Hollywood 1x02 – Hooray for Hollywood: Part 2
“Wouldn’t that be something?”
Primeira
coisa que eu preciso comentar: QUE
ABERTURA MAIS LINDA ESSA, GENTE! Esse foi outro excelente episódio de “Hollywood” e bem diferente do primeiro,
apresentando novos personagens, caminhando a história de Jack Castello e Archie
Coleman, e apresentando aquele final incrível
daquele trio maravilhoso reunido! Esse episódio, a meu ver, trouxe um lado
muito mais pesado (e real) de Hollywood, especialmente há tanto tempo… a
realidade que oprime e esconde pessoas que sejam negras, homossexuais – qualquer um que não seja branco, na verdade.
É revoltante vermos a maneira como
gays não têm nenhuma perspectiva de serem livres e de serem eles mesmos, como
precisam se esconder, ou a maneira
como Camille, uma mulher negra, só recebe papeis estereotipados de “empregadas
engraçadas”, ou como uma mulher asiática “não pode ser escalada como
protagonista de um filme”.
É horrível de
se assistir!
No episódio
passado, depois que Jack Castello estava conseguindo ganhar dinheiro e tinha
ganhado a oportunidade de um teste,
ele acabou sendo preso pelo seu “emprego” no “posto de gasolina” de Ernie, mas
ele paga a sua fiança e ele não passa lá mais que uma noite… naquele segundo
dia, então, Jack transa mais uma vez com Avis (a cena é surpreendentemente excitante), e ele ganha uma forcinha extra para o seu teste. Porque a verdade é que o
teste de Jack é UM DESASTRE, mas Ellen Kincaid intercede por ele, dizendo que
ele é, sim, inexperiente, mas ele tem
potencial… afinal de contas, ele é muito bonito, o que é “certo para as
câmeras”, e ele pode estudar e ficar muito melhor. Então, ele é contratado, e
vira o “projeto pessoal” de Ellen Kincaid, que precisa ajudá-lo a melhorar de
qualquer maneira… a começar por aulas de
atuação.
Gosto de como
Ellen é sincera com Jack, e diz que o seu teste foi terrível, mas o acharam
bonito e ele acabou sendo contratado… agora, ele PRECISA fazer isso funcionar
se ele quiser deixar para trás o seu emprego com Ernie – até porque isso já está afetando o seu casamento. Quando ele chega
em casa, a esposa percebe que há algo de
errado, ela consegue sentir o cheiro de outra mulher, consegue saber que ele a está traindo… então, ela grita,
ela o expulsa de casa, e acaba passando mal, e por um momento achamos que ela
vai perder os bebês. Felizmente, os bebês estão bem, mas o médico tem um
conselho para ele: se ele quiser que os
gêmeos sobrevivam, é melhor que ele pare de fazer o que está fazendo… se ele
está traindo a esposa por aí, ele devia parar com isso, porque “as mulheres
sempre descobrem”. E essa tem que ser a motivação de Jack!
Enquanto
isso, conhecemos Raymond Ainsley, um
aspirante a diretor que tenta emplacar seu primeiro sucesso, “O Anjo de
Xangai”, com Anna May Wong como protagonista, mas isso é um problemão – eu ri muito do Raymond tentando convencer a
todos que “ele era meio filipino”. Acontece que Raymond é um sonhador, ele
quer “revolucionar Hollywood”, e embora o seu discurso seja maravilhoso (!),
dificilmente ele terá abertura para
tal… a própria Anna tem noção de que ninguém
vai produzir esse filme e, ainda que produzissem, ninguém ia assistir, e o
responsável pelo estúdio diz algo parecido, e explica a história de Anna, em um
filme para o qual ela não foi escalada… a sua atuação era perfeita, tocante,
mas escolheram colocar uma mulher branca no seu lugar, porque “essa era a única
forma de o filme ser um sucesso”. E foi um sucesso…
O episódio,
então, trabalha com essa dura realidade que, com o tempo, felizmente foi sendo
mudada, embora ainda tenhamos um longo caminho a percorrer… o produtor diz a
Raymond que não tem como lançar um filme com uma “protagonista asiática ou de
cor”, e ele explica que tem cinema que
nem exibe… em paralelo, nós também acompanhamos a talentosa e incrível
Camille, que embora seja contratada do estúdio, ela aparece em filmes sempre
com o mesmo tipo de papel: empregada.
