10 Anos do fim de “LOST”

Ai que saudade!

Se você nunca assistiu a “Lost” e está começando agora… seja bem-vindo, a jornada é extraordinária. Algo que você precisa saber é: você não vai ter todas as respostas, mas eventualmente você vai ver que elas não eram assim tão importantes, as dúvidas e os mistérios são tão parte de “Lost” que eles não podiam simplesmente “desaparecer magicamente” em uma temporada final. A série nunca foi sobre isso. A série contou dramas interessantes de personagens bem escritos (e de uma maneira inovadora, “Lost” revolucionou o modo de fazer série!), e era isso o que importava… você queria saber mais deles, queria saber o que ia acontecer com eles. E não pense que os “mistérios da Ilha” são simplesmente ignorados ou tratados “de qualquer maneira”, porque não é assim… cada episódio traz novas dúvidas e novas possibilidades.

O que isso quer dizer? Eu me lembro do quanto isso foi INTELIGENTE quando eu assistia “Lost” pela primeira vez, vidrado a cada semana, esperando pelo episódio seguinte. A série conseguia fazer com que nós passássemos a semana toda pensando nela, e eu acho que ela é a ÚNICA série que já me fez sentir assim. Passávamos HORAS lendo teorias na internet ou em revistas, e isso era tão gostoso. Fãs iam a fóruns discutir as novas informações e conectar fatos em busca de respostas construídas por nós mesmos, com base no que o episódio nos apresentava. Por isso, eu acho que “Lost” foi interativo antes mesmo de isso ser uma tendência. Existiam sites que listavam as perguntas que tínhamos (lembro-me que passavam de 300), e conforme possível, respostas eram adicionadas a essas perguntas, mas eram mantidas lá… como mistério resolvido.

Por isso, “Lost” é incrível. “Lost” nunca subestimou seu espectador. MUITA resposta (e muito mais do que as pessoas às vezes acreditam) foi, sim, dada pelo roteiro, mas ela estava ali, nas entrelinhas, precisando de associações – e nós, às vezes em conjunto, é que precisávamos sacar isso. A maioria das respostas que recebemos não vieram mastigadas, porque se você assistir à série, vai perceber que não era o estilo e a proposta dela. “Lost” não seria uma série relevante se tivesse feito isso. E tudo isso, a meu ver, faz o sucesso de “Lost”, e faz com que ela seja UMA SÉRIE MUITO BOA: nós temos vontade de voltar a ela, seja por causa dos personagens que amamos, por causa das relações existentes entre eles, por causa dos próprios mistérios (vai que descobrimos algo a mais assistindo agora?); e, se não a reassistimos, ainda temos muito o que falar sobre ela.

“Lost” nunca vai ser esquecida, pela sua forma de contar história, pela construção de seus personagens (é impressionante como eles são todos falhos, como eles são todos humanos, apresentando camadas), pelo interesse que gerou ao longo dos capítulos, e pelos mistérios que ainda fazem parte do nosso imaginário… acredito que se as respostas tivessem todas sido dadas, a série teria caído no esquecimento no ano seguinte, porque tudo teria ficado para trás, mas “Lost” ainda desperta interesse! Ainda faz com que queiramos discuti-la e teorizá-la quando encontramos outro fã. Se você nunca deu uma chance a “Lost” porque teme seu final: não dê ouvido, não. A série vai ser gostosa tanto para quem gosta de um suspense e de um mistério, quanto para quem gosta de um drama bem escrito. A série é incrível e mesmo agora, 10 anos depois, ainda é uma das minhas maiores paixões!

Há um projeto de comentar “Lost” no Parada Temporal em breve!