[Season Finale] Hollywood 1x07 – A Hollywood Ending
“And the
Oscar goes to…”
GENTE, EU
PRECISO TANTO DA SEGUNDA TEMPORADA! Ryan Murphy aceitou em cheio com “Hollywood”, e essa pode ser minha série favorita dele, mesmo com o
meu carinho nostálgico por “Glee” e a
minha paixão pelo primor de “American
Crime Story”. Mas “Hollywood” vai
além, trazendo um pouco daquilo que sempre nos fascinou nas produções de Ryan
Murphy, e sendo extremamente importante… nós tivemos, quiçá, um final fantasioso, uma utopia que dificilmente
aconteceria em 1948, mas é o tipo de história que precisamos ver. Talvez não seja como a história aconteceu,
mas é certamente como a história deveria ter acontecido… em algum momento,
pioneiros e revolucionários tiveram que bater o pé por aquilo que acreditavam
para que as coisas pudessem mudar, mesmo que ainda tenhamos um longo caminho a ser percorrido…
Eu costumava
achar que “Hollywood” era uma
história fechada, que uma temporada, com a produção de “Meg”, passaria a sua mensagem, deixaria saudade (!), mas não
precisaria de uma sequência, mas os últimos 10 minutos de “A Hollywood Ending” me provaram que, como eles mesmos colocam,
“isso é apenas o começo”. Eu estou ansioso
para ver a produção de “Dreamland” na
segunda temporada, mas deixemos para falar disso adiante… vamos falar, agora,
sobre a VITÓRIA que foi o lançamento de “Meg”,
todas as notícias, toda a comoção, os protestos silenciados pelo sucesso de um
bom filme que chega ao cinema e leva uma série de Oscars… Alexandre Vidal
Porto, um autor brasileiro de que gosto muito, publicou no seu Facebook, no dia
da estreia de “Hollywood”, que estava
“indo dormir tarde, mas de coração leve” depois de assistir à série.
E é essa a
sensação… estou leve, estou feliz.
O filme
começa no funeral de Ace, quando acreditamos que todas as fitas com “Meg” foram destruídas, e não tem como o
estúdio bancar mais 500 mil dólares para a produção de um filme que já deu tanto trabalho… e, então, Raymond
é abordado por um anjo (tá bom, não é um anjo, é só um cara, mas bem que
poderia ser) que fez uma cópia do filme
– aparentemente, ele fez o mesmo com “O
Mágico de Oz” e foi ele quem salvou “Somewhere
Over the Rainbow” de um injusto corte. Então, O FILME SERÁ LANÇADO… e eles
têm um plano ambicioso e caro, mas que esperam que compense no final… para compensar todos os cinemas que não vão lançar o filme (no sul, por
exemplo), eles vão lançá-lo em todos os
cinemas de grandes cidades, totalizando mais de 600 salas no país, algo que
nunca tinha sido feito antes… eles
chamam de “lançamento amplo”.
Além disso,
Avis também anuncia uma redução no preço dos ingressos, o que vai atrair ao
cinema pessoas que há muito tempo não veem um filme, ou até pessoas que nunca viram um filme na vida… e Archie
pensa em pessoas negras que nunca tiveram
essa oportunidade, e farão de tudo para assistir “Meg”. Avis está tão feliz, e tão confiante, que ela já quer
produzir outro filme, com roteiro de Archie, direção de Raymond e Camille como
protagonista… as coisas estão indo tão bem que é EMOCIONANTE, e então Avis
anuncia para Jack e Claire (que estão fofíssimos juntos!), depois de receber
uma ligação (e os dois já começarem a falar que sabiam que as chances estavam contra eles, e que o importante não é o lucro, mas a mensagem
que estão passando com o filme), que O FILME QUEBROU TODOS OS RECORDES. Eles são um SUCESSO.
“We’re the biggest hit in 7 years!”
