Primeiro Capítulo de “Cuna de Lobos” (07 de Outubro de 2019)



“Morto não pode mudar seu testamento, meu amor”
QUE PRODUÇÃO MARAVILHOSA! Eu estou encantado pela proposta do “Fábrica de Sonhos”, e eu acho que “La Usurpadora”, a primeira telenovela adaptada para os dias atuais em formato série, foi uma ótima estreia, embora eu tivesse preferido que o final fosse diferente… agora, iniciamos “Cuna de Lobos”, e a primeira impressão, depois de assistir ao primeiro capítulo, é que essa vai ser uma jornada e tanto. Eu gosto de como o projeto pega elementos e personagens que vêm lá do clássico, mas inova nos caminhos, escolhendo uma nova maneira de contar a história, que tem como base inicial uma mesma ideia. Assim, ganhamos uma produção com ares de grandes séries, e a história completa em 25 capítulos – isso é algo que eu gosto muito. “Cuna de Lobos” começa intensa, e faz um excelente trabalho nos apresentando Paz Vega no papel da poderosa, manipuladora e perigosa Catalina Creel de Larios.
A primeira cena já é incrível, e mostra uma tendência que se manterá nos capítulos seguintes: a apresentação de uma cena fora de contexto para que ela faça sentido depois. Aqui, no entanto, a cena é longa, antes de voltarmos para “horas antes”, e esse é um recurso muito usado em séries e pouco em novelas. Catalina está sozinha em um barco, no meio do oceano, ligando para “pedir ajuda”, dizendo que “seu marido está se afogando”, e então Carlos reaparece, tentando subir de volta ao barco… adoro as expressões de Catalina e como ela não precisa dizer nada para que a entendamos. Então, ela se aproxima dele, ameaçadoramente, com um extintor de incêndio (!), e termina de matá-lo, derrubando-o no mar de uma vez por todas… é um começo intenso, que já vem com tudo para mostrar com que tipo de pessoa estamos lidando.
O corpo de Carlos, no entanto, logo é encontrado.
Depois disso, retornamos para horas antes, e eu ADOREI como isso deu contexto àquela cena do barco. Ali, vemos Catalina conversar com Gélica, enquanto Carlos, seu marido, joga golfe com Alejandro, um de seus filhos, e Catalina comenta sobre como “Carlos e ela são uma equipe, mas o amor de sua vida é Alejandro”. Ela protege e ama o Alejandro mais que tudo nessa vida, enquanto impede o irmão dele, José Carlos, de falar com o pai a qualquer custo. Durante aquele jogo de golfe, Carlos, já com a saúde fragilizada, acaba passando mal e acaba na cama, cheio de equipamentos, perguntando ao médico se ele vai morrer, e o médico responde que ainda não… MAL SABE ELE. Naquela noite, no entanto, tudo já está “de volta ao normal”, e Carlos pode participar de um evento da joalheria da família… um evento que dá o que falar e apresenta outros personagens importantes da trama.
Em paralelo, também acompanhamos um pouquinho dos irmãos José Carlos e Alejandro. É interessante pensar em José Carlos, e em como ele não demonstra todo o seu potencial nesse primeiro capítulo. Eu não achei que eu fosse gostar tanto dele com base apenas nesse capítulo. Aqui, o vemos pouco, e ele é tratado por Catalina como “o filho drogado de Carlos”, por isso ela quer mesmo que ele fique bem longe. E talvez nós, erroneamente, meio que confiamos em seu julgamento, porque o vemos sendo multado por estacionar no lugar errado, e depois ser levado para a delegacia por desacato. Mas ele é o diferente, ele é o rebelde, e descobriremos que existem motivos que o levaram a ser quem ele é hoje. Mas isso fica para os próximos capítulos… por ora, Alejandro ganha muito mais destaque que o seu irmão mais velho
Alejandro tinha uma namorada, Mora, até que ela apareça de surpresa retornando de Madrid, dizendo que “não pode ficar sem ele”, e ele age de maneira muito esquisita, completamente nervoso, e ela sabe, imediatamente, que ele está escondendo alguma coisa… “¿Qué tienes? Estás muy raro”. Então, ela ouve o barulho do chuveiro, embora Alejandro não esteja nele, e vai verificar, e então a melhor surpresa do primeiro capítulo de “Cuna de Lobos”: UM HOMEM NO CHUVEIRO DE ALEJANDRO! E Miguel (interpretado por José Pablo Minor) é um gato, diga-se de passagem… eu fiquei tão feliz pelo fato de termos um dos protagonistas na novela GAY. Mora fica furiosa, tira uma série de fotos, e diz a Alejandro que “todo mundo vai se inteirar de que ele é gay”. Ou pelo menos isso é o que ela acredita, mas Catalina também sabe jogar esse jogo.
