Doctor Who 12x07 – Can You Hear Me?
Nightmares…
Eu ainda não
consigo saber se eu gostei ou não desse episódio… eu acho que a ideia era
bacana, o tom macabro e melancólico do episódio foi interessante, mas talvez a
trama principal não tenha sido bem aproveitada, em contraste à insatisfação de
Ryan em relação às viagens com a Doctor. Parece um episódio que introduz a
despedida de um companion, mais do
que um episódio que realmente se preocupou em lidar com a história que se
propôs a contar… senti que faltou alguma coisa. Poderia ser um episódio épico,
e foi o que eu senti quando começamos em Aleppo, na Síria, em 1380, quando
conhecemos Tahira, mas depois o episódio deu umas deslizadas fortes… logo em
seguida, a Doctor leva todos de volta a Sheffield, de volta para casa, com um
atraso de 77 minutos, que são meramente simbólicos, porque eles estão mais atrasados que isso.
Durante todo
o episódio, pequenos detalhes nos mostraram como Ryan, em primeiro lugar, e
Yaz, um pouquinho, não estão satisfeitos mais com as viagens com a Doctor… isso não pode durar para sempre – e eu
juro que não os entendo, não sei se um dia eu sentiria isso se pudesse estar
viajando com o Doctor! De qualquer maneira, Graham é o único que não parece
descontente. Vemos Yaz com a irmã (“Did
you cook? Can you cook now?”), depois de muito tempo, e existem coisas que ela não sabia a respeito da irmã.
Depois, temos Ryan, bastante insatisfeito porque “está perdendo partes da vida ao lado das pessoas que
ama”. Sinceramente, eu acho que Chris Chibnall falhou horrorosamente no
desenvolvimento dos companions,
porque eu não consigo sentir nada por
eles… e agora estamos com a ameaça de eles deixarem a série e meu sentimento é:
E daí?
Não é como
com Rose, como com Clara, como com Amy…
É só tipo “Okay, tchau”. Enquanto Ryan, Yaz e
Graham voltam para casa, a Doctor vai sozinha investigar Aleppo e chega a um dos mais antigos hospitais do mundo,
onde ela encontra Tahira e “o mistério da semana”. A garota está chorando,
escondida, porque os monstros atacaram o lugar, como ela sentiu que eles
viriam, e um deles continua ali. Toda a história é conectada, no entanto.
Graham ganha uma espécie de visão de uma mulher presa e um pedido de socorro (“Can you see? Can you see it? I’m
trapped. That’s what he did to me. Help me, Graham”), e Yaz tem um
sonho enigmático e assustadoramente real, e depois desperta com um cara
assustador em seu quarto, que some numa fumaça preta, antes de ir até o quarto
de Ryan… o que eu gostei no episódio foi o tom sombrio e macabro, como toda vez
em que os dedos de Zellin se separavam de sua mão…
Os três companions ligam para a Doctor, para
contar o que aconteceu, e então ela volta para casa, levando Tahira com ela… o
melhor do episódio é o macabro e o tom misterioso, porque a Doctor leva pelos
encontrados em Aleppo para a TARDIS, e a TARDIS não consegue reconhecê-lo dizendo,
que são de uma criatura que “não existe, nunca existiu e nunca existirá”, o que
não faz o menor sentido. Mas a Doctor
vai poder entender isso melhor os levando até o lugar da visão de Graham, um
lugar nos confins do universo, num futuro distante, onde dois planetas estão
quase colidindo, mas existe algo no meio os detendo – um orbe, dentro do qual
está a mulher que Graham está vendo em sua mente. Enquanto a Doctor tenta
entender, Tahira sai andando pela nave e descobres os monstros, Chagaskas,
criados pelo misterioso homem a partir de seus
mais sinceros medos.
Todo o
episódio é baseado em PESADELOS, e essa foi a maneira que “Doctor Who” encontrou para motivar os companions a mostrar seus medos, como aquela visão de Ryan do Tibo
velho, depois de ter esperado sua vida toda para que Ryan voltasse, e ele nunca
voltou… é um medo que o motiva a deixar
as viagens com a Doctor, diferente do medo de Graham, por exemplo, que tem
a ver com o retorno de seu câncer, e talvez o motive a continuar suas viagens com a Doctor, porque ele quer aproveitar ao
máximo o que ainda tem pela frente. Zellin é quem está causando esses
pesadelos, e a Doctor se assombra ao ouvir seu nome, um nome mitológico de
muito além desse universo (!), um deus imortal antigo que está brincando com a Terra e com a suposta fragilidade dos humanos, extraindo deles
pesadelos para “atormentar” a mulher presa entre os planetas que quase colidem.
Afinal de contas, é nos pesadelos que as
pessoas guardam sua dor e seu medo.
A Doctor,
então, consegue libertar a mulher “presa”, apenas para descobrir que isso tudo era parte do plano de Zellin,
porque ela era também uma deusa antiga, muito mais poderosa que ele, e que
estava presa ali justamente por ser perigosa. Zellin usou a fraqueza da Doctor
para que ela fizesse o que ele queria, criando os monstros e indo atrás de
humanos, para chamar sua atenção e trazê-la até aquele lugar… a mulher não era
prisioneira de Zellin, os pesadelos não estavam ali para “atormentá-la”, mas
para alimentá-la, e agora os dois
estão livres e prontos para tomar toda a
Terra, enquanto deixam a Doctor presa, com seu próprio pesadelo: a mensagem
do Master e a mentira da Timeless
Child. Mas a Doctor não se deixa enfraquecer por seus medos… ela logo se solta
para que possa ir atrás dos deuses e acabar com isso.
Infelizmente,
o final é apressurado e simples. Os dois poderosos seres estavam atacando a
Terra, de forma bem macabra e sombria, mas a Doctor os enfrenta em Aleppo,
depois de Tahira ter “superado os seus medos”, e os dois acabam sendo presos
rapidamente, em uma sequência toda que nos deixou com a sensação de que faltava alguma coisa… foi simplesmente
rápido. E cedo no episódio. Tivemos quase dez minutos, depois de tudo isso
resolvido, para explorarmos o tom melancólico de despedida dos companions. Mais do que nunca, é
evidente que Ryan não está satisfeito, perguntando a Yaz quanto isso pode
durar, dizendo que “eles estão perdendo partes importantes das vidas de quem
amam”, e que “estão envelhecendo, mas não com eles”, mas eu não sei por que ele
continua dentro da TARDIS então, se essa já não é mais a sua vontade…
Nos próximos
episódios, devemos ver a despedida definitiva de Ryan.
Será que mais
algum companions fica para trás com
ele?
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