É emocionante
ver como as coisas caminham bem… é um final feliz? SIM! E É TUDO O QUE
PRECISÁVAMOS NESSE MOMENTO. De esperança, de sorrisos, de lágrimas que não são
por tristeza… o cartaz de “Meg”
anuncia “uma nova era do cinema”, e antes da exibição do filme o narrador fala
sobre como “todo mundo está falando sobre ‘Meg’”,
e eu amei Jack, Raymond e Archie indo juntos ao cinema para assisti-lo… o
público está apaixonado, está lotando as salas de cinema para ver “um novo tipo
de filme”, e os boicotes foram silenciados, porque já não são tão
significativos… Camille é aplaudida e vista com olhares de admiração ao entrar
em um restaurante, e Hattie McDaniel (a perfeita Queen Latifah) lhe dá
conselhos valiosíssimos sobre como agir de agora em diante: se ela for indicada ao Oscar, e ela acredita
que será, então ela tem que fazer campanha.
Tem que se jogar… tem que vencer isso.
A história de
Hattie McDaniel é tristíssima, e se alguém aí está reclamando sobre o final ser
“fantasioso” ou “utópico”, pense que, infelizmente, o que acontecia de verdade
nessa época é o que aconteceu com Hattie McDaniel quando ela foi indicada e
ganhou um Oscar… mesmo indicada, ela foi impedida
de entrar no hotel, e aquilo é humilhante e revoltante. “Hollywood” pretende, como os pôsteres e trailers diziam,
“reescrever a história”. E é exatamente o que faz. Então, “Meg” recebe uma série de indicações importantes. Além de Melhor
Montagem e Melhor Mixagem de Som, prêmios técnicos, eles recebem indicação a
Melhor Atriz (Camille Washington), Melhor Atriz Coadjuvante (Anna May Wang),
Melhor Ator Coadjuvante (Jack Castello), Melhor Roteiro (Archie Coleman),
Melhor Diretor (Raymond Ainsley) e, claro, Melhor Filme.
Já é uma
vitória e tanto.
Já me arrepiou inteiro.
E o filme, e
essa galeria incrível de personagens, não vai deixar de quebrar barreiras…
Archie tem uma cena emocionante com Avis, na qual fala sobre ser ele, sobre ser
um homem negro e gay, sobre ter que mentir sobre quem ele é toda vez que coloca
os pés para fora de casa, e diz que já
não quer mais isso… então, anuncia que ele entrará de braços dados com Rock
Hudson na cerimônia do Oscar, para ser visto e fotografado, porque sabe que ter
visto isso no jornal, quando ele era criança, o teria feito ver que ele não estava sozinho… isso teria feito toda a diferença. E
vocês entendem: é ISSO o que “Hollywood”
também está fazendo! Eles sabem que ele pode ficar sem trabalho, que Rock pode
nunca mais conseguir um papel, mas eles vão correr os riscos… eles estão
cansados e eles querem poder ser eles mesmos – e Archie diz que entende o que
Avis tiver que fazer com ele por causa disso.
Mas ele não vai mudar de ideia.
Então,
chegamos aos 20th Academy Awards – E TUDO AQUI É TÃO REPLETO DE EMOÇÃO QUE EU
FIQUEI QUASE O TEMPO TODO CHORANDO. A chegada deles já é linda. Jack e Claire. Camille e Raymond. Ernie e Ellen.
Anna May Wang. E então Archie e
Rock, de mãos dadas. Imediatamente percebemos o silêncio, as máquinas
parando de fotografar, os jornalistas sem querer falar com eles, as vaias… e
Henry diz que isso vai acabar com a
carreira deles, mas, como Archie disse a Avis, eles não se importam. E Rock diz isso para Henry em uma cena
emocionante! “Go fuck yourself, Henry. I’m not gonna
be like you”. Amei o discurso breve de Rock, amei a sua força, amei a
mensagem que ele passou, dizendo a Henry que não vai ser como ele, viver se
escondendo sob uma pedra, aproveitando-se de pessoas mais fracas que ele… um discurso que lava a alma.
Eles
continuam de mãos dadas.