De volta a Catalina, o desfile da joalheria é um evento tenso. Ela está toda elegante, dando entrevistas a jornalistas, até que um deles, Luis Guzmán (MARAVILHOSO!), faz uma pergunta a respeito do rumor de que eles estejam envolvidos em tráfico de diamante, e isso encerra a coletiva e deixa a Catalina furiosa. Antes, no entanto, Calatina acaba com ele, respondendo que “um jornalista de respeito nunca perguntaria algo assim, e que isso é coisa de iniciante disposto a subir na carreira a qualquer custo”. Catalina está furiosa, porque queria apenas os mesmos jornalistas confiáveis de sempre, mas Luis Guzmán realmente está em algo, porque vemos Catalina recebendo um novo diamante de forma duvidosa. Luis perde o seu emprego naquela mesma noite e Leonora, melhor amiga de Luis que conhecera Alejandro no desfile, liga para Ale e pede um favor.
Que ele fale com a mãe e ela reconsidere.
Como Catalina está muito brava, Carlos a convida a irem embora de lá – ninguém vai perceber a ausência deles. Então, OS DOIS ENTRAM NO BARCO DO INÍCIO DO CAPÍTULO. Carlos, enquanto isso, está recebendo ligações suspeitas que dizem que “Alejandro não é seu filho”, e quem quer que esteja do outro lado lhe oferece provas. O homem do outro lado liga a Carlos mais de uma vez, e na segunda vez ele diz que “é um amigo que só quer abrir os seus olhos”, e então diz que “vai mandar foto para que ele veja com seus próprios olhos”, e então ele envia fotos de CATALINA COM FRANCISCO, SEU IRMÃO. Então, Alejandro realmente não é filho de Carlos, por isso Catalina o ama tanto: porque é filho de Francisco, seu amante. E, com isso, entendemos que é por isso que Carlos vai acabar morrendo, e o assassinato não foi necessariamente premeditado.
Depois de descobrir a verdade, Carlos olha para Catalina com um horror e um desprezo inigualáveis, ele chega a se tremer quando ela lhe entrega uma taça de champanhe, e ela imediatamente, claro, percebe que alguma coisa está errada. Bêbado, Carlos perde a razão, fica louco, violento, grita e a acusa de dormir com o irmão, e ela até tenta se fazer de inocente e dizer que “isso é uma estupidez”, mas ele lhe mostra as fotos… pouco antes de começar a passar mal. Infarto. “Quantas vezes dormiu com meu irmão? […] Vou te deixar sem nada. Vou te deixar até sem vontade de viver”. E aí ele cometeu seu pior erro. “Está morrendo, Carlos. Olhe pra você!” Catalina, antes da morte do marido, ainda o humilha, dizendo que precisava pensar em Francisco para dormir com ele e “suportar o asco de seus carinhos”. É pesado, MAS É TÃO BOM PARA ENTENDERMOS CATALINA!
ELA NÃO ESTÁ PARA BRINCADEIRA!
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Catalina ainda diz que gostou tanto de dormir com seu irmão que, inclusive, lhe deu um filho, confirmando o que a ligação dissera a Carlos: Alejandro não é seu filho, e não se parece em nada com ele. Carlos continua ameaçando “tirá-la de seu testamento e deixá-la sem nada”, mas ela tem a resposta perfeita: “Morto não pode mudar seu testamento, meu amor”. A FILHA DA PUTA É MESMO UM ÍCONE, C*RALHO! Catalina joga o remédio de Carlos no mar, e enquanto ele tenta pegá-lo dela, ela também o empurra no mar… para, logo depois, ir “pedir ajuda” porque “seu marido está se afogando”, como vimos no início do capítulo. Mas, quando ele retorna, ela tem que voltar e terminar de matá-lo. Ela comete um erro, no entanto, ao golpeá-lo com o extintor de incêndio: isso deixará marcas, isso pode traçar o assassinato de volta a ela com facilidade.
E a autópsia diz isso. Ele não morreu afogado, já estava morto quando caiu na água.
E Luis Guzmán já sabe disso: “Então não foi um acidente. O mataram”.


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