Vale o Piloto? – Snowpiercer 1x01 – First, the Weather Changed
“First, the
weather changed. The deniers knew why, but still they doomed us with their
lies. Her ice melted, and all her species crashed. So, the men of Science tried
to cool the Earth, to reverse the damage they had sown. But instead, they froze
her to the core. Only the visionary Mr. Wilford foresaw the future, and he
prepared a Great Ark train. In the final days of The Freeze, the rich, many of
them responsible, retreated to Snowpiercer, 1,001 cars long. So we the people,
the survivors left behind... we invaded their train. […] This is Snowpiercer”
A história do
“Expresso do Amanhã” ganha uma nova
adaptação, em um momento bem pertinente para falarmos sobre o assunto, diferente das duas obras que já vimos até
então com a temática do “trem que hospeda os últimos sobreviventes da Terra
após o congelamento”. A história original vem de uma HQ francesa, “Le Transperceneige”, criada por Jacques
Lob e Jean-Marc Rochette e publicada em 1982, e ganhou uma adaptação
cinematográfica em 2013 com direção de Bong Joon-ho (sim, o mesmo diretor de “Parasita”). A série de 2020 traz
novidades à história, uma nova abordagem independente das duas obras anteriores,
colocando um mistério de assassinato (“Assassinato
no Expresso do Oriente”?) no meio de uma história que já tinha muitos
elementos bons a serem explorados, com toda a questão de luta de classes evidente e tudo o mais.
Desse modo,
ainda não sabemos que rumos a série deve
seguir – mas podemos sentir, pelo primeiro episódio, um potencial imenso. A
série tem tensão e causa interesse e revolta, dos seus primeiros minutos, que
funcionam como um interessante prólogo, àquela conclusão sangrenta e chocante
que é a melhor maneira de contar essa
história… o início do episódio nos mostra quando tudo começou, quando o
clima mudou, quando a temperatura caiu, e quando o misterioso “Sr. Wilford”
construiu um imenso trem, de 1.0001 vagões, que daria voltas infinitamente ao
redor da Terra, mantendo vivos e aquecidos os
últimos sobreviventes da raça humana… mas, é claro, os únicos que podiam
entrar eram os ricos (muitos deles culpados
de tudo o que estava acontecendo) que podiam pagar por seus ingressos, e levar uma vida perfeita lá dentro.
Como se nada
tivesse acontecido…
Tudo isso é
revoltante, e nos leva a outras obras que adoramos, como “Jogos Vorazes” (lembrei imediatamente do pessoal da Capital
comendo até vomitar em contraste às pessoas passando fome nos Distritos), mas o
pior não é isso… o pior é que nos remete
à nossa sociedade exatamente como ela é – resumida em um trem de 1.001 vagões.
No dia da partida, algumas pessoas invadiram
o último vagão do trem, agora conhecida como “A Cauda”, e são pessoas
confinadas em uma situação sub-humana, recebendo ração insuficiente todo o dia,
esperando a morte – ou o dia em que se rebelariam contra o restante do trem. É
nesse contexto que conhecemos Andre Layton, um dos líderes dos Tailies (o
pessoal que mora na Cauda), e um pouco dos seus planos para que eles tomem o
restante do trem… para que tenham
condições dignas.
É só isso que eles pedem…
Condições dignas de vida humana.
A “ascensão”
de Andre Layton acontece de maneira inusitada no dia em que programava uma
rebelião com os demais Tailies, quando o
pessoal lá de cima precisa dele – é interessante e desesperadora a cena em
que Andre Layton é progressivamente trazido para mais à frente no trem, chegando à Terceira Classe (que ainda não é nada comparada à ridícula vida de cruzeiro que o pessoal leva na Primeira
Classe), onde lhe é oferecido comida… um prato de sopa e um queijo grelhado, e
ele come com o vontade de quem não vê comida de verdade há mais de 6 anos – o
tempo que se passou desde a partida do trem. E então eles lhe contam o motivo
de o terem trazido para “cima”: aconteceu
um assassinato no trem, entre os ricos (sim, gente rica também mata uns aos
outros), e Andre Layton era um detetive especializado em homicídios no passado.
Eles precisam
da sua ajuda.
Agora, a
série vai ter que lidar com várias questões. Conhecemos um pouco da mitologia
do Trem, o Perfuraneve, e um pouco do sistema que mantém a “ordem”, mas ainda
há muito a se explorar… e Andre Layton não pensa simplesmente em aceitar a
“proposta” que lhe fizeram: ele tem exigências, como privilégios da Terceira
Classe para todos os moradores da Cauda e o direito de terem filhos, como o
restante do trem… não sabemos o quanto lhe será concedido, porque sabemos que as pessoas são traiçoeiras e estão pensando
em usá-lo e mais nada, mas Melanie Cavill (que mais tarde descobrimos ser o
próprio “Sr. Wilford”) parece interessada demais
na resolução desse assassinato, portanto ela fará algumas concessões… assim,
Layton começa a conversar com suspeitos e pede que tirem da “gaveta” a mulher
que foi presa injustamente há 3 anos.
Até que uma nova revolta exploda na Cauda.
Com a morte
do Velho Ivan, “o homem mais velho da Terra”, com seus 84 anos (ele se suicida
no seu aniversário), a Cauda resolve atacar naquele
mesmo dia, e É UMA MATANÇA. As cenas são fortes (e necessárias), enquanto
eles tentam avançar contra forças que continuam chegando contra eles, e a única
coisa que os detém é Layton, quando ele aparece e consegue convencê-los de que não é um traidor, e que seu “trabalho”
lá em “cima” pode ajudá-los com informações a respeito de horários, rotinas de
segurança, tudo o que poderá ajudá-los a fazer essa rebelião da maneira
correta… afinal de contas, mesmo com toda a matança que aconteceu no fim desse
episódio (algumas cenas são bem gráficas), tudo o que eles conseguiram avançar
foi um vagão… eles nunca chegariam longe, não desse modo.
Eles precisam de algo mais que isso.
Eles precisam
da ajuda de Layton.
E, agora,
vamos ver o que a série terá para nos oferecer!
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