Hollywood 1x04 – (Screen) Tests
“Camille, I
want you to get this part”
UM EPISÓDIO
LINDO E DOLOROSO. Dick e Ellen estão realmente
tentando fazer a diferença em Hollywood – eles conversam com Ace sobre como os
filmes que ele está produzindo são idiotas,
mas Ace é bem claro sobre o que o motiva: o dinheiro, e se esses filmes dão
dinheiro, é o que eles vão fazer… Dick entra em um acordo com ele e diz que
fará esses outros roteiros que ele aprovou, desde que ele o deixe fazer “Peg”, e eles conquistam isso, embora as
coisas não sejam tão perfeitas quanto se espera… ele surta quando descobre que
Archie, o roteirista do filme, é um rapaz negro, e ele enfrenta Dick e Ellen
gritando com eles, dizendo que “isso é repulsivo” e um monte de outras coisas,
e então dizem que se eles quiserem mesmo
fazer o filme, eles terão que substituir o nome de Archie pelo nome de outra
pessoa nos créditos.
É revoltante…
O próprio
Archie parece “lutar a luta deles” no início do episódio, e não é por falta de
consciência: é por querer se encaixar,
querer o sucesso e saber como ele pode consegui-lo. Ele é contra, a
princípio, a Camille fazer um teste para o papel protagonista, agora “Meg”, e é doloroso ouvi-lo justificar
essa sua recusa dizendo que, com ele como roteirista e ela como protagonista,
eles vão perder público, e o filme
vai “se tornar um filme negro, com distribuição limitada”. E é exatamente o que
Ace está esbravejando para quem quiser ouvir: nunca em Hollywood houve um filme feito por um grande estúdio e que foi
escrito “por uma pessoa de cor”, e ele garante que “eles não serão os
primeiros”. Nós torcemos por Archie, torcemos por Dick e Ellen, mas a
verdade é que sabemos, infelizmente, que na vida real eles não venceriam… esse filme não seria feito.
Não assim.
Mas eu gosto
da mensagem de esperança da série, de como “Hollywood”
nos mostra claramente como as coisas realmente foram, e nos mostra,
paralelamente, como teria sido incrível
se as coisas pudessem ter sido diferentes – e, em algum momento, essas lutas
foram realmente travadas, precisaram ser travadas, ou então as coisas jamais mudariam… nós ainda temos muito o que avançar, imagina
nessa época! Felizmente, Ace acaba passando mal enquanto trai a esposa e vai
parar no hospital, e isso parece a coisa perfeita – Ace jamais aceitaria que
Camille ao menos fizesse um teste,
mas com Avis no comando da empresa, talvez as coisas sejam diferentes. Ela não
é muito melhor que ele não, mas eu acho que ela
tem potencial. Talvez a quase-morte de Ace tenha sido uma providência divina para que “Meg” saia do papel.
É humilhante
para Archie quando ele descobre a proposta de ele ser o roteirista, de usarem
seu roteiro, de ele acompanhar as gravações, mas ter outro nome estampado nos créditos, e ele está furioso quando ele vai à casa de Raymond
e, dessa vez, ele está disposto a lutar por tudo: “Camille, I want you to get this part”. Isso é importante para que
ele perceba a maneira como ele nunca vai
ser respeitado em Hollywood, e então ele pode lutar sua luta de fato, e ele
quer Camille no papel da protagonista – tanto que, naquela noite, ele e Raymond
a ajudam a ensaiar para o teste, enquanto Claire treina as mesmas falas com
Jack. As cenas são intensas, Raymond tenta motivar Camille a chorar de verdade,
dizendo que se ela não consegue fazer aquilo ali, naquela hora, ela tampouco
conseguirá na frente das câmeras, na hora do teste…
Vemos os
quatro testes acontecerem. O primeiro deles é do Rock e, convenhamos, é um verdadeiro desastre. Nós amamos o Roy,
mas ele foi um desastre, ele errou texto, e percebemos que ele melhorou um
pouco assim que Henry saiu bravo da sala… então, Henry vai tentar conseguir o
papel para ele de outro jeito: ameaçando Avis com umas fotos. Claire é o
próximo teste que vemos, e eu devo dizer que fiquei surpreso com a maneira como
ela ajudou a Camille nos bastidores, quando a Camille fala sobre não conseguir chorar, e também fiquei
surpreso com o fato de A CLAIRE SABER ATUAR SIM! Ela é ótima, mas acaba meio
que desistindo no final ou qualquer
coisa assim. Depois, é a vez de Camille, e Raymond não a deixa usar a tática de
Claire, e diz que isso é trapacear e ela tem que ser ela mesma, então ela se
posiciona em frente à câmera.
E ARRASA.
Ela é
perfeita para o papel, sua atuação é emocionante, e Avis sente isso ao
assistir, mas finge que não. Logo depois, ela simplesmente aprova o desastroso
teste de Rock, sem motivo aparente, dizendo que “gosta dele e eles têm que
escolhê-lo”, o que é verdadeiramente patético… logo em seguida, no entanto, ela
assiste o teste de Jack e ela gosta,
porque a verdade é que ele melhorou muito
mesmo, e então JACK CASTELLO GANHA O PAPEL. E a protagonista? É horrível
ouvir Avis falar, mas sabemos que é o que
aconteceria na realidade: ela diz a Raymond que Camille foi maravilhosa,
fez um teste impecável, mas “ela não
é certa para o papel”. Dick e Ellen a defendem, dizem que “ela pode ser, com uma pequena reescrita”, mas ela não aceita… até
que a Sra. Roosevelt apareça e meio que interceda em favor de Camille: a Ace Studios tem a chance de “mudar o
mundo”.
Por que não
tentar?
Por que não
arriscar?
Estou louco
para ver isso acontecer, nem que seja na ficção!
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