A entrada de
Camille no teatro também quase dá problema… eles querem “mostrar para ela onde
ela vai se sentar”, mas seu ingresso diz “Fila A”, e é lá mesmo que ela
pretende ficar. Gosto de como Jack e Claire se metem, mostrando que eles são uma família e que eles se apoiam,
mas também gosto muito de como Camille diz a eles que não precisa disso, não
precisa que ninguém lute suas batalhas
por ela… ela pode e vai fazer isso. Mostrando calma e plenitude, ela fala
onde vai se sentar, e solta uma pequena ameaça MARAVILHOSA (“You don’t wanna fuck with me, sir, I
promise you that”), e então ela entra, acompanhada de Raymond, e se sentam na primeira fila… é um momento
importante, é uma realização, e naquele momento respiramos com ela, absorvendo
cada detalhe daquela entrada, daquele momento, do que aquilo tudo significa.
E a cerimônia
começa…
Eles perdem
dois prêmios técnicos, para começar. Mas Anna May Wang ganha o prêmio de Melhor
Atriz Coadjuvante, e foi um momento importantíssimo
no episódio. O discurso dela me arrepiou,
literalmente, e eu chorei junto com os demais, que choravam ao vê-la e ouvi-la,
seus olhos cheios de lágrimas naquele palco. Jack, por sua vez, não ganha o
prêmio de Melhor Ator Coadjuvante, mas foi o seu primeiro papel, não tem
problema… ele foi indicado e ele tem uma carreira brilhante pela frente… e eu
gostei de como o próprio Jack lida bem
com isso, mas ele pergunta a toda a equipe, nos bastidores, se ele pode ler
para eles o discurso que ele escrevera de qualquer maneira, um discurso todo
fofinho e emocionante que termina em um pedido de casamento a Claire. Sério,
esse episódio foi momento emocionante
atrás de momento emocionante.
QUE EPISÓDIO!
Depois,
Archie Coleman vence ganha como Melhor Roteiro, E ISSO É MARAVILHOSO DEMAIS.
Ele fica estático, a princípio, e não consegue levantar, mas ele se levanta,
beija o Rock na frente de todos antes de subir (!), e então faz um discurso
lindo, no qual agradece a todos que estiveram nessa jornada com ele, e agradece
a Rock, “seu namorado”, “o amor da sua vida”, e não importa se algumas pessoas
vaiam, isso não o abala naquele momento… ele
está muito feliz para isso, e ele mesmo diz isso. O seu discurso é lindo, e
eu gostei de como vimos um cara ouvindo pelo rádio, uma pessoa que nunca vimos
antes, e ele está ali representando cada pessoa que estava ouvindo e torcendo
por Archie, cada pessoa para quem esse
prêmio também era importante… porque esse prêmio não é apenas para o
Archie… o que importa é tudo o que ele
representa.
Raymond
também ganha como Melhor Diretor…
E então
chegamos ao esperado momento da “Melhor Atriz”, e CAMILLE WASHINGTON LEVA O
PRÊMIO. Ela precisava levar esse prêmio, e nós sabíamos que, provavelmente, ela
o levaria, mas a edição do episódio fez tudo ser perfeito… vemos várias pessoas ouvindo de suas casas, em seus
rádios, e temos uma família inteira negra, as meninas jovens ansiosas, torcendo
por ela, porque isso também é importante
para eles, e então eles anunciam Camille como vencedora, e ela não sabe bem
o que fazer, a princípio. Mas mais do que ela estática, mais do que os aplausos
e a felicidade de todos que fizeram parte do filme, o que me emocionou foi ver
a alegria e comemoração daquelas pessoas que assistiam de casa… para quem esse prêmio também era importante.
E então eu chorei com eles, eu chorei com o discurso lindo dela, chorei com a
Hattie.
Emocionante.
Por fim, sem
muito suspense, “Meg” ganha como
Melhor Filme, e é merecidíssimo. Não tem delongas, não tem suspense, não tem
discurso de Avis, mas ela está radiante, e é muito bom vê-la assim, porque todo
mundo teve uma parte nesse filme, mas isso não seria possível sem a sua ajuda…
e eu gostei DEMAIS de como ela chamou o Archie para o seu lado, em uma sessão
de fotos, e então anunciou que estenderia
seu contrato por mais cinco anos, e dobraria o seu salário – “e ele podia
escrever sobre o que quisesse, sem ressalvas”. AI, AQUILO É TÃO PERFEITOOO!