E, para piorar, o diretor ainda pede que “ela seja mais engraçada” ou qualquer
coisa assim… toda a sequência é uma verdadeira HUMILHAÇÃO. E para completar a
sua humilhação, quando ela vai falar sobre um papel para o qual ela pode ser
considerada, a mulher responsável pelo elenco simplesmente diz para ela que
“esse é um papel para uma mulher branca”.
“I gotta
say, Mr. Samuels, sometimes I think folks in this town don't really understand
the power they have. Movies don't just show us how the world is, they show us
how the world can be, and if we change the way that movies are made, you take a
chance and you make a different kind of story, I think you can change the
world”
Infelizmente,
“O Anjo de Xangai” é recusado (a cena em que Raymond vai contar a Anna e ela,
desesperançada, diz que o filme nunca vai
ser feito é dolorosa – “I'm telling you.
The movie's not getting made. Not ever. This town will never give that
to someone like me. Someone who can't pass”), e Raymond é instruído
a ler 25 possíveis roteiros previamente aprovados para ver se algo lhe
interessa… a única coisa boa disso tudo, então, é que Raymond chega até o
roteiro de “Peg”, O FILME ESCRITO POR
ARCHIE – e que, provavelmente, só chegou até ali porque eles não sabiam que o roteirista era negro. Então, vemos Raymond
conversar com Archie em um bar sobre o filme, sobre ideias preliminares, e tudo
é muito interessante, e eu já gostei de ver surgir essa parceria entre os dois,
essa possível futura amizade, quem
sabe, enquanto os dois tentam revolucionar Hollywood.
E eu espero
que eles consigam.
“I'm glad
I'm doing this with you, Raymond. I think you and I want the same thing. See, I
wanna take the story of Hollywood and give it a rewrite. So, maybe someday
soon, when you ain't a half-Asian director, who feels he has to hide it. You'll
just be a director. I won't be a black writer writing about some white lady. I'll just be a writer. Wouldn't that be something?”
O episódio
ainda traz um pouco sobre a realidade de gays nessa época e nesse universo – o
fofíssimo do Roy volta ao posto para “um pouquinho mais de Archie”, e os dois
são incríveis juntos. E eu fiquei emocionado ao descobrir que o Archie não estava cobrando do Roy, porque
“gostava de estar com ele”. O Roy, no entanto, sonha com o dia em que eles
poderão ser namorados, em que eles poderão andar de braços dados na rua, mas a
verdade é que ninguém pode, por ali.
E ISSO É TÃO TRISTE! Deixando isso de lado, por uns minutos, Archie ajuda Roy
com um teste que ele fará no dia seguinte, E ESSA É UMA DAS CENAS MAIS FOFAS DO
EPISÓDIO, com os dois rindo e se divertindo juntos, completamente conectados…
infelizmente, as coisas no dia seguinte com Henry Wilson são humilhantes daquela maneira. O assédio,
e tudo a que Roy se submete para realizar o sonho.
Roy, não.
Rock Hudson, agora.
Assim, vamos
explorando esses bastidores, e tudo pode ser bastante doloroso, mas eu gosto da
proposta da série, expondo alguns podres sem piedade, e falando sobre a
esperança de mudar a história em
algum momento… as últimas cenas do episódio também são excelentes, e acontecem quando o grupo se reúne, e vai ser incrível
acompanhar esses três! Raymond Ainsley e Archie Coleman chegam ao Ace Studios,
onde eles gravarão “Peg”, e então
eles esbarram com Jack Castello, que inclusive está pensando em fazer um teste
para o papel de par romântico da
protagonista desse filme. E então vemos os três caminharem pelo estúdio: um
ator, um diretor e um roteirista. E eu acho que ESSA SÉRIE TEM MUITO POTENCIAL!
O início é incrível, essa introdução em duas partes que nos mostrou o caminho, e agora queremos mais desses personagens!
\o/
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