Control Z 1x03 – Idiotas
Em choque.
Um episódio
excelente, mas completamente DESESPERADOR – é sério, eu terminei o episódio com dor de cabeça, e é impressionante a
que ponto chegamos ainda no terceiro episódio de “Control Z”. A série é seriíssima e tem um roteiro inteligente que
aumenta o suspense e cria tensão. Se
as cenas de Gerry contra Luis foram fortes e difíceis de se assistir nos
últimos episódios, se me fizeram mal, nada se compara ao que tivemos aqui…
aquela sequência, perto do final do episódio, da briga na escola foi um primor de produção – a Netflix sabia muito bem o que estava fazendo –,
mas aquilo me causou uma ANGÚSTIA tão grande! Ainda não sabemos quem é o
hacker, mas esse episódio deixa claro, para quem ainda tivesse dúvidas, que o
Luis é inocente… mas ele precisava de
alguma desculpa que o tirasse da escola, que o livrasse de Gerry.
Sofia sabe,
desde o começo, que não foi Luis – e ela diz isso a Raúl, um personagem que
está crescendo e com potencial de se tornar um
dos mais interessantes de “Control Z”.
Sofia lhe diz que Luis vai voltar atrás
na confissão, mas ela também mostra interesse por saber o que aconteceu com
o seu olho (!), mostrando que “alguém pode estar curioso, mesmo que não esteja
apaixonado”, e eu estou bem em dúvida… vai
rolar algo entre Sofia e Raúl? A conversa, a preocupação, o sorriso (lindo,
por sinal) do Raúl no final… eu acho que eles podem ser um casal interessante!
Enquanto isso, na escola, Pablo corre atrás de Isabela, pedindo perdão (por
traí-la, por negar que sabia sua história ou por humilhá-la em público?), e
Natalia tenta vender suas bolsas em busca do dinheiro que roubou da organização
da NONA, a festa que a escola está organizando.
AMEI a cena
em que Sofia vai falar com Luis, sabendo que não foi ele quem publicou os vídeos, e ele tenta continuar
mentindo, mas não consegue fazê-lo por muito tempo, e se entrega de vez quando
ela diz que “foi ela”. Então, ele se abre com ela sobre os motivos que o
levaram a mentir (que são óbvios, ele queria uma maneira de se livrar da
escola), mas ela diz que essa não é a melhor maneira… afinal de contas, ele
pode ser denunciado por isso, e está encobrindo o verdadeiro culpado, que
continua por aí… enquanto os dois caminham e conversam, Gerry e os amigos
tentam chegar até Luis, prontos para espancá-lo,
culpando-o do vídeo, e Sofia e Javier tentam salvá-lo de toda maneira, e o
Javier tem uma cena corajosa, embora um tanto irreal… porque não sei se alguém
teria coragem de estragar o carro daquela maneira. Mas, também, assim que
pensei isso, lembrei que, segundo a Sofia, “ele não se dá muito bem com o pai”.
E é ele que
tá pagando, né?
Javier,
então, sobe com o carro na calçada entre Luis e os bullies, permitindo que Luis corra e impedindo Gerry e os outros de
chegarem até ele… no momento, foi um alívio, mas eu sabia, pela sinopse do
episódio, que não ficaria assim… e já
estava culpando Javier e Sofia por estarem andando de carro tranquilos enquanto
Gerry e os outros também saíram de carro, certamente atrás do Luis. Mas
não, não é ali que está o problema. Antes de voltarmos a essa história, temos
cenas de Sofia preocupada com as ameaças que está sofrendo do hacker – ela não
quer que ninguém descubra sua amizade com “Fernando”, através daquelas fotos e,
nas palavras dele, “a mãe nunca a perdoaria e ele seria mandado imediatamente
para a cadeia”. Ainda não sabemos quem
é esse homem, mas certamente parece que ele é o pai de Sofia, e isso explicaria muita coisa…
O restante do
episódio, no entanto, é sobre Gerry vs Luis. Uma página no Facebook anuncia: “Luis vai meter a porrada no Gerry”, e o
patético diretor (incompetente, exaustivamente incompetente!) daquele colégio prende o Gerry no auditório para
impedi-lo de “participar” da briga, e quase parece que isso vai funcionar… o
diretor começa a dispersar todos os alunos que estão esperando pela briga, mas
a Alex (EU AINDA NÃO ENTENDI POR QUE ELA FEZ AQUILO, E ISSO ESTÁ ME IRRITANDO
DEMAIS!) acaba abrindo a porta e soltando o Gerry, e ele corre lá para fora,
para a briga, enquanto o Luis também aparece, e dá para ver como o Luis não está bem… como ele está
desesperado para se livrar de todo esse sofrimento. Gritando, ele provoca
todos que tiveram vídeos publicados, e é doloroso,
mas Sofia vê que ele está lendo no celular…
Alguém está lhe dizendo o que falar.
Então, Gerry
chega. A CENA DA BRIGA É UM MARCO, certamente. É revoltante, angustiante, nos
faz mal assistir, e, ao mesmo tempo, também é um primor pela qualidade técnica,
porque tudo pareceu extremamente real…
Netflix arrasou. Amei como a câmera mudava de um lado para o outro, como
tremia, causando ainda mais tensão e desconcerto, como mudava para as câmeras
dos celulares de todos ao redor, que não se envolviam, que não faziam NADA para
defender o Luis, que só filmavam tudo… perturbadoramente
real. Tem um pouco de tudo na briga… tem o Gerry empurrando o diretor pra
chegar até o Luis, tem a Natalia errando um soco e acertando o Raúl, tem os
gritos de todos ao redor, tem o Gerry batendo em Luis e o Javier se jogando
sobre ele, tentando impedi-lo. PARECE QUE VIVENCIAMOS TUDO AQUILO!
