Feel the Beat (2020)
“Take your chance. Make your move”
QUE FILME
MARAVILHOSO! Eu adoro essas produções despretensiosas da Netflix, e eu sempre
me divirto assistindo a filmes como “Hannah
Montana” e “Você Nem Imagina”,
mas eu não estava preparado para AMAR TANTO “Feel
the Beat”. É, de longe, o meu favorito no gênero há muito tempo… o filme tem de tudo e, acima de tudo, tem espírito
e carisma. Você se envolve, você torce, você ri, você chora, você vive cada
pedacinho daquilo! Sofia Carson e Wolfgang Novogratz estavam MARAVILHOSOS nos
papéis principais, e eu amei como o filme conta uma história interessante e
emocionante, com muito bom-humor. Eu acho que uma das coisas que mais me
fascinou no filme foi o fato de, além daquela pegada de cidadezinha do
interior, retorno às origens, e romance com o cara fofo e gato (!) do passado,
o filme também traz um pouquinho de Nova York, Broadway, muita dança…
É o pacote completo.
O filme
começa nos apresentando April Dibrina, uma garota que está tentando a vida em
Nova York… você sabe, ela quer ser uma
grande estrela da Broadway, mas, por enquanto, só conseguiu ser do coro – e
ela vê as suas chances ir por água abaixo quando, para chegar a tempo de um
teste importante num dia de chuva pesada, ela “rouba” o táxi de uma senhora (EU
RI TANTO DAQUILO!). Mas, como karma is a
bitch, é claro que essa mesma senhora era uma das pessoas mais importantes
do teatro nova-iorquino e estaria lá para avaliá-la
– esquece, sem chance alguma de conseguir esse papel. Segundo a poderosa e
rancorosa Ruth Zimmer, inclusive, bye bye
qualquer chance de ter uma carreira na Broadway! As coisas pioram quando
Ruth cai do palco e, num vídeo que viraliza rapidinho, fica parecendo que foi a April que a empurrou.
Assim, April
precisa voltar para a cidadezinha em que cresceu, longe da Broadway, porque as
coisas não estão dando certo e ela não tem dinheiro para pagar o aluguel… eu
gosto dessa temática, e ela comumente nos entrega cenas bem emocionantes de
autodescoberta e de retomada de valores às vezes esquecidos. Impossível não
lembrar de Hannah Montana voltando ao Tennessee no filme da personagem, ou
mesmo da própria Ana voltando para o interior em “Modo Avião”. April Dibrina está de volta à sua cidadezinha, onde
todos a reconhecem como “uma estrela da Broadway” ou qualquer coisa assim, e
aqui ela pode revisitar o pai, a escola de dança na qual deu os seus primeiros
passos e Nick, um romance do passado com quem ela terminou por mensagem (!)
porque estava priorizando o seu sonho de
ir para Nova York.
A jornada de
April se passa durante um CONCURSO DE DANÇA – o “Dance Dance Dance Dance” –,
com as desastrosas garotas que são
agora ensaiadas por Barb, a mesma mulher que foi sua primeira professora de dança. Barb adoraria que April falasse com
as garotas (é um desastre), ou desse uma aula, e April não está nem aí… até descobrir que os jurados da etapa FINAL do
Concurso, em Atlantic City, são figurões da Broadway, como Marissa Jaret
Winokur (OWN!) e Welly Wong, o cara que ela está tentando impressionar para
conseguir um papel e se livrar da imagem
que Ruth Zimmer impôs a ela. Então, ela
topa ensaiar as garotas – com a condição de que elas cheguem às Nacionais. Uma das apresentações é com a professora e
ela precisa dessa oportunidade de dançar na frente de Welly Wong e ser vista
por ele… é sua única chance.
