Anne with an E 1x02 – I Am No Bird, and No Net Ensnares Me



“She is my daughter!”
CADA VEZ MAIS APAIXONADO POR ESSA SÉRIE. É impressionante como “Anne with an E” nos envolve tão profundamente – nós conseguimos, em um mesmo episódio, rir e chorar tão sinceramente, amando Anne Shirley (agora, Anne Shirley-Cuthbert) mais a cada segundo. No episódio passado, Anne chegou a Green Gables para finalmente ter uma família, e o tempo todo ela temeu que isso fosse um sonho, até que, eventualmente, ele se desfaz… por causa de um mal-entendido, Marilla acaba mandando Anne de volta para o orfanato de que veio, e quando ela percebe que cometeu um equívoco e manda o irmão, Matthew, em busca da garota, já é tarde demais – ela já partiu num trem para a outra cidade. Agora, os Cuthbert precisam encontrar a garota que iluminou a casa deles, a garota que trouxe vida para aquele lugar… a filha deles.
Anne não tem coragem de entrar no orfanato. Ela pega um trem e uma balsa, mas acaba dormindo do lado de fora do orfanato naquela noite, e “fugindo” com o leiteiro na manhã seguinte. Anne, mesmo em dor, é sempre encantadora – a maneira como ela continua falando sem parar, como cria histórias sobre como os pais trabalhavam como espiões para a rainha (!), e coisas assim. Então, Anne acaba pegando uma carona até a estação de trem, de onde pretende partir para qualquer lugar, se tornar uma criança independente… ela não quer voltar para o orfanato. Para conseguir dinheiro para uma passagem de trem, então, Anne começa a vender poemas, e isso é uma das coisas mais bonitas do episódio, porque a maneira como ela declama com todo o coração, apaixonada, é algo que apenas Anne Shirley poderia fazer… amamos essa garota!
Enquanto isso, Matthew faz de tudo para encontrá-la, e nós sofremos ao seu lado com cada desencontro… com a maneira como, velho e cansado, ele chega à estação e não a encontra; como ele acaba sendo atropelado na rua vendo uma outra garota de tranças ruivas, achando que é Anne; como ele dorme na frente do orfanato, esperando alguém atendê-lo, só para depois descobrir que Anne não voltou para lá. E então ele acaba a encontrando por acaso, E AQUELE É O MOMENTO MAIS LINDO DE TODO O EPISÓDIO! Matthew encontra Anne na estação de trem, recitando um poema para duas mulheres, e Anne não quer nem ouvi-lo… ela não quer voltar para Green Gables para ser expulsa na primeira oportunidade. Mas ela acaba desistindo de toda sua dureza quando Matthew diz, para toda a estação, que “Anne é sua filha”. Aquilo me levou às lágrimas.
E acho que qualquer um com um coração assistindo ao episódio!
Que cena linda!
Então, Anne volta para casa – de volta a Green Gables. Ela está tão profundamente feliz, e Matthew também, e Marilla se emociona ao vê-los chegando, pela janela… ela passou a noite toda preocupada com ambos. Anne desce da carroça sorridente, esperando alguma palavra gentil de Marilla… que acaba não vindo. É doloroso, porque Marilla já a ama e está muito feliz em vê-la de volta, mas ela não sabe/não consegue demonstrar isso, e Anne fica triste. Dali em diante, ela fica em um silêncio desconcertante para Anne, o tempo todo temendo que aquilo chegue ao fim e que ela acabe sendo expulsa novamente… ela chega a dizer a Diana que “não quer se apegar”. Mas já é tarde para isso. De qualquer maneira, muitas pessoas parecem estar lhe dizendo o quanto Marilla se preocupou com ela e a quis de volta – Jerry, Diana, até Rachel Lynde!
Mas Anne precisa ver com os próprios olhos
Ela até chega a ver, mas não sei se ela se permite acreditar – mas quando Marilla está estendendo as roupas de Anne no varal, achando que não tem ninguém por perto, ela sorri afetuosamente pensando na garota, e Anne vê esse sorriso contido… que é tudo o que Marilla pode oferecer por enquanto. E a verdade é que Marilla gostaria de oferecer mais do que isso, e isso também é um tanto quanto desesperador. Em uma cena, ela entra no quarto de Anne, nervosa, e podemos sentir a sua vontade de pedir desculpas por tê-la julgado tão apressadamente na história do broche e tê-la mandado embora, mas ela não consegue dizer nada a esse respeito… então, ela só diz a Anne que logo o jantar estará servido e que não precisa da sua ajuda porque é algo simples. Mas Anne precisa que as palavras de verdade sejam ditas por ela.
Em uma das cenas mais tristes e mais cruéis do episódio (eu já estou nervoso e com medo pelo momento em que ela for para a escola!), Anne vai com os Cuthbert a um piquenique onde estão presentes todas as famílias ricas da região… e é um verdadeiro desastre. Diana é sua amiga, e gosta dela de verdade (ela dizendo que sentiu sua falta e a abraçando!), mas as crianças e os adultos, de modo geral, são perversos… a própria mãe de Rachel fala de Anne como “uma órfã”, e os Barry comentam sobre como os Cuthbert “podem estar ficando loucos”. Todos olham para Anne como se ela tivesse uma doença contagiosa e horrível, riem dela, e as crianças mais novas correm em volta dela cantando músicas ofensivas a respeito de sua orfandade, o que é uma brutalidade sem tamanho… e, para piorar, nenhum adulto parece disposto a fazer nada para impedi-los.
Então, naturalmente, Anne sai machucada – e chorando. Mas a cena acaba resultando em um momento importante. Esse segundo episódio foi sobre fortalecimento de laços. Matthew já ama essa garota desde o começo, e já demonstrou isso inúmeras vezes… Anne sabe de seu amor. Marilla, no entanto, embora tenha se deixado conquistar, tem dificuldades para demonstrar isso, mas é ela quem vem conversar com Anne quando ela está chorando… Anne está de coração partido, e nosso coração se parte ao vê-la assim também, mas é tão reconfortante ver Marilla se aproximando dela e então, com todas as palavras, pedindo que ela a perdoe por toda a história do broche… a maneira como isso as aproxima, a maneira como Anne se senta ao seu lado e então encosta a cabecinha ruiva no seu ombro… AS LÁGRIMAS RETORNARAM.
O final do episódio é, então, um momento emocionante – e, além de tudo, extremamente divertido. Marilla dá a Anne a autorização de chamá-la de “Marilla” e não de “Srta. Cuthbert”, e então ela leva a garota para a sala, onde ela e Matthew colocam Anne de frente com o livro da família, para que ela se torne uma Cuthbert como elas. Aquilo é tão singelo, tão belo e tão emocionante… a maneira como a felicidade mais genuína toma conta dessa alma iluminada que é Anne Shirley, e a maneira como ela acha que isso deve ser feito de uma forma mais solene, com uma cerimônia ou algo assim, e os olhares de Marilla e Matthew enquanto fazem o seu melhor para que seja um momento especial para Anne… e então ela assina seu nome, empolgada e falante como sempre, com um sorriso imenso e sincero no rosto e a mão tremendo de nervoso, se tornando parte da família… e se perguntando se deveria acrescentar “Shirley”, se deveria colocar um hífen ou se poderia acrescentar “Cordelia”.
Essa menina é deveras especial.
Já a amo.

“With this pen, I take you... Matthew and Marilla Cuthbert... to be my family forever. To call you mine... and to be yours. For always”

A força e a emoção dessas palavras! <3


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