O sorriso de Archie naquela última foto representa cada um de nós, cada alma
representada em “Hollywood”, de
alguma forma, cada um celebrando essa vitória de “Meg”, de cada um deles e de cada um de nós… aguardando ansiosos
pelo próximo projeto de Archie, Ray, Camille…
E isso vem um ano depois…
Um ano
depois, coisas importantes acontecem, e uma “nova” história se inicia… temos
uma conversa franca e importante entre Henry e Rock, para começar, na qual
Henry implora pelo perdão de Rock, depois de tudo, e Rock, com sinceridade, diz
que não sabe se consegue perdoá-lo. E
eu o entendo, mas eu acho que se a culpa fez com que Henry se tornasse uma
pessoa melhor, e parece que fez (!), então alguma
coisa boa saiu disso tudo… Rock chora ao dizer que ainda tem pesadelos com
as coisas que Henry fez, e ao dizer que não consegue perdoá-lo, e Henry
entende, porque precisa entender – mas ele também diz que quer “compensar” para
ele, e sabe que ele não consegue bons papeis desde a cerimônia do Oscar no ano
anterior e tudo o mais… então, ele fala de seu projeto: um novo filme, a
primeira história de amor entre dois homens… e ele quer que Rock seja o
protagonista!
Rock diz que
ninguém produziria esse filme…
Mas a maneira como chegamos a esse filme é
PERFEITA.
Acompanhamos
o tristíssimo (vou sentir TANTA falta dele!) velório de Dick Samuels, mas por
mais triste que isso seja, é assim que nasce “Dreamland”. Isso se junta à proposta de Henry: o primeiro filme de amor entre dois homens.
Ele vai falar com Avis, buscando aprovação para o projeto, dizendo que é uma
forma de honrar Dick Samuels, e ele quer o Archie escrevendo, o Raymond
dirigindo, o Jack e o Rock estrelando o filme… e Avis sabe que é arriscado, tudo o que ela fez é, mas ela acaba
aprovando… por que não? A emoção nos olhos de Henry (Jim Parsons arrasou na
temporada toda!) me emocionou também, o filme vai acontecer, e vai ser
INCRÍVEL. Assim, a temporada acaba com as primeiras gravações do novo projeto
de Henry: “Dreamland”, em uma cena no
posto de gasolina, com Jack Castello e Rock Hudson… e isso só pode, claro, ser perfeito.
QUERO MUITO
ESSE FILME.
QUERO MUITO
UMA SEGUNDA TEMPORADA.
Ryan Murphy
nos deixou implorando por mais! <3
Que série,
minha gente! Que série!
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Oi! ;)
ResponderExcluirAssisti Hollywood e amei!!!
Roteiro bem escrito, elenco talentoso...
Cenas excitantes e também angustiantes, como o arco do Rock sofrendo o assédio sexual de Henry, é revoltante.
Embora concorde que na vida real isso jamais aconteceria naquela época, gostei bastante de como a série terminou.
Sou fanático pelo Oscar e no último episódio fiquei todo ansioso, levantando e sentando na cama toda hora kkkk
Todos os episódios são legais, mas os únicos que me fizeram chorar foram o sexto e o sétimo.
Realmente, dá essa sensação de leveza e gratidão pelo Ryan Murphy abordar essa mensagem contra o racismo e homofobia de maneira tão linda... Só me dá mais vontade de também levantar esta bandeira.
Dreamland é uma boa aposta para uma segunda temporada, mas se tiver só esta mesmo, já me considero satisfeito.
Allef Christian
Que bom que você gostou!!!
ExcluirTambém acho que ficou ótima e seria ótima como uma história fechada, mas se vier uma segunda temporada com "Dreamland", eu vou amar também haha <3