Encantada (Enchanted, 2007)



“That’s how she knows you love her”
Giselle de Andalasia é A MINHA PRINCESA DISNEY FAVORITA – de longe. “Encantada” foi lançado em 2007 e encantou o público, sendo ainda um dos filmes mais amados do gênero… o filme mistura a animação dos contos de fadas, com direito a todos os clichês esperados, com uma sequência em live-action que nos faz pensar o que aconteceria se os personagens de um reino encantado, como Andalasia, viessem para o nosso mundo… Nova York, mais especificamente. Amy Adams dá vida à adorável e inocente Giselle de Andalasia, a princesa que, para não se casar com o herdeiro do trono, é mandada por uma bruxa má até um lugar “onde não existem felizes para sempre”. E então, de forma bastante inusitada, ela encontra o seu “felizes para sempre”. Eu gosto de como o filme é em parte conto de fadas e em parte comédia romântica.
E a trilha sonora desse filme! <3
“Encantada” e Giselle foram concebidos para serem uma espécie de homenagem aos clássicos de animação da Disney, como “Branca de Neve e os Sete Anões”, “Cinderela” ou “A Bela Adormecida”. Assim, ganhamos uma história nova, que nenhuma outra princesa da Disney teve até então, mas repleta de elementos familiares que adoramos e nos fazem sorrir a cada referência… e eu gosto de como, em grande parte, “Branca de Neve e os Sete Anões” foi usado como referência – justo, tendo em vista que, de volta em 1937, esse foi o primeiro longa-metragem de animação lançado pelo estúdio. Em vários pequenos detalhes, “Encantada” nos remete a esse outro filme, sem deixar de ser original, divertido e carismático… nós queríamos continuar acompanhando Giselle (e realmente a Disney tinha planos de criar uma franquia a partir da personagem), uma pena que a sequência nunca tenha chegado a sair do papel…
Mas quem sabe um dia?
A primeira sequência do filme é completamente em animação, e não computadorizada, no melhor estilo dos primeiros filmes do estúdio. Está tudo em um lindo 2D que nos remete aos clássicos, e o filme se inicia bem como “Branca de Neve”, com as mesmas escolhas de letras, e o livro se abrindo para contar a história de Giselle… nessa primeira cena, vemos Giselle brincando com os animais da floresta (!), e sonhando com um “beijo de amor verdadeiro” (elemento importante tanto de “Branca de Neve” quanto de “A Bela Adormecida”), e eu AMO “True Love’s Kiss”, e como a trilha sonora inteligentemente acompanha a transformação de Giselle… começa aqui e termina com “So Close”, por exemplo, que é bastante diferente! A sequência em animação ainda nos traz uma recriação exata da bruxa da “Branca de Neve”, mas com um novo plano…
Por enquanto, ela deixa a maçã envenenada para trás.
Giselle é transportada para a Nova York de nosso mundo, e então ela deixa de ser um desenho para ser uma mulher de verdade… e Amy Adams BRILHA em sua interpretação. A amamos desde o primeiro momento, e ela é extremamente divertida, com o seu vestido de casamento espalhafatoso, andando pelas ruas de Nova York e causando confusão, tentando encontrar o caminho de volta para o castelo para o seu casamento com o Príncipe Edward. A cena é repleta de excelentes momentos, como o anão que sai rabugento de baixo do vestido dela e ela o confunde com o “Zangado”, e eu sempre gosto MUITO de como ela fala das outras histórias… fala sobre como “ouviu dizer que anõezinhos são muito acolhedores”, ou como o Pip ajudou a Chapeuzinho Vermelho com toda a história do Lobo Mau, ou como cita a roca de fiar ao falar sobre como faz os seus vestidos