A primeira
apresentação das garotas é um DESASTRE, e a apresentação de April com elas
também, porque ela fica em evidência e as meninas não são nada, e não era essa a proposta – assim, o New Hope é
eliminado, já na primeira fase do concurso… até
que outra equipe seja desclassificada por causa de uma irregularidade e então
eles voltam à competição. Agora, é hora de April ensinar o que sabe para
essas garotas! As aulas começam sendo um verdadeiro desastre. April está
pensando só nela mesma, tratando as garotas com rispidez e exigindo demais
delas, e isso as desmotiva e não as faz
avançar… April também falha em perceber as necessidades especiais de cada
uma delas, em ver que, além de bailarinas, elas são crianças – que elas não
precisam apenas de aulas de dança. E ficamos curiosos para entender qual a
história completa de April com Sarah.
As coisas só
começam a melhorar para April e o New Hope quando, depois de brigas sérias, de
uma garota desistir da dança e de April desistir de treiná-las em um só dia, April escuta Barb falando
com as meninas e percebe que elas estão
prontas para ouvir, mas April precisa saber como falar, como ensinar…
aquela garotinha perguntando “Por que ela
não disse isso?” quando Barb explica o que ela quis dizer usando uma banana
e uma cenoura é de partir o coração. Mas, dali em diante, April começa,
lentamente, a se tornar uma pessoa e uma professora melhor. Gosto muito de
todas as cenas, e de como o filme pode ser triste, pode ser emocionante, e pode
ser completamente DIVERTIDO. Eu ria muito toda vez que ela mandava uma das
meninas fazer 20 flexões, por exemplo, o que eventualmente se provou ser
bastante útil!
April fez a
diferença na vida de cada uma daquelas crianças, assim como elas fizeram a
diferença na vida dela. E ao longo das semanas que se seguem, enquanto April
tenta prepará-las para as próximas fases do concurso, as meninas evoluem e o
mais legal é como A CIDADEZINHA INTEIRA ACABA SE ENVOLVENDO. Gostei de ver pais
e irmãos participando cada vez mais das aulas, tomando notas, ajudando as
meninas a ensaiarem em casa, com destaque para o Nick todo lindão (gente,
completamente apaixonado pelo Wolfgang Novogratz e aquelas covinhas, não tem
condições!) ajudando a Sarah nos ensaios ou para o treinador do time de futebol
pagando 20 flexões por falar sem autorização reagindo a um passo que a filha
fez certo – “Sorry, Miss April”. Ah,
e claro: a cena em que Dicky, o menininho que ficava desenhando durante as
aulas, entra para dançar numa competição, sabe todos os passos e simplesmente
ARRASA.
QUE CENA
FOFA!
Alguns
momentos emocionantes do filme incluem aquele momento em que Kari enfrenta a
própria mãe para poder ir na competição, porque a mãe não queria que ela
dançasse por não poderem pagar as aulas e por “não querer aceitar caridade”,
mas Kari explica que combinou tudo com Barb e vai trabalhar no estúdio para pagar pelas aulas: ela as merece, e a cena em que a mãe de Kari, numa competição
futura, aparece para ajudar com os cabelos das meninas – até porque o Nick
cuidando dos cabelos das meninas está meio que um desastre. E aquela cena de
quando a cidade é acometida por uma chuva pesada e, durante um ensaio (de capas
de chuva por causa das goteiras!), parte do teto do estúdio cai, e elas não
sabem mais aonde vão ensaiar… naquele momento, no entanto, as meninas só saem
para dançar/brincar na chuva e na lama. E é tão lindo, porque é simples, porque
é espontâneo, e naquele momento April sorri
de verdade pela primeira vez.
E Nick
percebe isso.