E a cena vai
se intensificando a cada minuto… é uma sequência longa, para conseguir
transmitir toda a seriedade e a brutalidade
do momento. A cada segundo, aquilo é mais cruel, mais horrível de se assistir.
Javier, Sofia e Raúl tentam salvar Luis, com Sofia e Javier o carregando, já
muito debilitado, até o carro, enquanto Raúl tenta segurar Gerry (!), mas
Javier não consegue sair dali a tempo, Gerry joga uma pedra contra o vidro do
carro e termina de quebrá-lo a cotoveladas, e então ele tira Luis de dentro do carro pela janela quebrada. Nessa hora,
eu já tinha perdido todas as esperanças, quase não podia mais assistir… estava
horrorizado, angustiado, com dor de cabeça. Gerry continua batendo em Luis, e
então temos aquele toque final… o soco que silencia tudo, o Luis caindo para
trás, com a cabeça no paralelepípedo.
Parecia que Luis tinha morrido.
EU ESTAVA EM
CHOQUE.
Sério, eu
preciso MUITO ver o Gerry pagar por isso tudo, preciso! Luis não está morto,
ainda, mas ele está em coma induzido no hospital, e nada indica que ele vai
conseguir sair dessa, na verdade… a mãe está furiosa, e eu acho que ela disse foi pouco naquela cena contra o babaca do diretor incompetente,
dizendo que ela tentou falar com ele várias vezes, justamente para impedir que isso acontecesse, e ELE NUNCA FEZ NADA –
então a culpa é dele, e não adianta pedir desculpas nem prometer nada agora. No
fim do episódio, Sofia invade a UTI para conseguir liberar o celular de Luis,
achando que isso vai ajudá-la a chegar até o hacker, de alguma maneira, e ela
descobre um vídeo emocionante e triste de Luis, deixado para a mãe, no qual ele
explica que não teve nada a ver com os
vídeos, mas que precisava fazer
alguma coisa para não voltar mais à escola.
Agora, Sofia
quer liberar o vídeo.
TODOS
precisam vê-lo.
Todos
precisam saber que nunca foi ele.
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Parágrafos adicionados
mais tarde no texto: a cena da briga foi DIFÍCIL DE ASSISTIR, mas ela foi
necessária e foi bem-feita. Estava vendo alguns poucos comentários na internet
que me incomodaram profundamente. Alguém dizia que a cena era “desnecessária” e
“não fazia sentido porque todo mundo brigava do nada”. Não era do nada, porque
os ânimos da escola já estavam a mil, todo mundo que participou estava ali para
extravasar, para atacar quem fosse para liberar a raiva, para achar um culpado,
e é lógico que o Gerry ia fazer isso contra o Luis, depois de todo o abuso ao qual
ele submetia o Luis diariamente… sempre foi horrível assistir às cenas do Luis.
Sentíamos horror, angústia, raiva, e muita gente sofre bullying como ele diariamente. Infelizmente, a cena em que Luis é
agredido tão violentamente daquela maneira é uma consequência direta do que o
Luis e seus amigos já faziam com ele o
tempo todo. É doloroso e real.
Havia ainda
outros comentários que diziam que a cena era “mal construída”, muitos falando
sobre a câmera ou qualquer coisa… e foi ISSO que tornou a cena MAIS REAL, e
mais angustiante. A direção da cena conseguiu nos envolver de tal maneira horrível
que fez com que sentíssemos que estávamos
lá, que éramos parte daquilo tudo, quase cúmplices – como se estivéssemos com
os celulares apontados, assistindo sem fazer nada. Os gritos, a câmera
balançando e mudando depressa, as partes que vimos através das telas dos
celulares… tudo isso contribuiu para uma experiência imersiva, como percebemos
uma briga na vida real, sem filtros, sem câmera estática, sem silêncio… foi um
caos perfeitamente organizado para que nos
sentíssemos assim. Foi difícil de assistir, e foi MESMO, me fez mal, como
eu disse, me causou angústia, mas porque foi
bem-feita.
Porque conseguiu fazer com que sentíssemos isso.
Por fim, um
último comentário que me incomodou foi quando uma pessoa estava dizendo que a
cena “causou uma sensação horrível” (o que de fato causou), e outra pessoa, no
intuito de concordar com isso, disse que “várias cenas bem pesadas foram
romantizadas na série, como a da briga”, mas eu me pergunto: aonde tem romantização nessa cena? Não há
glamourização da briga em momento nenhum, em todo momento queremos salvar o
Luis e sabemos que Gerry está errado e precisa pagar pelo que está fazendo… não
teve nada de romantizado nessa cena em específico, justamente o contrário. A cena foi horrível de se
assistir porque, como eu já comentei, fez com que nos sentíssemos parte dela…
como se estivéssemos lá. E foi isso que causou angústia, horror, uma “sensação
horrível” e uma “falta de ar”. Não houve romantização, a cena foi feita pra
chocar, pra evidenciar o quanto aquilo era repugnante, e nós reagimos a isso
com aquela angústia no peito, aquela sensação de impotência, estáticos frente a
tela…
Justamente porque
a cena conseguiu o que queria.
Porque não era romantizada. Porque parecia
real.
É uma das
cenas da série que faz com que nos sintamos pior,
mas certamente é uma das cenas mais bem construídas de “Control Z”.
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