainha encomenda que a jovem seja morta por um caçador, e que seu coração seja trazido como prova do feito – mas o caçador não tem coragem de matá-la, e a manda fugir pela floresta. Branca de Neve é mesmo encantadora, andando, cantando e conversando com os animaizinhos da floresta, seus amigos, então eles a ajudam, quando ela fica perdida e não tem onde passar a noite, e a levam para uma casinha no meio da mata… uma casinha onde tudo é pequeno, bagunçado e bastante sujo.
Branca de Neve se põe a limpar, acreditando que se trata de uma casinha onde moram sete crianças sem mãe, e depois dorme em três das caminhas pequenas no segundo andar – para o pavor dos sete anões, que chegam cansados depois de um dia de trabalho nas minas, e se assustam com a luz acesa dentro de casa e, depois, com o fato de que tudo está incrivelmente limpo. Eu acho que é fácil de entender por que “Branca de Neve” foi escolhida como a primeira princesa a ganhar um filme de animação na Disney: OS SETE ANÕES. As crianças adoram as histórias de princesas, as grandes aventuras, mas eles precisavam de algo carismático, algo que realmente divertido e conquistasse… e os sete anões são isso para “Branca de Neve”. De longe, a melhor parte do filme são os sete anões: Mestre, Zangado, Feliz, Soneca, Atchim (o melhor nome), Dengoso e o fofo do Dunga…
E, claro, Dunga é o favorito de quase todo mundo! <3
O filme é leve e divertido, acompanhamos as reações dos anões à princesa que está morando na casa deles, enquanto ela começa a mudar as coisas por lá, fazendo com que eles lavem as mãos e se banhem, por exemplo (a cena dos seis anões dando banho no Zangado é muito boa!). As mudanças acabam sendo bem-vindas, e uma das minhas cenas favoritas é quando eles passam uma noite “festejando”, tocando música e se divertindo… então, Branca de Neve se torna a pessoa mais importante da vida dos anões, que vão trabalhar de manhã, a deixando na casa… e ela se despede de cada um deles com um beijinho na testa. O Dunga volta na fila algumas vezes só para poder ganhar mais um beijo da bela princesa… até o Zangado, sempre emburrado, ganha um beijo de Branca de Neve e tenta esconder um sorriso de felicidade.
É tão fofinho!
<3
As coisas ficam tristes quando a Rainha descobre que a Branca de Neve ainda está viva, então ela resolve ela mesma fazer alguma coisa a respeito: se transforma em uma velha feia para ir até a floresta e entregar à princesa uma maçã envenenada – A CÉLEBRE MAÇÃ ENVENENADA. É tão gostoso e tão nostálgico assistir a tudo isso novamente… a Rainha, sendo bem-sucedida em seu plano, coloca a Branca de Neve para dormir um “Sono da Morte”, do qual ela só poderá ser desperta por “um beijo de amor verdadeiro”, mas ela acha que isso não vai acontecer, porque Branca de Neve será enterrada viva antes que alguém possa vir e beijá-la… ela não sabe, no entanto, que os anões não teriam coragem de enterrá-la, pela sua beleza. Ao invés de enterrá-la, eles constroem para ela um caixão de vidro e passam os dias seguintes a velando continuamente.
Até a chegada do príncipe…
É rapidinho, porque não vemos tudo acontecer, de quando a Branca de Neve morde a maçã até que o Príncipe Encantado chegue para despertá-la, mas eu achei tão legal termos aquela narração com as palavras escritas na tela, contando o que aconteceu – como eu comentei, isso passou uma sensação tão boa de que estávamos lendo um livro de conto de fadas, eu amei. O Príncipe vem exclusivamente para ver a amada – acontece que, no início do filme, eles chegaram a se conhecer e “se apaixonar”, e, então, quando a vê aparentemente morta, ele lhe dá um último beijo… e ela desperta de seu sono profundo. Então, Branca de Neve, vivíssima, se casa com o Príncipe Encantado e vai morar no castelo, enquanto os sete anões e os animaizinhos da floresta celebram que aquela que tanto amam não está morta no fim das contas…
É um filme muito fofo e importante para tudo o que vem a seguir.
Obrigado, “Branca de Neve e os Sete Anões”!


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