Como eu
disse, eu amei o Nick. Além do Wolfgang ser lindo, o personagem é extremamente
FOFO e QUERIDO, e eu gostei do fato de Nick e April já terem namorado no passado, porque isso deu profundidade à
relação deles – eles nunca deixaram de gostar um do outro, na verdade. Acontece
que eles planejaram terminar a escola e “fugir juntos para Nova York”, mas as
coisas não saíram do jeito que eles queriam… com a morte da mãe dele, ele
acabou tendo que ficar na cidadezinha para cuidar da irmã, Sarah, e April
decidiu continuar seguindo seu sonho, e foi para Nova York sozinha… eu acho que
a parte mais cruel foi o fato de ela não ter se despedido propriamente dele, e
ter terminado o namoro por uma mensagem… não
sei como ele ainda pode ser tão adorável e tão querido com ela mesmo depois de
tudo – ou sei: porque a ama.
Gostei demais
da cena que Nick e April compartilharam no celeiro. Aqui, eles falam sobre
eles, e ambos falam sobre “como eles não teriam dado certo mesmo”, mas ambos
querendo acreditar que teriam sim…
Nick conta de uma vez em que foi para Nova York, depois de receber a mensagem
dela, e então a viu sair de um teatro depois de um ensaio, e ela estava mais feliz do que ele jamais a tinha
visto – ali ele percebeu que ela estava bem e que ele precisava abrir mão
dela mesmo, então ele foi embora, sem nem falar com ela. ELE NÃO É O CÚMULO DA
FOFURA?! E, aos poucos, Nick e April voltam a se aproximar, e é lindo ver as
conversas dos dois, os sorrisos, os olhares, ou a maneira como eles dançam
juntos, naquela cena em que ela cai sobre ele e fica por ali mesmo, mexendo no
seu cabelo… não podia ser mais PERFEITO.
Lindos
demais! <3
O grande
problema foi que, além de ter terminado com Nick por mensagem, April também abandonou Sarah, a irmã mais nova
do garoto. A relação das duas é muito bem desenvolvida em uma série de cenas,
seja quando Sarah está brava com April e a confronta durante as primeiras
aulas, ou quando a garota expressa toda sua raiva e sua angústia dançando ao ar
livre, numa cena que me fez pensar muito naquela dança de “Billy Elliot”. Eventualmente, April confronta Sarah, e Sarah fala
sobre como ela foi embora sem nem se
despedir, como ela não recebeu nem uma mensagem, como o irmão. April talvez
não tivesse consciência disso, até porque ela era muito jovem saindo da escola
ainda, mas April não tinha mãe e, de
certa forma, a namorada do seu irmão mais velho era a figura feminina mais
próxima que ela tinha dela… e ela a
abandonou.
É TÃO TRISTE.
Gosto de como
elas trabalham isso com o tempo, de como as coisas se intensificam, e de como
elas criam, aos poucos, uma cumplicidade que provavelmente já compartilharam no
passado, mas que se quebrara quando April
a abandonara – culminando naquele abraço silencioso das duas quando Sarah está
chorando. Quando o New Hope consegue uma vaga para as NACIONAIS (a cena das
Regionais foi um pouco de tudo: triste e desesperadora quando outras
competidoras tentaram desestabilizá-las mostrando o vídeo de April “empurrando”
Ruth do palco ou quando April cai durante a coreografia, emocionante quando
elas ficam em segundo lugar, ou
hilária quando elas estão tão tristes porque esperavam pelo terceiro lugar e
não conseguem, que nem ouvem quando são anunciadas como segundo lugar), a cidadezinha toda precisa se reunir (com a ajuda
de um amigo de Nova York), para conseguir dinheiro para a viagem.
Afinal de
contas, é April, Barb, nove crianças, e as famílias que já se envolveram demais nisso tudo – ESSAS FAMÍLIAS SÃO MUITO
FOFAS. A chegada em Atlantic City para as Nacionais é FENOMENAL, uma cena
excelente atrás de outra cena excelente, a começar pela maneira como eles
descem aquelas escadas rolantes em câmera lenta, marrentos e hilários – EU AMEI
TANTO AQUELE MOMENTO. Ou então a participação hilária da Marissa Jaret Winokur.