Num mundo totalmente diferente do seu, Giselle parece deslocada, mas, sempre, apaixonante… assim, a pequena Morgan a vê batendo na porta de um letreiro de castelo, e quer ajudar a “princesa de verdade”. E é aqui que começa a parcela “comédia romântica” do filme, quando estamos no nosso mundo e acompanhamos Giselle e Robert. Amo os paralelos feitos daqui com a animação, como a Giselle despencando do letreiro e quase sendo segurada por Robert, como caíra em Andalasia e fora salva pelo Príncipe Edward… mas, aqui, as coisas não são tão perfeitas quanto lá. Então, Robert leva Giselle para casa, não com a intenção de que ela fique ali, apenas para que ele possa lhe emprestar o telefone, e então ela terá que ir embora… mas Morgan está fascinada com ela, e ele não tem coragem de expulsá-la quando ela pega no sono no sofá da sala…
A manhã seguinte traz “Happy Working Song”, a maravilhosa música que é quase a recriação perfeita da cena da Branca de Neve arrumando a casinha suja e bagunçada dos sete anões com a ajuda de seus amigos da floresta… e é proposital, naturalmente, com direito à Giselle usando a mesma música que Branca de Neve usava para chamar os amigos. E por mais fofo que seja na animação, é bizarro assistir a animais como pombos, ratos e baratas (!) “limpando” a casa de alguém, e esse é um elemento com o qual o filme brinca o tempo todocomo seria isso se fosse de verdade? Quando Robert acorda e vê a casa cheia de animais, ele se apavora, os coloca todos para fora, enquanto, encantada, Giselle vai tomar um banho e fazer um novo vestido para ela, usando as cortinas da casa… EU AMO OS VESTIDOS QUE GISELLE FAZ PARA ELA!
É aqui, também, que conhecemos Nancy, a futura noiva de Robert, que não gosta nada de ver a princesa seminua em cima do Robert quando chega na casa, mas a Giselle é tão inocente que ela não vê mal algum, e isso é lindo – essa é uma característica tanto dela quanto do Príncipe Edward, que também vem ao mundo real atrás de sua princesa, para que eles possam se casar… mesmo que eles se conheçam apenas há um dia. A inocência torna os personagens muito mais apaixonantes. E então, sem ter para onde mandar Giselle, que insiste que veio de “Andalasia”, Robert tenta dar-lhe dinheiro para que ela se vire, mas percebe que não pode deixá-la sozinha por aí… ele não tem coragem. E, então, eles continuam passando mais e mais tempo juntos, e as cenas são LINDAS, porque percebemos claramente a maneira como, aos poucos, eles vão se envolvendo.
Se apaixonando.
Uma das MELHORES CENAS do filme é a sequência musical no Central Park. “That’s How You Know” é um número impressionante… eu gosto de como, vinda do desenho, Giselle parece cantar a qualquer momento, e Robert não entende isso, porque “ele não dança e não canta” – mas talvez porque não tenha motivo para isso. Giselle, em toda sua inocência, pergunta a Robert “como Nancy sabe que ele a ama”, e ganhamos um número impressionante que passa por todo o Central Park, repleto de figurantes e bailarinos, em uma coreografia maravilhosa, cheia de movimento, cheia de cor… uma cena de ENCHER OS OLHOS, e eu sempre sinto uma vontade imensa de aplaudir quando a cena chega ao fim. Assisti ao filme novamente recentemente, e eu fiquei arrepiado do início ao fim… o que eles fazem com “That’s How You Know” é maravilhoso demais!
<3
Sem contar que tem MAIS REFERÊNCIAS aqui.
“A Noviça Rebelde”, talvez? E “Rapunzel”.
Giselle tem certeza que o Príncipe Edward vai chegar a qualquer momento, porque ele deve estar procurando por ela (enquanto isso, a rainha má também mandou Nathaniel para Nova York, para dar uma maçã envenenada para Giselle), mas Robert, que é um advogado de divórcios, não tem certeza se ele realmente virá… e, enquanto isso, eles se aproximam, porque não tem como não se sentir feliz ao lado de Giselle! Amo como ela fala sobre o seu casamento e ele ensina como as coisas são no nosso mundo, fala de “encontros” e tudo o mais – eles até saem para comer pizza e conversar sobre seus interesses, e Giselle se pergunta se aquele é um encontro também. Aqui, temos aquela cena MARAVILHOSA do Pip, o esquilinho, falando com Giselle… e é isso que motiva toda a trama até o momento em que o Príncipe Edward encontrará Giselle.