Ou então o braço de Dicky machucado por terem treinado demais um salto e a
improvisação durante a apresentação, com o Dicky saltando e sendo segurado pela
garota, no melhor estilo “Dirty Dancing”.
E, claro, aquela apresentação com a professora, que é realmente EMOCIONANTE. As
garotas e April dançam e incluem, por causa de Zuzu, língua de sinais na
coreografia, dizendo que ELAS SÃO UMA FAMÍLIA, SEMPRE. Porque foi mesmo isso
que elas se tornaram nesses meses.
Uma família.
A dança com
língua de sinais me remete a “Spring
Awakening”.
Logo depois
da dança, então, os sonhos de April se
realizam, e ela consegue a chance que tanto queria – Welly Wong oferece para
ela o papel de protagonista no seu novo musical. Dali em diante, as coisas
foram meio rápidas, e eu fiquei com a
sensação de que queria mais uma hora de
filme, ou que “Feel the Beat”
fosse uma série. Ah, eu amaria acompanhar esses personagens e essa história ao
longo de uma temporada de 8 ou 10 episódios…
e mais Wolfgang Novogratz pra gente. April aproveita a chance, mas tem um
problema: ela precisa partir
imediatamente para Nova York para os ensaios, e ainda tem uma fase do concurso
no dia seguinte. Nós ficamos incrédulos, porque ela não podia abandonar as meninas daquele jeito, mas ela o faz. E
ela ainda está indo embora sem se
despedir, de novo. Sarah implora para ela ficar, diz que ela não pode fazer
isso.
Mas ela faz.
A carinha do
Nick olhando para ela… wow.
Mesmo assim,
April não sabe se fez a coisa certa. Como Sarah diz, foi só por isso que ela
entrou nisso tudo: ela usou “as meninas bobas” para conseguir de volta um lugar
na Broadway… e parte de April acredita nisso, porque foi por isso mesmo que ela começou isso tudo, mas não foi por isso
que ela ficou – ela se tornou próxima
das garotas, aprendeu a se importar com elas de verdade, e tudo o que
construíram juntas… ela diz, no telefone com o pai, que “achou que estaria mais
feliz”, e acaba resolvendo voltar para as Nacionais quando vê as pétalas da
coreografia dela com as meninas no meio do seu script para o novo musical. Ela não pode deixar as meninas assim!
Então, ela diz a Welly Wong que precisa voltar, porque SE COMPROMETEU com elas,
e diz que entenderá se ele precisar substituí-la, mas não quer que ele faça
isso… porque ele precisa de alguém que se
comprometa.
Então ela
volta, CORRENDO, E CHEGANDO NO ÚLTIMO MINUTO. E a cena é linda! Amei vê-la se
declarar para as meninas e EU RI MUITO das meninas assustadas, perguntando “por que ela não está gritando com elas”
HAHAHA Então elas se apresentam e é lindo e, no fim da apresentação, ela recebe
uma mensagem de Nick, que começa com “Desculpa
fazer isso por mensagem…”, exatamente como ela enviou para ele quando terminou,
mas dessa vez não é para isso… é para ela
se virar e encontrá-lo ali para UM BEIJÃO LINDO. Amei esses dois. O final
do filme traz a estreia de April na Broadway como protagonista, e uma
videoconferência com Barb e Nick que nos mostra que April continua treinando as
garotas pela internet, e que vai para casa todo domingo para dar aulas (e ver o
Nick), além de uma cena emocionante na qual Barb, Nick e todas as garotas estão lá em Nova York para visitá-la, e
todo mundo dança (AH QUE CENA GOSTOSA DE VER, TODOS ELES DANÇANDO JUNTOS!) numa
rua de Nova York durante os créditos finais.
Enquanto o táxi de Ruth tenta passar…
irônico e divertido.
EU AMEI ESSE
FILME, DO INÍCIO AO FIM. Um dos meus filmes favoritos!
Tem personalidade,
tem carisma, é gostoso de se ver, me fez rir, me fez chorar… amei!
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