Ele vê através do “espelho mágico”, a TV (fica mais legal no inglês, porque “magic mirror” faz parte da célebre “Magic mirror on the wall…”), onde está Giselle, e então ele chega ao prédio de Robert e bate de porta em porta até chegar à casa dele – bem naquele momento em que Robert achava, e esperava, que ele não apareceria mais. Então o Príncipe Edward chega cantando (“He sings too”) a música dos dois, mas, dessa vez, Giselle não responde ao seu dueto… e ela não entende bem o porquê. De qualquer maneira, ela se despede de Morgan e de Robert (Morgan dizendo que vai sentir a falta dela e Robert dizendo à filha que “ele também”), mas quer fazer algo antes de voltar para Andalasia e se casar com Edward: ela quer sair em um encontro. Então, eles fazem alguns passeios por Nova York, e deixam o mais importante para o final…
O BAILE.
Tinha que ter um baile.
O baile é interessante em muitíssimos sentidos. É um baile temático, Robert está vestido quase como um Príncipe Encantado, e se Giselle sempre destoara de todos com suas roupas extravagantes, agora ela destoa novamente por estar simples e elegante – com a ajuda de Morgan e um cartão de crédito de Robert, “apenas para emergências”. No baile, Giselle já tem certeza do que sente por Robert, enquanto eles dançam “So Close”, a balada lenta que tem tudo a ver com eles… a cena é uma referência à valsa de “A Bela e a Fera”, e é uma cena forte e belíssimo, com uma letra incrível que reflete os sentimentos de Giselle e de Robert: “Tão perto… e ainda, tão longe”. É DE PARTIR O CORAÇÃO quando Robert volta a dançar com Nancy e Giselle assiste lá de cima das escadas, com lágrimas nos olhos… uma tristeza que ela só conheceu em nosso mundo.
Também temos, no baile, o retorno da Rainha Narissa, e é ÓTIMO ver em live-action a representação exata da bruxa da “Branca de Neve”, e ela oferece à Giselle a maçã envenenada como uma opção para que ela se esqueça de tudo o que viveu ali… consequentemente toda a dor que está sentindo também irá embora. E Giselle acaba aceitando e mordendo a maçã, caindo desacordada como uma princesa Disney – o que poderá salvá-la é um beijo de amor verdadeiro (“Branca de Neve” e “A Bela Adormecida”), mas que precisa ser dado no máximo até a meia-noite (“Cinderela”), e a cena é ótima… todos nós sabemos quem terá que beijá-la para que ela desperte, mas o mais legal é ver o Príncipe Edward a beijando, sem sucesso, e ele mesmo se dando conta de que talvez tenha que ser o Robert… ele é tão simples e tão inocente que nós também o amamos!
Robert a beija, e ela desperta.
É previsível, é clichê… E É EMOCIONANTE.
O clímax do filme vem a seguir, quando Narissa se transforma em um perigoso dragão e leva Robert como seu prisioneiro – o mais legal é que “Encantada” desconstrói, então, o conto de fadas clássico, porque, dessa vez, é a princesa quem deve salvar o príncipe, e isso é maravilhoso. Giselle tira o sapato (deixando-o para trás, exatamente como uma cena de “Cinderela”), pega a espada e corre para salvar Robert das garras de Narissa, que eventualmente despenca para a morte (“Branca de Neve” de novo?), enquanto Giselle segura o Robert quando ele cai – outra inversão de papeis bacana. Assim, eles ganham seu felizes para sempre (“Ever Ever After”), da melhor forma possível: Giselle fica em Nova York, abre uma confecção, “Modas Andalasia”, onde trabalha com Robert; eles e Morgan são uma família linda; Nathaniel se tornou um escritor em Nova York, Pip um em Andalasia; e Nancy foi embora para Andalasia, virar desenho animado e se casar com o Príncipe Encantado…
ESSE FILME É MARAVILHOSO! <3
Amo demais.


Para mais filmes assim, clique aqui.
Ou visite nossa Página: Cantinho de Luz.


Comentários